Se há vitórias que são daquelas em que «não há derrotas
quando é firme o passo», por quanto foi possível concretizar a máxima de
«ninguém fala em perder, ninguém recua…» (como está no poema Aleluia), uma
dessas foi a da Taça de Portugal conquistada pelo FC Porto a 16 de junho de 1968.
De forma que, pela envolvência e magnitude, conseguida que foi em tempo do
sistema BSB (ao jeito como cantava Zé Afonso quão do regime comiam tudo e não deixavam nada…) a vitória da Taça-1968 está perpetuada de modo especial no museu do FC Porto com uma
vitrina dedicada a esse grande feito dos anos sessentas.
Na dita vitrine, entre objetos alusivos diversos, está a mesma
guarnecida com o livro oficial dessa final, que pertenceu à coleção particular
do autor destas linhas. Sendo essa uma das minhas coroas de glória portista, a
bem dizer, perante essa doação ao museu do FC Porto.
Desse exemplar impresso para a ocasião e distribuído aquando da final a 16 de junho de 1968, recolhe-se de seu interior, para esta lembrança, algumas passagens das páginas mais significativas:
É da história toda a envolvência dessa grande vitória, cuja data de 16 de Junho de 1968, da final dessa vitoriosa jornada, ficou nos anais da História Gloriosa do FC Porto. E puxando ao caso pessoal, nessas eras em que o ciclismo ia compensando o deserto de títulos do futebol sénior no mundo azul e branco, foi na verdade essa obtenção da Taça de Portugal a vitória que conheci em futebol nos meus tempos juvenis de Portismo, qual lança metida na áfrica do regime, após anos de espera por algo desde a infância até à puberdade. Tendo sido também a vitória do tempo dos meus grandes ídolos de infância, com Américo a cotar-se com um dos grandes heróis, em autêntica tarde de glória.
A Taça em apreço está naturalmente entre os trofeus de maior
impacto, na ampla rodoma das vitórias nacionais de futebol pelo FC Porto. Tendo
oficialmente sido entregue à Direção do FC Porto na semana seguinte à vitória do
Jamor, em cerimónia antecedente ao jogo do Torneio da Cidade do Porto realizado
no âmbito da festa da cidade, nesse mês e ano. Momentos a que se reportam as imagens, da entrega do capitão Pinto ao presidente Pinto de Magalhães; e pose fotográfica dos finalistas vencedores, com treinadores e dirigente da secção, junto à taça.
Ora, no significado de tal dimensão, como noutros anos aqui
se tem evocado essa grande alegria através de artigos expressivos, desta vez
direciona-se a lembrança alusiva diante da memória expressa no Museu FC Porto
by BMG. Recordando visitas dos três sobreviventes dessa final, efetuadas ao
mesmo espaço-repositório da memória do clube.
= Taça ao alto!
Essa foi então uma boa oportunidade de Rolando e Valdemar terem inclusive voltado a pegar na taça e Américo estado diante dela, na proximidade
da estátua com que está imortalizado no cimo do autocarro da vitória.
= O guarda-redes Américo, uma das lendas do clube
imortalizado por uma estátua no Museu FC Porto. Américo estreou-se na equipa
principal do FC Porto em 1952/53 e foi dono das balizas do FC Porto desde
1961/62 até 1968/69.
Desses três vencedores da Taça ainda vivos, o mais recente
visionamento público de um deles foi no recente ato eleitoral do FC Porto, em
que, tal como apareceu nas imagens duma das reportagens do Porto Canal, esteve presente a votar Valdemar Pacheco – o popular "Tacinhas", como carinhosamente é chamado na massa associativa de seu
tempo, precisamente porque marcou o golo de livre direto que fez
a reviravolta na final da Taça de Portugal em 1968.
O caso faz vir à ideia que, enquanto é tempo e na
proximidade de mais uma final da Taça, em que o FC Porto volta a ser finalista
esta época de 2019/2020, seria interessante haver uma visita conjunta ao museu portista destes três sobreviventes da Taça de 1968, mais Carlos Duarte (vencedor das Taças de 1956 e 1958), sendo eles, como são presentemente, os mais
antigos vencedores de Taças de Portugal ganhas pelo FC Porto, que felizmente restam
ainda vivos.
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