Por estes dias o "Porto Canal" teve um interessante espaço televisivo
com uma entrevista ao eterno guarda-redes Américo, dedicada à evocação da
carreira desse grande guardião Portista, galardoado com o Trofeu Pinga, ao
tempo o trofeu de maior reconhecimento clubista, como antecessor do atual
Dragão de Ouro.
Na oportunidade – quando Américo Lopes foi «o convidado das Entrevistas de
Carreira dos antigos jogadores do FC Porto» – relembramos o facto, rememorando que o mesmo
já merece, também, um Dragão de Ouro de carreira, como atualização
valorizativa, atendendo a todo o seu percurso, desde que incluiu, como um dos
dois suplentes utilizados então, a equipa campeã nacional de 1958/59 e como efetivo
a partir de 1960/61 até 1969. Em cuja trajetória esse célebre Américo Lopes
conquistou a Baliza de Prata, trofeu instituído pela Agência Portuguesa de
Revistas, que Américo ganhou no primeiro ano de sua curta existência. Tendo
mais tarde obtido igualmente o 1º lugar no Trofeu Somelos-Helanca, de futebolista
mais regular da época, em 1968.
(Ficaram na memória algumas exibições de alto coturno, nomeadamente nos duelos com Eusébio, a que se refere uma das fotos seguintes, vendo-se na outra ele e o seu eterno suplente, Rui:)
Durante anos, e de alguns jogos esporâdicos que lhe foram permitidos na seleção dita portuguesa, custou a ser reconhecido que Américo tinha lugar na seleção da FPF. Contando ainda o facto de Américo haver estado no lote dos "Magriços", mas sem ter sido utilizado na campanha final do Mundial de Inglaterra, em 1966 (devido ao sistema BSB que figurava, das presidências federativas apenas destinadas a pessoas do Benfica, Sporting e Belenenses... motivando caso que, sendo nesse tempo o presidente do Belenenses, teve de jogar o guarda-redes José Pereira também do Belenenses, enquanto o resto da equipa era dividida por Benfica e Sporting, com exceção de ter sido dada vez ao Festa do F C Porto em metade dos jogos feitos na mesma prova, além de Jaime Graça, que era do Setúbal mas já com ida marcada para o Benfica. Erro, de não ter sido Américo a defender, pelo menos na meia.final que foi desastrosa, como o próprio selecionador, que era o benfiquista Luz Afonso, mais tarde reconheceu ter sido crasso...). Américo era reconhecido pelo público como o melhor guarda-redes de Portugal, mas não era escalado para a equipa das quinas. Até que, de seguida à desilusão do Mundial de 1966, a realidade acabou por se impor, e, finalmente, a partir de 1966/67 Américo foi titular da seleção nacional de enfiada, em sequência contínua (até acabar a carreira em 1968/69, por lesão grave), tendo tido grandes exibições, com realce para um célebre jogo em Itália, onde foi considerado Estrela de Roma - conforme se prova por alguns trechos jornalísticos desse tempo...
Como tal, tendo Américo sido um futebolista referencial na história do F C Porto, recordamos sua
figura através de algumas imagens, deitando mão a recortes jornalísticos e
algumas gravuras do arquivo do autor, incluindo uma singela pintura a guache
sobre papel, da lavra de um jovem desse tempo – que teve em Américo seu ídolo
de infância, entre os bons valores do F C Porto).
Américo chegou ao FC Porto no início da década de 50, em
1952, ainda com a idade de júnior. Contudo, e já depois de passar a sénior, após
empréstimo ao Boavista para rodar, porque ainda havia o Barrigana na baliza do Porto, e de seguida haver regressado às Antas com estatuto
elevado perante as suas grandes exibições, teve dificuldades em garantir a titularidade na equipa azul e branca, pois na baliza portista
estavam nesses tempo dois consagrados, Pinho e Acúrcio. A sua promoção à titularidade, no
início da década de 60, depressa o fez notado, demonstrando grande elasticidade e valentia, contudo o decorrer desse tempo coincidiu com o célebre período (interrompido pela
conquista da Taça de Portugal, em 1967/68) de vários anos que o F C Porto passou
sem vencer o campeonato e outras provas oficiais. Apesar de só ter visto o seu
nome ficar ligado ao título do Campeonato Nacional de 1958/59 e à conquista da
Taça de Portugal de 1967/68, Américo seria reconhecido com outros troféus e
distinções individuais: "Baliza de Prata", galardão da então Agência
Portuguesa de Revistas; "Prémio A Bola/Somelos-Helanca" (1967/68);
"Òscar da Quinzena", da RTP; "Troféu Pinga", do F C Porto
(antecessor do "Dragão de Ouro); "O Melhor do Ano" (1966 -
eleição do programa «Escolha o seu ídolo»); e "Melhor Desportista do
Ano" (1967) d' O Norte Desportivo, entre outros reconhecimentos.
Por esses tempos, apesar da escassez de títulos, O F C Porto teve equipas de bom nível, havendo Américo feito parte de planteis com futebolistas de elevada estaleca, que mereciam melhores resultados, não fosse o malfadado sistema de fraco caráceter em Portugal...
Por esses tempos, apesar da escassez de títulos, O F C Porto teve equipas de bom nível, havendo Américo feito parte de planteis com futebolistas de elevada estaleca, que mereciam melhores resultados, não fosse o malfadado sistema de fraco caráceter em Portugal...
De harmonia com a importância representada pela conquista da
Baliza de Prata, destacamos esse facto com imagens de recortes alusivos à respetiva entrega, em pleno relvado do estádio das Antas – como se
pode ver e ler aqui de seguida, abaixo.
Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens, para ampliar )))
O Américo fez uma brilhante carreira no FC do Porto que merece ser recordada. Estava em excelente forma a quando do campeonato do Mundo de 66 e só a teimosia do benfiquista Manuel da Luz Afonso de não mexer no onze obstou a que não tivesse oportunidade de mostrar o seu valor.
ResponderEliminarSou conterrâneo e amigo do Rocha (João Rocha) que consta da lista da II divisão das balizas de prata em 2º lugar, mas que também venceu o troféu (penso que na época seguinte) quando passou a jogar na primeira divisão, não me recordando neste momento se foi ainda no Beira Mar.
DRAGÃO, SEMPRE!