Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

domingo, 27 de setembro de 2015

Grande Prémio de Ciclismo do F C do Porto


O F C Porto tem organizado inúmeras provas e outros eventos desportivos, ao longo dos anos, conforme as circunstâncias. Entre iniciativas de cariz festivo ou de preparação e manutenção, desde jogos particulares, torneios, festivais, etc. Algo que em certos casos transbordou em realizações marcantes, figurando em material memorando, digno do museu do clube. Não tem sido lembrado, contudo, em publicações e cronologias, o facto do F C Porto ter tido uma prova clássica de ciclismo com o nome do próprio clube, caso merecedor de ser também do conhecimento portista.

= Imagem das capas dos livros/catálogo do "Grande Prémio de Ciclismo do Futebol Clube do Porto", referentes às edições de Agosto de 1981 e Julho de 1982 =

Como se sabe, o ciclismo representou um papel importante no crescimento institucional do F C Porto. Sendo, em tempos que no futebol não era possível haver muitas vitórias, quase uma válbula o desporto dos pedais, através da superioridade evidenciada pelos ciclistas das camisolas azuis e brancas. E, tal como ainda agora, por vezes, se no futebol a equipa portista se sente melhor no próprio ambiente, como noutras modalidades também se vê (coisa que tem de mudar, de uma vez por todas, urgentemente, pois não se entende como uma equipa grande como o F C Porto se deixa influenciar negativamente em terrenos de equipas ditas mais pequenas, em comparação, por exemplo)… já no ciclismo os homens das camisolas listadas à Porto percorriam até as regiões dos adeptos fieis, passando à maioria das terras e quantas vezes à porta de cada um dos bons apoiantes.


Nesse prisma, o F C Porto, em tempo de primazia ciclista do mundo portista, teve organização duma prova clássica corrida por etapas, tratando-se dum daqueles chamados Grandes Prémios que antecediam a Volta a Portugal em bicicleta. Havendo então Grandes Prémios com nome dos organizadores, normalmente jornais e outros órgãos de informação e sobretudo empresas de marcas comerciais e industriais. Tendo havido, por iniciativa do clube, também um Grande Prémio com o nome do F C Porto, a partir dos inícios dos anos sessentas, do século XX. O Grande Prémio de Ciclismo do F C Porto, com a participação de todas as equipas do pelotão nacional e até estrangeiras, das formações que estavam para participar na Volta a Portugal, que se seguia no calendário velocipédico nacional. Grande Prémio de Ciclismo do Futebol Clube do Porto esse, ao tempo, popularmente também conhecido por Grande Prémio do Porto. Curiosidade que explica alguma confusão historiográfica, algumas vezes, visto ter havido anteriormente uma chamada Volta ao Porto – que em 1958 foi ganha por Artur Coelho, do F C Porto.

= Mário Sá e Mário Silva, vencedores dos 1º e 2º Grande Prémio do FCP, em 1963 e 1964.=

Assim, o 1º Grande Prémio do F C do Porto foi para a estrada em 1963, sendo ganho por Mário Sá, ciclista do F C Porto; e teve continuidade com o 2º no ano seguinte, vencido por Mário Silva, também do F C Porto, em 1964. Com um interregno de permeio, a prova teve continuidade depois em 1967, ano em que triunfou Leonel Miranda, do Sporting,  repetindo a dose em 1968, em nova vitória do mesmo ciclista leonino. E em 1969 coube a vez a um represente benfiquista inscrever o nome na lista dos vencedores, tendo aí vencido Manuel Luís (Anastácio) do Benfica. 

Depois, sobreveio entretanto uma interrupção mais longa. Enquanto, anos volvidos, numa outra corrida com nome idêntico, em 1978 Venceslau Fernandes, nesse ano em representação do F C Porto, venceu uma chamada Volta ao Porto. 

Até que em 1981 foi reativado o Grande Prémio do F C Porto, em ano comemorativo do 75º aniversario do clube (pela antiga data, antes de ter sido oficialmente reconhecido o verdadeiro ano da fundação). Tendo então triunfado Fernando Fernandes, ciclista do F C Porto que terminou o percurso de várias etapas em 1º lugar na classificação geral do 6º Grande Prémio do F C Porto. Seguidamente, em 1982 triunfou António Alves, igualmente do F C Porto. Voltando a haver repetente de seguida, pois em 1983 venceu novamente António Alves, o mesmo do F C Porto. E, a partir daí, como o F C Porto suspendeu a categoria de Seniores A, inicialmente, e posteriormente toda a atividade da secção, naturalmente não teve continuidade o Grande Prémio do F C Porto, até agora.


= Os dois últimos vencedores do Grande Prémio do F C Porto: Fernando Fernandes (com a camisola de Campeão Nacional de Fundo, título obtido enquanto ciclista do F C Porto no mesmo ano em que venceu o Grande Prémio do FCP, em 1981) e, ao lado, António Alves, vestindo a camisola do F C Porto, com a qual venceu o mesmo Grande Prémio em 1982 e 1983 (e, mais tarde, também foi vencedor duma edição da Volta a Portugal, com outra camisola, depois já do F C Porto ter abandonado a modalidade). =

Armando Pinto

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NOTA BENE: Na ilustração deste artigo, as imagens com a marca A. P. são do arquivo particular do autor; enquanto as restantes, com a devida vénia, são de espólio documental do blogue “dragãodoporto”.

A.P.

1 comentário:

  1. Tive a felicidade de viver o apogeu do ciclismo do FC do Porto numa idade que permitia acompanhar ao vivo muitas das provas em que a nossa equipa participava. Era um entusiasmo enorme sobretudo na volta à Portugal e tivemos um ciclista desta freguesia integrado no equipa do Sporting, Manuel Rocha, já falecido, para quem fizemos uma colecta para o premiar se fosse o primeiro a cortar a meta na sua terra natal. Para azar dele, o risco e o painel de referência, estavam colocados no fim do Largo e, Fernando Moreira, ao entrar nele, deu-se conta de que havia prémio, deu um esticão e Rocha que encabeçava o pelotão não conseguiu melhor do que ser 3º lugar e um prémio de consolação. Boas recordações.

    DRAGÃO, SEMPRE!

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