Não é todos os dias que fazem oitenta anos pessoas que nos foram ou são familiares aos sentidos, ainda que não de sangue mas por afinidades. Como acontece com o sr. Alexandre Magalhães, antigo hoquista, primeiro, depois treinador do hóquei, e por fim Vice-presidente do FC Porto.
Está pois de parabéns o histórico capitão do Hóquei em Patins do
FC Porto Alexandre Magalhães, o carismático hoquista que foi preponderante na
evolução do hóquei patinado dentro do clube. Atleta que viveu os tempos do
crescimento da modalidade no FC Porto, desde finais da década de cinquenta,
passando pela década de sessenta, até ter pousado o stique e os patins já em 1970.
Tendo mais tarde como dirigente estado no período de crescimento maior também do
clube, passando a ser Vice-presidente a partir de 1982 e até finais da mesma década de oitenta, acompanhando Pinto da Costa.
Nascido no Porto a 3 (três) de Março de 1940, Alexandre José
Silva Rodrigues Magalhães perfaz pois, neste dia de 2020, seus 80 anos de vida!
Alexandre Magalhães, sempre foi um associado portista ativo,
acompanhante de tudo o que respeitava ao FC Porto. Tendo de seus tempos de
juventude ficado para a história clubista uma foto de um grupo de adeptos que
foram a Torres Vedras ao último e decisivo jogo do Campeonato de 1958/59, o do
caso Calabote. Entre os quais estava Alexandre Magalhães (terceiro em cima, da
foto, a contar da esquerda) e Nuno Pinto da Costa (no lado direito da mesma, com uma
bandeirinha, como era uso ao tempo, em vez dos atuais cachecóis).
Já então Alexandre Magalhães evoluía no rinque da
Constituição, tendo antes até tido como colega de equipa Acúrcio Carrelo (ao tempo avançado de hóquei e guarda-redes da equipa principal de futebol), o qual acabou depois, à chegada do profissionalismo, por ter optado ficar apenas como guarda-redes de futebol, sagrando-se também campeão
nesse jogo com o Torriense.
Chegados os inícios da década dos anos 1960, o hóquei patinado portista passou por novas faases, sempre com Alexandre Magalhães a impor-se na equipa como um dos seus mais lídimos representantes. Sendo de recordar algo dessas temporadas através de algumas imagens memorandas e uma entrevista elucidativa desses lustros. Tais como:
- Em fevereiro de 1964 - (vendo-se) Alexandre Magalhães ao lado do treinador Domingos Perdigão, testemunhando no rinque da Constituição o ato simbólico da tomada de posse dos então novos seccionistas do Óquei em Patins (como se escrevia à época). Quando o anterior Chefe de Secção deu lugar a José Rodrigues Pinto (depois dos seccionistas Carlos Pinto e Jorge Nuno Pinto da Costa se terem demitido, anteriormente) e o novo Chefe de Secção escolheu o então regressado Jorge Nuno para diretor, entre seus colaboradores, ali presentes também.
- Em Outubro seguinte, depois de Alexandre Magalhães ter feito já parte da Seleção do Norte, aconteceu ter sido dispensado da Seleção Regional, perante cenário derivado de se ter mantido fiel ao clube e não ter aceitado ir jogar no Académico do Porto – conforme ele contou no jornal O Porto em entrevista após haver sido selecionado para os treinos e depois dispensado, em 1964.
Jogara Alexandre Magalhães entretanto junto com Brito e outros que deram
primeiro título Regional da 1ª Divisão ao Hóquei portista. Tendo mesmo feito
parte de diversas equipas da Seleção da Associação do Porto em jogos com
congéneres associações de patinagem. E passados anos, com Cristino, Leite, Ricardo, Hernâni, Castro e novamente Brito, entre outros, esteve na ascensão do hóquei alvi-anil, até que em 1969 adveio o título
Metropolitano. Num longo percurso em que foi sempre Capitão da equipa do FC
Porto.
Depois de tão assinalável carreira desportiva, tendo ao
serviço do FC Porto sido Campeão Regional e Metropolitano (título antigo de
Nacional da Metrópole, quando havia uma fase final com as equipas campeãs das
províncias ultramarinas), Alexandre Magalhães viria ainda a servir o clube como
treinador de hóquei, em 1970, substituindo Laurentino Soares aquando da grande
vitória com o Reus de Espanha, no Porto.
= Em Julho de 1970 treinador no jogo com o Reus
Passados esses tempos, regressaria volvidos anos, como diretor.
Então, foi por assim dizer, um dos principais diretores das
primeiras gerências presidenciais de Jorge Nuno Pinto da Costa. Tendo sido ele,
como presidente do Conselho Cultural, que em 1985 esteve no lançamento do
galardão clubista Dragão de Ouro, assim como teve a seu encargo a colocação no
estádio das Antas dos painéis eletrónicos, populares marcadores de resultados e
de publicidade, assim como com a colocação dos torniquetes das entradas. Tal qual teve papel importante no empreendimento do rebaixamento do estádio, para maior lotação. Bem
como esteve no impulso dos primeiros congressos do universo portista.
= Dezembro de 1983 a
cicerone da Visita de Ramalho Eanes, aquando da condecoração ao FC Porto com a
comenda da Ordem do Infante
= 1ª Congresso das Filiais e Delegações do FC Porto, a 9-10-11
de março de 1984. Alexandre Magalhães na Mesa do Congresso, sendo responsável da
coordenação geral.
Reportando às suas funções de diretor, no Suplemento do
Jornal de Notícias de 19-12-1986 foi reconhecido como grande empreendedor desse
setor, ao tempo.
Esse empenho clubista levou a ter estado no período áureo da
elevação portista, culminando na primeira conquista do FC Porto na Taça dos Campeões Europeus de futebol,
assim como nas primeiras Taça das Taças e Taça dos Campeões Europeus de hóquei
em patins.
Assim em leves pinceladas escritas, fica um pequeno currículo
de Alexandre José Magalhães como homem do FC Porto.
Atualmente desempenha, no âmbito profissional de industrial,
o lugar de Vice-presidente da Assembleia Geral da AEP (antiga Associação
Industrial Portuense), atual Associação Empresarial de Portugal, Câmara de
Comércio e Indústria. Enquanto como apoiante do FC Porto, além de associado de
longa data, é também acionista.
Recentemente esteve em convívio com os seus antigos colegas
do hóquei do FC Porto em comemoração da passagem de 50 anos da conquista do
Campeonato Nacional Metropolitano.
Sendo que oitenta anos é uma idade bonita, como se diz
popularmente, saudamos o carismático “Magalhães do Porto” nesta data de seu 80º
aniversário. Com este singelo artigo, narrando algo provindo da antiga
admiração de entusiasta do hóquei patinado portista e posterior acompanhamento
da vida do FC Porto ao longo dos tempos.
Ah… e é Sócio Honorário do FC Porto (cuja elevação foi aprovada
em Assembleia Geral de 14-6-1985)!
Nota Bene - Uma curiosidade apenas conhecida das pessoas que ao tempo acompanhavam de perto o hóquei em patins do FC Porto:
- Quando o “Capitão” Magalhães deixou de jogar, em princípios de 1970, o então
diretor das modalidades amadoras e atual presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da
Costa, comunicou ao histórico hoquista que a Direção na altura lhe queria fazer
uma festa de homenagem. Alexandre Magalhães recusou, alegando que
tudo tinha valido a pena, por ter tido o privilégio de vestir a camisola do
nosso clube. A Direção, presidida por Afonso Pinto de Magalhães, de imediato
convocou-o então para estar presente num plenário da Direção, a que ele
naturalmente foi, correspondendo embora sem saber a razão. Disseram-lhe aí que
era a segunda vez que o faziam por razões que entendiam ele bem merecer, e no
final ofereceram-lhe uma caixa de prata, que obviamente ele guardou com muita
estima.
Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens )))
Muitos parabéns do também ex-hoquista Carlos Alves. Bonita idade. Que continuemos a festejar muitos e bons anos Magalhães.
ResponderEliminarMuitos Parabéns Alexandre Magalhães. Arbitrei muitos jogos seus. Passe um dia muito feliz. Um abraço
ResponderEliminarVejo agora e isto merece um comentário mesmo tardio. Não tinha ideia da idade deste senhor, mas afinal é ainda mais novo uns anos que o presidente Pinto da Costa, seu antigo colega. E ainda dois valores do hóquei do FCP, como vimos um a jogar e outro a ditigir. Os dois formavam uma boa dupla, foi penas terem-se zangado, quando até eram compadres visto o sr. Alexandre Magalhães ter sido escolhido pelo amigo para padrinho do seu filho. Quando estiveram juntos na Direção do FCP foram os tempos mais produtivos do nosso clube. Lamento estarem de costas voltadas, quem sabe um dia o presidente ainda volte atrás, como fez com o filho, entre vários exemplos.
ResponderEliminarJC