Por na lembrança dedicada a Tommy Docherty (a propósito de
seu falecimento no último dia de 2020) se ter aqui aflorado, neste espaço particular
de memória portista, a homenagem prestada ao treinador Elek Schwartz, em que o
sucessor Doc também esteve presente num bom exemplo de ligação, recordamos em
seguida, desta vez, essa mesma homenagem, como algo raro na saída de um e entrada
de outro treinador. Qual bom exemplo de no FC Porto haver ocasiões históricas
também de reconhecimento e gratidão.
Chegado ao FC Porto no defeso de final da época de 1968/1969,
que deixara marcas profundas com os acontecimentos internos que levaram a ter
sido perdido o campeonato nacional, Schwartz pouco tempo tivera para estar à
frente do futebol portista, por motivo de doença que o afastou do camando da
equipa principal do FC Porto, no início da época de 1969/1970. Tendo nesse
período estado na orientação da equipa Vieirinha, em situação episódica. Estava
então a equipa a passar por momentos de transição difíceis, após o fim da
carreira do guarda-redes Américo, devido a grave lesão, tendo sua substituição
sido dolorosa, por assim dizer, com cinco guarda-redes ao longo da temporada (havendo
começado a época na baliza o jovem Aníbal, por lesão momentânea de Rui, depois
Rui assumiu finalmente o lugar de titular, de seguida entrou Vaz e ainda Antenor,
todos chegando a vestir a camisola nº 1, com Frederico também a ter estado no
banco). Acrescendo a saída do avançado goleador Djalma, ao passo que a
aquisição de um avançado brasileiro, Ronaldo, se revelou ineficaz (tanto que
mais tarde passou para defesa), seguindo-se a vinda de outro avançado oriundo
do outro lado do Atlântico, Salim, sem ter conseguido corresponder, também. De
permeio com entradas de jovens valores, sem traquejo do peso da camisola dum
grande clube. Em cuja soma de ocorrências se deu então a nova tentativa com o
treinador Tommy Docherty.
Estava-se na chegada também da primavera, em 1970, e na despedida do treinador que estava de saída, a Direção presidida por Afonso Pinto de Magalhães homenageou Elek Schwartz com um jantar de honra, honrando sobremaneira sua passagem pelo FC Porto.
Dessa mesma homenagem deu conta o jornal do clube, em desenvolvida reportagem, havendo assim no jornal O Porto ficado noticioso testemunho desse acontecimento eloquente.
Ora por ser extensa a tal reportagem, ao longo de várias páginas, recordamos a mesma homenagem com passagens do início da narrativa descritiva mais alguns tópicos de frases fortes dos discursos, em quadro de sumário da própria reportagem historiadora.
Fica assim recordada essa jornada de confraternização, realizada como forma de homenagear esse treinador que esteve no FC Porto e saiu muito cordialmente. Em atitudes, de um lado e de outro, de louvar e devidamente registar.
Armando Pinto
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