Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Falecimento de Reinaldo Teles, histórico dirigente do FC Porto – o “Tio Reinaldo” da Família Portista!

Faleceu Reinaldo Teles, esta quarta-feira no Hospital de São João, no Porto. Tinha 70 anos e perdeu a vida como vítima da Covid-19. Cujo desaparecimento é sentido por todo o universo portista. Sendo ele, o sr. Reinaldo Teles, uma daquelas Pessoas cuja morte é sentida mesmo por quem nunca com ele tenha privado, sendo como era figura querida de toda a gente afeta ao sentimento portista. Havendo como há pessoas que são como se fossem de nossa família, não pelo sangue, mas pelo coração, ao jeito como corre nas veias o mesmo pulsar “pelo Porto”.  Podendo-se querer, desde já, que fique junto a outros senhores que dizem muito ao FC Porto.

( Parte duma página do livro “5 – 1999… um ano d‘ouro”, edição do Conselho Cultural do FC Porto em 1999, sobre o Penta do futebol FC Porto e das principais modalidades do clube.)

Nesta hora, enquanto esta perda nos entristece muito, ficamos a desejar que possa ser sepultado no Mausoléu do clube, onde “Repousam Glórias do FC Porto”. Embora dependendo da vontade da família, mas desde já fica a lembrança, pois ele bem merece ficar junto de Pinga, Acácio Mesquita, Miguel Siska, Soares dos Reis, Pavão, Pedroto, João Silva, Joaquim Lopes (Lopinhos), etc.  

Chegou a triste notícia aos meios de difusão quase a par com a notícia da morte do astro do futebol mundial Maradona, e na proximidade de em França a equipa principal do FC Porto entrar em campo para mais uma importante eliminatória da Liga dos Campeões Europeus de futebol. Mas, enquanto o que é nosso nos diz evidentemente muitíssimo mais, a nós portistas, mas não só, assim como deverá querer dizer para os portugueses, fica-se a desejar que possa haver um bom resultado diante do Marselha para dedicar a Reinado Teles. E mais que tudo o resto interessa respeitar e dignificar todo o legado que ele deixa, como pessoa que tinha o FC Porto acima de tudo e muito fez pelo futebol português.



(...do livro “F. C. Porto - O Dragão soma e segue” – Álbum 91/92”, de Manuel Dias, edição ASA, 1993.)

Braço-direito de Pinto da Costa no FC Porto, nos tempos mais recentes já não exercia tão ativamente como antes funções diretivas na frente do quotidiano azul e branco, por motivos de saúde. Mas era presença normal perto de tudo o que fosse relacionado com o futebol portista. Até que agora, nesta quarta-feira 25 de novembro, faleceu no Hospital de São João, no Porto. Onde estava internado desde que lhe fora diagnosticada covid-19 há cerca de um mês. Pertencia ao grupo de risco não só pela idade como por via de outras complicações de saúde, como problemas cardíacos. Antes do jogo do FC Porto com o Portimonense, dezenas de elementos da claque Super Dragões estiveram à porta do hospital, a apoiar o "tio Reinaldo", que sempre teve uma ligação estreita com a claque.



(... Do livro “F. C. Porto – O Tetracampeonato ou o vício de vencer – Álbum 97/98, de Manuel Dias, edições ASA, 1998.)

O histórico dirigente portista era uma das pessoas mais próximas de Jorge Nuno Pinto da Costa no FC Porto, Estava ligado aos dragões desde 1967.

Entretanto, «o FC Porto que se encontra em Marselha para jogar a Champions, já reagiu à morte do dirigente. "70 anos a amar o FC Porto, 50 a lutar pelo FC Porto. Até sempre Reinaldo Teles", escreveu a representação oficial do emblema azul e branco no Twitter.

Recorde-se que além de sua ligação ao futebol, era dirigente e administrador da SAD do FC Porto. E como dirigente do futebol fica na história por ter ganho todos os títulos possíveis no futebol profissional, como a Taça Intercontinental, Liga Campeões, Liga Europa, inúmeras vezes campeão nacional, assim como, venceu inúmeras Taças de Portugal e Supertaças Cândido Oliveira.

Começara por andar no FC Porto, além de adepto, também como atleta pugilista, em cuja modalidade foi campeão regional e nacional. Depois exerceu funções de dirigente na mesma secção. Ocasião em que conheceu Pinto da Costa quando ele ainda chefiava essa mesma secção de Boxe. Foi na modalidade que o consagrou que entrou no dirigismo a convite do líder dos dragões. Continuando seguidamente por andar de perto como colaborador na secção de futebol, tendo começado a ser visto publicamente aquando da conquista da Taça dos Campeões Europeus em Viena, no ano de 1987. E depois passou a liderar o futebol dos dragões no final da década de 80 e início dos anos 90, tempos de grandes conquistas portistas. Recentemente, afastado devido a doença, mas mantendo sua presença, era administrador não executivo da SAD.

Figura acarinhada pelos adeptos e dirigente reconhecido pelos seus, no final de 1989 recebeu o Dragão de Ouro para dirigente do ano, em 1994 foi distinguido com o estatuto de sócio honorário do FC Porto e em 1998 foi condecorado com o Dragão de Honra.

Gostava de estar na sombra. Não queria ser protagonista e por isso poucas vezes acedeu a dar entrevistas e normalmente apenas para publicações do clube. Segundo ele a sua opinião só contava para dentro (do clube, entenda-se) e não para fora. Uma das raras vezes que falou foi para recordar os tempos em que era pugilista. "Eu tinha muito jeito mas, acima de tudo, treinava muito. Chegava a estar mais de uma hora aos murros ao "saco" e fui campeão porque era mais forte, mais ágil de pernas e braços. Que me lembre, nunca fui ao tapete e nunca perdi por KO", disse ao jornal Tribuna de Macau em agosto.

Um mês depois de ser infetado perdeu a luta para a covid-19. Não por KO, mas pelo soar do gongo do combate da vida.

Descanse em paz, “Mister” Reinaldo. E lá no Infinito da vida, no firmamento azul celeste, continue a pugnar pelo nosso FC Porto.

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Vem a propósito recordar o que há já algum tempo foi aqui neste blogue publicado, a homenagear Reinaldo Teles:


Porque a Memória Portista se faz também fazendo memória  passe a redundância mas com extensão propositada de reforço  e porque pode um motivo especial dar mote para algo que mereça lembrança, serve a preceito a passagem do dia de aniversário respetivo para aqui se fazer uma homenagem assinalável, ainda que por este simples meio, a um nome que figura gloriosamente na História do FC Porto, como é o caso de Reinaldo Teles: Dirigente para sempre ligado a grandes momentos do futebol azul e branco, associado a grandes alegrias da família portista.  


Nascido o senhor Reinaldo Teles no dia 14 de Fevereiro de 1950, em Frazão-Paços de Ferreira, é  figura emblemática do FC Porto, onde entrou como pugilista e mais tarde passou a ser chefe do departamento de futebol profissional do FC Porto, enquanto depois continuou como um dos diretores do FC Porto Futebol SAD e colaborador atento ao futebol do clube.


Dispensa muitas palavras o carisma de tal dirigente, mesmo porque sempre foi mais homem de ação que de palavras. Acrescentando-se simplesmente, como amplexo de parabéns, o que sobre o mesmo, personagem portista em apreço,  está registado no livro “FC Porto figuras  & factos 1893-2005”.

(Parte de página do livro “FC Porto figuras & factos 1893-2005”, por Manuel Dias e J. Tamagnini Barbosa, edição Notícias do Douro / O Comércio do Porto, 2005.)

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Na página informática do FC Porto foi registado o luto do FC Porto:

«Histórico dirigente do FC Porto tinha mais de 50 anos de ligação ao emblema da Invicta

Reinaldo Teles, administrador do FC Porto, faleceu esta quarta-feira, aos 70 anos. A ligação do antigo atleta, seccionista, diretor, vice-presidente e administrador da SAD do FC Porto, no papel de associado, estendia-se há mais de meio século, desde 1967.

Natural de Paços de Ferreira, Reinaldo Teles ingressou no FC Porto enquanto atleta do boxe e aí alcançou diversos títulos nacionais que integram o vasto palmarés azul e branco na modalidade. Em 1979, deu por terminada a carreira de pugilista e tornou-se dirigente da secção para, três anos depois, graças à chegada Jorge Nuno Pinto da Costa à presidência do emblema da Invicta, se transferir para o departamento de futebol e ocupar o cargo de diretor adjunto. Ascenderia à liderança do departamento em 1988.

No final de 1989 recebeu o Dragão de Ouro para dirigente do ano, em 1994 foi distinguido com o estatuto de sócio honorário do FC Porto e em 1998 surgiu a condecoração com o Dragão de Honra. Desde então, Reinaldo Teles, integrou o leque de administradores da SAD e do clube portista e, lado a lado com o amigo e presidente Pinto da Costa, contribuiu para as imensas vitórias portistas que engrandecem as vitrines da instituição tripeira. 

À família enlutada, o FC Porto apresenta as mais sentidas condolências.»

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Reinaldo Costa Teles Pinheiro (1950-2020) além de Dragão de Ouro e Sócio Honorário do Futebol Clube do Porto, era também Sócio de Mérito da Associação de Futebol do Porto. 


Armando Pinto
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1 comentário:

  1. Nota oficial tornada pública na manhã desta quinta-feira:

    «As cerimónias fúnebres de Reinaldo Teles, figura histórica do FC Porto e falecido ontem, acontecerão amanhã, sexta-feira, pelas 11 horas na igreja do Bonfim.

    Em mais de quatro décadas de dirigismo e em 38 anos ligado ao futebol, Reinaldo Teles preencheu o currículo com a mesma imensidão de títulos que ostenta Jorge Nuno Pinto da Costa: duas Ligas dos Campeões, duas Taças Intercontinentais, duas Ligas Europas, uma Supertaça Europeia, 22 Campeonatos Nacionais, 13 Taças de Portugal e 20 Supertaças. A devoção ao FC Porto que sempre revelou foi reconhecida com as atribuições do Dragão de Ouro de dirigente do ano de 1989, do Dragão de Honra de 1998 e do estatuto de sócio honorário, aprovado em assembleia-geral em 1994. »

    Fica ideia que a boa ideia de poder ser sepultado no mausoleu do FCP não deve ser conceretizada, infelizmente.

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