Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Penaltis históricos em jornadas europeias nas Antas e no Dragão - a propósito do Porto-Marselha

Fica na memória o jogo FC Porto-Marselha desta terça-feira primeira de novembro, a contar para a terceira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões de 2020/21. Para além da segunda vitória do FC Porto na prova, dando o clube dragão um passo importante rumo à possível continuidade na competição mais importante da Europa, também porque o jogo ficou marcado por um penalti falhado pela equipa adversária, sendo um penalti não concretizado coisa que não acontecia há muitos anos em noites de jogos europeus no estádio mais representativo da cidade do Porto. Embora com algumas diferenças.

Ora se desta feita o penalti foi chutado por cima da barra, da outra vez foi defendido pelo guarda-redes do Porto, daí a grande diferença.

Pois então, agora, em 2020, estava-se ainda no minuto 10 do FC Porto-Marselha, com o FC Porto a vencer por 1-0 desde os quatro minutos de jogo. Então o árbitro assinalara penálti a favor do Marselha, considerando uma falta de Sarr sobre Thauvin. E Payet, internacional francês, remata alto, enviando a bola por cima da trave da baliza, com o guarda-redes portista caído para o outro lado. 

Em 1968: Penalti a favor do Cardiff, quase ao expirar do jogo, com o FC Porto a vencer por 2-1. Caso o penalti fosse convertido haveria empate e incerteza para o desempate, visto ter terminado empatado com dois golos para cada lado o jogo da 1ª mão. Sucedendo então remate colocado do marcador do penalti, John Toshack, mas o guarda-redes Américo com excelente reflexo, desvia a bola da baliza, defendendo o potente disparo.

E o FC Porto de ambas a vezes saiu vencedor.

Assim sendo, regista-se o facto recente com um recorte do jornal O Jogo...

...para de seguida se assinalar devidamente a grande dferença ente um caso e outro. Relembrando como em 1968 o FC Poro seguiu em frente graças a uma grande defesa do guarda-redes Américo, em momento decisivo dessa eliminatória (ao tempo para a Taça dos Vencedores de Taças da Europa). 

Algo para recordar devidamente:

Estava-se no início de outubro, ao correr do outono de 1968, quando o FC Porto defrontou pela segunda vez o Cardiiff, na decisão da eliminatória inicial da Taça das Taças da época de 1968/69, a então existente prova europeia da Taça dos Vencedores de Taças, para a qual o FC Porto se apurara como vencedor da Taça de Portugal da época de 1967/68.

À chegada do segundo jogo, o FC Porto vinha de ter conseguido no País de Gales um bom resultado, através de um empate a dois golos. Perante uma grande recuperação, visto ter estado a perder por 2-0, respondendo depois com dois golos do “capitão” Pinto, o “ Cabecinha de Ouro” Custódio Pinto, que fixou o resultado em 2-2.

Com dois golos marcados fora de casa, à luz dos regulamentos das provas internacionais, o FC Porto estava em vantagem. Bastava assim no jogo das Antas um empate desde que fosse a zero ou por um golo para cada lado, se não fosse possível a vitória, mas esteve quase a acontecer outro empate a dois golos (com o FC Porto a vencer pela diferença mínima), não fosse uma portentosa defesa de Américo perante a marcação dum penalti, quase no expirar do tempo regulamentar…

(À época se isso acontecesse, havendo empate na eliminatória, depois poderia suceder algo mesmo de lotaria, visto haver desempates por moeda ao ar… como o FC Porto fora já eliminado em outubro de 1966 para a então existente Taça das Cidades com Feira, diante do Bordéus…)

Então, a 2 de outubro de 1968, em jogo disputado no Porto, em pleno Estádio das Antas, a contar para 2ª mão da 1ª eliminatória da Taça das Taças em futebol, disputou-se esse jogo entre o Futebol Clube do Porto e o Cardiff, decisivo para a passagem à eliminatória seguinte.

Nessa noite, que era até de estreia do técnico José Maria Pedroto  como treinador nas provas da UEFA, o FC Porto recebeu e bateu o Cardiff, eliminando-o da Taça das Taças, com resultado feito por meio de um golo de Djalma e outro de Custódio Pinto, a suplantar um único golo adversário. Mas, com o resultado assim, aos 87 minutos o árbitro apitou para um penálti contra os dragões... E com muita gente a nem querer olhar, tal penalti acabou defendido pelo guardião portista Américo. Uff… Assim Américo tornou-se herói do jogo, depois de ter voado e desviado a bola para canto! Em remate bem apontado por John Toshack, que havia sido marcador do golo da sua equipa durante o jogo (e anos volvidos veio para Lisboa treinar o Sporting nos anos 80).

Resumindo, Pinto foi autor de três golos na eliminatória, Pavão fez uma grande exibição, como toda a equipa e Djalma concretizou o outro golo. Sendo de anotar que nalguns registos posteriores sobre o mesmo jogo aparece atribuído o primeiro golo como tendo sido de Pavão, mas no jornal O Porto ficou impresso ter sido de Djalma o 1º golo do encontro desse desafio da 2ª mão, nas Antas.

Pois então, já com noite cerrada nesse fim de dia, em 1968, Américo ao defender esse penálti já em tempo final do jogo, ajudou decisivamente o FC Porto a qualificar-se para a eliminatória seguinte da então oficial Taça das Taças.

Armando Pinto

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