A 19 de janeiro, em 1958, o FC Porto conseguiu uma das raras mas convincentes vitórias durante o antigo regime, em terreno do adversário mais protegido do seu regime reinol, ao derrotar em casa do Benfica o próprio Benfica, o clube encarnado mais uma vez ajudado pelo sistema mediante uma vergonhosa arbitragem do Calabote que identificava já a batota desses tempos de velhos processos.
Então «Inocêncio Calabote começava a fazer das suas,
sensivelmente um ano antes de tentar decidir um campeonato a favor do Benfica...
O árbitro de Évora fez tudo o que podia para evitar o triunfo portista em
Lisboa», que mesmo assim acabou por vingar com um emotivo 3-2 a favor dos
homens do Norte. Resultando nesse dia inglório o esforço do árbitro vestido de
preto mas de coração vermelho, a pontos de ter expulsado o avançado azul e
branco António Teixeira, sem se entender porquê, por acaso ou não o marcador do
golo inicial e que estava ainda no marcador nessa fase do jogo…. Mas, como por
vezes ainda a verdade prevalece, depois acabou por ser feita justiça com golos a
dobrar apontados por Carlos Duarte e Hernâni.
Obviamente desse jogo aqui o autor destas linhas sabe o que
transmite a voz popular escorreita, porque nesses tempos tinha ainda poucos
anos de vida, como muitas pessoas de gerações atuais. Chegando à atualidade
notícias disso e mais pelo que ficou registado em crónicas e reportagens dessas
eras. Embora tendo de se saber dar descontos, não do tempo de jogo mas de
discernimento das opiniões, porque já nesse tempo a imprensa era quase toda a
favor dos clubes de Lisboa. O que se entende e mais importância dá ao caso,
quando em próprias publicações lisboetas ficou anotado não se entender tal
expulsão e ter sido louvada a grande exibição do esquadrão do Porto. Como se
pode ver pela crónica inserta ao longo de algumas páginas da revista Sport
Ilustrado, em sua edição de 21 de janeiro de 1958, reportando a glorificada
vitória portista dois dias antes, a 19 de janeiro. Algo que aqui se partilha
para os devidos efeitos (e chegou agora ao meu conhecimento por amável envio do
amigo Paulo Jorge Oliveira, em mais uma deambulação pelo seu acervo documental de
material portista).
Armando Pinto
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