Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

quarta-feira, 12 de maio de 2021

A propósito dum dos prémios de Américo: ternas lembranças em tempo celebrativo de Fatima

 

Em dia numeral como este que passa, ou seja no dia 12 de maio, há 53 anos Américo foi considerado o melhor jogador do Campeonato Nacional de 1967/1968 e com essa distinção conquistava em 1968 a Iª edição do Prémio Somelos-Helanca. Ocorrência registada em dia das cerimónias noturnas de Fátima.

Ora, estando-se em tempo das cerimónias aniversárias das Aparições de Fátima, à chegada dos dias das celebrações sempre tocantes de 12 e 13 de Maio – algo que nem é necessário explicar exteriormente, pois é daquelas coisas que ou se sente ou não se sente – vem a propósito evocar qualquer coisinha relacionada.

Pois é, este é um tempo, mesmo, em que ecoam na caixa de ressonância da memória diversas passagens do tempo de nossas vidas. Como em casos pessoalmente vividos, há algumas décadas… e curiosamente de ocasiões relacionadas com Américo, meu grande ídolo desportivo de minha infância portista. 

O guardião Américo já antes tinha sido o primeiro guarda-redes a ganhar a 1ª edição da Baliza de Prata, como guarda-redes menos batido em 1964. 

Depois de uma época nos juniores, tendo começado oficialmente na formação portista em 1951, estreara-se como sénior no FC Porto em 1952/53. Volvidos anos teve direito à faixa de Campeão Nacional, pois jogou com a camisola nº 1 já no campeonato ganho em 1959 e alcançou a titularidade em 1961/62. Isso após ter sido suplente de Barrigana e Acúrcio, de permeio com intromissão da tropa, cujo serviço  militar obrigou a dois anos de paragem futebolística, seguindo-se alguns anos a terceiro guarda-redes do plantel, com passagem pelas Reservas (equipa B) do FC Porto, incluindo empréstimo por uma época ao Boavista, até que ficou dono das balizas do FC Porto como titular indiscutível da equipa principal portista de 1961/62 a 1968/69 (quando teve de terminar a carreira devido a grave lesão). Disputou 256 jogos oficiais pela equipa A do FC Porto, que lhe valeram 🥇 1 Campeonato Nacional, em 1958/59 e 🏆 1 Taça de Portugal, de 1967/68. Algo assinalável, nesse tempo do sistema federativo BSB… 

Pois em 1968, quão ficou na memória portista, no final do campeonato, em Maio, deu-se o caso de ter ficado então consolidada a vitória do guarda-redes Américo no Prémio de Regularidade "Somelos-Helanca", conforme o nome da firma patrocinadora. Um galardão à época começado a ser atribuído, em pontuação ao longo dos jogos do campeonato, precisamente ao mais pontuado e como tal considerado o melhor. Facto mais assinalável por se tratar do jornal A Bola, tradicionalmente afeto aos clubes de Lisboa e nomeadamente protetor do que for do Benfica.

= Américo (muito depois de ter terminado a carreira do futebol), entre o seu antecessor, Acúrcio, mais atrás; e Vitor Baía, o mais famoso de seus sucessores. =

A propósito, recordamos aqui equela referida façanha, de Américo ter suplantado a concorrência em pontuação de reconhecimento por um jornal adverso ao F C Porto.

= Foto da equipa do FC Porto no ato de entrega da Taça Somelos-Helanca, ao final da época de 1967/68. Relativa à conquista do Prémio Somelos-Helanca ganho pelo guarda-redes Américo, como futebolista mais regular e valioso dessa época. Esta pose conjunta seguiu-se a Américo ter recebido em mãos esse trofeu (tendo sido fotografado individualmente junto a essa taça grande, em foto que estava junto à mesma na primeira Sala-museu Afonso Pinto de Magalhães, na antiga sede do clube, da Praça do Município). Estando nesta foto da cerimónia de entrega (em cima e da esquerda para a direita): Jaime Silva, José Rolando, Bernardo da Velha, Valdemar, Américo, Rui, Fernando, Sucena, Eduardo Gomes; (e em baixo, pela mesma ordem) Lisboa, Luis Pereira, Djalma, Malagueta, Custódio Pinto e Ricardo. 


É uma das lendas do clube, com placa alusiva no passeio da fama junto ao pavilhão Dragão Arena, e está imortalizado no Museu do FC Porto através duma sua camisola numa vitrina e por uma estátua no cimo do autocarro da AT "Destino: Vencer".


Américo, o “Baliza de Prata”, como era também conhecido por ter sido o primeiro guarda-redes que venceu igualmente tal trofeu (esse da Agência Portuguesa de Revistas), é efetivamente um nome histórico e motivo de constante recordação.

Em vista disso coloca-se aqui um recorte alusivo da época, respigado do jornal O Porto; assim como uma apreciação contemporânea, meses depois, sobre a sua forma, sabendo que viria a abandonar o futebol passados meses devido a grave lesão. Guardando a atualidade dele constar no museu do F C Porto By BMG com uma estátua, embora de modo pouco visível, estando em cima do autocarro incluído no espaço museológico.


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Mas  não está tudo. Porque, a talhe da passagem da temporada celebrativa de Fátima, algo ficou na memória também, na relação com a admiração pessoal nutrida por esse grande valor da história portista. Tendo acontecido que há uns anos bons, ainda antes do FC Porto ter sido Campeão Europeu de futebol (pois um ano antes havia sido de hóquei em patins) eu fui, em maio de meio da década de oitenta,  também um dos peregrinos a fazer o caminho de Fátima a pé. E nessa caminhada por etapas, no dia em que passei pela zona onde Américo residia, e vive ainda felizmente, ao deparar-me com as placas indicativas da sua terra afetiva, logo me veio à ideia esse grande guarda-redes, imaginando como gostaria de um dia o visitar e poder ver in loco coisas suas que eu tanto gostava de ver quando ele defendia as balizas do meu Porto. E não é  que, passados anos... houve um dia em que pude mesmo estar com ele no seu museu particular, em sua casa?!  


Armando Pinto
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