Morreu o Dr. José Eduardo Pinto da Costa, antigo Dirigente
do FC Porto e Associativo, como também irmão do atual Presidente da Direção do
FC Porto Jorge Nuno Pinto da Costa. Atualmente mais conhecido como médico legista
de renome e professor catedrático. Falecido esta quarta-feira, dia 8, aos 87
anos. Era o irmão mais velho de Nuno Pinto da Costa, com quem o atual
presidente portista pela primeira foi ver um jogo de futebol ao campo do FC
Porto, na Constituição, quando o mais novo era ainda criança e este irmão já
jovenzito.
= Foto do livro "JORGE NUNO PIMNTO DA COSTA A CHAMA DO NOSSO DRAGÃO", do próprio Jorge Nuno.
Recorde-se que ainda recentemente, em novembro, já o
presidente do FC Porto tinha sofrido um duro golpe familiar com a morte da
irmã, Maria Alice, falecida então aos 86 anos.
Nascido na cidade do Porto a 3 de abril de 1934, o Dr. José Eduardo
era o mais velho de seis irmãos, numa história familiar conhecida por via do
irmão ser o Presidente do FC Porto e dirigente desportivo mais titulado no país
e no mundo.
Médico, com licenciatura concluída em 1960, na Faculdade de Medicina
do Porto. Cuja tese, “Morte por Acção do Óxido de Carbono – Estudo Médico-Legal”,
teve honras de citação na revista da Interpol. Desenvolveu saliente atividade,
numa carreira notável, havendo transitado por variados e importantes cargos,
bem como esteve envolvido em organizações de eventos ligados à sua
especialidade e à docência. Havendo então sido o primeiro português a ser
eleito vice-presidente da Academia Internacional de Medicina Legal e de Medicina
Social, cargo exercido entre 1985 a 1991, após eleição numa assembleia geral
realizada em Budapeste, na Hungria. Era membro de 32 sociedades científicas
nacionais e internacionais, autor de livros científicos e de inúmeros artigos
publicados em revistas médicas. Exerceu de permeio diversos lugares no
dirigismo desportivo. Foi condecorado com o Grande Colar de Santa Apolónia, em
1987, e agraciado com a Comenda de Honra da Federação da Cultura Portuguesa. A
partir de 1974 dedicou-se exclusivamente à Medicina legal, na tripla vertente do
ensino, investigação científica e realização pericial.
Desde muito novo ligado ao desporto e sócio do FC Porto, foi
entretanto em jovem também jogador de futebol do FC Infesta, tal como o irmão,
e depois serviu o FC Porto em diversos lugares diretivos em várias modalidades,
bem como em representação do FC Porto foi presidente da Associação Portuense de
Boxe (quando irmão assumiu dentro do FC Porto a liderança da secção da mesma
modalidade) e ainda elemento diretivo na Associação de Patinagem do Porto. Em
1970/71 integrou o corpo clínico do FC Porto e mais tarde passou a ser
presidente da Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Hóquei em Campo.
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Na parte sociável mais conhecida, era reconhecido em Portugal e no estrangeiro por uma vida inteira dedicada à Medicina Legal, mas também era um especialista em viver bem e de forma positiva, sendo um homem com um sentido de humor extremamente refinado e com um gosto especial pelo teatro. Ler e escrever foram as formas preferidas de passar o seu tempo livre. Ainda no ano passado, quando Portugal entrava em estado de emergência devido à covid-19, em março, o Dr. José Eduardo foi entrevistado pelo "Expresso" e, quando lhe perguntaram que conselho daria às pessoas em confinamento, aconselhou-as a ler. Mas também disse uma vez que, "se não fizesse (mais) nada, ia todos os dias ao teatro", uma paixão que nasceu na infância e que recordou aos microfones da TSF, também em 2020. José Eduardo tinha 9 anos quando começou a frequentar regularmente o S. João Cine, atual Teatro Nacional de S. João, ao tempo propriedade de um bisavô, onde toda a família tinha à disposição um camarote para ver teatro e cinema, mais uma frisa para assistir a concertos. Chegou a representar na adolescência e até dizia que o teatro devia ser uma disciplina obrigatória: "A capacidade de comunicar aprende-se muito no teatro". Também teve os seus 15 minutos de fama na música. Ou talvez não. "Tocava - e muito mal - violino, diga-se de passagem. Cheguei a dar um concerto que foi o primeiro e único, porque as pessoas falavam tanto que eu fiquei frustrado e disse: para isso, não", contou à rádio.
Era figura pública, quão personagem social deveras simpático
e muito conhecido, além de sua vida e obra, pela sua fisionomia saliente em
suas longas barbas brancas.
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Quando era dirigente do FC Porto teve até ocasião de homenagear os Campeões Europeus da Seleção de Juniores de 1968, vencedores do Europeu disputado em Vigo, na Galiza-Espanha, em conjunta homenagem da Associação de Patinagem e do próprio F C Porto, numa cerimónia realizada no rinque da Constituição. Sendo dessa ocasião a foto que se regista: Vendo-se, no instantâneo fotográfico respetivo, os hoquistas Cristiano, Barbot e Castro, no momento em que era entregue a Fernando Barbot uma placa alusiva com que a APP homenageou os Campeões Europeus de sua jurisdição. Na imagem está, à direita, o então diretor Dr. José Eduardo Pinto da Costa (ainda sem as barbas brancas que tornaram depois mais conhecido o Doutor Pinto da Costa).
Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens )))
Muitíssimo bem. A melhor homenagem que o Prof. Dr. Pinto da Costa podia ter, com informações de seu currículo que não constam noutros sites e páginas, de modo a não se andar a copiar só duns lados para outros. Admiro bem como consegue, que entendo pela grande profusão informativa que possui na sua biblioteca e arquivo pessoal, mais grande cultura granjeada.
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