Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Memória de Pavão, na data de seu falecimento!

Foi em 1973, ao dobrar a meio o mês de dezembro, que na tarde cinzenta do domingo dia 16 faleceu Fernando Pascoal Neves, conhecido por Pavão, mítico futebolista do FC Porto que tombou em pleno jogo ao serviço do clube de seu e nosso coração.

Fernando Pascoal Neves, mais conhecido e celebrizado por Pavão, nascido em Chaves a 12 de Agosto de 1947, faleceu assim na cidade do Porto e no coração do FC Porto a 16 de Dezembro de 1973. Era jogador de futebol do FC Porto, com cuja camisola azul e branca vestida conseguiu ser Campeão Nacional de juniores e vencedor da Taça de Portugal, então já em seniores. Tal como tinha a faixa de capitão da equipa principal do FC Porto, além de ter envergado ainda a camisola da seleção nacional – não tantas vezes como merecia ser chamado a representar Portugal, sabendo-se que era o melhor no seu lugar, mas como jogava no FC Porto, atendendo ao sistema BSB que privilegiava tudo o que fosse de Benfica, Sporting e Belenenses, as poucas vezes que conseguiu superar isso demonstra como era mesmo bom… e superior à concorrência!



Morreu então no decorrer do jogo de futebol disputado no Estádio das Antas no que veio a ser seu último dia de vida. Ao minuto 13 da 13ª jornada da época de 1973/74, durante o encontro do Futebol Clube do Porto com o Vitória de Setúbal. Pavão caiu no relvado e ficou inanimado. Foi levado para o Hospital de São João, mas apesar de todas as tentativas médicas de reanimação, não foi possível mantê-lo vivo.


Tal como ficara conhecido por fintar os adversários de braços abertos, em associação ao majestático porte dos pavões, ficou com seu esplendor para sempre na memória portista.


Estava-se a 16 de Dezembro de 1973 e esse jogador referencial de então ainda foi transportado para o Hospital de São João, mas o óbito foi declarado ainda antes do final do jogo com o Vitória de Setúbal. Tendo a notícia rebentado publicamente ao final do jogo. Para depois ter tido velório no Pavilhão Afonso Pinto de Magalhães, a abarrotar de gente, na cidadela desportiva das Antas, e o seu enterro, até ao jazigo perpétuo do F C Porto, teve uma das maiores manifestações públicas de pesar e homenagem de despedida na cidade Invicta.

Com muito orgulho guardo dele uma camisola, que tenho emoldurada em quadro em lugar de honra no meu escritório-ateliê de leitura, escrita e passatempo. Camisola que, por lembrança do meu amigo senhor Armando Silva, ao tempo guarda-redes do FC Porto, o Pavão foi buscar ao seu armário dos balneários e me entregou, em 1972. 

Para não repetir algo do que tem sido relembrado aqui noutros anos por esta ocasião, também, e porque a narrativa da triste ocorrência será naturalmente evocada noutros locais, lembramos esse vulto da História Portista, e do futebol nacional, através de algumas imagens de arquivo pessoal (entre as quais um título duma entrevista quando era “Capitão” de equipa)...

...e, com uma visão de sua ficha contante na "Enciclopédia do Desporto", edição de 2003 da Quidnovi, em seu volume 11.

Está sepultado no Mausoléu do Futebol Clube do Porto, no cemitério de Agramonte, onde jazem Estrelas do FC Porto. 

Pavão é eterno!

= Obs.: A foto que encima esta crónica reporta à vitrina do Museu do FC Porto by BMG, com o equipamento de Pavão usado no jogo em que faleceu, mais fotos correspondentes e o livro a ele dedicado da coleção "Ídolos do Desporto"; e foi captada pessoalmente na visita ao Museu no dia da abertura ao público do mesmo (estando algo desfocada por ter sido "tirada" sem flash, como foi então recomendado à entrada).

Armando Pinto

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