A data de 9 de julho, por motivos da memória histórica
brasileira, há muitíssimos anos que é assinalada com a realização da corrida de
ciclismo que tem esse nome, a Clássica “9 de Julho”, como é conhecida a Volta a
São Paulo. Circuito em torno da grande metrópole paulista, de grandes tradições
internacionais no mundo do ciclismo. Prova que ao longo dos anos foi contendo
inscrição na lista de honra de muitos e bons estrangeiros, além de brasileiros,
tendo também alguns vencedores portugueses, entre os quais dois portistas. Como
foi o caso primeiro do triunfo de Fernando Moreira e, alguns anos depois de Artur
Coelho, em 1949 e 1957, respetivamente (sendo as restantes vitórias portuguesas através do sangalhense Alves Barbosa, por duas vezes, em 1952 e 1955, de permeio em espaço cronológico. Enquanto uma outra prova chamada Volta a S. Paulo, mas não incluída na clássica 9 de julho, teve alguns outros portugueses vencedores, mais tarde).
Fernando Moreira em seu tempo foi ídolo das multidões pelas estradas portuguesas e não só. Tendo vencido uma Volta a Portugal, uma clássica Porto-Lisboa e diversas provas enquanto esteve em Portugal, tendo depois andado mais pelo estrangeiro (até regressar a Portugal, por fim, já em fim de carreira). Artur Coelho era conhecido por "papa etapas", por vencer muitas corridas e etapas de grandes provas, tendo a nível de clássicas a brasileira de São Paulo sido sua maior glória.
= Artur Coelho em troca de gentilezas com Alves Barbosa,
recebendo um galhardete com o símbolo de Portugal e entregando um do FC Porto,
conforme ficou registado em reportagem do jornal O Porto)
Ora, passa assim nesta data a efeméride desses trunfos de
ciclistas do FC Porto na grande nação irmã. Tendo sido em 1949 a vitória de Fernando
Jorge Moreira e em 1957 de Artur Guimarães Coelho – como consta do quadro de
triunfadores da Volta ao Estado de São Paulo (Brasil).
Pois então, a ida de Fernando Moreira ao Brasil revestiu-se
de inusitado interesse nacional, ao tempo, a pontos de ter merecido referência
na revista Stadium a sua partida (vendo-se que essa revista sediada em Lisboa
dava particular espaço a tudo o que fosse da área de Lisboa mais vale do Tejo e das
restantes partes do país simples anotações de passagem). Como se pode constatar
pela coluna inserta na Stadium de 6 de julho de 1949.
Já após a vitória de Fernando Moreira, mas porque à época
havia grande distanciamento na chegada e consequente publicação de notícias de
longe, a mesma revista anunciava o feito do ciclista nortenho com uma coluna
pequena, sem grandes pormenores, na edição mais próxima, de 13 de julho.
Até que depois, no respetivo número de 20 de julho era dado
conta da chegada do vitoriado ciclista a Portugal.
Volvidos anos, a vitória de Artur Coelho em 1957 foi noticiada
no jornal O Porto e ainda pelo menos no Diário de Lisboa, cuja nota de
reportagem foi transposta pelo autor destas linhas para o livro historiador dos
ciclistas naturais de Felgueiras que andaram na alta roda do ciclismo.
Assim sendo, como no referido livro (publicado e apresentado
já estre ano, em março, antes do confinamento social provocado pelo Covid-19),
dispensa-se mais anotações agora, bastando vislumbre de algumas páginas do
mesmo livro do autor, também. Onde consta a biografia e currículo de Artur Coelho (assim como também de Joaquim Costa e Albino Mendes que correram pelo Académico, tendo estes participado em duas Voltas a Portugal, igualados em número mais tarde por Miguel Magalhães ao serviço do Paredes, bem como ainda representou a equipa Zala).
Para o caso, então, conta o que sobre a vitória internacional de Artur Coelho está nessas páginas.
Na pertinência do tema, recorde-se ainda o que sobre Artur Coelho foi escrito também pelo autor destas linhas em artigo publicado em 2009 na revista Mundo Azul, do Conselho Cultural do FC Porto.
Armando Pinto
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