A 29 de abril, em 1956, como ficou para a história, o FC
Porto acabou com um jejum que durara praticamente 16 anos e voltou a conquistar
o título nacional. Tendo o derradeiro jogo acontecido no Estádio das Antas, completamente
superlotado para a mais decisiva jornada. Em jogo diante da Académica, equipa que vinha com lição estudada para dificultar ao máximo a vida aos portistas, o
que foi enervando as hostes azuis e brancas diante do ferrolho defensivo dos
estudantes e mais uma arbitragem muito adversa. Tanto que o árbitro, segundo relatos coevos, não
viu um penalti descarado. Até que, já com longo tempo de jogo decorrido, o mesmo árbitro acabou por assinalar outro penalti, algo que por tanta envolvência, apareceu
já com toda a gente em polvorosa. E, com os jogadores receosos, foi Hernâni
quem teve discernimento para assumir a respetiva marcação, que conseguiu com
êxito, quebrando assim a malapata e abrindo por fim o marcador. Resultado
depois ampliado, mais naturalmente.
= Momento épico: o penalti marcado por Hernâni, desbloqueando
o jogo final!
Então os Dragões venceram a Académica por 3-0 e sagraram-se
campeões, com a vitória no último jogo, em rescaldo da carreira conseguida ao
logo do campeonato. Acabando em festa a jornada final, graças ao penalti convertido
por Hernâni e a um bis apontado por António Teixeira.
Assim, em igualdade pontual com o Benfica, mas com vantagem
no confronto direto (3-0 nas Antas e 1-1 na Luz), fruto do critério oficial que
desempatou a prova a favor do “Time” de Yustrich, o FC Porto assegurou o título
de Campeão Nacional porque detinha o melhor ataque e a melhor defesa do
campeonato português.
Essa época foi mesmo uma temporada de ouro, tendo de seguida
o FC Porto vencido também a Taça de Portugal. Por quanto, dias depois, também
Hernâni, o “Furacão de Águeda”, foi o homem-golo, dessa vez bisando no Jamor,
frente ao Torreense, sendo conquistada pelo FC Porto a primeira dobradinha da
história portista, juntando a Taça de Portugal ao troféu de campeão na Invicta.
Após isso seguiu-se uma digressão pela América do Sul, com
jogos no Brasil e Venezuela, onde o FC Porto foi como Campeão de Portugal jogar
no Mundialito (Pequena Taça do Mundo). Mas isso são outras histórias. No
regresso houve então, depois, as devidas homenagens aos Campeões, quer com o
tradicional repasto na quinta da Vinha do Presidente Honorário Sebastião Ferreira
Mendes, como por fim em sessão solene da Associação de Futebol do Porto. Em
cujo ato foi finalmente entregue a Taça de Campeão, depositada nas mãos do Presidente da Direcção Dr. Cesário Bonito, na presença de todos os jogadores e
diversas individualidades.
Desse célebre título, quanto à vitória no Campeonato
Nacional da 1ª Divisão (atual 1ª Liga), retira-se uma narrativa de duas páginas
do “Livro de Ouro - FC Porto – A História, os triunfos e as imagens de todos os
tempos”, publicado em 2000, em edição do Diário de Notícias e da Telecel.
Por fim, como a época foi bem recheada, ficou depois tudo isso registado oficialmente nos anais do FC Porto. De cuja narrativa juntamos também
partes do Relatório da Gerência de 1956 (Relatório e Contas da Direcção do FC
Porto, Anuidade de 1956), a deixar atenção a tudo do muito então amealhado para
o património portista.
Armando Pinto
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