Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

sábado, 29 de fevereiro de 2020

Programação da sessão de apresentação do livro “Ciclistas de Felgueiras” – 7 de março – 15 horas – Biblioteca e Arquivo Municipal de Felgueiras


Está já delineada a programação da sessão pública de apresentação do livro em apreço. Em cujo delineamento está feito assim o plano:

- Às 15 horas, na Biblioteca Municipal, abertas as portas, com ENTRADA LIVRE, estará patente uma exposição com material que serviu de suporte ao levantamento histórico do conteúdo do livro. Estando patentes alguns jornais, revistas e fotos que existem dos ciclistas referenciados. Assim como estará exposto o acervo de livros anteriores já publicados pelo autor.

- Entretanto, ainda no mesmo espaço, estará o livro à disposição dos interessados.

- Seguidamente a Sessão pública de apresentação do livro, no auditório da Biblioteca e Arquivo Municipal de Felgueiras, terá a mesa de honra composta pelo Sr. Presidente e / ou Srª Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Felgueiras, mais pelo apresentador oficial do livro, que será um amigo do autor que é figura pública da comunicação, mais pelo Presidente da Junta de freguesia da terra de um dos ciclistas biografados, como ainda pelo autor também, obviamente, e pelo apresentador público da sessão, que será um elemento conhecido da Rádio Felgueiras.

Entre a assistência, conforme respostas entretanto chegadas, além de representações do município e outras entidades, está para estar presente o sr. Presidente da Associação de Ciclismo do Porto e presente também o Presidente ou alguém representante da Federação Portuguesa de Ciclismo. Além naturalmente de pessoas conhecidas e amigos, quer dos meios do ciclismo português como da cultura local e nacional. Assim como entusiastas do desporto das bicicletas e também amigos da comunicação regional, entre diversos casos. Assim como dos ciclistas biografados, também os ainda vivos, felizmente. 

No final, enquanto o autor está disponível para a habitual assinatura de autógrafos aos possuidores do livro, também, como de costume em eventos nos espaços do município felgueirense, será servido um Verde de Honra, com oportunidade dos presentes tomarem o paladar ao pão de ló e às cavacas de Margaride-Felgueiras. Em acompanhamento ao vinho verde de Felgueiras.


A. P. 
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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Saudação de parabéns ao histórico guarda-redes Américo nos seus 87 anos de vida


Está de parabéns nesta data o célebre guarda-redes Américo, o primeiro "Baliza de Prata" do futebol português, vencedor que foi logo no ano de estreia, em 1964, desse trofeu que em tempos foi atribuído ao guarda-redes com menos golos sofridos numa época. Como mais tarde voltou a ser o primeiro vencedor do prémio atribuído ao melhor futebolista de cada época, conforme sucedeu em 1968 quando Américo foi o vencedor do Prémio Somelos-Helanca.


Num livrinho dos Ídolos do Desporto, pelos idos tempos da Primavera de 1968, Américo era considerado GUARDA-REDES “ETERNO”. Conforme o título do segundo livro que lhe foi dedicado na antiga e célebre coleção “Ídolos do Desporto”, publicado em Março de 1968 (depois de ter havido um anterior, de Janeiro de 1964) nessa linha de livros de bolso que fizeram história.


O caso reflete a importância de Américo no mundo do futebol português, sabendo-se que essa coleção, publicada em Lisboa ao longo de diversas séries e ao longo de alguns anos, dava então mais atenção a atletas dos clubes de Lisboa e arredores, tanto que de Benfica e Sporting até incluiu atletas vários de diversas modalidades, desde ciclismo, hóquei, basquetebol até ao atletismo, enquanto do FC Porto apenas foram lembrados diversos futebolistas e simplesmente dois ciclistas; e quanto aos futebolistas os do FC Porto foram em número reduzido comparativamente com os outros… Mas, enquanto isso, Américo teve direito a dois livros desses e só não foi mais além porque depois teve  de acabar a carreira devido a lesão, impeditiva de poder continuar. Repetição essa que, no âmbito dos jogadores de futebol do FC Porto, antes de Américo apenas se dera com Hernâni, e depois também apenas com Custódio Pinto, Francisco Nóbrega e José Rolando. O que é sintomático, conhecendo-se o panorama sócio-desportivo desses tempos e a história do futebol do FC Porto.  


Pois, além desse indicativo revelador de tal verdade, a realidade daquele elucidativo título, O GUARDA-REDES “ETERNO”, consubstanciava como o guardião Américo Lopes era visto no quadro dos grandes guarda-redes nacionais, como infinito no imaginário desportivo português. E embora o destino não tenha depois permitido maior longevidade, terminando tão brilhante carreira volvido um ano, em 1969, então com 36 anos, mesmo assim Américo continua a ser dos futebolistas portistas mais lembrados na memória de conhecedores e apreciadores da História do FC Porto.

Como agora se recorda, passados cinquenta e tal anos disso tudo, na oportunidade em que Américo, o senhor Américo Ferreira Lopes, o eterno “Américo do Porto”, perfaz 87 anos de vida.

Longa e apreciada vida que o faz ser, na atualidade, um senhor muito respeitado, como antes ele se fazia respeitar a sair dos postes e a fazer valer os seus dotes de valoroso guardião das balizas que lhe foram confiadas.


Como constante recordação que é e será, Américo tem sido referenciado e lembrado por diversas vezes e ocasiões em escritos lavrados pelo autor destas linhas, quer no anterior blogue (entretanto “desaparecido” da blogosfera, após ataques informáticos adversários…) como neste de Memória Portista. Estando biografado e perpetuado como merece, pelo menos no universo cibernauta daqui. Porém nunca será demasiado acrescentar mais.

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Siska, o grande guarda-redes Miguel Siska do Futebol Clube do Porto, era o grande ídolo de Américo Ferreira Lopes, na sua adolescência lá no remanso de Santa Maria de Lamas, quando o então jovem sonhava um dia ir para o Porto...


Até que, mais tarde, com a intervenção de Soares dos Reis, antigo guarda-redes internacional e depois dirigente do FC Porto, após diversas peripécias particulares, o sonho tornou-se realidade, tendo Américo ido para os Juniores do FC Porto. E seguidamente o destino iria dando conta do que foi sendo escrito em sua vida.

Eis uma foto de Américo como guarda-redes do Juniores do FC Porto:


Seguidamente, subindo aos seniores, passou a fazer parte do plantel que tinha como guarda-redes mais velhos o titular Barrigana e seu sucessor Pinho.


Em 1952 Américo ascendeu à categoria superior. Por aquela época da subida de Américo à primeira categoria do FC Porto, com o estádio das Antas inaugurado há pouco tempo, a equipa do FC Porto teve diversas viagens de visitas de cortesia a terras de onde houve pedidos para idas de representações oficiais do grande clube da capital do Norte, com vista à realização de jogos particulares (uns com fins de angariação de fundos para a campanha da construção do estádio que andava ainda a ser pago, quer com fins beneficentes, ou simplesmente a corresponder a convites sociais). Sendo normalmente essas equipas compostas por alguns dos jogadores titulares e outra parte, senão em maioria, com suplentes e ex-juniores mais consagrados, numa mescla de juventude e experiência. Em cujas digressões naturalmente Américo também integrou as respetivas caravanas. Como no caso da ida do FC Porto a Torre de Moncorvo, no Nordeste Transmontano, por intervenção do então Presidente da Direção Dr. Urgel Horta, médico estabelecido no Porto mas natural daquele concelho transmontano. Onde em 1952 houve então um jogo festivo, nesse âmbito – a que se reporta a foto, vendo-se Américo ainda muito jovem entre colegas de idades diversas, entre os quais até António Araújo, junto ao presidente Dr. Urgel Horta, embora apenas a fazer figura de protocolo, como figura célebre do clube e do futebol português.


Naquela visita à zona das amendoeiras, os elementos da embaixada portista viajaram de comboio, indo na Linha do Douro até à estação do Pocinho, onde se deu entusiástica receção popular aos jogadores do Porto, ídolos também daquela gente que nunca os vira em carne e osso. Ate por fim ter ocorrido o encontro de futebol, nesse dia importante na história do desporto em Moncorvo, em pleno “Stadium São Paulo”, campo antigo da localidade que recebeu de braços abertos tal representação portista.

É sabido que Américo, entrado no plantel sénior do FC Porto em 1952 e tendo tido estreia oficial na equipa principal do FC Porto em 1953, em jogo a contar para o Campeonato Nacional da 1ª Divisão, teve porém de esperar a vez, por então estarem à sua frente guarda-redes como Barrigana, primeiro, e depois Pinho e Acúrcio, havendo de permeio ainda se intrometido o tempo de serviço militar obrigatório que originou paragem de cerca de dois anos e depois ainda ter estado uma época emprestado, para manter atividade. Tendo de permeio, nos períodos em que se manteve no FC Porto, Américo sido um dos guarda-redes da equipa de reservas, em cuja função ajudou essa formação dos suplentes e reforços, espécie de equipa equipa B do clube, a vencer algumas provas, de cariz distrital e mesmo nacional.

= Equipa vencedora do Torneio Regional de Reservas em 1956 e que teve boas prestações no Torneio Octogonal, ao tempo disputado =

Como, por entre diversos exemplos, se pode notar e anotar um através de um recorte do jornal "O Porto" de Maio de 1956, cuja notícia dá conta da prestação da equipa portista no "Torneio Octogonal de Reservas" disputado a nível nacional, com vitória da equipa defendida por Américo, em triunfo sobre o Torreense (curiosamente equipa que o FC Porto então vencia em duas frentes e versões diferentes, quer em reservas como na "primeira categoria", pois por essa altura acontecera também a vitória do FC Porto na Taça de Portugal de 1956, na final ganha por 2-0 ao Torreense no Jamor, às portas de Lisboa).


Nesses comenos, Américo foi fazendo parte do plantel senior portista com ativa participação, sendo incluído mesmo em momentos significativos. Como no caso que ficou registado numa pose histórica, em que num jogo festivo incluiu a equipa do FC Porto para a ocasião formada por futebolistas carismáticos de outros tempos, mais alguns dessa atualidade e jovens promessas. Alinhando Américo junto com o célebre Pinga, e ainda outros antigos como Carlos Pereira e Szabo, por exemplo, ficando ao lado (conforme a foto) de Joaquim Machado, Monteiro da Costa, Del Valle, Carlos Pereira, Cambalacho, Pinho, Carlos Duarte, Pedroto, Sezabo, Artur Pinga e José Maria.


Havendo-se intrometido a tropa pelo meio, tendo estado dois anos no serviço militar obrigatório que obrigou a cerca de duas épocas de paragem, no regresso, depois de ainda ter feito parte da equipa de Reservas do FCP, foi depois Américo emprestado ao Boavista, em cuja formação do Bessa esteve apenas uma época.


Voltando ao clube de seguida, continuou a fazer parte do plantel portista, à espera de oportunidade, enquanto foi sendo suplente da equipa. Como no caso a que se reporta outra fotografia digna de registo, dando conta da chegada da equipa de fuebol do FC Porto à Madeira, para disputa de um encontro na ilha, pela curiosudade de mostrar como nesse tempo era a chegada à Pérola do Atlântico. Conforme a deslocação da comitiva (em que Américo aparece à esquerda da imagem, em primeiro plano) teve então transbordo, após a amaragem do aparelho aéreo e escala através de barco para ida a terra.


Entretanto, com mais experiência, passados tempos Américo contribuiu para a conquista do Campeonato Nacional de futebol de 1958/1959, em que os titulares foram sendo Pinho e Acúrcio, tendo Américo sido utilizado durante a época também e como tal sido um dos Campeões Nacionais do FC Porto, no célebre campeonato em que o FC Porto conseguiu superar o famigerado caso-Calabote.


Ora, chegada a época de 1961/62 com Jorge Orth no comando da equipa, Américo passou a ser titular da equipa principal do FC Porto. Estando-se ainda na fase de transição dos últimos anos de carreira de grandes vultos como Hernâni, Virgílio, Carlos Duarte, Barbosa, Perdigão, enquanto alguns outros ainda duraram algum tempo mais, tal o caso de Arcanjo (que em Janeiro de 1965 ainda fez um jogo na fase de apuramento da seleção nacional rumo ao Mundial de 1966), de permeio com afirmação momentânea de promessas como Serafim e Paula, nesses tempos, à chegada de novos e promissores valores, como Custódio Pinto, Jaime, Festa, Joaquim Jorge, Almeida, Azumir, Carlos Manuel, etc.

= No gradeamento do campo de treinos das Antas, anexo ao recinto principal (mais tarde chamado campo nº 2, a partir que houve mais campos de treinos na zona envolvente), o plantel do tempo em que Américo ainda jogou com Hernâni, Miguel Arcanjo e Carlos Duarte, mas também com Jaime, Azumir, Festa, Paula, Pinto, Carlos Manuel, Almeida, Romeu, Valdir, Rolando, Nóbrega, Rui, etc.

Ao assumir a guarda da baliza portista Américo tomou-se verdadeiramente dono do lugar n.º 1 da equipa com grandes exibições, conforme foi o caso de jogos vitoriosos em Alvalade diante do Sporting, ao tempo a equipa número dois do regime desportivo vigente, como no antigo estádio da Luz ao empatar em 1961/62, contra todas as expetativas e quase surpreendentemente vencendo o clube do Estado Novo mesmo em 1962/63… ao tempo em que era trinador o húngaro Janos Kalmar.

=  Equipa do FC Porto que em 1962/63 foi vencer a Lisboa em pleno estádio da Luz, para o  Campeonato Nacional da 1ª Divisão, à  4ª jornada disputada a  18/11/1962. Com o “score” de SL Benfica, 1 - FC Porto, 2 - perante 2 golos de Azumir e 1 de Eusébio. Dessa tarde de glória, com que Américo brindou todo o mundo, é a pose da praxe, tendo o coevo terceiro anel da Luz por fundo visual. 
(Em cima, a partir da esquerda para a direita - Mesquita, Paula, Miguel Arcanjo, Joaquim Jorge, Festa e Américo; em baixo pela mesma ordem - Jaime, Custódio Pinto, Azumir, Hernâni e Serafim.)
Com a curiosidade de nesse tempo serem usadas as camisolas de versão mais linda de sempre, do equipamento histórico-tradicional do FC Porto, como é maioritariamente considerado na afeição memorial portista. =


… O pior, por esses tempos e mais tempo, era o que vinha depois, por mais que a equipa do Porto conseguisse demonstrar em campo. Como, entre tantos e diversos exemplos, nesse mesmo Campeonato de 1963 aconteceu com um penalti inventado pelo árbitro Reinaldo Silva no jogo da 2ª Volta nas Antas, conforme foi recordado mais tarde no jornal O Norte Desportivo aquando do 25º aniversário do Estádio das Antas, como um grande “roubo” de que o FC Porto foi mais uma vez vítima e com consequência decisiva na perda de mais um campeonato:


A par disso e passando ao lado, dentro do que era possível, Américo foi-se afirmando efetivamente como grande guarda-redes do clube. E depressa também ganhou estatuto de grande referência no grupo de trabalho da equipa, a pontos de, após a saída dos mais antigos, e de permeio ter havido algumas experiências de comando, ter passado para Américo a braçadeira de Capitão de equipa, como líder carismático. Tendo sido com Américo a Capitão que se deu a primeira vitória do FC Porto em competições oficiais europeias, com a vitória por 3-0 sobre o Olimpique Lyonnais (Lyon) para a 1ª mão da 1ª eliminatória da então Taça das Taças, em Setembro de 1964.


Decorridos tempos, Américo venceu a 1ª Baliza de Prata atribuída a guarda-redes nacionais, em 1963/64, como guarda-redes que menos golos sofreu ao longo do campeonato nacional dessa época, entre ocorrências várias. Tal como foi sendo desenvolvido dentro do clube o seu estatuto de figura importante, inclusive tendo figurado como representante do futebol numa organização oficial portista noutra modalidade, quão foi o caso de ter sido entregue ao guarda-redes Américo a bandeirola de sinal de chegada duma etapa do Grande Prémio de Ciclismo do FC Porto, com meta na pista do estádio das Antas, também.


Entremeando esses jogos oficiais, outros encontros ficaram para a história com importante contributo de Amérco, como foram os casos de alguns torneios de pré-época ganhos em Espanha, tal os casos de dois Trofeus Luis Otero, em 1962 e 1964. Reportando ao última a pose da equipa, conforme foto oficial do mesmo torneio de Pontevedra, na Galiza.


Apesar de entretanto não terem sido conseguidos campeonatos, ou seja, não tendo sido possível ganhar o campeonato durante esses anos, como se sabe, mesmo assim o FC Porto ia fazendo frente aos rivais e era temido nos confrontos diretos. Apenas que depois as manobras de bastidores faziam o resto… Assim, por exemplo, foram-se sucedendo algumas boas vitórias sobre o clube do regime, como foi um bom exemplo a vitória por 2-0 sobre Eusébio e C.ª no jogo da estreia de Pavão, a 26 de Setembro de 1965. Vindo a talhe esta referência para registar uma foto da equipa desse tempo, com Américo junto a colegas valorosos que bem mereciam ter sido também campeões.

(Foto da equipa do FC Porto do jogo de estreia de Pavão, a contar para a 3.ª jornada do Campeonato Nacional de 1965/66. No Estádio das Antas, a 26/9/1965. Com o resultado obtido através de golos de Naftal e Nóbrega. Em cima da esquerda para a direita - Atraca, Pavão, Alípio Vasconcelos, Alberto Festa, João Almeida e Américo; em baixo pela mesma ordem - Jaime, Naftal, Manuel António, Custódio Pinto e Nóbrega.)

Depois veio a grande vitória na Taça de Portugal de 1967/1968, em cuja final, disputada no chamado Estádio Nacional, vulgo estádio de Oeiras, nos arredores de Lisboa, então o FC Porto venceu o Vitória de Setúbal por 2-1.Tendo Américo contribuído de modo importante, fazendo uma das suas exibições de grande nível, nesse encontro em que o clube sadino chegava à final da mesma Taça pelo quarto ano consecutivo, com duas vitórias nessa segunda maior prova do calendário futebolístico português, em anos alternados, até aí.

Final em que Américo se cobriu de glória, como último reduto dessa equipa em que teve à sua frente Atraca, Bernardo da Velha, Valdemar, Rolando, Pavão, Eduardo Gomes, Jaime, Custódio Pinto, Djalma e Nóbrega; sendo autores dos golos Valdemar Pacheco e Francisco Nóbrega.


Assim sendo, vem a talhe relembrar como era o cenário da situação desse tempo em que o grande Américo era considerado “Eterno”, conforme foi sintetizado em livro. Como calha a preceito lembrar que nesse mesmo ano de 1968 Américo foi considerado o melhor guarda-redes nacional, como ficou também registado num outro livrinho da mesma coleção, então sobre a época da equipa principal do FC Porto, publicado a 8 de Junho de 1968 (dias antes da final da Taça de Portugal ganha a 16 de Junho).


Curiosa essa apreciação, em coluna à parte, registando a sua consagração como vencedor daquele galardão que premiava o jogador mais regular do Campeonato Nacional, o Prémio Somelos-Helanca de reconhecimento ao futebolista mais pontuado de todos, entre os participantes das melhores exibições, ao longo das sucessivas jornadas, segundo pontuação dum jornal como A Bola, por tradição totalmente anti-Porto. Acrescido de até ser lembrado o quanto foi injustiçado anteriormente no Mundial de 1966, que poderia ter tido outro desfecho se houvesse sido posto Américo a defender a baliza dessa seleção do sistema BSB… como tardiamente reconheceram tal erro o então selecionador Manuel Luz Afonso e o treinador Otto Glória.


Américo, sempre muito ponderado e senhor de si, entretanto já ia pensando no futuro e estabelecera-se comercialmente com a famosa loja chamada Casa Magriço, de artigos desportivos, com nome dado em homenagem à ida à Inglaterra de 1966...
Servindo então todas as ocasiões para promover o seu estabelecimento, como nos casos de viagens e outas ocasiões públicas, sempre com a sua boa disposição.


= Um Calendário de jogos com publicidade da Casa Magriço do tempo de Américo...

Depois disso e terminada a carreira, fundou uma clínica médica e continuou sempre ativo. Enquanto em sua casa criou um belo museu de recordações de sua carreira desportiva, dos mais interessantes que se conhecem a nível particular, para admirador ver e satisfação perdurar. 


Nascido em Santa Maria de Lamas a 27 de Fevereiro de 1933 (embora tenha sido registado civilmente com data fictícia de 6 de Março), Américo reside em São Paio de Oleiros, onde fundou a Clínica de Saúde Boa Hora, recentemente passada a sua afilhada D. Isabel Leite, criada por ele e sua esposa como filha, a qual verdadeiramente tem por ele autêntico amor filial, além de grande admiração pela sua figura também eterna. 


Rijo e muito lúcido, Américo Lopes é pois bem resistente ao tempo, à imagem do castelo feirense de seu concelho, mantendo-se como pessoa de boa memória para muita e boa gente.

Enquanto isto, no Museu do FC Porto entretanto consta algo seu, também, incluindo uma figuração no cimo do autocarro das vitórias, ficando-se a desejar que a sua Baliza de Prata lá chegue a ficar guardada, assim como a grande Taça Somelos-Helanca, que estava na Sala-Museu Afonso Pinto de Magalhães, o antigo Museu da Sede e depois das Antas, também tenha lugar no atual Museu FC Porto by BMG, no Dragão.


~~~ ***** ~~~

Na ocasião da passagem de seu 87.º aniversário natalício, em mais outra vez também, prestando-lhe mais esta publicação de homenagem e reconhecimento, desejamos que continue bem e tenha muita vida pela frente.

Parabéns Sr. Américo! Feliz aniversário! Com um abraço

- Aqui do seu amigo e sempre admirador portista

Armando Pinto

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AZUL - A minha cor é azul - Marcus

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Marega eleva-se contra o racismo e estreia do Voleibol feminino do FC Porto no Dragão Arena: Dois casos históricos.


Pela primeira vez um desportista, vítima de insultos racistas, tomou atitude enérgica em Portugal. Como foi o caso de Marega no jogo em Guimarães, em que pela primeira vez um desportista abandonou o terreno de jogo em solo português numa atitude firme contra a xenofobia de pessoas que são sabem ser gente.


Também pela primeira uma equipa de voleibol do FC Porto jogou no atual Gimnodesportivo do FC Porto, com a estreia da equipa de voleibol feminino do FC Porto a jogar no Dragão Arena (anteriormente chamado Dragão caixa). Acontecendo isso no ano do regresso do Voleibol ao FC Porto, agora através duma equipa feminina, na parceria presente da AJM-FC Porto.


De registar, para jamais esquecer, que os insultos dos adeptos do Vitória de Guimarães começaram antes ainda do jogo se ter iniciado, como há provas sonoras de imagens dos exercícios de aquecimento dos jogadores e recrudesceram após Marega ter colocado o FC Porto a vencer por 2-1, resultado que não interessava a muita gente, pois que assim, como sucedeu, o FC Porto ficou a apenas 1 ponto do Benfica na classificação do campeonato da Liga portuguesa, coisa com que ainda há pouco tempo quase ninguém esperava...


... Esperando-se contudo que não aconteça como de outras vezes em que tudo foi branqueado. Atos destes têm de ser severamente castigados, para lição perene. E a haver quem esteja contra a condenação isso só pode vir de gente mal formada e desculpas inventadas só se entendem em pessoal doente por clubite aguda.  


Disso, de tais ocorrências históricas, respigamos para memória presente e futura alguns recortes da edição do jornal O Jogo.


Armando Pinto

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Armando Silva (guarda-redes): Dois anos de saudade na imortalidade da recordação eterna


Passam dois anos do falecimento do grande amigo senhor Armando Pereira da Silva. Dois anos de ausência, afinal, do grande guarda-redes e amigo sr. Armando Silva, para mim para sempre o “Armando do Porto”, mas que também foi o “Armando do Braga”.


Armando Pereira da Silva, nascido a 11 de Outubro de 1938, faleceu a 16 de fevereiro de 2018. Depois de uma assinalável carreira desportiva, iniciada nas camadas jovens do FC Porto, onde evoluiu de 1954/55 a 1957/58 como júnior, tendo de seguida subido a sénior ainda nessa época de 57/58 e de imediato esteve como suplente da equipa portista na final da Taça de Portugal ganha em 1958 pelo FC Porto ao Benfica. Como sénior manteve-se no FC Porto ainda até 1960, tendo depois passado por outros clubes, como foi no Gil Vicente em 1960/61, de permeio com estada no Ultramar em serviço militar em Angola devido à guerra colonial, tendo ali jogado e sido campeão pelo Ferroviário de Malange. Feita essa obrigação militar e regressado ao então continente português, representou o Salgueiros em 1963/64, até que estabilizou no Sporting de Braga de 1964/65 a 1969/70, tendo ali sido o guarda-redes efetivo da vitória na Taça de Portugal de 1965/1966. Em 1970 regressou ao FC Porto, voltando assim a ter o emblema do clube dragão ao peito entre 1970/71 a 1972/73. Regressaria por fim ao Braga no defeso de 1973, voltando a defender a camisola nº 1 do clube arsenalista do Minho de 1973/74 a 1974/75. 


Isso num percurso que levou a ter sido considerado especialista a defender penaltis, inclusive ficando detentor do recorde mundial de defesas de penaltis seguidos, tendo culminado então  no reconhecimento oficial de ter sido agraciado com a Medalha de Mérito de Exemplar Comportamento da FPF por nunca ter sofrido qualquer castigo na sua longa folha de serviço.

Ainda experimentou a função de treinador, tendo sido Campeão Distrital da 2ª Divisão da AF de Braga pelo A. D. Terras de Bouro em 1983/84. Enquanto a nível familiar soube criar uma família que o tem por trave mestra da correspondente existência e no plano social granjeou admiração e amizades sinceras e eternas.


Faz agora dois anos que desapareceu fisicamente deste mundo. A passagem desta efeméride serve mais pela oportunidade de o lembrar, se bem que esteja sempre na nossa memória. Sendo inesquecíveis os laços de amizade que tivemos e eu mantenho no meu íntimo.


Curiosamente este dia, passados dois anos desde o seu falecimento, coincide com uma ocasião em que o Braga do meu amigo senhor Armando me deu uma alegria e deixou muita gente a ver Braga por um canudo (derrotando o Benfica, no estádio da Luz, em Lisboa). Sendo que no além, lá no infinito azul celeste também o meu amigo senhor Armando estará feliz, mais ainda numa plenitude bem posicionada, por saber do facto deste seu amigo estar bem disposto, podendo a data de sua partida também ter esse condão de passar neste ambiente mais brilhante.


O meu amigo Armando do Porto, que também foi do Braga, continua a ser constante recordação. Porque quando há fundamentos fortes jamais desaparecem as grandes edificações. Até sempre, senhor Armando!


Armando Pinto

OBS.: Recorde-se o que há dois anos aqui ficou anotado, por ocasião do seu falecimento (clicando) em


https://memoriaporto.blogspot.com/2018/02/falecimento-de-armando-1938-2018-grande.html

AP