Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

domingo, 28 de janeiro de 2018

Joaquim Andrade (pai): Ciclista que honrou a camisola do FC Porto e representou bem o ciclismo nacional


No mundo do desporto das bicicletas de corrida, como era antigamente referido o ciclismo na via popular, quanto à modalidade ciclística de estrada e pista, Joaquim Andrade foi e é nome de referência. Embora tendo de se diferenciar entre pai e filho, já que os dois, das duas gerações da respetiva família, correram ao mais alto nível português. Vindo ao caso o pai, sendo que foi o patriarca desse núcleo familiar feirense que representou o FC Porto e como tal durante anos foi cabeça de cartaz da equipa azul e branca. No seguimento de já antes ter feito história, passando a representar o FC Porto já de valor consagrado e então sido mesmo chefe de fila da equipa profissional de ciclismo do FC Porto durante três épocas, na primeira metade da década dos anos setentas. Com a curiosidade de durante esses anos haver também, de permeio, corrido no estrangeiro (por equipas de países com forte tradição ciclista) quando representava o FC Porto em Portugal. Inicialmente tendo andado por estradas estrangeiras alguns dias com a camisola da equipa belga Flandria e depois correndo pela equipa francesa Gitane.


Calha a preceito assim evocar Joaquim Andrade, como grande ciclista de outrora, agora que o FC Porto tem ciclismo vai para três épocas também, voltando a ter ciclismo de alta competição e andando de novo pelas estradas as camisolas azuis e brancas com o símbolo portista ao peito a entusiasmar os adeptos do clube mais vitorioso no ciclismo português. Sendo de recordar que durante os anos que correu com a camisola alvi-anil o Joaquim Andrade foi sempre candidato aos primeiros lugares das provas em que a equipa das Antas participava, sem contudo ter conseguido repetir seu anterior feito de vencedor de uma Volta a Portugal, tendo no período que correu pelo FC Porto e nas 3 Voltas que fez de azul e branco vencido uma etapa (em 1974, na pista das Antas, contra-relógio de 2, 250 Km), mas compensando com boas prestações em diversas corridas em França, nesses tempos, além de títulos regionais e nacionais conquistados, mais algumas vitórias em provas do calendário do ciclismo associativo portuense e nacional, ao serviço do FC Porto, entre as quais o Grande Prémio Papéis Vouga/1974, o título de Campeão Regional de Fundo, mais títulos diversos de Campeão Nacional de Rampa (Montanha) e Perseguição (Crono), este individualmentge e por equipas, pelo FC Porto. Enquanto em França teve ponto alto com brilhante vitória numa etapa da clássica / Grande Prémio "Midi-Libre" (além de ele referir numa entrevista uma outra, da também  famosa clássica “Dauphine Liberé”, que porém não consta do oficial currículo internacional, embora seja habitual haver lapsos nos números e estatísticas).

= Recorte do jornal A Bola de 05-04-1973, referindo o facto de Joaquim Andrade ser mais um ciclista Português a ir correr para França, então para a equipa da “Gitane”, treinada pelo técnico Desvages. Em cuja referência Andrade agradece ao FC Porto ter-lhe facilitado a sua participação no estrangeiro. =

Nascido a 14 de junho de 1945 em Travanca (então Vila da Feira, atualmente Santa Maria da Feira),  Joaquim Pereira de Andrade começou por correr na Ovarense, equipa que posteriormente ao ser extinta o levou a representar o Sangalhos, sendo com a sua camisola toda azul que em 1969 obteve a honra de vestir a camisola amarela na Volta a Portugal e por fim declarado vencedor da correspondente edição. Entretanto em 1971 esteve a correr em Angola pela equipa da Fagor. Até que depois em 1972 passou a representar o FC Porto, desde princípios de 1972 até finais de 1974, havendo mais tarde ainda representado outras equipas portuguesas. De permeio com a referida campanha estrangeira.

= Primeiro Contrato assinado por Joaquim Andrade no Futebol Clube do Porto quando veio de Angola, por três temporadas. No total fez três contratos com este grande clube nortenho. Neste contrato o ordenado era de cinco mil escudos mensais, a que acrescia uns subsídios. Folha de rosto e verso do contrato (conf. “site” Ondas da Serra) =

Numa entrevista a “Ondas da Serra”, Joaquim Andrade recordou a “sua” Volta a Portugal, ganha pelo Sangalhos: «No ano de 1969 ganhei a Volta a Portugal. Cheguei a Alvalade (fim da etapa derradeira na pista desse estádio) com a camisola amarela, mas o falecido Joaquim Agostinho nesse dia “tirou-me” a camisola, mas depois veio a acusar doping e passados dois dias eu já era o vencedor da Volta. Oficialmente só passado um mês ou um mês e meio é que foi homologada. Tinha perdido a etapa final que era um contrarrelógio para ele por uns segundos.» Ao passo que depois, já dos tempos em que corria pelo FC Porto e fez algumas corridas em França por equipas estrangeiras, relembrou também, a propósito da sua participação efémera numa Volta a França: «…em 1972 não passei do primeiro dia porque tive uma infeção por causa do selim e tive que lá ficar internado num hospital. Alias eu já lá cheguei com a infeção contraída numa prova que vim cá fazer a Portugal, num campeonato nacional. Eu cheguei a França maltratado, corria eu por uma equipa Belga, estive três dias parado, fiz o prólogo e aquilo agravou-se e já não prossegui a volta. Nessa volta eu estava numa grande forma e deixou-me uma grande amargura, porque estava bastante moralizado; tinha andado nesse ano em várias corridas em França e tinha inclusivamente ganho talvez a etapa rainha duma prova que se chamava “Midi Libre” (vitória numa etapa da “clássica” Midi-Libre), onde cheguei também com quatro ou cinco minutos de avanço sobre os grandes corredores mundiais da atualidade (ao tempo), Luis Ocaña e Zoetmelk... »


«...Além de ter ganho no Midi Libre, também ganhei uma prova que era o grande teste para a volta a França que era a corrida “Dauphine Libere”. Nessa prova eu cheguei a estar atrás com o Joaquim Agostinho, com oito ou nove minutos de atraso, mas a certa altura eu arranquei, faltavam ainda duas montanhas muito duras, iam 14 ciclista na frente já com alguns minutos e eu primeiro só não apanhei os quatro da frente, ultrapassei-os a todos e fiz uma etapa fenomenal nesse dia. Essa prova tinha muita montanha e é onde se disputa geralmente a Volta a França, uma montanha chamada o "Galibier" e o "Tour Medley". Eu fugi e disse ao Agostinho que ia atacar e ele disse que era muito difícil, mas eu arranquei e ganhei minutos a toda agente.»


Ora, evocando esses tempos, ilustra-se esta menção honrosa, desse antigo representante do FC Porto, com imagens de postais dos contemporâneos Joaquim Andrade e Luís Ocanã: O do Andrade autografado na própria frente da gravura (com acrescento de correção pelo punho dele mesmo na parte de trás, também) e o do Ocaña no verso – como se pode verificar pelas imagens.


Juntam-se ainda outras imagens, sendo as do jornal O Porto e os postais de arquivo pessoal do autor destas linhas e as restantes, com a devida vénia, do “Site” Ondas da Serra.

= Fotografia de Joaquim Andrade Campeão Nacional de Pista, em perseguição individual e por equipas ao serviço do Futebol Clube do Porto, em Novembro de 1972. =


Oficialmente o seu palmarés enquanto ciclista do FC Porto, conforme consta da relação internacional, é:

Em Portugal:

1972
Campeão Regional de Rampa da Associação do Porto
Campeão Nacional de Rampa (escalada/montanha)
Campeão Nacional de Perseguição (pista)
Vencedor da 5ª etapa do “Grand Prix du Midi libre”
2º na clássica portuguesa Lisboa-Porto
3º no Campeonato Nacional de Estrada  
5º na Volta a Portugal

1973
Campeão do Porto / regional
Campeão Nacional de Perseguição
Campeão Nacional coletivo, em perseguição, por equipas,
2º no Campeonato Nacional de Rampa (Escalada)
5º na Volta a Portugal

1974
1º no Grande Prêmio Papeis Vouga
3º no Campeonato Nacional de Rampa / Escalada
3º no Nacional de Estrada

No estrangeiro:

Volta à França / Tour de France
1972: desistiu
1973: em 64º lugar

Volta à Espanha / Vuelta de España
1974: 26º classificado

=Recibo, referente a janeiro de 1974, do vencimento de Joaquim Andrade ao serviço do Futebol Clube do Porto. Segundo o mesmo «naquele tempo 7.000$00 (sete mil escudos) era muito dinheiro. Este foi o último ano do contrato.» =

Armando Pinto
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quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Revista “Dragões” na frente da imagem de marca portista


Tempos houve em que o FC Porto foi um Dragão algo adormecido, mas de há anos a esta parte que tem vindo a empertigar-se, como todos sabemos, na ideia de querermos o melhor para o nosso clube. Vindo finalmente a acordar-se com a boa prestação de não mais deixar calar e passar em claro as jogadas de bastidores que ao longo dos anos tanto têm ajudado os rivais e prejudicado o colossal clube dragão. Tal a importância do que tem sido transmitido pelo Porto Canal, com relevante papel duns Francisco J Marques, Tiago Girão, Bernardino Barros, José Cruz, Pedro Bragança, Diogo Faria, etc. Além de outras ações, tendentes a fazer rentabilizar a imagem e o carisma azul e branco, como tem sido no avivar de memória, desde que na revista Dragões surgiram páginas dedicadas à memorização da história do FC Porto  inicialmente com Vítor Queirós e atualmente com Diogo Faria, entre outros elementos da estrutura informativa. Mais, de modo particular, Alberto Barbosa na qualidade de editor da Dragões, sendo este, segundo pensamos, o principal responsável por todos os conteúdos que têm sido publicados. Entre material que será muito útil a futuras consultas, donde ressalta de modo especial a rubrica Imortais, “coisa” com grande valor memorial, é evidente. Dando-se enfim razão ao que bons portistas vinham há muito fazendo na blogosfera portista, através de blogues de feição Pró-Porto, dedicados a elevar a boa memória do Portismo que corre nas veias de quem sente o clube que faz bater mais apressado o coração.

Atendendo a essa nova imagem que a revista Dragões vem transportando, como aliás está bem patente na capa do mais recente número editado (que se pode consultar seguindo a própria ligação informática, como o autor destas linhas por ora tomou conhecimento, sendo que depois e como de costume proximamente chegará aos interessados na versão de papel), perante a roda dos nossos jogadores e restantes membros da equipa que nos campos de futebol nos estão a encher as medidas portistas, fixamos desta feita uma menção honrosa a esse labor clubista, colocando uma apresentação da revista em apreço, por meio do que da mesma vem na missiva “Dragões Diário”:

Para ler e desfrutar  
«Está desde ontem disponível online a edição de janeiro da revista Dragões. Desta vez o destaque vai para a roda que reúne jogadores, equipa técnica e staff do FC Porto no final de cada jogo e que simboliza um balneário cada vez mais forte e coeso, abordada num trabalho que conta com os contributos de Sérgio Conceição, Herrera e Marcano. Mas há muito mais: a revisitação dos sete golos centenários já marcados no Estádio do Dragão, a partilha de memórias de cinco sócios que completaram 75 anos de filiação no FC Porto, a recordação de um treinador que morreu em serviço, a análise da recuperação da equipa de basquetebol e entrevistas a Carles Grau e a António Areia, entre outros conteúdos.» (Mais  agora pela perspetiva do autor deste blogue  uma boa evocação de um prélio disputado noutros tempos com o Liverpool, por ocasião em que Américo recebeu o Prémio Somelos-Hellanca, cuja crónica é das melhores que temos visto entre as evocações portistas, inclusive partilhando célebre foto que ao tempo foi impressa no jornal O Porto, em sinal de como as publicações podem fazer prevalecer memórias e mexer a história.)
~~ * ~~ 
Acresce ainda, nesta revitalização que se nota (mesmo em quem vive à distância física, mas em constante presença mental no mundo alvi-anil portista), que também está a ter um pendor acutilante, na defesa dos superiores interesses do FC Porto, toda a equipa da newsletter Dragões Diário, incluindo o núcleo redatorial da revista Dragões. Desde o assistente de redação Eduardo Silva, aos redatores Bruno Leite, João Pedro Barros, João Queirós e Rui Cesário Sousa, além dos já referidos Diogo Faria e Alberto Barbosa. Tudo gente – que só conhecemos de nome, falando na terceira pessoa como mandam os cânones, mas tratando-se obviamente do autor deste texto – que efetivamente fazem trabalho que pode não saltar para a ribalta mas muito dignifica e fortalece o que é afinal o FC Porto.

Armando Pinto
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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

"Tira-teimas” de reposição da verdade à vitória coletiva do FC Porto na "Volta" de 1962 - na Volta a Portugal da “coroa de louros” de José Pacheco


Contrariando certas ideias de quase pegar de estaca uma mentira dita ou escrita muitas vezes, podendo enganar e chegar a pontos de ser tida como verdadeira, nem sempre porém isso acaba por prevalecer. Mas faz andar gente enganada, é certo. Como, entre diversos casos, vem acontecendo no facto de ultimamente estar a aparecer escrito erradamente um número incorreto de vitórias do FC Porto na classificação “POR EQUIPAS” da Volta a Portugal em bicicleta. Curiosamente com um total que não erra por excesso mas por defeito, em diminuição.

O “problema”, na dúvida que tem ressalto em erro (a partir de respigos de certos livros com trabalhos pouco atentos), remete à vitória coletiva na Volta a Portugal em bicicleta de 1962, ganha individualmente por José Pacheco do FC Porto (ciclista que no trabalho de equipa fez menos tempo e se classificou em primeiro lugar, recebendo a coroa de louros de triunfador), enquanto a própria equipa também triunfou na soma dos tempos dos ciclistas correspondentes, vencendo assim a classificação por equipas. Cuja indevida atribuição por certos quadrantes, depois, passados anos, tem induzido em engano diversas crónicas e listas respeitantes aos números históricos. Merecendo por conseguinte uma reposição de verdade, com efeito, como aqui se presta este artigo, deitando olhos ao que na edição de 20 de Agosto de 1962 ficou escarrapachado no jornal A Bola, por exemplo - mostrando o quadro de toda a "história" da mesma prova-rainha do ciclismo português:


Vem a talhe este caso, por quanto é assim que se criam certos mitos, não tanto mas quase como um nevoeiro que se levanta. Ah, não havia e há certa ilusão de El-Rei D. Sebastião ter ficado algures pela estranja, quando afinal seus restos chegaram a ser transladados para repouso de guerreiro na Pátria?!


Calha a preceito, aqui e agora, como que levantando a neblina, apresentar provas. Começando por se juntar alguns excertos de um livro, dos tais (que para não ferir suscetibilidades nos escusamos de referir, mas são do conhecimento dos melhores aficionados da modalidade e estarão em mãos de muitos interessados e colecionadores), num arranque de corrida, para já, a dar uma visão geral da vitória do então portista José dos Santos Pacheco nessa Volta, à 25ª edição da Grandíssima Portuguesa, ao correr de 1962.


E de seguida mais, indo ao cerne da questão, no complemento da vitória individual de José Pacheco, do FC Porto, socorremo-nos das páginas do jornal A Bola desse tempo para verificação ampla, pois que se juntou também a vitória coletiva do FC Porto na classificativa final por equipas, além de mais até…


De permeio, atente-se nas taças então entregues pelos ciclistas que representaram o FC Porto, em cerimonial do auto de entrega de trofeus ao clube.


Ora, assim, quanto ao tema em apreço, há que enfim desfazer as dúvidas, que surgiram a partir que em certos livros historiadores do ciclismo nacional e sobretudo sobre a História da Volta a Portugal apareceram e ficaram escritos dados errados, dos quais foram copiadas algumas notas para páginas informáticas, incluindo o “Site” oficial da Federação Portuguesa de Ciclismo. Aparecendo o erro da classificação coletiva da Volta de 1962, até ao momento indicando ter sido vitória do Sporting, quando foi do FC Porto. Mas com a agravante de até nessa classificação o clube de Alvalade ter ficado em 3º lugar, suplantado então pelo Benfica que ficou em 2º - como se pode ver pelos recortes alusivos da edição do jornal A Bola, acima colocados e dos quais aqui ainda se junta mais, entre comprovativos.

Assim sendo, repare-se que aquando da vitória coletiva de 1962 eram já 8 as vitórias do FC Porto por equipas no historial da "Volta"...


Some-se as que se seguiram depois, sendo o FC Porto o maior vencedor, ainda, mesmo apesar de ter estado ausente algumas décadas. 


À guisa aproximada de como diria Camões, que bem poetou mesmo com uma só vista, a partir de agora cesse tudo quanto antigas musas cantavam…

Não mais haja então erro, de erros acumulados, que possam diminuir o número de vitórias do FC Porto. Algo que no ciclismo, até agora, após a Volta a Portugal de 2017, é de 14 vitórias individuais e 15 coletivas!!!

Armando Pinto
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domingo, 21 de janeiro de 2018

Filipe Santos: Hoquista Histórico do FC Porto como “Património Nacional”


No mundo azul e branco, depois do principal motor que é o futebol, outros impulsores existem a movimentar incitamento afetivo da alma portista, como acontece com o hóquei em patins. Num universo ativador que teve alma com o surgimento de Cristiano Trindade Pereira e seus sucessores, depois continuidade com Vítor Hugo Silva e alguns mais, entre os quais se destacou Filipe Santos, até aos atuais hoquistas de azul e branco vestidos, que enchem as medidas dos pavilhões onde ecoa o batimento dos setiques a par com o pulsar portista.

Ora, como prova de toda essa feição memorial, depois de há tempos ter sido vincada a carreira de Cristiano no Jornal de Notícias, desta feita coube a Filipe Santos tal atenção do JN, agora tida com esse célebre defensor aguerrido que era artista na marcação de grandes penalidades. Tendo sido alvo duma distinção assim esse antigo hoquista dragão, este sábado recordado no Jornal de Notícias na rubrica “Património Nacional” do suplemento “Ataque”, caderno semanal publicado aos sábados.  


Sob título «O sentido adeus do homem dos penáltis», o JN resume num curto texto o que mais ressalta do percurso hoquístico de Filipe Santos:

«Diz-se que não há amor como o primeiro, mas, pela experiência de Filipe Santos, o último também tem que se lhe diga. É essa a história que conta esta foto em que o ex-hoquista exibe a camisola com que se despediu da carreira de atleta. "Por muito que saiba que um dia vai acabar, é sempre difícil. Foi um misto de orgulho e de nostalgia", recorda o atual responsável pelo projeto Dragon Force de hóquei em patins, a propósito do dia em que pendurou os patins. "Foram 24 anos a jogar no mesmo clube", assinala.


É que Filipe Santos até começou nos Carvalhos, mas ingressou nos dragões aos 14 anos e só saiu de lá ao fim de 30 títulos conquistados enquanto sénior. "O período do “decacampeonato” foi marcante, até por ter sido algo que fica para a história. O primeiro foi especial porque, à partida para a segunda fase, estávamos seis pontos atrás e acabámos por ser campeões ainda antes da última jornada. O terceiro também, porque houve uma grande renovação na equipa. E o último... por ser o último".


Enquanto isso, ia-se assumindo como o herói dos grandes títulos da seleção. "O meu primeiro momento alto foi quando; ainda júnior, fui ao Campeonato do Mundo sénior e acabei por ser o único a marcar no desempate por penáltis da final. Com a Itália. Anos depois, aconteceu o mesmo numa final de um Europeu, com a Espanha", lembra. "Curiosamente, nunca me achei especialista em penáltis", confessa. Que faria se fosse...» (segundo disse por suas palavras, transcritas para o jornal por Ana Tulha – conforme se mostra aqui abaixo, em recorte jornalístico respetivo – incluindo barra lateral com dados de seu “Bilhete Pessoal”).


Armando Pinto
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quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Falecimento de Benjamim Gomes, antigo basquetebolista campeão do FC Porto


Nem sempre as notícias chegam a todo o lado e a alguma distância física então mais ainda. Não sendo assim possível aqui ir assinalando muitas ocorrências relacionadas com toda a Gente do FC Porto, entre atletas, dirigentes, funcionários e outros membros da estrutura clubista, para já nem falar em amigos consócios, naturalmente. Mas por vezes ainda chegam ao conhecimento pessoal determinadas situações, boas ou não, relativas a Nomes do FC Porto que conhecemos, pelo menos visualmente, de os ter visto ou sentido representarem o nosso F C Porto. Tal o caso agora a registar e dar a conhecer a todo o mundo portista, porque todos os que souberam dignificar o FC Porto e nos deram momentos felizes de Portismo são nossos ente queridos pelo sangue afetivo do coração Portista.

Ora, chegou-nos agora notícia do falecimento do antigo basquetebolista Benjamim, falecido um destes dias algo recentes. Agradecendo tal conhecimento a um também antigo e sempre atual amigo, dos da velha guarda de antiga convivência entre atletas das modalidades e apoiantes entusiastas. Relatando-nos o igualmente antigo hoquista Fernando Barbot : «Morreu há dias um antigo Campeão de “Basket”, o Benjamim. Pertenceu à equipa que foi campeã nacional em 1972. Dessa equipa faziam parte, também, Manuel António, Portela, Babo, Fernando Gomes, o grande Dale Dover, etc. Época em que hoquistas iam ver basquetebol e vice-versa».

Recordo-me bem de ver a amizade existente entre hoquistas, basquetebolistas e andebolistas. Inclusive a primeira vez que me foi apresentado o Cristiano, estava junto o Tavares da Rocha, por exemplo, e com os irmãos Barbots e Jorge Câmara pude conversar de modo interessante com o então “barbas” Manuel António, do basquete. Querendo com isto dizer que no amplexo do mundo azul e branco toda a gente é importante e tudo o que se viveu e sente tem significado. Não podendo assim deixar de se noticiar o desaparecimento de mais um antigo valor do FC Porto, como foi assim com o recente falecimento do basquetebolista Benjamim Gomes, o base da equipa de Dale Dover.


Homenageando a memória do Benjamim do basquete do FC Porto, ilustra-se esta crónica com uma imagem de arquivo pessoal, com autógrafos coevos e tudo o mais que se pode ver, da equipa portista que em 1971/72 venceu tudo o que havia para ganhar, a nível Regional, Metropolitano (em tempo que também se disputava o Campeonato da Metrópole, de apuramento para a fase final com os clubes das então províncias ultramarinas) e por fim Nacional.  Incluindo autógrafo do célebre Dale “Flash” Dover, de boa memória, embora também de Fernando Gomes da Silva, de atual fraca impressão…


Recordamos assim o Benjamim, atleta de basquetebol dos tempos românticos do desporto amador. Paz à sua alma. Sendo mais uma Estrela do FC Porto no firmamento celeste que pode no Além velar pelo Bem, tal o que representa a Mística Portista.

Armando Pinto
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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Um Livro - De vez em quando… Tal era uma vez… Lembrando Pedroto, figura nacional e Portista!


Escreveu um dia Eça de Queirós que «só um livro é capaz de fazer a eternidade de um povo». Sendo assim os livros dos maiores garantes de perpetuação do que merece perenidade.

Todos temos presente a heroicidade que “Os Lusíadas” traduzem ao Peito Lusitano, pela obra e graça cantada em verso por Camões; como a História do FC Porto escrita por Rodrigues Teles, primeiramente num volume pioneiro e depois em três volumes, conseguiram fixar imagens e narrativas das iniciais décadas de vida do grande clube nortenho, com a virtude duma distribuição de atenção por todas as modalidades e valências clubísticas; como mais tarde a “Fotobiografia do FC Porto” registada em livro por Rui Guedes teve teor de repercussão histórica; bem como foi bem enquadrada uma qualidade épica no livro “FC Porto-100 Anos de História”, da lavra de Manuel Dias e Álvaro Magalhães, entre tantos volumes que têm surgido em torno do mundo azul e branco, normalmente mais dedicados ao futebol, embora em certos casos também noutros aspetos da relação portista. Com alguma particularidade em determinados aspetos, como no caso ora em apreço – um livro biográfico em estilo romanceado.

Entre os livros da coleção portista do autor destas linhas, do que tem sido possível angariar e possuir na estimação pessoal, conta-se por exemplo, quanto a livros com nomes históricos do FC Porto, quase todos os dedicados a futebolistas e ciclistas portistas da célebre coleção original “Ídolos do Desporto”, publicada desde os anos cinquentas aos setentas do século XX (faltando infelizmente ainda alguns, poucos mas que representam muito, do que não foi conseguido adquirir durante a infância e depois também em tempos de juventude), enquanto tenho completa a posterior coleção com o mesmo nome mas diferente, essa dos anos setentas e oitentas; e, além de diversos livros mais sobre temas variados de ligação ao clube Dragão, também tantos outros de índole biográfica sobre atletas, dirigentes e treinadores. Havendo um caso raro, no meio desse acervo de tesouros histórico-literários, quais relíquias de escrita e ilustração documental. Como é o caso do livro “PEDROTO! HOMEM INSIGNE-ATLETA NOTÁVEL”. Tratando-se de ROMANCE – como foi escrito, em 1957, pela escritora Irene de Almeida.


Eram tempos gloriosos, então, ainda de perpetuamento de tudo o que merecia apreço, proliferando a publicação de livros que imortalizaram heróis e ídolos, da história pátria, cinema, música, e sobretudo do desporto. Ficando assim, aí, transmitida muita matéria de interesse para a memória perpétua de vultos famosos e admirados por muita e boa gente.

Estando ainda de fresco a lembrança memorial sobre a passagem de mais um aniversário do falecimento desse grande homem do futebol que foi José Maria Pedroto, vem a propósito evocar também o facto dele ter merecido tal honra, de haver sido protagonista dum romance escrito em livro. Restando ainda o facto de através do mesmo livro se ficar a saber da existência dessa escritora que, por entre alguns romances e novelas de sua lavra, escreveu esse romance sobre o futebolista Pedroto. Do qual, como exercício de tributo ao homenageado e à autora, pela raridade do feito, se juntam imagens digitalizadas e fotográficas da capa e da apresentação interior.


Assim, era uma vez um livro… Este que aqui se relembra, entre  temas memorados de vez em quando.

Armando Pinto
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sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

O Porto está em todas as oficiais competições mais importantes… Continuamos em todas as frentes… O FC Porto é o máximo!


O meu Porto, o grande FC Porto, volta a estar por cima, agora que qualquer coisa já mexe e remexe, apesar de no futebol português continuar algo ainda das manobras de bastidores que os famosos e-mails estão a revelar através de pública visão e a impunidade ainda subsistir, por ora. Quão alguma transfiguração emergente e acontecida não deixa que permaneça tanto da podridão conhecida… Voltando a haver outra margem de competição. Como há alguns anos, depois que Pedroto e Pinto da Costa lideraram o levantamento que possibilitou a libertação do longo período do regime das presidências federativas do sistema BSB, mas que o pó que tem andado pelas bandas do outro lado conseguiu fazer retornar…


Agora o FC Porto tem conseguido voltar a poder competir com alguma justiça, embora ainda com a condicionante de não bastar apenas ser melhor que os outros, mas ter de ser muitíssimo superior. Contudo conseguindo assim, ao menos, para já… O que já está a trazer outra aragem, inclusive soprando nos salpicos de ondas dum grande mar azul. E podemos assim voltar a sonhar… e a antever o que poderá acontecer, com o grande mar de gente em que queremos estar, daqui a meses, novamente… indo aplaudir nossos representantes no cenário portuense das grandes vitórias.  


Como isso faz relembrar tempos antigos… recuando à infância aqui do autor destas linhas. Quando o Porto era sistematicamente roubado, é o termo exato. Como exata é a palavra Porto, como poetou certo Homem, o Pedro Homem de Melo, vate do Aleluia. Então eu sonhava viver grandes vitórias, que pareciam impossíveis, tal o que se percebia de tanta “comilice” que havia… Mas, mesmo assim, com fé que algum dia havia de ser, então eu era um no meio da assistência a saltar de contente, um herói, não como um “cóboi” (cowboy) que nos filmes salvava a outra artista, mas como nas brincadeiras infantis eu lançava a tampinha (capsula de refrigerante) em que tinha colada a cara dum jogador do Porto… e via o Porto ganhar taças e campeonatos. Tudo. 


Como sempre que abria um jornal queria ler que o Porto ganhava taças de campeonatos e quaisquer outras provas em ciclismo, andebol, básquete, hóquei, até no bilhar. Tanto que o que mais apreciava na antiga sala-museu da sede da Praça do Município, como mais tarde nas Antas, era ver todas as taças, muitas taças, porque todas foram ganhas por nós… pelos nossos. E volvidos tempos, finalmente, enfim se conseguiu viver intensamente o que antes parecia difícil acontecer…


Como depois foi sendo conseguido, atualmente volta a parecer ser possível. Se não subsistir o sistema que tem deixado alastrar o polvo. Quanto agora, estando o bem a conseguir vencer a malvadez, o F C Porto está de novo a ser nosso brinquedo. E, nas brincadeiras da criança de sempre, enquanto entusiasta apoiante, a noiva do “cobói” é a rede da baliza, qual véu a esvoaçar, com a bola a bater dentro nos golos do Porto!


O Porto está em todas as oficiais competições mais importantes… Continuamos em todas as frentes… O FC Porto é o máximo!


Armando Pinto