Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

domingo, 30 de dezembro de 2018

FC Porto termina o ano a vencer e a manter série inédita de vitórias consecutivas, seguindo para a final-four da Taça da Liga


No último jogo do ano civil prestes a findar e na sequência da época vitoriosa que está a ter, dando também seguimento à anterior campanha culminada no título nacional que valeu por cinco, pelo menos... O FC Porto venceu o derradeiro jogo da respetiva série de apuramento para a fase final da Taça da Liga, este ano chamada "Allianz Cup" mas que tem sido da cerveja e também dum tal Lucílio. Deixando os adversários mais diretos cabisbaixos, por tanto terem desejado outro desfecho.

Com efeito, triunfando na atual casa desportiva do Belenenses, em pleno estádio do frondoso Jamor (pelas razões da disputa interna existente no clube do emblema da Cruz de Cristo), a equipa principal de futebol do FC Porto carimbou a passagem à Final a Quatro da Taça da Liga, fazendo história por diversas razões.

Assim, o FC Porto somou este último domingo de 2018 a 16.ª vitória consecutiva, um registo inédito na história do clube, e garantiu a passagem à “final-four” da dita Taça Allianz da Liga. Acontecendo que esta vitória, por 2-1 frente ao Belenenses, é facto a entrar na história do clube. Os dragões somaram então a 16.ª vitória consecutiva, novo máximo do futebol portista em competições oficiais de futebol profissional. Acrescido do triunfo permitir ainda à equipa de Sérgio Conceição seguir para a final-four, onde irá medir forças com o Benfica, com vista à possibilidade de passagem seguinte à final da mesma prova.


Para a história: O FC Porto venceu desta feita o Grupo C com 7 pontos, os mesmos do Chaves, que venceu o Varzim por 3-1. Com a mesma diferença de golos (três positivos), os dragões seguem em frente por terem sete marcados, contra os cincos do conjunto flaviense. Nas meias-finais da mesma Taça, cuja final-four vai decorrer em Braga entre 22 e 26 de janeiro próximos, o FC Porto vai defrontar o Benfica, vencedor do grupo A, enquanto a outra meia-final vai ser disputada entre o Braga, vencedor do grupo B, e o Sporting, que foi primeiro no grupo D.


Estando desde quinta-feira, sexta e sábado já apuradas as ouras três equipas semi-finalistas, no último jogo do ano havia grande expetativa perante o cenário que adviria do jogo do recinto nacional de Oeiras. Tendo o jogo começado mal para o FC Porto, porque cedo se viu em desvantagem com um golo esquisito, a dar razão aos receios que têm acontecido com as mudanças de guarda-redes em jogos de taças nacionais. Felizmente que, após alguns lances de bolas aos postes e à barra, o FC Porto fez a reviravolta e marcou mesmo por duas vezes, vencendo a partida e superando tudo e todos. Mesmo perante um guarda-redes adversário que fez o seu grande jogo do ano, além de toda a equipa lisboeta se ter transcendido, quando já não tinha nada a perder praticamente, fora que estava da disputa do apuramento (mas tinha outros objetivos, por certo, como se viu nas reações aos golos, por exemplo). Tal como os adeptos dos clubes adversários tiveram uma despedida do ano com o que menos desejavam.


Continua assim o FC Porto em grande, à frente do campeonato e a disputar para já todas as provas, não tendo sido eliminado de nada nem nenhuma competição. Embora esta Taça da Liga seja por costume de desfecho atribulado, raramente tendo tido até agora um vencedor justo e inquestionável, mas há que ter esperança no desaparecimento do que tem minado o sistema desportivo e não continue a fazer com que o crime toupeiral compense.


Armando Pinto
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Nota de Obs.: Este artigo é complementarmente ilustrado com  imagem duma pintura de Albertino, o futebolista-pintor (ou pintor, ex-futebolista do Porto). 

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Aniversário do Presidente-Dragão: aos 81 anos de Nuno Pinto da Costa, em Dia dos "Santos Inocentes"


Diz-nos o afeto mais íntimo que há pessoas que nos são bem familiares não pelo sangue mas pelo coração. Tal o que se passa com o presidente da Direção do FC Porto, Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa, o Presidente-Dragão Nuno Pinto da Costa, pessoa que corporiza o que sempre me fez, como Portista, ter o FC Porto como algo especial, para mim.


Nesta data em que o nosso Presidente perfaz 81 anos de vida, vem acima tudo o que tem feito no FC Porto e pelo nosso FC Porto, quer como dirigente das modalidades amadoras, desde os anos sessentas até meio da década de setenta, como entretanto a chefe do departamento de futebol, depois, e por fim como Presidente da Direção e da SAD.


Efetivamente são consideráveis os anos e é inquestionável a obra de Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa à frente dos destinos do FC Porto. Tendo completado a 17 de abril, deste ano quase passado, já 36 anos desde que foi eleito Presidente da Direção do FC Porto.


O que dele e de sua obra pensamos e sentimos está expresso em tantos textos do que ao longo dos tempos tem ficado escrito pelo autor destas linhas, quer neste blogue Memória Portista, como anteriormente noutras publicações. Tornando-se desnecessário repetir, portanto. Bastando desse acervo respigar, como complemento, algumas imagens de arquivo pessoal, em ilustração de apreço. 


Nuno Pinto da Costa, eleito Presidente do Futebol Clube do Porto a 17 de abril de 1982, tornou-se no 33.º presidente dos Dragões, e, especialmente, no decurso das reeleições que continuaram e mantêm tão gloriosa gerência, transformou a bela história do clube com o facto de ser do FC Porto o presidente com mais títulos da história do futebol. Assim como, desde 13 de janeiro de 2017, passou a ser também o mais "longínquo" dos presidentes de clubes a nível mundial, tendo ultrapassado, ao 12 684.º dia, o "mítico" Santiago Bernabéu, do Real Madrid. 

Em abril de 2016, Jorge Nuno Pinto da Costa foi eleito para o seu 13.º mandato como presidente, em cujo exercício, além das vitórias do ciclismo do FC Porto, entre tantas e tantas mais das diversas modalidades atualmente integrantes da vida do clube, houve o tão festejado título nacional de futebol que fez com que em Portugal só o FC Porto continua a ser Pentacampeão.

Em todo esse enquadramento afetivo e extensiva gratidão clubista, não posso esquecer que há eterna simbiose de Portista para Portista...


Ontém e hoje sempre Portista dos quatro costados, Pinto da Costa faz parte da história do FC Porto desde os seus tempos de adepto anónimo, mas constante, como recordou num livro biográfico a propósito do célebre jogo em que o bem triunfou sobre o mal, no desafio de futebol do "caso Calabote". Conforme se pode ler em página de que se junta imagem inclusa do texto e recorte da foto - para também mostrar a celebérrima fotografia que tem servido para certos arranjos fotográficos das normais inventonas de adeptos adversários sem escrúpulos... entre os que gostavam de ter um presidente assim no seu clube.


Pinto da Costa é líder do FC Porto há mais de 36 anos, mas longo foi o caminho, desde os tempos em que entrou para os corpos sociais do dirigismo portista e especialmente a partir que chefiou o departamento profissional de futebol azul e branco e nessa missão teve papel importante no retorno dos títulos ao clube, assim como no período que se seguiu ao chamado verão quente das Antas e por fim o regresso (tão desejado por nós e muitos mais, como se percebe pela missiva cujo original já esteve no Museu do FC Porto by BMG – carta essa de que se junta imagem), ao assumir em boa hora a presidência portista. Como entretanto já se deu testemunho num artigo escrito e publicado, em mensagem pessoal, na antiga revista (do anterior Conselho Cultural do FC Porto) Mundo Azul.


Nesta ocasião dos seus 81 anos de vida, quando tem já  trinta e seis de Presidente do F C Porto, desejo-lhe muito sinceramente: Muitas felicidades. Hoje como sempre e amanhã igualmente. Parabéns Mister -Presidente! 

Armando Pinto


Nota Bene:  Pinto da Costa em suas lembranças já recordadas publicamente, pelo menos num dos seus livros, referiu entretanto ter-se apercebido em criança que havia nascido no dia dos chamados Santos Inocentes. Conforme o 28 de dezembro é pela Igreja dedicado no calendário litúrgico, passados alguns dias após a passagem do Natal. Algo que se pode considerar premonitório, visto Nuno Pinto da Cota ter sido ao longo de sua vida pública um lutador contra as injustiças. Sendo de referir, como enquadramento, que os Santos Inocentes foram as crianças que morreram inocentemente por Cristo e cuja festa se celebra nesta data.

De acordo com o relato do Evangelho de São Mateus, depois que Jesus nasceu, o rei Herodes mandou matar em Belém da Judeia e seus arredores os meninos menores de dois anos (pensando ser uma idade possível do Menino Jesus, então), ao sentir-se enganado pelos Reis Magos, os quais retornaram aos seus países por outro caminho para não lhe revelar onde estava o Messias. A festa para venerar estes meninos que morreram como mártires foi instituída no século IV. 

A. P. 
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quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

A propósito duma… Efeméride de 27 de Dezembro – Humaitá entre “Idolos do Desporto”


É conhecido o chamado “Boxing Day” que faz parte dos hábitos da velha Albion. Sendo o Boxing Day (ou dia da caixa) um feriado celebrado no dia seguinte ao dia de Natal, atualmente mais na Inglaterra, mas por tradição também em diversos países de cultura anglófona. Originado no Reino Unido, é ainda celebrado em vários países que anteriormente faziam parte do Império Britânico. Mas, como o próprio futebol teve suas origens por terras de Sua Majestade, a mesma tradição extensivamente chegou a outas paragens, episodicamente, incluindo Portugal em tempos passados.

Com efeito, tempos houve em que no futebol português era celebrada essa data, ao jeito das festividades e feiras do dia das oitavas de Natal, como ficou conhecida essa passagem de dia. Em cujo âmbito, no dia imediato, também ainda se alastravam algumas ocorrências festivas. Ocorrendo mesmo jogos oficiais no aproveitamento da quadra. Além de treinos de maior visibilidade pública (antecedendo os atuais treinos de porta aberta, porque em tempos passados os chamados treinos eram acessíveis aos olhos dos frequentadores assíduos dos "campos da bola"). 

= O avançado Humaitá num treino em pleno estádio das Antas, junto do guarda-redes Armando e do defesa Barbosa.

Assim, por exemplo, na extensão festiva (e deitando mão ao que neste dia é lembrado na newsletter “Dragões Diário”, quanto à efeméride do que aconteceu neste dia), «o Natal de 1959 não fez mal ao plantel do FC Porto, (bem) pelo contrário. Há 59 anos (a 27 de dezembro, portanto), os Dragões receberam o Beira-Mar nas Antas para a segunda mão da primeira eliminatória da Taça de Portugal e venceram por 9-1 (enquanto na primeira tinham ganho por 1-0 em Aveiro). O avançado brasileiro Humaitá, autor de quatro golos, foi a estrela de uma tarde em que também marcaram Teixeira, Montaño, Hernâni (dois) e Brito (na própria baliza).»

= Equipa do FC Porto em 1959/1960, com alguns dos futebolistas que alinharam no encontro em apreço.

Fica assim recordado este acontecimento, a propósito da “caixa do dia” desse ano de 1959, a dar para recordar, entre tantos outros, mais esse valor portista que foi Humaitá.

= Ficha de Humaitá, no Ficheiro colecionável "Ases do Desporto" 

Humaitá foi um avançado brasileiro de curta passagem pelo FC Porto (havendo integrado o plantel do FC Porto apenas nas épocas de 1958/1959 e 1959/1960), mas merecedor de apreciação assegurada. Como comprova o facto de ter merecido um número dos pequenos livros da coleção "Ídolos do Desporto”, publicação que ficou famosa por ter perpetuado desportistas conhecidos entre 1956 a 1972, sensivelmente.

= Capa do livrinho dedicado a Humaitá, nº 25 da da coleção Ídolos do Desporto - 2ª série, com data de publicação de 1 de Abril de 1960.

Ora, isso foi e é sintomático, sabendo-se que essas edições, através de pequena revista, em modo de livro de bolso, não eram pródigas em atenções aos jogadores de futebol do FC Porto e não só (tendo publicado muitos mais dos clubes de Lisboa que dos do resto do país, e do FC Porto nem um que até ganhou a Bola de Prata d’ A Bola teve direito a ser biografado por esse processo, como aconteceu com Azumir, melhor goleador do campeonato português em 1961). Enquanto de Benfica e Sporting até desportistas de atletismo, ciclismo, hóquei e basquetebol foram incluídos em livros desses, ao passo que do FC Porto, além de alguns futebolistas, só mais dois ciclistas, Sousa Santos e Sousa Cardoso, tiveram a dita de lhes serem dedicados os números respetivos. E mais nada. Dando para se provar e reprovar o que se passava então, no antigo regime, como constatação para quem tem olhos na cara, bem como para quem tem óculos à frente à frente dos olhos e não dos lados…


= Humaitá entre dois dos seus colegas no FC Porto, José Perico e Luís Roberto = 

Armando Pinto
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Livro Histórico de Ciclismo - "História das Voltas a Portugal-Azes do Ciclismo"


A quadra natalícia é propícia a certos encontros e reencontros, além de proporcionar tradicionais presentes, entre outras circunstâncias relacionadas. Acontecendo, desta vez, que antecipando o Natal e por benesse própria, aparece no sapatinho às mãos do autor destas linhas uma prenda de oferta pessoal.

Ora, com efeito, chegou à caixa de correio por estes dias um livro que em tempos antigos cheguei a ter em mãos, mas a que então não consegui deitar a mão. Isto é, tive-o à frente dos olhos, li-o e reli-o, era então ainda criança, mas não me pertencia e entretanto não mais o pude ter, depois. Agora, após conhecimento de haver sido reeditado, apressei-me a reservá-lo e já o tenho, finalmente, na minha posse. Uma prenda que dou a mim próprio pelo Natal, com sabor da magia natalícia, por finalmente lhe poder deitar a mão e esse livro assim ficar comigo, passados tantos anos.

Trata-se de “uma publicação esgotadíssima dos anos 60, que nos conta a História das Voltas a Portugal, desde a 1ª edição de 1927 até à 23ª edição do ano de 1960.” Ou seja, quanto ao que mais nos interessa (como é obvio, além deste espaço ser de Memória Portista), no caso, contém também as vitórias de Fernando Moreira, Dias dos Santos, Fernando Moreira de Sá, Carlos Carvalho e Sousa Cardoso, os ciclistas do FC Porto que até esse tempo haviam triunfado na Volta a Portugal em bicicleta. Livro intitulado "História das Voltas a Portugal-Azes do Ciclismo", editado em Agosto de 1961 (durante a Volta ganha por Mário Silva, como tal naturalmente então ainda não incluída) e devidamente ilustrado com fotografias de cada vencedor, em local condizente à respetiva narrativa; bem como na contra-capa mostra imagens, tipo cromos, dos principais ídolos da época, em modo promocional das bicicletas de cada qual. 


Está assim mais completa e enriquecida a biblioteca do autor, preenchendo o ego de afeto pessoal com esse documento de outras eras, um exemplar do que nos bons velhos tempos havia a fazer história. Como por esses tempos ficava a perdurar, graças a patrocínios de firmas ligadas às corridas, tal como ocorreu no caso desse livro através das marcas das bicicletas dos ases dos pedais, à época. Perante cujo conteúdo e seu valor afetivo houve agora reencontro, qual encontro que passa a ter entre os volumes das estantes aqui de casa.

Armando Pinto
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terça-feira, 11 de dezembro de 2018

FC Porto na alta-roda europeia e subida na consideração internacional: Ciclismo com estatuto de Continental Profissional e Futebol Profissional entre os melhores da Liga dos Campeões!


W52-FCPorto  Profissional Continental em 2019

Foi conhecida esta terça-feira, dia 11 de dezembro de 2018, que o FC Porto foi aceite pela entidade máxima do ciclismo para que a representação portista seja “Equipa Continental Profissional”.  Ficando aprovada a pretensão e candidatura do FC Porto à subida de escalão.

Assim, no mesmo dia em que a equipa principal do futebol do FC Porto fez mais um brilharete no estrangeiro, além de continuar na maior prova europeia entre os melhores do velho continente (também vencendo o último jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões em que já estava apurada, inclusive com o 1º lugar no respetivo grupo de apuramento, e batendo mais algumas marcas); bem como no escalão de Sub-19 também a representação jovem do FC Porto assegurou a continuidade na UEFA Youth League, igualmente com comprovativa vitória na exótica Turquia que confina a Europa com a Ásia (tendo os dragões de forma idêntica garantido o apuramento para os oitavos de final da correspondente competição, no caso vencendo também o seu grupo)…  chega então notícia do ciclismo do FC Porto ter subido na consideração internacional.


Em cima do acontecimento, foi anunciado na página oficial do clube, fcporto.pt:

« W52-FC PORTO NO ESCALÃO CONTINENTAL PROFISSIONAL
Candidatura foi aceite pela União Ciclista Internacional
A União Ciclista Internacional (UCI) anunciou nesta terça-feira que a W52-FC Porto vai competir em 2019 com o estatuto de Equipa Continental Profissional.
A W52-FC Porto, vencedora das três últimas edições da Volta a Portugal, surge desta forma no segundo escalão do ciclismo mundial.»


Perante isso, na satisfação portista, juntamos a alusiva missiva que a secção do ciclismo portista manifesta, a propósito, na sua página informática, como algo que merece retenção histórica, para memória da vivência azul e branca:

« A subida a Profissional Continental era uma ambição já há muito conhecida da direção da equipa, que juntamente com os principais patrocinadores trabalharam para juntar um grupo capaz de assegurar tal ambição.
A entrada no segundo escalão mais alto do ciclismo mundial (a seguir ao World Tour) foi um processo iniciado nos últimos 2 anos, que teve nos últimos meses a meta final, com a apresentação do pedido formal para a subida de escalão. A época ciclista ainda não tinha terminado e já se tinha dado o primeiro passo para a subida a Profissional Continental.
Toda a apresentação do pedido é trabalhada diretamente com a UCI (União Ciclista Internacional) órgão máximo do ciclismo mundial.
Após entrega de todas as exigências e obrigações que a equipa tem que garantir e apresentar, o pedido é concedido ou negado. Só hoje se soube que o mesmo foi aprovado.
A W52-FC Porto é uma das 25 equipas do escalão Profissional Continental em todo o mundo, a única portuguesa.
A última vez que Portugal esteve representado com uma equipa neste escalão foi em 2008.
Com a subida de escalão, a equipa vai poder participar em provas com um nível mais alto (somente abertas a equipas World Tour e Profissional Continental), e quem sabe, a grande ambição ser convidada a participar numa das grandes voltas internacionais.
Toda a equipa vai trabalhar para representar o ciclismo português o melhor possível.»


Recorde-se que, depois de ter deixado de ter equipa profissional em 1983, o FC Porto só voltou a participar em provas de ciclismo em 2016, com a pareceria que formou a equipa W52-FC Porto, e agora em 2018 é aprovado como participante no escalão Continental Profissional, passando em 2019 a participar com esse estatuto internacional.


Parabéns aos Homens do Ciclismo do FC Porto. O FC Porto é assim honrado ainda mais. E de cima das bicicletas pesadas de antigamente até às mais leves de agora, longo e brilhante historial pedalado por grandes valores contemplam esta honra!


Armando Pinto

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sábado, 8 de dezembro de 2018

Efeméride: Conquista da oficial 1ª Supertaça nacional de futebol


A 8 de Dezembro de 1981 o FC Porto venceu pela primeira vez a Supertaça portuguesa de futebol, assim nesse tempo mais conhecida popularmente, em formato oficial. Também na primeira versão mesmo oficial, pois antes tinha havido duas edições não oficiais, das quais uma até de cariz particularmente quase privado, organizada entre FC Porto e Boavista, ao tempo detentores do campeonato e da Taça de Portugal. Tendo na ocasião os dois clubes da cidade Invicta acordado fazer um jogo de pré-época em 1979 com uma taça assim denominada em disputa, que o Boavista venceu e até apenas recebeu no balneário, na presença de representantes dos dois clubes. Como no ano seguinte, em confronto a duas mãos, também de caraterística particular, combinaram e jogaram como vencedores do campeonato e taça os então titulares Benfica e Sporting, cujo resultado pendeu para o lado benfiquista. Embora mais tarde a Federação começasse a incluir essas duas primeiras experiências não oficiais como oficializadas, contrariamente ao que continua a fazer com a lista dos Campeonatos Nacionais / Ligas – conforme interessa aumentar certos números do Benfica, como se sabe.


Assim começando em 1981 a disputar-se a Supertaça nacional de futebol, sob organização da Federação Portuguesa de Futebol, foi o FC Porto o vencedor, contrariando prognósticos e inclusive a tendência desse tempo. Taça que então passou a ser chamada de Supertaça Cândido de Oliveira. Curiosamente sendo dado novamente o mesmo nome a uma taça, quando nos anos cinquentas houve outra taça com o mesmo nome (algo já recordado em anterior artigo neste blogue), que o FC Porto também venceu. E, sabe-se lá porquê, depressa desapareceu do calendário das organizações oficiais…

= Bilhete de futebol, do jogo para a Supertaça, S.L.Benfica/F.C.Porto (2-0), realizado no Estádio da Luz, 01 de Dezembro de 1981.

Então em 1981 ainda o FC Porto vivia sob e sobre efeitos do que acontecera em 1980, ao findar a época respetiva, no chamado verão quente das Antas. Havendo certo desencanto e desmotivação generalizada no universo portista.

= Pose de conjunto duma das equipas do FC Porto que jogaram durante a época de 1981/82, em que se disputou a Supertaça de Dezembro de 1981.

Até que, passado o ano de 1980 sem nada de especial e o seguinte a caminhar para o fim, antes do Natal de 1981 cai no sapatinho natalício do Portismo a vitória na Supertaça que começava a ganhar forma. Inclusive com vitória resultante duma reviravolta quase épica, graças à recuperação encetada pela equipa que teve como herói o pequeno e irrequieto Jacques, goleador que no jogo decisivo marcou três golos à sua conta. Tendo na 1ª mão, na semana anterior (em dia também feriado, 1 de Dezembro) o FC Porto perdido por 2-0 no antigo estádio da Luz, ficando com uma diferença difícil de anular e especialmente, pelos contornos da época, quase sem esperanças de superação. Ao que no segundo jogo, de tira-teimas, se adensou mais tal noção de fatalismo, quando surgiu o empate através do primeiro futebolista estrangeiro do Benfica (fora os antigos ultramarinos, entretanto naturalizados ou com dupla nacionalidade, e outros que optaram pela sua nacionalidade após o 25 de Abril). Igualdade que então anulava o bom começo dos homens das Antas. Só que o melhor ainda estava para vir… também. Numa correria que o FC Porto empreendeu na parte final do jogo, marcou enfim os golos necessários, a deixar os jogadores e adeptos contrários mais vermelhos de surpresa, até. E no fim, esse trofeu foi levantado pelo grupo das camisolas tradicionais das duas listas azuis, perante a euforia dos apoiantes, em pleno estádio das Antas.

= Jacques, em disputa com dois adversários, em pleno jogo com o Benfica...

De notar, de modo interessante, que o jogo para a entrega da Supertaça foi transmitido pela RTP de surpresa, quase sem ninguém contar. Sendo raro na altura haver jogos transmitidos em direto pela televisão e do FC Porto então nem se fala… Mas como dessa vez era com o Benfica e quase todo o mundo pensava que a decisão da mesma taça estava decidida, entende-se… 

Disputado a uma terça-feira, que era dia santo e feriado [8 dezembro], esse jogo esteve na eminência de ser adiado, ou seja, melhor dizendo, estava para não se realizar, porque tinha falecido a esposa do preparador físico do FC Porto, à época, Ferdinand Smetana, também adjunto de Stessl. Mas a solicitação do FC Porto, para o efeito, já não foi a tempo de serem devidamente tratados os procedimentos necessários com a federação. E lá subiram ao relvado Fonseca, Gabriel, Simões, Freitas, Lima Pereira, Romeu, Jaime Pacheco, Jaime Magalhães, Walsh, Jacques e Costa, com entrada também de João Pinto e Júlio, no decorrer do jogo. Os quais, juntando seu tempo de jogo a Albertino, Sousa e Adelino Teixeira, que haviam jogado no primeiro jogo, transformaram-se nos primeiros vencedores da primeira Supertaça oficial e primeira também conquistada pelo FC Porto.

= Jacques Pereira !

À época ainda o troféu oficial em disputa era a taça original, só muito mais tarde passou ao atual trofeu.

Ora, então em 1981, a 8 de Dezembro (como bem recorda nesta data a newsletter oficial “Dragões Diário”), «o Estádio das Antas foi palco do jogo que decidiu a primeira edição oficial da Supertaça Cândido de Oliveira, então disputada a duas mãos. No primeiro encontro, na Luz, o FC Porto perdeu por 2-0. A tarefa que a equipa de Stessl tinha pela frente não era fácil e tornou-se mais difícil aos 58 minutos, quando Jorge Gomes marcou para os lisboetas o golo que estabelecia um empate a uma bola. Com meia hora de jogo pela frente, os Dragões precisavam de três golos para conquistar o troféu, e foi mesmo isso que conseguiram: em apenas 14 minutos, Jacques (com um bis) e Costa resolveram. Desde então, o FC Porto já venceu mais 20 Supertaças e tornou-se um verdadeiro especialista neste tipo de competição, mesmo à escala internacional...»


Obs.: Por impedimento ainda momentâneo de digitalização de imagens, não é possível ao autor destas linhas juntar fotos do acontecimento. Deita-se assim mãos a cópias de imagens relacionadas, das que circulam em espaços da internet.

Armando Pinto
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Falecimento de Joaquim Leão – Ciclista do FC Porto Vencedor da Volta a Portugal de 1964


Chegou notícia do falecimento de Joaquim Leão, desaparecendo assim fisicamente mais um ídolo de nossa infância e dos tempos em que o FC Porto fazia frente ao sistema desportivo nacional por meio do ciclismo…


Ora… Através de notícia difundida pelo Jornal Novo Regional e partilhada no universo dos comuns amigos portistas do facebook pelo grande Portista e amigo sr. Rui Costa, de Lordelo (Paredes), surge a informação deste acontecimento, triste, mas ao mesmo tempo propício e rememorar tão grande ciclista do FC Porto, como foi Joaquim Leão, o tal, que contrariando o nome, deu grandes alegrias ao mundo do clube dragão.

= Joaquim Leão, com a coroa de louros de trunfo na Volta a Portugal, num dos atos comemorativos com que na época foi homenageado, ladeado pelos seus colegas de equipa Mário Silva e Sousa Cardoso. =

Atente-se então na notícia do infausto desenlace:

« Morreu Joaquim Leão - Sobradense vencedor da Volta a Portugal em 1964
JORNAL N. REGIONAL QUARTA-FEIRA, 5 DEZEMBRO, 2018

Morreu Joaquim Leão. Foi esta manhã e a causa deverá ter a ver com problemas cardíacos. Joaquim Leão foi um dos quatro ciclistas de Sobrado que venceu a Volta a Portugal em bicicleta (os outros foram Fernando Moreira, Nuno Ribeiro e Rui Vinhas; e todos do FC Porto). Foi em 1964 que o ex-ciclista sobradense venceu a prova rainha em Portugal. No museu do FC Porto está a camisola da vitória com que Joaquim Leão envergava no dia 30 de agosto, quando terminou a Volta.


Joaquim Leão tinha 75 anos.

(O funeral realiza-se esta quinta-feira, dia 6, em Sobrado pelas 16 horas.)


Recorde-se sobre este grande desportista que agora nos deixa:

Tudo começou numa prova em Lousada, em 1957, quanto tinha 16 anos; numa prova em que participou como popular. Só depois é que o FC do Porto o contratou e foi com a camisola do clube azul e branco que percorreu as estradas do país com inúmeras vitórias durante cerca de uma dezena de anos.

Joaquim Leão conseguiu vários títulos, nomeadamente seis de campeão nacional de estrada, uma prova Porto-Lisboa e conquistou prémios, amigos e também dinheiro. Referia ao JNR o antigo ciclista que “cheguei a ganhar cinco contos, o que na altura era muito dinheiro, ganhava mais que um ministro. Recebia de luvas 25 contos por ano”.

= Joaquim Leão numa prova do Nacional de Ciclo-Cross, especialidade em que também foi campeão nacional. Na imagem a receber felicitações do então dirigente portista Venceslau Teixeira (antigo atleta de basquetebol e hóquei em campo, e mais tarde diretor de modalidades amadoras).

No seu café restaurante em pleno centro de Sobrado, o JNV desafiou Joaquim Leão a fazer comparações entre o ciclismo atual e o do seu tempo e o antigo campeão diz logo que “as diferenças são muitas, os clubes grandes tinham equipas de ciclismo, o que levava muita gente à estrada, as estradas eram outras e o material também outro. Agora é tudo mais sofisticado, o ciclismo era feito de outra maneira. A gente tinha de se preparar muito para a corrida, agora é mais fácil.”

Lembra(va)-se também do esquema de treinos, que eram à terça-feira e à quinta no clube. À sexta era dia de massagens, mas à quarta-feira, os atletas furavam o esquema e iam treinar pelas estradas até Vila Real. “O treinador nem sabia, mas nós íamos na mesma”, refere Joaquim Leão, lembrando-se da dificuldade da subida da Serra do Marão.

= Joaquim Leão com alguns colegas de equipa do FC Porto (Mário Sá, Sousa Cardoso e Mário Silva), em pose junto a uma artista de espectáculos musicais que faziam parte da receção à Volta... 


Este sobradense também experimentou a carreira de treinador, no FC do Porto e com passagem ligeira pelo Mota, com alguns atletas com sucesso.

Questionado sobre as lembranças e saudades que tem dos tempos das corridas, o ciclista campeão diz que “a cada passo me lembro das vezes em que as provas passavam por Valongo e não se podia passar no alto da serra com a gente que estava nas bermas. Era uma festa, agora faltam as equipas do Porto, Benfica e Sporting”.


Quando ganhou a Volta a Portugal, Joaquim Leão foi recebido como um herói. “Vim de carro descapotável, desde o alto da Serra até Sobrado era só gente na estrada. Em Ermesinde, a minha irmã que era freira, colocou-me uma coroa de flores. Aqui em Sobrado era só gente e foi uma festa tão grande como nunca mais se viu. Tenho mesmo muitas saudades desses momentos”.»


Dessa irmã e outros pormenores fala uma reportagem da revista Flama dessa época, da qual guardamos a respetiva reportagem e foto grande.


Aliás, na dita reportagem e mesmo as notícias que agora e mesmo antes têm referenciado Joaquim Leão, tem servido de ilustração uma grande foto, essa mesma, de Joaquim Leão com a coroa de louros de vencedor da Volta a Portugal de 1964. Foto essa cujo original é de arquivo pessoal do autor deste blogue “Memória Portista," aparecendo inclusive ao longo de anos, com as dobras com que a possuímos em papel, tal qual partilhamos em diversos locais com marca pessoal (A. P. ou AP-Memória Portista).

= Camisola amarela de vencedor da Volta de 1964, exposta no Museu do FC Porto - com efeitos da passagem do tempo. Um histórico símbolo de que o tempo pode deixar a traça esburacar objetos, mas a estimação histórica mantém-se.

Temos também (expressando em linguagem clássica, o autor deste blogue) uma cassete de vídeo, ainda no formato antigo de imagem, sobre a Volta ganha por Joaquim Leão, que ele próprio oferecera em tempos ao seu antigo colega de equipa Ernesto Coelho, em reconhecimento do mesmo ter sido um dos que mais o ajudaram no trabalho de equipa para essa vitória… e que, por sua vez, o amigo Ernesto Coelho me ofereceu, a mim, autor e gestor deste blogue.

= Joaquim Leão, com a coroa de louros sobre a camisola amarela de vencedor da Volta, em momento de saudação vitoriosa, tendo o colega de equipa Ernesto Coelho ao lado.  

Joaquim Leão, anos mais tarde, por alturas em que o FC Porto deixara de ter equipa de ciclismo profissional e manteve durante algum tempo apenas o escalão amador de formação, foi também treinador do clube. E continuou pelos tempos além sempre portista, um bom portista.

= Joaquim Leão com a faixa de campeão nacional, entre campeões, na equipa do FC Porto.

Que o Joaquim Leão lá no além continue com a sua pedalada de dianteira, como homem bom e portista, a velar pelo bem do que por cá continua a ser o mundo portista.

Descanse em paz, grande Joaquim Leão!

Armando Pinto           
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