Faleceu Reinaldo Teles, esta
quarta-feira no Hospital de São João, no Porto. Tinha 70 anos e perdeu a vida
como vítima da Covid-19. Cujo desaparecimento é sentido por todo o
universo portista. Sendo ele, o sr. Reinaldo Teles, uma daquelas Pessoas cuja
morte é sentida mesmo por quem nunca com ele tenha privado, sendo como era
figura querida de toda a gente afeta ao sentimento portista. Havendo como há pessoas que são como se fossem de nossa família, não pelo sangue, mas pelo coração,
ao jeito como corre nas veias o mesmo pulsar “pelo Porto”. Podendo-se querer, desde já, que fique junto a
outros senhores que dizem muito ao FC Porto.
( Parte duma página do livro “5 – 1999… um ano d‘ouro”, edição do Conselho
Cultural do FC Porto em 1999, sobre o Penta do futebol FC Porto e das
principais modalidades do clube.)
Nesta hora, enquanto esta perda nos entristece muito, ficamos
a desejar que possa ser sepultado no Mausoléu do clube, onde “Repousam Glórias
do FC Porto”. Embora dependendo da vontade da família, mas desde já fica a
lembrança, pois ele bem merece ficar junto de Pinga, Acácio Mesquita, Miguel Siska,
Soares dos Reis, Pavão, Pedroto, João Silva, Joaquim Lopes (Lopinhos), etc.
Chegou a triste notícia aos meios de difusão quase a par com
a notícia da morte do astro do futebol mundial Maradona, e na proximidade de em
França a equipa principal do FC Porto entrar em campo para mais uma importante
eliminatória da Liga dos Campeões Europeus de futebol. Mas, enquanto o que é
nosso nos diz evidentemente muitíssimo mais, a nós portistas, mas não só, assim
como deverá querer dizer para os portugueses, fica-se a desejar que possa haver
um bom resultado diante do Marselha para dedicar a Reinado Teles. E mais que tudo
o resto interessa respeitar e dignificar todo o legado que ele deixa, como
pessoa que tinha o FC Porto acima de tudo e muito fez pelo futebol português.
(...do livro “F. C. Porto - O Dragão soma e segue” – Álbum 91/92”,
de Manuel Dias, edição ASA, 1993.)
Braço-direito de Pinto da Costa no FC Porto, nos tempos mais
recentes já não exercia tão ativamente como antes funções diretivas na frente
do quotidiano azul e branco, por motivos de saúde. Mas era presença normal
perto de tudo o que fosse relacionado com o futebol portista. Até que agora,
nesta quarta-feira 25 de novembro, faleceu no Hospital de São João, no Porto. Onde
estava internado desde que lhe fora diagnosticada covid-19 há cerca de um mês.
Pertencia ao grupo de risco não só pela idade como por via de outras
complicações de saúde, como problemas cardíacos. Antes do jogo do FC Porto com
o Portimonense, dezenas de elementos da claque Super Dragões estiveram à porta
do hospital, a apoiar o "tio Reinaldo", que sempre teve uma ligação
estreita com a claque.
(... Do livro “F. C. Porto – O Tetracampeonato ou o vício de
vencer – Álbum 97/98, de Manuel Dias, edições ASA, 1998.)
O histórico dirigente portista era uma das pessoas mais
próximas de Jorge Nuno Pinto da Costa no FC Porto, Estava ligado aos dragões
desde 1967.
Entretanto, «o FC Porto que se encontra em Marselha para
jogar a Champions, já reagiu à morte do dirigente. "70 anos a amar o FC
Porto, 50 a lutar pelo FC Porto. Até sempre Reinaldo Teles", escreveu a
representação oficial do emblema azul e branco no Twitter.
Recorde-se que além de sua ligação ao futebol, era dirigente
e administrador da SAD do FC Porto. E como dirigente do futebol fica na
história por ter ganho todos os títulos possíveis no futebol profissional, como
a Taça Intercontinental, Liga Campeões, Liga Europa, inúmeras vezes campeão
nacional, assim como, venceu inúmeras Taças de Portugal e Supertaças Cândido
Oliveira.
Começara por andar no FC Porto, além de adepto, também como
atleta pugilista, em cuja modalidade foi campeão regional e nacional. Depois
exerceu funções de dirigente na mesma secção. Ocasião em que conheceu Pinto da
Costa quando ele ainda chefiava essa mesma secção de Boxe. Foi na modalidade
que o consagrou que entrou no dirigismo a convite do líder dos dragões. Continuando
seguidamente por andar de perto como colaborador na secção de futebol, tendo
começado a ser visto publicamente aquando da conquista da Taça dos Campeões
Europeus em Viena, no ano de 1987. E depois passou a liderar o futebol dos
dragões no final da década de 80 e início dos anos 90, tempos de grandes
conquistas portistas. Recentemente, afastado devido a doença, mas mantendo sua
presença, era administrador não executivo da SAD.
Figura acarinhada pelos adeptos e dirigente reconhecido
pelos seus, no final de 1989 recebeu o Dragão de Ouro para dirigente do ano, em
1994 foi distinguido com o estatuto de sócio honorário do FC Porto e em 1998
foi condecorado com o Dragão de Honra.
Gostava de estar na sombra. Não queria ser protagonista e
por isso poucas vezes acedeu a dar entrevistas e normalmente apenas para
publicações do clube. Segundo ele a sua opinião só contava para dentro (do
clube, entenda-se) e não para fora. Uma das raras vezes que falou foi para
recordar os tempos em que era pugilista. "Eu tinha muito jeito mas, acima
de tudo, treinava muito. Chegava a estar mais de uma hora aos murros ao
"saco" e fui campeão porque era mais forte, mais ágil de pernas e
braços. Que me lembre, nunca fui ao tapete e nunca perdi por KO", disse ao
jornal Tribuna de Macau em agosto.
Um mês depois de ser infetado perdeu a luta para a covid-19.
Não por KO, mas pelo soar do gongo do combate da vida.
Descanse em paz, “Mister” Reinaldo. E lá no Infinito da vida,
no firmamento azul celeste, continue a pugnar pelo nosso FC Porto.
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Vem a propósito recordar o que há já algum tempo foi aqui neste blogue publicado, a homenagear Reinaldo Teles:
Porque a Memória Portista se faz também fazendo memória – passe a redundância mas com extensão propositada de reforço – e porque pode um motivo especial dar mote para algo que mereça lembrança, serve a preceito a passagem do dia de aniversário respetivo para aqui se fazer uma homenagem assinalável, ainda que por este simples meio, a um nome que figura gloriosamente na História do FC Porto, como é o caso de Reinaldo Teles: Dirigente para sempre ligado a grandes momentos do futebol azul e branco, associado a grandes alegrias da família portista.
Nascido o senhor Reinaldo Teles no dia 14 de Fevereiro de 1950, em Frazão-Paços de Ferreira, é figura emblemática do FC Porto, onde entrou como pugilista e mais tarde passou a ser chefe do departamento de futebol profissional do FC Porto, enquanto depois continuou como um dos diretores do FC Porto Futebol SAD e colaborador atento ao futebol do clube.
Dispensa muitas palavras o carisma de tal dirigente, mesmo porque sempre foi mais homem de ação que de palavras. Acrescentando-se simplesmente, como amplexo de parabéns, o que sobre o mesmo, personagem portista em apreço, está registado no livro “FC Porto figuras & factos 1893-2005”.
(Parte de página do livro “FC Porto figuras & factos 1893-2005”, por Manuel
Dias e J. Tamagnini Barbosa, edição Notícias do Douro / O Comércio do Porto,
2005.)
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Na página informática do FC Porto foi registado o luto do FC
Porto:
«Histórico dirigente do FC Porto tinha mais de 50 anos de
ligação ao emblema da Invicta
Reinaldo Teles, administrador do FC Porto, faleceu esta
quarta-feira, aos 70 anos. A ligação do antigo atleta, seccionista, diretor,
vice-presidente e administrador da SAD do FC Porto, no papel de associado,
estendia-se há mais de meio século, desde 1967.
Natural de Paços de Ferreira, Reinaldo Teles ingressou no FC
Porto enquanto atleta do boxe e aí alcançou diversos títulos nacionais que
integram o vasto palmarés azul e branco na modalidade. Em 1979, deu por
terminada a carreira de pugilista e tornou-se dirigente da secção para, três
anos depois, graças à chegada Jorge Nuno Pinto da Costa à presidência do
emblema da Invicta, se transferir para o departamento de futebol e ocupar o
cargo de diretor adjunto. Ascenderia à liderança do departamento em 1988.
No final de 1989 recebeu o Dragão de Ouro para dirigente do
ano, em 1994 foi distinguido com o estatuto de sócio honorário do FC Porto e em
1998 surgiu a condecoração com o Dragão de Honra. Desde então, Reinaldo Teles,
integrou o leque de administradores da SAD e do clube portista e, lado a lado
com o amigo e presidente Pinto da Costa, contribuiu para as imensas vitórias
portistas que engrandecem as vitrines da instituição tripeira.
À família enlutada, o FC Porto apresenta as mais sentidas
condolências.»
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Reinaldo Costa Teles Pinheiro (1950-2020) além de Dragão de Ouro e Sócio Honorário do Futebol Clube do Porto, era também Sócio de Mérito da Associação de Futebol do Porto.
Armando Pinto
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