Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

sábado, 30 de março de 2024

Feliz Páscoa” – Votos pessoais aos seguidores e atentos acompanhantes deste blogue “Memória Portista”!

 

Nesta Quadra Pascal de 2024, com o Aleluia da vitória da vida: Votos de Feliz Páscoa, com muitas amêndoas doces de ânimo e alegre disposição, num beijo à cruz que passa pela nossa vida, na simbologia do Compasso que vem a nossas casas, recebendo a Boa Nova que nos possa fortalecer para o futuro. Com o FC Porto sobretudo acima de tudo. Quão deseja, a todos os seguidores, fiéis acompanhantes e atentos leitores, o autor do blogue “Memória Portista”, de respeito pela história, mas sem prender o futuro, ante o passado que nem no atual museu do Clube está totalmente guardado e exposto, por ora.

Feliz Páscoa!!!

Armando Pinto

 

quarta-feira, 27 de março de 2024

André Villas-Boas em Felgueiras – em encontro com Portistas Felgueirenses!

Terça-feira, 26 de março, foi dia de André Villas-Boas visitar os Portistas de Felgueiras, em mais uma paragem por locais de portistas interessados num melhor futuro para o clube Dragão, que apaixona muita gente. Tendo decorrido no auditório da Biblioteca Municipal de Felgueiras uma muito concorrida e entusiasmante sessão de esclarecimento com o mais forte candidato às próximas eleições para a presidência do Futebol Clube do Porto.

Aí André Villas-Boas esteve diante de tantos portistas que marcaram presença nesse encontro, em que ele e o Dr. Angelino Ferreira, candidato à presidência do Conselho Fiscal e Disciplinar pela lista de André Villas-Boas, explicaram as ideias e objetivos que norteiam este movimento tendente a devolver o FC Porto aos sócios portistas e a reanimar o grande Clube perante os valores que fizeram grande a coletividade azul e branca.

Foi então com casa cheia, mais que cheia, que tal evento teve lugar, em sala completamente sobrelotada como nunca se viu assim o auditório da Biblioteca Municipal de Felgueiras, enchendo os mais de 250 lugares disponíveis, pelas cadeiras e escadas laterais do anfiteatro felgueirense. Isso em hora de jantar, pelas 20 horas, e com o jogo da Seleção A portuguesa de futebol a ser transmitido pela televisão, ao mesmo tempo, alargando-se o decorrer da sessão até perto das 23 horas (quando foram encerradas as perguntas, senão ia passar mais além ainda). Resultando tudo num autêntico sucesso grandioso, quão durante mais de duas horas e meia estiveram as atenções fixas em André Villas-Boas, com a assistência atenta e entusiasmada de princípio a fim. Culminando em momento delirante, mesmo, quando AVB disse: - "Serei um presidente não remunerado"!!! 

De realçar a boa organização da Casa do F C Porto de Felgueiras e do Staff da candidatura AVB, mais a apresentação do grande portista felgueirense de coração Arlindo Pinto, que estava ao meio de André Villas-Boas e do Dr. Angelino Ferreira. 

E como o André Villas-Boas se chegou a referir ao seu amigo felgueirense autor deste blogue (Armando Pinto) como historiador seu apoiante, e o apresentador Arlindo Pinto, a seu lado, teve tão boa prestação, como de costume… aconteceu então que, o entre o público, o autor destas linhas chegou a ser questionado por amigos a perguntar se o amigo Arlindo seria da minha família – o que muito me honrou ouvir, embora sendo simplesmente amigos e simpatizantes apaixonados pela mesma causa clubista, do FC Porto (e até também do FC Felgueiras).   

Naturalmente, além dos muitos portistas de Felgueiras, também se associaram alguns correlegionários de outras áreas, como o amigo Paulo Jorge Oliveira que veio visitar a terra do pão de ló de Margaride, depois de ter estado antes na habitual visita ao escritório biblo-museológico de seu amigo Longrino-felgueirense...

Assim sendo, com os portistas desejosos do melhor futuro para o FC Porto a ganharem ainda mais confiança em que haja a necessária mudança, essa foi uma noite de marca neste afeto portista que se sente. Ficando dessas boas horas passadas a recordação de tudo o que se ouviu e sentiu, mais ainda algumas lembranças físicas ofertadas, sobretudo do cachecol que futuramente será interessantemente histórico, mais o porta-chaves de fita (este em noite de mais dois recebidos de um outro amigo), a assinalar a candidatura da mudança do FC Porto para bem melhor. 

Esteve assim, então, André Villas-Boas em Felgueiras na célebre noite de 26 de março, de estrela reluzente ao próximo dia 27 de abril!

De coração cheio! #AVB2024!


Armando Pinto

((( Clicar sobre as imagens )))

sexta-feira, 22 de março de 2024

Recordação de tempos de colaboração pessoal no jornal “O Porto”

 

No tempo em que existia o jornal O Porto, periódico azul e branco que era verdadeiro elo de ligação da Família Portista, como andorinha que levava a Primavera às casas onde havia Portistas, a colaboração ao mesmo órgão informativo e historiador oficial do Futebol Clube do Porto era feita através de pessoas que se prestavam desse modo a servir o clube do coração, gratuitamente, sem nada receberem nem pedirem algo em troca. Tendo, durante os muitos anos de existência do mesmo, também aqui este Portista, que assina estas linhas, prestado alguma colaboração possível durante alguns anos ao jornal do FC Porto, tendo sido colaborador de 1974 a 1980.

Ora, durante esse período houve um tempo em que o "jornal do Porto" era feito nas oficinas do Jornal de Notícias, no Porto. E como escrevíamos em papel, para depois enviar e lá fazerem o devido tratamento, a escrita dos artigos era feita em folhas oficiais do JN, para conter a mesma forma de espaços de linhas, na grafia datilografada. Tendo dessas tais páginas, que eu enviava por correio à redação do jornal O Porto e lá faziam seguir como entendiam, ficaram algumas que dão para aqui e agora se recordar esse tempo de tal colaboração. Em prol do FC Porto.

Armando Pinto

((( Clicar sobre as imagens )))

terça-feira, 19 de março de 2024

A propósito da atual presença de 3 futebolistas do FC Porto nos trabalhos da Seleção Nacional A da Primavera de 2024… relembra-se tempo de outros 3 na Seleção Militar em 1964!

Sendo que não restam grandes memórias de chamadas de futebolistas do FC Porto à chamada Seleção Nacional A de futebol sénior, nomeadamente à Seleção A, como normalmente é chamada a principal, logo desde a primeira equipa representativa de Portugal em 1921, como reza a História, passando pelo Mundial de 1966 em que foi infeliz a intromissão do sistema BSB, até ao Euro 2004 e tantos casos mais, algo diverso chama a atenção quando aparecem mais nomes que o normal na lista de convocados. Tal como na atualidade acontece, em que para os jogos de preparação com vista ao próximo Euro 2024 estão convocados 3 futebolistas do FC Porto (Diogo Costa, Pepe e Francisco Conceição), incluídos no lote dos 32 escolhidos inicialmente para os trabalhos com vista aos jogos particulares desta Primavera, do corrente mês de março de 2024.

Ora, o caso faz relembrar factos de tempos idos, mas de molde diferente, quando os futebolistas do FC Porto raramente eram escalados para a Seleção Nacional A, mas eram incorporados na Seleção Militar de Portugal, existente ao tempo. Tendo sido histórica a presença de 3 Portistas (Hernâni, Arcanjo e Barbosa) na vitória de Portugal no Torneio Internacional Militar em 1958. Bem como se sucederam outras presenças ao longo dos anos 50 e 60, nas provas de Seleções de Países da NATO. Como no caso que vem a talhe relembrar, ocorrido na chegada da Primavera de 1964.

Isso, com efeito, remete a essa era do Estado Novo de Salazar e Tomás, quando do FC Porto foram convocados 5 futebolistas em idade de tropa (Rui, Atraca, Jaime, Pinto e Nóbrega), dos quais 3 jogaram dessa vez com a camisola da Seleção Nacional Militar. Tendo então atuado no 11 titular (não havendo substituições nesse tempo) os então militares Rui Teixeira, Custódio Pinto e Francisco Nóbrega. Como, de tais factos, se recorda as ocorrências por publicações do jornal O Porto, de Fevereiro e Março de 1964.

Armando Pinto

((( Clicar sobre as imagens )))

segunda-feira, 18 de março de 2024

Recordando… De vez em quando: a apresentação pública de Alberto Teixeira, ainda Principiante – depois histórico futebolista dos anos 60 no FC Porto e mais tarde elo importante de ligação de Pedroto ao Clube…

Em meados da década dos anos 60 o jornal O Porto tinha uma rubrica de apresentação de jovens valores do futebol portista, através de crónicas de Artur Baeta, treinador das camadas jovens do clube nesse tempo. Sendo por esse meio que houve a primeira entrevista a Artur Jorge (já relembrada e memorizada nesta blogue, há alguns anos e mais recentemente aquando de seu falecimento) e, entre tantas mais, também teve pública apresentação Alberto Teixeira, então capitão da equipa de Principiantes. O Alberto que, depois de seguidamente ter passado pelos Juniores, escalão em que foi Campeão Nacional pelo FC Porto ao lado de Pavão e outros, subiu ao plantel sénior com Pedroto no comando e fez parte da campanha que quase levou ao Título em 1968/1969. Mais tarde, após ter passado por outras equipas e quando estava a jogar no Boavista, foi quem apresentou o treinador Pedroto a Jorge Nuno Pinto da Costa. Facto interessante e importante, apesar do que por vezes tem aparecido referido de modo diferente, com importância apreciável quanto ao que resultou depois no regresso do Mestre ao FC Porto, quando Pinto da Costa era Chefe do Departamento de Futebol, ao tempo da Presidência do Dr. Américo Sá.

Pois antes de tudo isso, mas revelando já algo do que era esse então jovem futebolista, o Alberto passou a ser mais conhecido da Família Portista através da sua apresentação pública em letra de forma, no jornal O Porto, em março de 1964. Cuja crónica se recorda, aqui e agora.

Armando Pinto

NOTA: - A propósito, recorde-se aqui (clicando) em

https://memoriaporto.blogspot.com/2021/02/como-pinto-da-costa-e-pedroto-iniciaram.html

((( Clicar )))

domingo, 17 de março de 2024

Aconteceu há 112 anos (17/03/1912): - A 1ª vitória do FC Porto em jogos de futebol com equipas estrangeiras – lembranças em imagens e legendas de Paulo Jorge Oliveira

A 17 de Março de 1912 o FC Porto conquistou a sua primeira vitória internacional (registada), contra o Real Vigo, por 4-1. Sendo tal "coisa" um acontecimento verdadeiramente histórico, a merecer fazer parte das melhores memórias do mundo portista, aqui se memoriza o facto, desse jogo que em 1912 deu o pontapé de saída nas vitórias em encontros de equipas do FC Porto com equipas estrangeiras. Desta vez deitando mãos e olhos ao que o amigo Paulo Jorge Oliveira publicou na sua página de Facebook e para aqui se transpõe, regista e partilha, com a devida vénia (Armando Pinto):

= «Anuncio que saiu no JN de 17 de março de 1912 a anunciar o cartaz do jogo internacional no Campo da Rainha que o FC Porto venceu o Vigo FC por 4 - 1. »


= «Vitória do FC Porto frente ao Vigo FC no antigo Campo da Rainha. (17/03/1912). FC Porto 4 - 1 Vigo FC. Em cima da esq. p/ dta. Magalhães Bastos, Peter Janson e Vitorino Pinto. Na fila do meio, Dr. Camilo Figueiredo, Allwood e Mário Maças. Em baixo pela mesma ordem, Camilo Moniz, Weber, Grant, Harrison e Ivo de Lemos. Treinador francês Adolphe Cassaigne.»

(Paulo Jorge Oliveira)

((( Clicar sobre as imagens )))

sexta-feira, 8 de março de 2024

Falecimento de Vítor Gomes (1950-2024)

Faleceu Vítor Gomes, antigo futebolista do FC Porto que foi muito admirado como elemento importante da antiga formação do FC Porto, primeiro nos Juvenis, como saliente elemento da equipa que na época de 1965/66 pela 1.ª vez conquistou para o FC Porto o Campeonato Nacional de juvenis e depois nos Juniores do FC Porto que em 1967/68 venceu o Torneio Ibérico. Tanto que depois foi um dos mais novos jogadores a subir ao plantel sénior do FC Porto, em 1968/69. Tendo mais tarde ficado conhecido como jogador da Académica de Coimbra, para onde rumou de seguida ainda no antigo regime estudantil, continuando depois longa e interessante carreira por outros clubes, até ter acabado a carreira, que dividia com suas funções de professor do ensino normal.

= Época de 1965/66. Equipa de juvenis do FC Porto que pela 1.ª vez conquistou o Campeonato Nacional de juvenis, derrotando na final o Benfica por 1-0.

Quando jogava nos Juvenis e nos Juniores Vítor Gomes era já apreciado e tido em devida conta, como se notava pela braçadeira de capitão que lhe foi entregue.

E nos Juniores, fez parte de equipas valiosas nas quais andavam com a sagrada camisola das duas listas azuis jogadores que eram tidos como futuros craques, como o plantel que venceu o  Troféu do 1º Torneio Íbérico. 


O tema dá para recordar esses tempos, pois era um jogador cujo valor então estava considerado como muito prometedor e tinha boa imagem entre a família portista, como ao tempo era visto Vítor Gomes. Então jovem que dera nas vistas na equipa portista de juniores, ao lado de outros como Araújo, Helder Ernesto, Lemos, Chico Gordo, Abreu, Vitorino, Rui Ernesto, etc.

= Equipa de Juniores com Vítor Gomes (1.º da esquerda, em primeiro plano, com uma bola) entre aquela linha de grandes promessas…

E de seguida ascendeu aos seniores, em cujo escalão maior, ao tempo, foi um dos mais jovens a conseguir ser promovido, assim. De modo que entrou então de forma saliente para junto dos consagrados do plantel sénior. Tinha então 18 anos e cerca de mais 3 meses apenas. 

Teve estreia no plantel sénior em jogos para o Campeonato Nacional da 1ª Divisão à 6.ª Jornada da prova, na vitória por 2-0 sobre o Varzim, no estádio das Antas, a 6 de outubro de 1968 (entrando aos 45 minutos de jogo para o lugar do avançado brasileiro Djalma). 

Foi também um dos mais jovens (com 18 anos e 7 meses) a entrar em campo na equipa principal do FC Porto em jogos para as competições europeias. Tendo alinhado em ambos os jogos da 2.ª eliminatória da então existente Taça das Taças, na época de 1968/69, em novembro de 1968, nos jogos com o Slovan de Bretislava (no jogo da 1.ª mão substituindo o defesa polivalente Bernardo da Velha e na 2.ª mão a render o médio atacante Lisboa).

Teve então como ponto alto a digressão da equipa portista a Moçcambique, no período próximo da Páscoa de 1969, que faz parte das histórias dessa época.


Depois dessa temporada com Pedroto e António Morais no comando da equipa, Vítor Gomes ainda incluiu o plantel na época seguinte, durante a preparação da pré-época com Elek Schewartz.

De nome completo Vítor Fernando da Silva Correia Gomes, natural de Nogueira do Cravo, de Oliveira de Azeméis, terra em que nasceu a 22-4-1950, veio para o FC Porto com idade juvenil como avançado, atuando a extremo, e depois completou-se como médio de ataque. Após os anos de formação nos Juvenis e Juniores do FC Porto, integrou o plantel sénior do FC Porto em 1968/1969 e ainda em parte da época de 1969/1970, havendo efetuado 18 jogos pela equipa principal portista.

= Vítor Gomes atuando pela equipa principal do FC Porto em jogo contra o Varzim, na Póvoa.

Seguiu depois o caminho da Académica, ao abrigo da lei escolar, tornando-se mais conhecido no mundo da bola nacional ao serviço dos capas negras da Académica-OAF (Organismo Autónomo de Futebol), de onde passou para o União de Coimbra e depois encetou um périplo por diversas equipas, desde FC Penafiel, FC Famalicão, AD Sanjoanense, Recreio de Águeda, União da Madeira, UD Oliveirense, Real Nogueirense, FC Arouca e Bustelo, onde terminou a sua carreira de futebolista em 1985/1986.   

Após ter pousado as chuteiras, o Vítor Gomes ainda fez parte das Velhas Guardas do FC Porto, integrando equipas de antigos ídolos portistas, junto com Custódio Pinto, Nóbrega, Almeida, Valdemar e tantos outros desse seu tempo de jogador federado e de nossos tempos de adeptos atentos a tudo o que fosse e seja respeitante ao Futebol Clube do Porto. 


~~~ ***** ~~~

O Vítor Gomes era um atento leitor e seguidor do blogue “Memória Portista”, como ele fazia questão de me transmitir. Tendo-o eu conhecido pessoalmente no Encontro do “Dia do Clube” realizado em Rio Tinto, em 2016. Ocasião em que logo ele me cumprimentou a dizer que me conhecia já pelo blogue. Sendo desse mesmo dia uma foto em que posaram juntos o Prof. Styliano, o Rolando, Vítor Gomes e Valdemar, que nessa reunião alargada de Portistas estiveram também, entre alguns dos antigos craques portistas ali presentes.

Vítor Gomes, nesse mesmo Dia do Clube, também no final do dia ainda se juntou a todos os presentes na foto de conjunto (estando do lado direito, junto ao Hélder Russo, Paulo Jorge Oliveira e a mim, que estou ao lado também do Albertino. mais novo mas igualmente ídolo de tempos passados).


~~~ ***** ~~~

Pois agora chegou a notícia do falecimento de Vítor Gomes, infelizmente. Falecido na quinta-feira, dia 7. Desaparecendo assim mais um dos jogadores que admiramos naqueles idos anos da década de sessenta, quando foi formatado a preceito o nosso Portismo, enquanto o clube tinha dirigentes de entrega pura ao clube, treinadores carismáticos para sempre e jogadores resistentes, de autêntica fidelidade, nesse tempo de difícil competição com os rivais protegidos do regime.

Com efeito, entre notícias com que não se contam e aparecem de supetão, chegou esta sexta-feira tal notícia do falecimento do Vítor Gomes. Parte pois deste mundo um bom amigo, um seguidor do blogue "Memória Portista" e um simpático personagem do mundo portista e desportista. 


Descanse em paz.

Até sempre!

Armando Pinto

((( Clicar sobre as imagens )))

NOTA: As fotos sem marca (e algumas com margens) são publicadas respeitando a feição da origem, conforme foram publicadas na página de Facebook do próprio Vítor Gomes. Enquanto as imagens com marca são de arquivo pessoal e particular do autor deste blogue.

ARMANDO  PINTO 

quarta-feira, 6 de março de 2024

Lembrando Américo Lopes no aniversário da Clínica que fundou – (em) “Boa Hora"!

 

A 6 de março de 1989 Américo, o antigo guarda-redes “Baliza de Prata” do FC Porto, fundou uma clínica médica a que deu nome de “Clínica Boa Hora”. Então criada oficialmente no dia de calendário em que uns bons anos antes, no ano de seu nascimento, em 1933, ele havia sido registado civilmente e como tal ficou a constar primeiro na Cédula, como era mais usual nesse tempo, e depois no seu Bilhete de Identidade.

= Américo com a "Baliza de Prata", troféu instituído pela Agência Portuguesa de Revistas e que Américo ganhou logo no primeiro ano de sua existência, como guarda-redes que menos golos sofreu em 1963/1964.

Efeméride esta, da fundação respetiva, que se refere apenas por iniciativa pessoal com intenção de enaltecer a vida e obra do “Américo do Porto”, através de mais essa sua faceta.

Não foi à toa a ideia desse dia, sendo o dia 6 de março, então, mais associado na documentação como dia de seu nascimento, embora tenha na realidade nascido a 27 de fevereiro, dia em que festejava seu aniversário natalício. Facto derivado de seu pai o ter registado dias depois da data verdadeira, como à época acontecia para não ser paga uma multa por atraso fora de prazo. Mas para efeitos legais e oficiais contava o dia 6 de março, como tal. 


Então, passados anos, cerca de vinte anos depois de ter acabado a carreira de futebolista (em 1969) e, depois de ter tido outras casas comerciais de diferentes ramos de negócios, e quando contava já 56 anos de vida, Américo Lopes lançou-se com novo e definitivo empreendimento, tendo fundado em 1989 uma clínica médica, em boa hora e a que deu o nome precisamente de Boa Hora  pelo seu bom nascimento e destinada a ser para boa hora de quem de seus cuidados precisasse. Como se tem verificado. Desde então, a partir desse dia 6 de março. Honrando sobremaneira a terra afetiva, São Paio de Oleiros, com essa dotação da Clínica que muito prestigia a vila.

Américo Ferreira Lopes teve  um percurso profissional interessante: em jovem trabalhou com o pai, que tinha uma fábrica de cortiça, na sua terra natal, em Santa Maria de Lamas. Depois, além de jogador de futebol, Américo ainda no início da carreira futebolística teve uma sociedade comercial de venda de motos, no Porto, com António Teixeira, José Maria Pedroto e Carlos Vieira, colegas futebolistas mais velhos. Depois teve uma confeitaria em Espinho e uma fábrica de pastelaria. Mais tarde, já após o Mundial de 1966, estabeleceu-se com a Casa Magriço, de venda de artigos desportivos, com duas lojas no Porto. Negócio que teve enquanto futebolista profissional e depois ainda, após ter acabado a carreira tutebolística. Entretanto ainda teve negócios relacionados com construção civil. E por fim fundou e dirigiu a Clínica Boa Hora, na terra de sua residência, em São Paio de Oleiros (também de seu concelho de Santa Maria da Feira). Sempre com visão empresarial de acautelar o seu futuro e de seus familiares mais chegados. Havendo depois, já em idade avançada, passado a clínica a sua afilhada, como pessoa de confiança e que aceitou, para dar continuidade a tal empreendimento.

Américo, além de ter sido um histórico guarda-redes de futebol do Futebol Clube do Porto e internacional pela Seleção Nacional, foi importante cidadão de Santa Maria de Lamas, onde nasceu em 1933 e teve residência até casar, mas também e vincadamente de São Paio de Oleiros, onde residiu a partir de 1957. E aí viveu até falecer e repousar por fim no descanso eterno, em 2023. Tendo esta sua terra afetiva sido deveras mais conhecida pelas referências dele ali ter vivido. Como curiosamente, no caso pessoal, foi por isso que tive conhecimento da mesma, a ponto que numa época a que eu presidia a uma instituição da minha terra, a Casa do Povo da Longra, aqui do concelho de Felgueiras, e no âmbito das respetivas atividades associativas fundei um Rancho Infantil e Juvenil (em 1994) a fazer parte da mesma instituição, como extensivamente organizava anualmente um Festival Folclórico, convidei para participar num desses encontros etnográficos, entre os Ranchos de cartaz, um congénere agrupamento de S. Paio de Oleiros (em 1999). Enquanto isso, como era a título de permuta, na resposta de troca então pela primeira vez pude (em 2000) ir à terra do sr. Américo, na ida ao Festival desse Rancho, existente ao tempo (agora nem sei, mesmo porque entretanto já passei a pasta dessas e outras funções de cidadania ativa). Tal como foi por me chamar a atenção, pelo nome da terra, onde vivia o sr. Américo, que um dia eu tive conhecimento e visitei o Presépio Gigante do “Cavalinho”, também existente por esse tempo e ainda durante mais anos…  

= Américo no dia em que foi homenageado, em 2015, pela Junta de Freguesia de São Paio de Oleiros com a Medalha de Mérito da mesma autarquia local, de que ele em tempos foi Presidente durante dois mandatos.

Agora, passado já algum tempo de seu falecimento, ocorrido no outono do passado ano de 2023, quando estava com 90 anos, e agora que passam 35 anos de sua criação da Clínica Boa Hora, em homenagem a tudo o que representa a vida de Américo, o grande guarda-redes do FC Porto e da Seleção Nacional, aqui se evoca sua obra na efeméride da fundação de sua Clínica. Respigando algumas passagens de entrevistas publicadas em jornais e revistas, em cujas conversas foi intercalado o tema da sua Clínica.

= A partir da esquerda: Barrigana, Vítor Baía, Américo e Acúrcio!

Assim, na revista “A Bola Magazine”, no seu número de setembro de 1990, em entrevista aos 3 grandes guarda-redes do passado da História do FC Porto, Barrigana, Acúrcio e Américo, junto com o então titular e jovem Vítor Baía, sendo Américo o mais novo dos antigos,  ficou feita logo referência a sua clínica, fundada no ano anterior, em 1989.

Isso, ao mesmo tempo que na mesma revista nesse tempo de publicação extra do jornal A Bola, Américo rememorou ainda, sobre a Campanha da Seleção Nacional dos "Magriços" no Mundial de 1966 em Inglaterra;

Depois e entretanto, em 1992, aquando do jogo Sporting-FC Porto para o Campeonato Nacional de futebol da 1ª Divisão da época de 1991/1992 (que o FC Porto acabaria no dia seguinte por vencer, por 2-0, no antigo estádio de Alvalade), Américo foi entrevistado no jornal A Bola como representante histórico do FC Porto na véspera da realização desse clássico em Lisboa. Tendo sido fotografado precisamente em frente à Clínica, como ficou registado, vendo-se em fundo o “reclame” (painel publicitário da respetiva sinalética) da própria Clínica. Tinha ele aí 57anos.  

Por fim, quanto a este tema, em 2000, no ano de viragem de século, contando ele então 67 anos, Américo foi figura no caderno destacável do jornal O Jogo, sob tema de “Memórias do meu século”. 

Em cuja entrevista, ao longo de quatro páginas inteiras, o “guarda-redes eterno” desfiou suas contas do rosário de memórias. De onde se recorta uma pequena parcela, da parte referente à sua Clínica.



Passam agora, em 2024, já 35 anos desde aquela realização em que Américo voou noutra área de vida, como antes voava para a bola, diante das áreas das balizas.

Armando Pinto

((( Clicar sobre as imagens )))