Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

terça-feira, 11 de março de 2025

Efeméride do nascimento de Soares dos Reis l (11/3/1910) e da sua 1.ª Internacionalização (24 anos depois) !

 

No dia 11 de Março de 1910, em Penafiel, nasceu Manuel Soares dos Reis, um dos grandes guarda-redes do FC Porto, também o 1.º guarda-redes internacional do FC Porto e que mais tarde assumiu ainda a missão de dirigente do Clube Dragão. Sendo Soares dos Reis um dos lendários nomes portistas, a ponto de merecer estar no Mausoléu do FC Porto, onde “repousam Glórias do FC Porto”.

Soares dos Reis l, assim referenciado historicamente porque (ele, Manuel Soares dos Reis) foi o 1.º da dinastia familiar de guarda-redes, continuada com Soares dos Reis ll, seu irmão (José Soares dos Reis), e Soares dos Reis lll, seu sobrinho e afilhado (Neca Soares dos Reis) – como está registado neste blogue “Memória Portista” em artigo publicado já em 2018, do qual há publicação particular entretanto feita pela família, que se saúda.

Manuel Soares dos Reis nasceu então ainda no tempo da Monarquia, mas já em finais do regime monárquico, pouco mais de meio ano antes da implantação da República (em outubro seguinte). Como tal naturalmente ainda passou os tempos difíceis da l.ª Grande Guerra Mundial, na sua meninice. Tendo mais tarde, quando jovem em idade de tropa, também prestado serviço militar e vestido a farda do exército português, como atesta uma sua foto com as divisas de graduado. 

Nesse período, tendo ido para Lisboa prestar a obrigação militar, passou a jogar então no Belenenses, após convite através de um seu oficial superior, transferindo-se por isso do Leça, onde jogava, para o clube do Restelo (depois de ter começado em equipas da sua terra de Penafiel).

Passou assim esse tempo de quartel e jogos pelo clube da Cruz de Cristo sem contudo ter combatido nas grandes guerras de seu tempo, visto na primeira ser ainda criança e na segunda já ter passado a fase da idade da tropa (quando em 1940 havia acabado sua carreira de guarda-redes internacional do FC Porto e da Seleção Nacional). De permeio com seu regresso ao Norte, acabada a tropa, tendo passado então pelo Boavista, em 1932/33, época em que também ficou a jogar como guarda-redes de Andebol no FC Porto. Facto que facilitou depois a saída do clube do Bessa, pois os boavisteiros não gostaram disso e Soares dos Reis queria mesmo era ir jogar futebol no FC Porto, para onde não fora antes apenas por não poder ser lá utilizado com a supremacia de Siska na baliza. Até que a 9 de Julho de 1933 Soares dos Reis então ingressou no FC Porto, e a 12 de novembro desse ano de 1933 alinhou pela primeira vez na equipa principal de futebol do FC Porto.

Quanto à prática desportiva do Andebol (que então ainda era escrito Handball) Soares dos Reis manteve essa duplicação ainda nos inícios de sua ligação ao FC Porto, como jogador/guarda-redes de andebol, enquanto não ficou guarda-redes titular do futebol. Como se vê pelo respetivo cartão da “Associação de Handball do Porto”, de 1934/35.

Jogou então futebol em campos de terra e enlameados quando chovia, como era uso ao tempo, nesses tempos de quase balizas às costas, como se diz, de grandes diferenças para a evolução posterior. Tanto que nesse tempo ainda havia possibilidade de jogadores que não estivessem em campo a jogar podiam ter acesso à proximidade da baliza, como num caso de curiosa fotografia coeva…

Como se vê, no instantâneo fotográfico, podendo então abrigar-se num guarda-chuva dum colega da equipa do FC Porto (Lopes Carneiro), sendo aquele um jogo da Seleção do Porto (da Associação de Futebol do Porto), Soares dos Reis nunca se distraía, estava sempre atento à jogada, para o que desse e viesse. Tal como atesta outra foto, desses tempos (dum jogo FC Porto-Setúbal, no estádio do Lima).  

Na baliza do FC Porto ganhou grande destaque no panorama futebolístico português, tendo passado também a defender galhardamente as balizas do Porto Clube e da Associação do Porto, mais de Portugal. Havendo-se estreado pela Seleção Nacional curiosamente no dia de seu aniversário em 1934, no ano seguinte a ter chegado ao FC Porto. 

= Foto da equipa portuguesa no Espanha-Portugal, com efetivos, suplentes, selecionador, massagista e roupeiro.

Dessa sua primeira internacionalização de Soares dos Reis, além da foto de conjunto do dia do jogo, ficou registada em foto uma pose de conjunto no treino antecedente, em Chamartin, ainda com boa disposição geral, antes do que se verificaria depois.

Chegado o dia, quando fazia 24 anos de idade, Soares dos Reis estreava-se então com a camisola da Seleção Portuguesa, a 11 de março de 1934, em jogo disputado diante da Espanha, em Madrid. Naquela tarde de goleada sofrida pela equipa portuguesa, perante a diferença que se verificava do futebol português ainda amador para o espanhol mais evoluído. Mas também com intromissão de tricas destabilizadoras na seleção federativa. Tendo, como resultado, o guarda-redes titular Soares dos Reis sofrido 3 golos (dos quais o 3,º de penalti) pelos espanhóis (que tinham um tal Langara como grande vedeta), e depois de Soares dos Reis ter sido substituído por Amaro do Benfica, que acabou por sofrer mais 6, Portugal saiu derrotado por 9-0.

No rescaldo, devido aos jogadores do FC Porto não terem sido tratados como devia ser pelo selecionador, os mesmos foram homenageados pelo F. C. Os Portuenses. Como merece referência, pelo significado e conclusões – conforme reportagem do jornal " O Primeiro de Janeiro".

Mais tarde, reconhecendo a valentia dos portugueses que jogaram nesse tempo pela Seleção diante da Espanha, e como atenuante ao que se passara, no mês de abril seguinte Soares dos Reis recebeu no Porto uma carta da então "Federação Portuguêsa de Football Association" a agradecer a prestação tida na defesa das «côres portuguêsas», como foram enviadas iguais aos outros, no seguimento duma deliberação resolvida em reunião diretiva. Afinal uma missiva histórica, à época considerada "carta de consolação".


Tudo factos e memórias desses tempos, que aqui se registam e, desta vez, se ilustram com fotografias e gravuras que não têm sido publicadas noutros lados. Acrescentando-se assim algo mais ao que já está publicado no longo artigo de 2018. 


Culminando esta evocação, reforça-se o tema com uma entrevista de Manuel Soares dos Reis ao então existente jornal "o porto desportivo", a fazer uma resenha de sua carreira desportiva até esse tempo, passado poucos dias de seu 24,º aniversário e primeira internacionalização. A propósito de esclarecimentos do que se passara em Espanha. Visto então os jogadores do FC Porto, apesar de serem em maioria (porque aqueles jogadores do FC Porto à época eram de longe os melhores das equipas portuguesas em seus lugares de campo!), foram maltratados, com maior enfoque ao tratamento dado a Soares dos Reis pelo selecionador lisboeta Ornelas. Como se pode ler.

Era então Soares dos Reis figura pública conhecida como se percebe bem por, um ano depois, com 25 anos, ter prestado uma entrevista a uma revista juvenil em voga nesse tempo, chamada TIC-TAC.

Na calha, acrescente-se um pouco mais: No FC Porto Soares dos Reis sagrou-se campeão, primeiro no Campeonato do Porto, tendo o FC Porto sido Campeão do Norte em 1933/34.

E depois, em 1934/35, no primeiro Campeonato Nacional da 1.ª Divisão do futebol português, o FC Porto com Soares dos Reis foi Campeão Nacional. Então, antes do jogo final, Soares dos Reis desabafou, publicamente:

E Soares dos Reis em grande estilo foi o guardião da equipa campeã!

Terminou em beleza a caminhada desse primeiro Campeonato Nacional, com um empate em Lisboa, em casa do Sporting, no decisivo jogo. O FC Porto levava dois pontos de vantagem na classificação à chegada da jornada derradeira. Ou seja ia com uma vitória mais que o adversário e seguidor, Sporting. Conforme a classificação, perante a atribuição de 2 pontos por triunfos e 1 por empates, ao tempo ainda e por muito tempo mais. Vitória essa que na prática correspondia ao triunfo da 1.ª volta, do jogo em que o FC Porto venceu o Sporting por 4-2, a 3 de março de 1935. E assim, na 2.ª volta, findo o jogo da última jornada, esse empate final soube a vitória. Tendo o FC Porto ficado no 1.º lugar final com 22 pontos somados, quedando-se a seguir o Sporting com 20 em 2.º lugar e o Benfica em 3.º com 19 pontos; seguindo-se Beleneses, Vitória de Setúbal, União de Lisboa, Académico do Porto e Académica de Coimbra, por esta ordem. E em remate festivo, deu-se no regresso da caravana vitoriosa à Invicta uma receção apoteótica. 


Aí até na rua foram vendidos panfletos com versos dedicados aos campeões.

Enquanto depois houve oficialmente uma solene sessão de homenagem, metendo espetáculo preenchido com a atriz Maria Amélia e  distribuição de medalhas aos campeões.

No decorrer dos anos seguintes o FC Porto, com Soares dos Reis na baliza, continuou a vencer e a ser campeão noutras épocas. Mas isso e outras histórias ficam para mais artigos, em oportunidades diversas, que a carreira de Soares dos Reis foi muito rica e há muito mais a demonstrar, recordar e preservar na memória portista.

Armando Pinto

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Nota: - Pode recordar-se o artigo publicado em 2018, clicando em

https://memoriaporto.blogspot.com/2018/08/soares-dos-reis-uma-dinastia-real-de_16.html

A. P. 

quinta-feira, 6 de março de 2025

A propósito do “OBJETO DO MÊS” DE MARÇO de 2025 (bobina de filme de 1969): - Uma lembrança dum filme da Vida do FC Porto apresentado em 1968…

Na sequência da apresentação pública de objetos entretanto guardados nos armazéns do museu, para exposição periódica, mensalmente e um de cada vez, colocados na vitrina do mostrador do chamado “Objeto do Mês”, no hall do museu do FC Porto, está exposto este mês de março como tal uma bobine de um filme feito em 1969. Cuja fita dentro da mesma contém a reportagem do jogo de futebol Benfica-FC Porto do então Campeonato da 1.ª Divisão Nacional de 1968/1969, terminado empatado 0-0. Filme esse feito por Perdigão Queiroga, cineasta referência do cinema português do século XX e à época também funcionário da RTP.


Isso faz também lembrar um outro filme. Que é outra e maior história...


Mas já lá vamos. A propósito do Objeto deste mês de março de 2025. 

Esse objeto de 1969, da bobine com o filme referido, além da parte que toca ao caso em apreço, transporta algumas outras curiosidades extensivas. Tendo sido Perdigão Queiroga (1916-1980) um nome histórico do cinema português. E que embora sem ser adepto portista, fez alguns filmes na sua condição de homem da câmara que filmou para a RTP algumas reportagens de jogos do FC Porto.

Queiroga «dedicou a vida à sétima arte de muitas formas, desde a montagem à realização e, também, como produtor, assinando filmes, documentários e reportagens sobre variados temas, incluindo desporto. Em 1969, fez a cobertura de uma visita do FC Porto ao rival SL Benfica e o registo em película desse jogo está guardado nesta bobina que constitui, sem dúvida, um item só por si surpreendente na ampla e diversificada coleção do FC Porto e mais inusitado ainda quando, a partir dele, se estabelece uma ligação direta ao lendário futebolista Valdemar Mota, que também chegou ao grande ecrã», por ter sido nos anos 30 ator num filme em que entrou esse primeiro olímpico do FC Porto (em “O Trevo das 4 folhas”, do realizador Chianca de Garcia, datado de 1936). Assim como Queiroga filmou o jogo da final de Juniores de 1969 em que o FC Porto venceu o Sporting em Leiria, quando Queiroga era e esteve presente também como dirigente do mesmo Sporting de Lisboa. Objeto este, do filme do Benfica-Porto, entretanto «selecionado nas Reservas do Arquivo do Museu FC Porto para ser descoberto no Hall do Museu», para por essa via colocar algo mais da história do FC Porto ainda mais ao alcance de todos os que circularem nesse corredor e salão de entrada, entre a loja Dragão Store e o Museu.

O caso da existência deste filme faz ainda recuar no tempo, também, pelo menos um ano, deixando passar a memória até parar em 1968. Quando foi apresentado um outro filme, esse com a História do FC Porto ("Vida e glórias do F. C. Porto"), da autoria do realizador Fernando Sousa Neves e com argumento do historiador portista Rodrigues Teles. Do qual ficou registado no jornal O Porto uma “caixa” a noticiar essa realização e aludindo à entrega de um trofeu alusivo, patrocinado pelo jornal oficial do FC Porto. Tudo na Direção do Presidente Afonso Pinto de Magalhães. De cuja nota informativa d’ O Porto consta um recorte no arquivo pessoal, aqui do autor deste blogue, do qual foi feita imagem incluída no Museu do FC Porto, na área de gravuras das capas de jornais e revistas com notícias da comunicação social que se vêm no Museu FC Porto By BMG.

Armando Pinto

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quarta-feira, 5 de março de 2025

“Dia do Clube” na Casa do FC Porto de Felgueiras

 

- 04/3/2025 – O FC Porto esteve oficialmente representado pelo Professor Alberto Babo no encontro de sócios e adeptos portistas  “Dia do Clube”, em sessão extra desse encontro de portistas, desta vez na Casa do FC Porto de Felgueiras. Tendo a Câmara Municipal de Felgueiras estado representada pelo Vereador Fernando Fernandes. 

Com efeito teve lugar na cidade de Felgueiras, na tarde do dia de carnaval, a primeira edição do Dia do Clube de 2025, juntando portistas que puderam estar presentes. Em cujo evento estiveram também presentes como palestrantes os antigos futebolistas do FC Porto Eduardo Luís, João Pinto e Bruno Alves. Com os quais aqui o autor destes registos conseguiu ser fotografado no final.

Como havia alguns compromissos de ordem familiar e mesmo com a passagem do grande Corso Carnavalesco da Longra, de permeio, nos arredores da sede do concelho, só foi possível aqui ao autor deste blogue chegar à cidade e entrar na sala já quase no fim da sessão. Porém ainda a tempo de receber o cachecol da casa entregue na ocasião a todos os aderentes e ter podido conversar com o presidente da casa e com alguns dos organizadores habituais do Dia do Clube.

Armando Pinto

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terça-feira, 4 de março de 2025

Bisnaga de Carnaval antiga no formato do emblema do FC Porto (anos 60/70)...

 

Antiga bisnaga de água, própria do Carnaval de antigamente – a propósito do Dia de Carnaval (este ano a 4 de março), nesta terça-feira gorda. A calhar lembrar tempos idos e algo idílicos, na transposição à atualidade em que o Carnaval tem mais encanto em azul e branco, com boa disposição pela vitória do FC Porto ainda de fresca sensação!

Bisnaga esta de memórias passadas, como se usava para na brincadeira “deitar água” às pessoas amigas, durante o dia de Carnaval. Esta sendo no formato do emblema do Futebol Clube do Porto, em plástico de cor azul. Peça que comprei em tempo de jovem estudante liceal, sensivelmente pelo ano de 1970, o primeiro Carnaval passado em casa na adolescência, desde que deixei um estabelecimento de ensino interno. Ou seja, quando passei a estudar como externo (no Externato Eça de Queirós, em Lousada) e adquiri esta bisnaga de estimação, durante as férias de Carnaval, numa loja da Longra (Felgueiras). Mas que já tinha visto antes, sensivelmente pelo ano de 1969. E como tal existia desde tempos anteriores e eu “marcara” intimamente para mim, com ideia de comprar logo que pudesse…

Era usada então cheia de água, que se enchia pela abertura de baixo, por meio do tubo flexível (género” palhinha”) como se vê na imagem; e nesse sítio, através de furo, se seringava, lançando a água.

Eram usuais então essa e outras bisnagas carnavalescas, de esguichar água como seringas, usadas durante as brincadeiras no Carnaval de tempos idos. Neste caso com a particularidade de ser em forma do símbolo do FC Porto, o brasão abençoado portista.

Armando Pinto

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domingo, 2 de março de 2025

Recriação do 1.º jogo oficial de futebol em Portugal – com o FC Porto em maioria na Seleção do Porto vencedora do jogo da reconstituição histórica da CUP D’EL-REY

 

- 01/3/2025 – Comemoração do 1.º jogo oficial de futebol em Portugal!  

- Com a presença de André Villas-Boas, Presidente do FC Porto, e de vários antigos jogadores azuis e brancos foi recriado o primeiro jogo de futebol disputado em Portugal, que tivera lugar no Porto, em 1894, no âmbito das comemorações henriquinas, dos festejos do quinto centenário do Infante D. Henrique, o Navegador, alma dos Descobrimentos Portugueses, natural do Porto. Esse histórico encontro teve então, em 1894, uma taça oficialmente chamada “Cup de El-Rey”, instituída pelo rei D. Carlos, e foi disputada por seleções do Porto e Lisboa, constituídas, sobretudo, por jogadores do Football Club do Porto e do Club Lisbonense, respetivamente de um lado e do outro.

Desta vez, em 2025, numa organização da Associação de Futebol do Porto, sendo recriada no mesmo local, no Oporto Cricket & Lawn Tennis Club, no Campo Alegre-cidade do Porto, também a seleção do Porto teve participação maioritária de jogadores antigos do FC Porto, atualmente da equipa de veteranos "FC Porto Vintage". Em ambos os casos, como tal, considerados jogos do FC Porto, embora reforçados os dois conjuntos no pioneiro jogo e nem tanto na recriação. Tendo a seleção do Porto se apresentado de início com Bruno Vale (g.r), João Pinto, Ricardo Silva, Rolando, Nuno André Coelho, Marek Chech, Artur Alexandre, Bandeirinha, Derlei, Hélder Barbosa e Cintra. Foram ainda utilizados Joca, Costinha e Paulo Pereira. Ou seja praticamente quase todos do FC Porto. E se em 1894 Lisboa venceu por 1-0, na comemoração, à passagem de 130 anos e prestes a completar 131, venceu o Porto por 4-1.  

= Com efeito o primeiro jogo oficial da história do futebol português realizou-se em 1894, perante o olhar atento da família real e da alta sociedade, nas instalações do Oporto Cricket Club. A convite de António Nicolau d’Almeida, o fundador do FC Porto, um grupo de jogadores da capital deslocou-se à Invicta e acabou por vencer a equipa portista composta por Mac Geok; Francisco Guimarães e Albert Nugent; Albert Dagge, MacMilan e Alberto Kendall; Francis Consonly, Arthur Ramos, MacKechnie, Robert Ray e Alfredo Kendall. No final, o rei D. Carlos entregou uma taça com o seu nome aos lisboetas. Este ano de 2025, ainda dentro da comemoração dos 130 anos desse acontecimento e na véspera de perfazer 131, houve a festiva recriação desse momento histórico; e o Foot-ball Club do Porto, agora Futebol Clube do Porto, vingou o resultado anterior com um triunfo por 4-1. 

No final foi a taça simbolicamente entregue ao capitão portista João Pinto, junto com seus colegas, que antes foram cumprimentados pelo presidente Villas-Boas, familiar de alguns dos jogadores de 1894 e a representar o Clube tal como em 1894 estivera Nicolau d’ Almeida.


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Diversas curiosidades se relacionaram ainda, na lembrança do acontecimento de finais do século XIX. Tal o facto de a equipa Lisbonense ter então sido preparada por Guilherme Pinto Basto, o homem que trouxe o ténis e o futebol de Inglaterra para Portugal, e cuja família tem ainda hoje relações familiares próximas com a família Villas-Boas. Mais o facto de na equipa do FC Porto constarem Edward e Albert Kendall, bisavô e tio-bisavô de André Villas-Boas, enbora nesse jogo primeiro só tenha jogado o segundo (por o outro ter estado lesionado, jogando depois outro jogo seguinte). Enquanto na recriação, deste sábado dia 1 de março de 2025, houve duração do jogo similar ao primeiro, bem como as diferentes delimitações do campo e sobretudo da grande área, mais as balizas recriadas também ao modo daquele tempo antigo. Entre outros detalhes que, ali em pleno campo, foram explicados publicamerntete pelo historiador do Porto Canal Joel Cleto. Bem como, à maneira de repetição da ocorrência de 1894, foi servido vinho do Porto aos jogadores durante o intervalo. Assim como foi tocado o  hino ouvido em 1894, escrito por Alfredo Keil em homenagem aos 500 anos do nascimento do Infante D. Henrique. Tudo sob cenário de reconstituição histórica, com figurantes a encenar os participantes e ocorrências de 1894.





Para complementar o registo deste curioso e interessante acontecimento, pois uma comemoração assim fica na memória portista, junta-se recorte da reportagem inserida no jornal O Jogo, edição de domingo 2 de março.


Armando Pinto

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