Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Faleceu mais um portista de cepa – Pinto Lopes


Chega ao nosso conhecimento, via comunicações de facebook, a notícia do falecimento dum senhor cujo nome em tempos foi sensivelmente conhecido dos meios portistas, a nível das modalidades amadoras, e politicamente era afamado em seu concelho natal, Penafiel: o senhor Pinto Lopes, de Entre-os-Rios.

Não conheci o senhor Pinto Lopes pessoalmente, embora o tenha visto pelas Antas. Colocando na primeira pessoa esta referência, por ser precisamente uma alusão em nome pessoal. Mas durante anos li diversas menções que lhe iam sendo feitas enquanto desempenhou lugar de dirigente do FC Porto, quer na natação como no voleibol, ao tempo das presidências do Dr. Américo Sá (escrevendo de memória, de quanto me lembro, agora). Dando-se o caso dele ser também Armando de sua graça, em cujo nome de seguida também era Pinto, facto que chegou a criar alguma confusão no jornal O Porto (segundo me contou um jornalista do clube, à época), sempre que à redação chegavam cartas com artigos meus, e ao mesmo tempo artigos sobre a atividade clubista do mesmo, cujo nome similar igualmente aparecia. O que já não sucedia quando era escrito o nome completo, Armando Pinto Lopes, como era o dele, efetivamente. Daí eu ter tido inicial conhecimento sobre esse senhor que era um dos diretores do FC Porto, por sinal muito elogiado em sua dedicação clubística. Mas nunca tive oportunidade de estar com ele, entretanto. Assim como à posteriori, em referências narrativas de matéria desportiva, cheguei a ler algo de confusão havida com um outro sr. Pinto Lopes, esse do boxe do FC Porto. Sabendo porém, por quanto me pude aperceber, que o sr. Armando Pinto Lopes, passara a dedicar-se mais a assuntos de sua terra, sendo um interveniente da política local de Eja, freguesia a que pertence a sua linda Entre-os-Rios.

Ora, Armando Pinto Lopes foi durante larga sequência de anos um destacado político no concelho de Penafiel, havendo concorrido por diversas vezes nas eleições autárquicas pela sua freguesia. Numa vida assim deveras preenchida, ao longo de seus 91 anos, idade com que faleceu. Havendo deixado seu nome ligado à vida dos Bombeiros Voluntários de Entre-os-Rios, em cuja corporação desempenhou diversos cargos e chegou a ser presidente, bem como presidiu à Junta de Turismo de Entre-os-Rios e à mesa da Assembleia da sua freguesia de Eja, assim como foi membro da Assembleia Municipal de Penafiel, órgão que aprovou a sua condecoração com a medalha de mérito municipal. Além de sua atividade autárquica e associativa, teve intervenções de cidadania como recuperador de tradições locais, sendo o principal dinamizador da procissão de Endoenças que anualmente é caraterística das margens daquela conhecida localidade na semana da Páscoa. Enquanto, de permeio, havia igualmente honrado sua região como historiador e era apreciado contador de histórias.

Sabendo agora de seu falecimento, ocorrido na última sexta-feira deste mês de novembro, dedicamos-lhe estas simples palavras de homenagem, por quanto seu nome foi falado no mundo portista, ele que era um grande portista, conforme dele o autor destas linhas ouviu referências. Paz à sua alma. E no Infinito alcançado que possa velar também pelo FC Porto, dentro do possível.

Armando Pinto

sábado, 26 de novembro de 2016

À Atenção Superior do FC Porto


- Podia “mandar umas postas” agora no facebook, ou noutra rede social, para ir na onda, depois de mais um empate que leva a que o título do campeonato comece a ser uma miragem, já, mas prefiro escrever apenas aqui, desabafando entre pessoas do mesmo denominador comum, em espaço reservado do meu Portismo, onde não admito faltas de respeito…

E, posto isto, cá vai e fica, a quem de direito:

O futebol sénior do FC Porto atingiu o ponto mais baixo da era moderna. É tempo de dizer basta, ou por outro lado, não de dizer mas de fazer qualquer coisa para mudar a situação. Assim não pode continuar. Isto está a atingir raias da incompreensão. Como é que uma equipa com bons valores empata sucessivamente com equipas medianas, para não dizer outra coisa?!

Sentimos naturalmente que o mal começou fora, mas acaba por destruir dentro. Com isto tudo ganha o sistema que consegue levar a água a seu moinho, pela má-fé dos corruptos que estão à frente do sistema futebolístico português. Porque também tem faltado trabalho de casa à maneira dos tempos da dupla Pedroto-Pinto da Costa, para lutar contra o sistema, e não à espera como agora que diabos se tornem anjos.

De qualquer forma, com a situação atual, urge tomar medidas. Se a direção está condicionada pelas campanhas derivadas do apito inventado, será melhor pôr os interesses do clube acima de tudo.

Não é por um ou outro bom valor ter saído, que pessoalmente estou desgostoso e desiludido, quando alguns dos que saíram eram muito melhores do que outros que ficaram ou que ainda estão. No FC Porto isso não é novidade. Basta lembrar, e já sem recuar demasiado no tempo, que na transição dos anos sessenta para os setenta aconteceu algo do género, por exemplo, com o Custódio Pinto, que era dos melhores e grande referência do clube, e acabou por sair ingloriamente quando tinha muito para dar ao seu e nosso clube, tal como anos depois aconteceu com o Gomes, também por exemplo, para não falar em mais. Assim como não é só por estar na moda criticar tudo, pois muitas opiniões são derivadas por outras motivações. E não é só agora que o Porto não ganha, pois até 1976/77 não ganhava quase nada, e só a partir de 1977/78 voltamos a ser campeões, coisa que havia antes acontecido em 1959. Claro que nos habituamos a ganhar em futebol mais a partir de 1984/85, e o difícil é manter a estabilidade, quanto à superioridade, perante tanta contrariedade. Mas há que saber dar a volta e, se for o caso, sair a tempo, para dar vez a outros que possam fazer melhor daqui em diante. Ou então dar um safanão no que precisa muito de ser mudado.Com conta e medida.

Assim como está, no FC Porto, isto não pode continuar. Há empates e empatas demais!

Armando Pinto

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

"Casos" da Seleção A do futebol português – a propósito dos primeiros convocados… do FC Porto!


Vem de longe a tradição da seleção portuguesa de futebol ser mais dos organismos federativos, em vez de representar o todo nacional. Fama, afinal, de ser regida por escolhas segundo interesses dos maiorais do sistema desportivo luso, que teve pontos cumeados nas injustiças perpetradas nas escolhas de Luz Afonso e Otto Glória aquando do Mundial de 1966 e na palermice de Scolari na campanha culminada no Europeu de 2004, entre tantos e diversificados "casos".

Desta feita, o tema traz a lume anterior ocorrência, do início dessa sequência, dando para evocar Lino Moreira e Artur Augusto (individualmente nas imagens de cima), que integraram a equipa do FC Porto triunfante na primeira prova oficial a nível geral do país.


Recuando aos primórdios, então, aos tempos em que o FC Porto teve os primeiros campeões de Portugal, recorde-se, a propósito da efeméride do dia:

A 25 de novembro de 1921 Lino Moreira e Artur Augusto tornavam-se os primeiros futebolistas do FC Porto a serem convocados para a seleção nacional. Foi há 95 anos e desde então o FC Porto manteve sempre a tradição de ceder atletas à seleção e também a seleções de outros países.

Contudo, nessa primeira vez, em 1921, acabou por ter jogado somente Artur Augusto, ficando então de fora Lino Moreira, e não só…

(Imagem de Dezembro de 1921, que, como se nota pela legenda, foi publicada numa revista da especialidade há quase quatro décadas...)

Ora, assim sendo, logo nessa primeira ocasião em que foi escolhida uma seleção para representar Portugal começou a saga que leva a que as seleções ditas portuguesas não sejam assim de verdade, como se tem sentido pelos tempos fora. Há diversas referências ao facto de tal pontapé de saída, ao início dos anos 20, do século XX, cuja ocorrência foi muito bem descrita em resumo de Fernando Moreira no seu trabalho “Dragões de Azul Forte - Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do F. C. do Porto”, no blogue “Bibó Porto, carago”:

» … A escolha dos que integrariam a equipa estava a cargo da Comissão Técnica da Associação de Futebol de Lisboa. Logo de início foi notório o desentendimento no seio daquela comissão… Por outro lado, a Norte, a Associação de Futebol do Porto foi surpreendida (ou talvez nem por isso…) pela não chamada de dois atletas do FC Porto que eram apontados pela imprensa como indiscutíveis: António Lino Moreira, guarda-redes, e José Tavares Bastos, um avançado de grande categoria. Apenas o portista Artur Augusto (por sinal… lisboeta) havia sido convocado. O afrontamento provocou no Norte um clima de contestação sem precedentes e a emotividade atingiu níveis impensáveis. A revista “Sport”, na edição de 17 de Dezembro de 1921, véspera do jogo de Madrid, zurzia nos poderes de Lisboa publicando o seguinte artigo, sob o título “Uma selecção que nada representa”»

Na pertinência desta lembrança, trazemos também à baila o tema do Mundial de 1966, já que o caso de Vítor Baía, em 2003/2004, ainda é de fresca memória. Evocando-se agora o tema da convocatória de 1966 por terem sido convocados seis elementos da equipa principal do FC Porto, tal como se vê na foto anexa (abaixo), referente à concentração para os treinos que levaram à escolha final dos 22 que integraram a delegação portuguesa dos Magriços de Inglaterra; mas dessa meia dúzia de portistas inicialmente lembrados depois só metade ficou nos selecionados, tendo sido mandados embora três e, por fim, desses só um jogou na fase final…

Repare-se assim na fotografia, onde se vêm, entre os que estiveram concentrados no estágio preliminar para o Mundial de 1966, os futebolistas do FC Porto Nóbrega, Américo, Jaime e Pinto (na primeira fila, sentados em 2º, 4º, 6º e 10º lugares a partir da esquerda), Festa, (primeiro da segunda fila, à esquerda) e Almeida (na fila de trás, último da direita ao cimo).


Assim sendo, avivamos a lembrança sobre essa campanha dos Magriços, que nunca é demasiado lembrar para fazer justiça a Américo, ao menos, por quanto ele foi referência e representa na história do F C Porto e do desporto nacional. Américo que foi o grande injustiçado do futebol português, quanto a internacionalizações pela seleção dita portuguesa, como ficou para a história. Mas, apesar de tudo, foi o melhor guarda-redes português da década dos anos sessentas. Em tempo do sistema BSB (do sistema das presidências federativas circunscritas a serem comandadas por homens de Benfica, Sporting e Belenenses). Américo era o melhor guarda-redes português, mas no Mundial de 1966 ficou a ver os jogos no banco de suplentes, porque tinham que jogar os dos clubes dos dirigentes federativos. Motivo porque do lote dos 22 “Magriços” (como foram chamados os futebolistas dessa campanha), do F C Porto só o defesa Alberto Festa pôde jogar e apenas em metade dos jogos dessa fase final. Ficando Américo e Custódio Pinto a suplentes, enquanto Nóbrega, que até chegou a ter feito o fato oficial para o efeito, ficou fora a ver os jogos pela televisão, preterido quase nos últimos dias, indo em sua vez um que jogava num clube pequeno mas que estava já comprometido com um dos clubes grandes de Lisboa.

= Américo, o primeiro "Baliza de Prata" Português!

Atendendo a essa simpatia que Américo sempre me merece, foi com grande prazer que mais tarde, já em Outubro de 2016, pude visitar seu museu particular e ver bem diante dos olhos a camisola que ele vestia e outras recordações dessas eras. Sendo com muita honra que fiquei ao seu lado em fotos que guardo…»

Armando Pinto

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terça-feira, 22 de novembro de 2016

Parabéns Gomes, pelo 60º aniversário natalício na sua vida portista!


Fernando Gomes, “Bibota” do F.C. Porto, celebra neste dia 60 anos de vida, sensivelmente em mais de quatro décadas de ligação ao futebol.

Com efeito, Fernando Mendes Soares Gomes, o “Gomes do Porto”, como foi mais conhecido, faz hoje 60 anos. Avançado carismático, como foi, que fez 355 golos em 451 jogos pelo seu e nosso clube, enquanto jogou pelo FC Porto. Em cujo percurso venceu seis Bolas de Prata, como melhor marcador do campeonato português, e duas Botas de Ouro, de melhor goleador da Europa.

O autor do blogue Memória Portista, por esta via, endereça-lhe os naturais parabéns e, regozijando-se por o Gomes incluir a atual equipa da estrutura do futebol azul e branco, formulo desta forma sinceros votos de felicidades, a começar já nesta noite europeia, especialmente.

Como agradecimento pela marca que tem no nosso clube, recordamos desta feita, em acréscimo a outras anteriores referências, aqui, mais alguns respigos de publicações de tempos áureos.


Armando Pinto
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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Olhar visitante pela exposição sobre a história do Andebol do FC Porto


Com olhos atentos a tudo o que seja do FC Porto, não podia deixar de visitar a mostra temporária que se encontra na sala de exposições periódicas do Dragão sobre o historial do Andebol do FC Porto, desde a antiga variante de onze até à atualidade do sete. E ali pude ver, felizmente, aquela interessante exposição pública, com nomes, números, factos e curiosidades sobre o Andebol do FC Porto. A recordar os 86 anos de História entretanto marcados na Vida do FC Porto, entre muitos dos anos de Portismo entretanto vivido também pelo autor destas anotações. 

Vendo, ao vivo, todo aquele rico espólio mais fica a sensação que tudo aquilo deveria estar em exposição permanente no interior do museu do FC Porto (assim como idênticos espaços dedicados ao historial do hóquei em patins, ciclismo, basquetebol, natação, boxe, bilhar, das modalidades do ecletismo atual, mais as antigas e desativadas, como atletismo, voleibol, hóquei em campo, ginástica, ténis de mesa, pesca desportiva, e outras, com ilustres pergaminhos), o que temos esperança que um dia ainda venha a suceder. 

Entretanto ali vimos e todos podem ver, enquanto permanecer assim, diversos testemunhos visuais e documentais de alguns dos bons momentos dos 86 anos do Andebol do FC Porto em exposição na Sala Multiusos – de cuja visita, além do que ficou na retina própria, guardamos algumas imagens fotográficas captadas na ocasião..


Armando Pinto
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sábado, 19 de novembro de 2016

Regresso do sistema dos calabotes: FC Porto afastado da Taça de futebol através de grande roubalheira...


Os calabotes aí estão de regresso. À Capela... Depois dos túneis, estorilogate, colinhos, etc... agora são roubos encomendados, já sem vergonha... E assim o FC Porto é eliminado da Taça, desta feita, com três penaltis roubados... e trabalho feito para o jogo ter ido a penaltis após prolongamento, já depois de enervados os jogadores do FC Porto, para o resultado que o árbitro e seus mandantes queriam... 

A Direção do Porto tem de tomar posição perante tanta roubalheira. A claque do Porto por outro lado também precisa de mostrar a esses árbitros e tipos da arbitragem, federação e companhia que não podem continuar a brincar com as pessoas de outros clubes... Isto é revoltante. Mouros são assim, mas há limites...  O Benfica lá jogou mal, mas ganhou porque teve o árbitro a ajudar. Por isso enquanto não houver atitude de jeito, eles não temem...

O treinador Nuno tem de deixar de ter medo e de falar abertamente o que é e o que se passa. A entrevista de final de jogo deixa os apoiantes incrédulos... - Então foi só um penalti? Ora, foram três!!!

Alguma coisa mais tem de ser feita, isto está a voltar ao antigamente. Já não basta o que se passa na política do país, até no desporto está tudo a voltar atrás...!

Armando Pinto

Nota: Imagem (acima) da Internet. Um dos três lances que só cegos, maus e mal intencionados não quiseram nem poderão querer não ver...

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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Ângelo Carvalho – Um Vulto Histórico da Velha Guarda Portista


As efemérides são boas para recordar factos e personagens. Como calha um caso relacionado com a carreira de Ângelo Carvalho, um dos futebolistas que foram capitães históricos do FC Porto. Sendo o tema relacionado com o dia 16 de novembro, mas por esse dia coincidir com o aniversário da inauguração do estádio do Dragão, reservamos espaço para agora também lembrarmos o Carvalho, como era mais conhecido esse antigo valor referencial do clube entre épocas das décadas dos anos quarenta e cinquenta. 

Ora, «a 16 de Novembro de 1947 o FC Porto recebeu e venceu o Elvas por 4-0. Até aqui tudo normal, mas neste jogo iniciou-se uma longa série de Ângelo Carvalho, que fez mais de três épocas consecutivas pelo nosso clube sem falhar um único jogo. A extraordinária série terminaria apenas a 28 de janeiro de 1951.»

Ângelo Ferreira de Carvalho, nascido no dia 3 de agosto de 1925, havia ingressado no Futebol Clube do Porto na temporada de 1943/44 e vestiu a camisola azul e branca até à época de 1954/55. Tendo assim a meio da carreira, sensivelmente, tido essa interessante série de jogos seguidos como titular da equipa principal do FC Porto, numa marca que antecedeu alguns dos recordes hoje tão em voga. Havendo ficado na história portista como um carismático futebolista, que, embora sem ter tido felicidade de títulos de campeão ou outros trofeus de maior relevo, esteve ligado a famosas vitórias como foram algumas de jogos particulares importantes (conforme acontecia ao tempo, não havendo ainda jogos oficiais de competições internacionais). Tais foram sobre o Real Madrid por 4-1, em 1947, ano em que também o F.C. Porto foi ao terreno do Valência vencer por 1-0 o campeão espanhol; assim como em 1949 Carvalho ajudou à vitória sobre o Viena de Áustria por 3-0 no Campo da Constituição e em Dezembro do mesmo ano esteve igualmente no triunfo por 3-1 sobre o Deportivo de La Coruña no Estádio do Lima. 

Depois, já em Maio de 1952 ele esteve presente na inauguração do Estádio das Antas; bem como, quatro dias mais tarde, a 1 de Junho, foi titular na equipa que alinhou pela primeira vez num jogo oficial no Estádio das Antas, no caso contra o Sporting, a contar para a 1ª mão das meias-finais da Taça de Portugal, que o F.C. Porto venceu por 2-0. Tal como, também, esteve incluído na formação portista que foi à inauguração do antigo estádio da Luz, em 1954, sendo então um dos vitoriosos que de lá trouxeram a artística taça que ainda é um dos orgulhos do museu do FC Porto.

Ângelo Carvalho, na dúzia de anos que teve ao serviço do FC Porto integrou equipas vencedoras de 4 Campeonatos do Porto e 1 Taça Associação de Futebol do Porto, mas acabou por sair do clube antes do título de campeão nacional conquistado pelo FC Porto em 1956, dispensado que foi anteriormente por Yustrich, juntamente com Barrigana e Porcel. Ficando contudo para sempre na memória portista como um histórico defesa-esquerdo e capitão da equipa do F.C. Porto, além de ter sido internacional pela Seleção Nacional em 15 ocasiões – como se recorda pela sua ficha curricular, constante na galeria dos Internacionais do FC Porto.


Mais tarde Ângelo Carvalho fez parte da área organizativa das equipas de Velhas Guardas do FC Porto.

Tendo entretanto falecido, a 8 de Outubro de 2008, aproveitamos assim a efeméride referida para escrever e publicar este artigo de recordação, em homenagem evocativa que ilustramos ainda com imagens da revista Stadium.

Armando Pinto

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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

No 13 º aniversário da inauguração festiva da atual Casa do FC Porto: Estádio do Dragão – Uma história para contar sempre!


Há 13 anos era um domingo soalheiro, com sol de outono em época de verão(zinho) de São Martinho, acrescido duma aragem friorenta, fazendo então um ventito cortante, ao género de brisa pouco agradável. Mas no ambiente da cidade do Porto andava uma animação especial com os corações quentes, afluindo o sangue com fervor portista, sendo a festa da inauguração do então novo estádio do FC Porto.


Para trás ficava todo o processo de reabilitação urbanística daquela área da cidade e o caso da oposição do presidente da Câmara Municipal do Porto desse tempo, o tal Rio que foi a pior cheia de água sofrida pela urbe portuense, como pessoa que mais fez mal à cidade da Virgem depois de a meio do século XX ter sido destruído o palácio de Cristal genuíno, qual asneirola ao princípio do século XXI em ter encharcado de cimento a Praça central, que assim transformou numa eira, tendo aniquilado os jardins da Avenida dos Aliados, o que ficou na linha histórica de ter colocado a estátua do guerreiro Porto de costas para tudo junto à Sé, a catedral que o mesmo tentou esconder com o bloco de pedra ali colocado em vez da antiga casa municipal… passando depois a mesma estátua para posição quase despercebida  num passeio lateral ao atual largo dos Aliados e Praça da Liberdade. E no meio de tudo isso tentou sobremaneira impedir a edificação do estádio do Dragão e requalificação daquela zona das Antas. Enfim histórias que não podem ser esquecidas e, tal como a grandiosidade da construção do estádio do Dragão, pese o clube ter perdido instalações e espaços da antiga cidadela desportiva, terão sempre história para contar aos vindouros.

Agora, passados estes anos, faz hoje anos que pudemos viver tudo isso e o que se seguiu à noite, dentro do próprio estádio. Apanhamos um frio do carago, mas valeu a pena! Não mais esquece o ambiente ao som da musical Alegria, o espetáculo para a assistência de magia e cor, mais o entusiasmo bem azul que se sentiu.


Assim sendo, a casa de todos nós faz hoje 13 anos. O Estádio do Dragão é ainda um jovem adolescente em que vivemos depressa e aquela estrutura gigantesca de matéria física e espírito místico já testemunhou vitórias épicas e conquistas inesquecíveis. Até agora festejamos 621 golos no Dragão, o nosso estádio que já reúne uma série de façanhas apreciável…

Como lembrança do facto, além de outras referências em artigos idênticos de anos anteriores, juntamos desta vez algumas imagens, reportando à capa da revista do jornal O Jogo e páginas interiores da revista Notícias Magazine dessa época.


Armando Pinto

Nota: Alguns artigos publicados em anos anteriores, sobre o mesmo tema, 

(clicando nos links seguintes) em:

- … no 9º aniversário...



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terça-feira, 15 de novembro de 2016

João Pinto é o Adjunto do Diretor Geral do Futebol Profissional do FC Porto


João Pinto, um dos eternos capitães do futebol portista e de modo especial capitão em 1987 da inesquecível final de Viena, é a partir de agora, desde meio de Novembro, adjunto de Luís Gonçalves, diretor geral para o futebol, e como tal já esteve presente no primeiro treino do início da semana, ou seja desde segunda-feira 14.


Lembrando esse carismático valor portista, qual homenagem memorial a propósito da entrada na equipa diretiva do futebol profissional do FC Porto, recordamos algumas passagens de sua carreira de futebolista, através de apontamentos pessoais, manuscritos pelo próprio autor destas linhas, junto com a respetiva ficha inserida no livro “FC Porto figuras & factos 1893-2005”.

Campeão Nacional, Europeu e Mundial, mais vencedor de tudo o que havia pelo FC Porto, foi recordista de internacionalizações pela Seleção A de Portugal, em seu tempo, e chegou inclusive a jogar pela Seleção do Resto do Mundo (como também Gomes, Futre e Aloísio, enquanto jogadores do FC Porto).


João Pinto, símbolo portista da primeira grande conquista europeia do FC Porto, depois que abandonou a prática do futebol já treinou a equipa de juniores do FC Porto, em cuja categoria foi campeão nacional com a equipa portista, bem como de seguida teve primeira experiência a treinador de seniores na orientação do Covilhã, havendo continuado entretanto depois no comando técnico do Desportivo de Chaves, tendo aí conduzido o emblema flaviense à II Liga portuguesa e à conquista do título de campeão nacional da 2ª Divisão. Para depois ter regressado ao FC Porto, passando a integrar o grupo de prospeção e captação do clube (o chamado “Scouting”), até que de ora em diante fica a desempenhar o lugar de Adjunto do Diretor Geral do Futebol, numa função mais direta com o plantel principal, podendo assim incutir algo da mística de seus tempos, na linha das eras de Rodolfo, Oliveira, Gomes, dele mesmo João Pinto, mais de Paulinho Santos, Jorge Costa e outros dessa estirpe de antes quebrar que torcer, mais fibra de fazer das tripas coração!


Armando Pinto
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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Super lua azul – em dia de recordar o super medalhado Gomes


O tema está em voga no dia da chamada super lua, que ocorre em plena segunda-feira 14 de Novembro de 2016, mas não perde memória depois…

Com efeito, «a superlua desta segunda-feira será a maior e a mais brilhante do género desde 1948», como fenómeno correspondente.

«Por definição, a superlua acontece quando a diferença entre os instantes de Lua cheia e do perigeu é menor do que um dia e oito horas. O perigeu lunar ocorre quando a Lua, no percurso da sua órbita, está mais próxima da Terra…»

Têm-se sucedido fenómenos naturais, desde constelações, chuva de estrelas, e pelo cimo do firmamento adiante, enquanto cá por baixo no que nos interessa ainda se revêm algumas estrelas pelo firmamento azul do FC Porto, conforme de quando em vez por aqui vamos recordando.

Ora uma das estrelas do FC Porto foi o futebolista goleador surgido ainda na década dos anos setenta e capitão portista dos anos oitenta, Fernando Gomes. O nosso caro “Bibota”, que em seu tempo tanto admiramos e do qual bem gostávamos de ouvir seu nome nos relatos do Gomes Amaro. Tendo um efeito especial sempre que era ele a marcar os golos do Porto…

- «Gómis, cámisa nove… É golo! Qui félicidade… e a bola lá está dentro… E ágora…? …Vai buscar, no fundo do gôl…» !!!

Pois então Gomes depois de ter conquistado em 1983 a primeira Bota de Ouro, como já recordamos, conseguiu outra volvidos dois anos. E, como agora, em 2016, este dia é de superlua, há 31 anos, a 14 de novembro de 1985, foi dia de super Gomes do Porto. Dia em que Fernando Gomes recebeu a Medalha de Bons Serviços Desportivos concedida pela Secretaria de Estado do Desporto. Uma distinção mais do que merecida ao maior goleador da nossa história, o melhor goleador do campeonato português com nacionalidade e naturalidade portuguesa. Ele que então acabara de conquistar a segunda Bota de Ouro da sua carreira. «Gomes, que a partir daí ganhou a alcunha de “Bibota”, tinha terminado a época 1984/85 com o impressionante registo de 39 golos em 30 jornadas que ajudaram, e de que maneira, o FC Porto a conquistar o então oitavo título de campeão nacional, o primeiro sob a presidência de Jorge Nuno Pinto da Costa.»


Assim sendo, em dia de Super lua, há que recordar  o super medalhado Gomes, avivando também a vista com algumas imagens do dia da entrega do trofeu em Paris – por meio de parte duma reportagem da revista Nova Gente da época e, acima, alguns dos calendários pequenos da coleção particular do autor desta Memória.


ARMANDO PINTO
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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Pinto de Magalhães - Um Homem do Porto.


No Porto sempre houve sentido de liberdade e memória. Sendo a cidade do Porto a capital liberal, de onde partiram revoluções e conquistas, mas também com memória de gratidão, ou não fosse por um apreço derivado que o rei D. João I veio casar na área do Porto, ele que foi o rei de Boa Memória, inclusive sendo no burgo portucalense que nasceu um seu filho dos mais ilustres rebentos da Ínclita Geração, o Infante D. Henrique. E como os portuenses sempre foram de fazer das tripas coração, é um orgulho ser o Porto que mereceu de D. Pedro IV o coração desse monarca liberal constitucionalista.  

Não admira, em todos os sentidos, que sendo o FC Porto o clube com o nome da cidade da liberdade, também no grande baluarte azul e branco sempre haja imperado o espírito reto, da boa memória. Sem esquecer quem nos fez e faz mal, como os Calabotes de antigamente e os elementos da arbitragem e conselhos dos anos recentes, quer o tal advogado Ricardo que tentou colocar o FC Porto no purgatório há anos, como depois uns talhantes e filhos de tasqueiros atuais, mais um Soares Dias traiçoeiro e os Fontelas das nomeações. Mas lembrando especialmente quem fez bem ao clube, dentro da edificação, no plano construtivo e progressivo. Como foi um caso que desta vez aqui recordamos.

Ora, entre os muitos e bons exemplos, um grande homem que ficou na história do FC Porto e, como tal, mereceu o devido apreço, sendo em seu tempo alvo da natural gratidão portista, foi o Presidente Afonso Pinto de Magalhães, antigo presidente da Direção nas gerências de 1967 a 1971/72, bem como elemento de diversas direções em variados cargos e funções. Um bom gestor, honrosamente agraciado como um dos nossos Presidentes Honorários. Pinto de Magalhães que teve direito a homenagem pública com a colocação de um monumento alusivo junto ao antigo estádio das Antas, no amplo espaço de entrada entre os acessos à cidadela desportiva das Antas.


Por essa homenagem ter acontecido em pleno Outono, corria o ano de 1970, vem agora à ideia tal ocorrência. Que assim é assaz pertinente recordar.


Pois Pinto de Magalhães foi um dos presidentes que marcou positivamente o clube Dragão. O que nos leva a procurar evocar sua memória também. A pontos que foi dado seu nome a duas das anteriores existências de salas-museus do FC Porto, primeiro ainda na antiga sede da Praça do Município, junto à Câmara Municipal do Porto, e por fim no museu do estádio das Antas, que, com a demolição do estádio, foi substituído pelo atual Museu do FC Porto, no Dragão.


Nascido a 30 de Março, no já longínquo ano de 1913, Afonso Pinto de Magalhães foi com efeito figura incontornável da História do F. C. Porto, seu clube desportivo do coração, que serviu em diversos cargos. Tendo chegado a desempenhar a presidência durante cerca de seis anos, sucedendo a comissão administrativa em que também esteve incluído. Durante cujo mandato, de permeio, teve reconhecimento dos consócios da coletividade como um dos Presidentes Honorários. Apesar de não ter conseguido nenhum título de campeão nacional de futebol sénior durante esse período, mas havendo imprimido uma dinâmica que transportou o clube para um estado avançado em infraestruturas, mais instalações desportivas e sociais.

Ficou porém, e sobretudo, a sua presidência deveras assinalável pelo trofeu de maior relevo nacional conquistado pelo FC Porto durante a travessia sem títulos, como foi a Taça de Portugal conquistada em Junho de 1968 por aquela equipa onde pontificava a presença elástica de Américo, a segurança de Rolando, a genica de Atraca, a criatividade de Nóbrega, a omnipresença de Custódio Pinto, o carisma de Pavão, o físico de Valdemar, o faro pelo golo de Djalma, a velocidade de Jaime, técnica de Eduardo Gomes, prontidão de Bernardo da Velha, elegância de Sucena, jogo de pés de Malagueta, etc.


Apesar de constar na maioria das publicações alusivas como sendo natural do Porto, Afonso Pinto Magalhães nasceu em Arouca, no Distrito de Aveiro; embora depois haja sido batizado no Porto, tendo recebido o sacramento do batismo na igreja de S. Nicolau, da portuense freguesia da Sé, na cidade capital do distrito do Porto e sede episcopal da diocese Portucalense. Havendo, pela vida fora, sido um verdadeiro filho dileto da Invicta, servindo a mesma cidade da Virgem «nas mais diversificadas instituições de Assistência, de Indústria, do Comércio, de Benemerência, do Desporto. Por si mesmo criou inúmeras Empresas sendo, de forma indiscutível e inatacável, o maior investidor, industrial, comerciante, banqueiro e dirigente multifacetado» da geração desse tempo. Como está expresso num livrinho que em 1989 lhe foi dedicado pelo também antigo diretor do clube Mário Carvalho, aquando da passagem de cinco anos de seu desaparecimento físico, tendo falecido a 29 de Janeiro de 1984 – cujo frontispício dessa publicação ilustra o início deste artigo.

Dos pontos mais visíveis de sua presidência fala um resumo inserido na Fotobiografia do FC Porto, da lavra de Rui Guedes. 


Muito poderíamos aludir sobre este personagem ilustre e dinâmico presidente na vida clubista, bastando por ora, para não alongar a exposição, cingirmo-nos a algumas publicações que lhe dedicaram espaço de memorização. Entre outras edições histórico-literárias, além de alguns livros que já referimos noutras ocasiões.

- Chegada de Flávio ao aeroporto do Porto, perante grande afluência humana que foi esperar esse famoso craque, à chegada a Pedras Rubras.

Pinto de Magalhães, que em 1955 como diretor do futebol trouxe Yustrich, o homão treinador do título nacional de 1956 e em 1971, como presidente ainda, tentou reforçar melhor a equipa principal do FC Porto com a aquisição de Flávio, craque goleador da seleção brasileira, ao tempo, foi sempre verdadeiramente um Homem do Porto, ponto!

No Porto, por fim, jaz em descanso eterno de justo guerreiro, sepultado que está em jazigo de família no cemitério de Agramonte, no mesmo campo santo onde repousam Glórias do FC Porto no Mausoléu do clube, mandado edificar durante a presidência portista de Afonso Pinto de Magalhães.

Como ilustração, juntamos uma curta nota biográfica, do livro “100 figuras do futebol português”. Havendo, curiosamente, em sequência da sua continuidade como portista uma ilustrativa entrevista prestada à revista “Chuto” (edição da qual um exemplar está entre o material emprestado pelo autor destas linhas ao museu do FC Porto), em cujo número, nesse de Abril de 1979, se percebe algo de sua afeição clubista mesmo depois de ter deixado de ter ação direta no clube.


Fica assim aqui algo capaz de fazer avivar a memória desse grande timoneiro portista do passado, que para sempre será lembrado entre os portistas de boa memória e sentido de gratidão em azul vivo.

Armando Pinto

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