Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

domingo, 12 de outubro de 2025

“Dia do Clube”/2025 – Encontro de Portistas com a presença do Presidente do lugar presidencial mais importante para mim…!

 

Assim mesmo. Colocando o título e o tema na primeira pessoa, expondo pessoalmente, pois sou eu que escrevo isto e descrevo o que senti, como sinto o que é FC Porto. Sendo o acontecimento anual chamado Dia de Clube, organizado por sócios e para os sócios do Clube, uma já tradicional ocorrência do mundo portista com impacto na convivência de quem participa. Uma oportunidade de convívio entre quem sente o mesmo denominador comum que é o Futebol Clube do Porto, na nossa casa, quão é o ambiente do mundo desportivo e sobretudo portista do Dragão. Bem como, sobremaneira, por contar com o Presidente do FC Porto, a pessoa certa no lugar certo, como é a missão de Presidente do FC Porto, cujo lugar de presidente é o posto presidencial que mais aprecio, para mim o mais importante. Algo assinalável, pelo significado, por o Dia do Clube ter ocorrido na véspera das nacionais eleições autárquicas, do chamado poder local, e mais que quaisquer lugares presidenciais o de Presidente do FC Porto ser especial, do Clube que tem de lutar contra tudo e todos no sistema desportivo e quiçá político nacional; mas apesar das contrariedades e oposições, consegue manter adeptos fiéis, dos que olham e colocam o Clube acima de tudo. O que torna o Futebol Clube do Porto uma nação, mais que tudo.

Com efeito o Dia do Clube, este ano sob o lema "Coração Dragão", teve abertura com a presença, convívio e alocução de apresentação do Presidente do FC Porto. O que antes não acontecia, mas agora aconteceu já pelo segundo ano consecutivo, na atual presidência. Sabendo-se que a abertura é o momento mais aguardado, com toda gente presente e em ansiosa expetativa, enquanto nos encerramentos já se verificam ausências e menor atenção.

O Dia do Clube, coisa que não há nos outros clubes e tem sido uma especialidade dos adeptos portistas, num Encontro de Portistas para Portistas, teve mais uma edição neste outono de 2025. Numa realização bem organizada e bem conseguida, que albergou tanta gente que o amplo espaço da zona VIP do estádio esteve totalmente preenchido, com lotação máxima. Transformando as horas ali passadas em momentos inesquecíveis.  

Ora, neste sábado passado mas bem presente, 11 de outubro, foi Dia do Clube no Estádio do Dragão. Onde, “perante uma plateia que esgotou a lotação da Tribuna VIP, André Villas-Boas discursou na abertura do evento de portistas para portistas e começou por «agradecer pelo movimento associativo que se tem visto em várias frentes» e traduzido num crescimento anual de 15% no número de sócios. Na ótica do presidente do FC Porto, «esta percentagem ainda não reflete bem o verdadeiro significado do que é crescer e ser Porto», mas já reflete «uma nova forma de viver o Clube e um novo compromisso com o FC Porto». Grato pela militância dos associados, André Villas-Boas convidou-os a visitar no fim o memorial ao Presidente dos Presidentes, um espaço «cada vez mais bonito e sentimental» onde «há muitas fotografias, dedicatórias, mensagens e cartões de sócio», objetos cheios de «valor simbólico». Na reta final do discurso, o líder máximo do FC Porto constatou que a equipa principal de futebol tem «ambições renovadas» e «um treinador que sabe o que é o FC Porto, o que é a relação carnal dos adeptos com o Clube e o que são os valores do FC Porto», atributos que permitem encarar a temporada 2025/26 com «uma energia renovada».” Assim como adiantou ideias em curso sobre próximas realizações, como as entregas de rosetas de associados em momentos significativos, incluindo a possibilidade de futuramente o Dia do Clube poder coincidir com as comemorações do aniversário do FC Porto. Tal como com a gala dos Dragões. Embora, naturalmente, haja diversas possibilidades, pela possível sobreposição extensiva. Incluindo o Dia do Clube não ser uma cerimónia de índole formal, mas aberta a todos os interessados que se inscrevam em tempo útil (vendo que as inscrições costumam esgotar em pouco tempo).  

Tendo o Presidente André Villas-Boas concluído sua sentida mensagem com votos pessoais também: «- Espero que vivam bem este Dia do Clube. Viva o nosso Futebol Clube do Porto e que esta seja uma grande época. Investimos muito na equipa e temos um treinador que sabe o que é o FC Porto, o que é a relação carnal dos adeptos com o Clube, o que são os valores do FC Porto, o sentimento e estamos todos com uma energia renovada.»!

Pois, no dia, vivemos bem o Dia do Clube. E quanto à época, estamos com uma fé que há muito se não sentia. Enquanto no progarma do encontro sucederam-se paineis bem preenchidos, ouvindo histórias que enchem o idealismo portista e fazem parte do imaginário azul e branco. Tal como pudemos ouvir de viva voz comunicações que deram para perceber ainda melhor coisas de como é a mística sentida por quem viveu as peripécias do balneário portista e compreende a paixão dos apoiantes. 

O Dia foi então mesmo bem vivido e de modo bem convivido. Pessoalmente até de modo especial por logo no primeiro painel o orador convidado ter sido Rui Cerqueira, homem do Clube que dispensa apresentações, e que depois, já na hora de convivência, pude finalmente cumprimentar e com ele conversar pessoalmente. Depois de bons contactos por via do blogue "Memória Portista" e suas entrevistas televisivas dos "Universo Porto" e "Vencedores como Sempre" no Porto Canal, houve finalmente oportunidade de estar com ele e poder reforçar a admiração que vinha da ligação portista.

De permeio pudemos ver diante de nós e ouvir diretamente tanta e boa gente que faz parte do sentimento público portista, como foram e são antigos atletas e também atuais, incluindo dirigentes, homens e mulheres que vestem a camisola dentro dos recintos dos jogos e também fora, ao serviço do nosso FC Porto. E, entretanto, ainda por revermos amigos das mesmas lides e ficarmos a conhecer outros, do mundo alvi-anil que nos toca bem cá dentro.

= Com o Arquiteto Carvalho Couto, que foi chefe de redação e ainda diretor do jornal O Porto, mais seu filho arq.º João Paulo, e o amigo Paulo Jorge!

Bem como pude estar com o Nené Reis, amigo do mesmo sentimento portista que até esteve presente com seus colegas do Covil do Dragão; mais o Bruno Garcia, do Super Porto, cuja equipa é já familiar. E outros, obviamente, que basta nos vermos para sorrirmos uns para os outros. 

Em suma, foi um dia bem vivido, passado com gosto. E como gostamos, no ambiente do Dragão. Do muito que é à Porto.

Armando Pinto

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sábado, 11 de outubro de 2025

87.º aniversário natalício do antigo guarda-redes Armando Silva – nos entretanto já passados 7 anos de saudade e constante recordação!

 

Nesta data da cronologia de vida do senhor Armando Pereira da Silva, é ocasião de lembrar mais uma vez esse que foi o antigo guarda-redes do FC Porto e do Sporting de Braga, que sintética e popularmente é mais próprio referir como o guarda-redes Armando, o grande guarda-redes especialista a defender penaltis – como o legendei numa célebre foto que ele me ofereceu um dia e eu guardei para sempre. O meu amigo senhor Armando, nascido em 1938, a 11 de outubro de há 87 anos; e que, falecido em 2018, continua vivo na memória de quem o lembra. Tal como tem sido evocado nos diversos artigos aqui escritos e publicados em datas especiais de anos sucessivos. 

Até sempre amigo!

Armando Pinto

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sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Lembrando antigos Dirigentes Portistas com nome na História do FC Porto: Um presidente de Comissão Administrativa e três sócios mais antigos no tempo do primeiro livro da História do FC Porto… em 1933!

De vez em quando… Entre assuntos vários de memorização portista, calha bem evocar também diretores de outrora que se dedicaram ao FC Porto. Como desta vez se lembra o Dr. Canto Moniz, que durante pouco tempo presidiu a uma Comissão Administrativa que assegurou a continuidade do Clube em momento difícil, até à eleição de uma Direção efetiva; e três associados que chegaram a ser os sócios mais antigos do FC Porto em seu tempo. Tal como ficaram historiados por Rodrigues Teles no seu primeiro livro sobre a história portista, conforme consta nas respetivas páginas 120 e 121 da “História do Foot-Ball Club do Porto”, publicada em 1933.

Armando Pinto

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quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Efeméride de um Porto-Benfica (5-2) saliente pelo então regresso de António Araújo, mais estreia do treinador Vogel e curiosidades relacionadas... em 1950.

 

A 8 de outubro, «em 1950, no Campo da Constituição, o FC Porto de Anton Vogel recebia e vencia o Benfica por 5-2 em jogo da quarta jornada da Liga, mesmo sem Hernâni, a contratação e sensação do momento que não entrava nas contas do treinador romeno nascido em Viena e radicado em Birmingham. Vital e Monteiro da Costa bisaram e Nelo fez o resto, de pouco valendo aos “encarnados” os dois golos de José Águas.»

= Equipa do FC Porto dessa época, com alteração de dois jogadores: em vez de Sanfins e José Maria, nesse jogo alinharam Vital e Araújo. 

Nesse Porto-Benfica de boa memória, disputado no Campo da Constituição, Vogel fazia a sua estreia como treinador do FC Porto. Como tal naturalmente ainda não conhecia bem o Hernâni, em fase de transição de ter estado a maior parte do tempo na tropa, em serviço militar obrigatório. Mas sobressaiu Araújo, ao tempo o grande craque do FC Porto, mas que por motivos de doença ligada ao centro de medicina, esteve em momentos alternados ausente, impedido de jogar. Coisas que só aconteciam ao FC Porto… como sempre, infelizmente!

Desse jogo há uma narrativa que descreve o panorama em que se desenrolou, conforme consta da obra "Glória e Vida de 3 Gigantes", edição do jornal A Bola e texto de António Simões, um dos poucos jornalistas que naquele periódico salvavam a honra da casa.

Na calha da ocorrências, outras derivadas se propiciam avivar. Tais como na linha de recordação, a propósito, se recorda a estada de Vogel no clube portista.

«Anton Vogel é um nome compreensivelmente pouco conhecido da história do FC Porto. Este treinador passou pelo clube durante poucos meses, em 1950, e não teve tempo para conquistar qualquer troféu, mas dirigiu a equipa numa vitória importante sobre o Benfica. No Campo da Constituição ao intervalo registava-se um empate a um, mas no fim o marcador já tinha subido até aos 5-2 a favor da equipa da casa.»

Em vista disso, como realmente não há muito mais por onde se pegue no assunto em livros e revistas de publicação saída nos últimos trinta ou quarenta anos, por exemplo e pelo menos, deitamos olhos ao que consta da coleção da antiga revista lisboeta Stadium, para efeito de memorização mais ilustrada.

E, ao correr da memória escrita, pode recordar-se algo mais aqui da história desse triunfo, concretizado através de golos portistas apontados por Nelo Barros, um, e Monteiro da Costa e Vital, dois cada um. Mas, além da boa prestação também de todos os outros, desde Barrigana, passando por Virgílio, Carvalho. Joaquim Machado, Pinto Vieira, Alfredo Pais e Carlos Vieira, o destaque foi para Araíjo.


Então, nesse jogo aconteceu o regresso de António Araújo à competição, depois de longa ausência por motivo de ter estado impedido pelo Centro de Medecina Desportiva, derivado a uma velha lesão, e, em nobre atitude de desportivismo daqueles tempos, o Benfica saudou o retorno do grande craque desse tempo com um ramo de flores entregues antes do jogo – cujo momento deu azo à capa da revista lisboeta Stadium, à época.

Estava-se aí na 4ª jornada do Campeonato Nacional de 1950/51 e o encontro motivou uma enchente no campo da Constituição, tendo o jogo proporcionado a Araújo assinalar sua reentrada na equipa com uma grande exibição, que muito ajudou ao concludente resultado com que o FC Porto brindou o Benfica – como a mesma revista deixou impresso à posteridade na sua página de análise à jornada.

António Araújo nesse jogo, com efeito, fez uma grande exibição, como também está relatado em repetição no livro “História dos 50 Anos do Desporto”, editado pel' A Bola, e se repete aqui: «Grande jogo de Araújo, que foi autorizado a jogar sob vigilângia médica, uma vez que ainda se suspeitava de padecer de uma nefrotapia crónica. Na partida nada se notou. Antes pelo contrário...»

Pois então, por toda essa envolvência, tal o caso de Araújo, e como nota de registo da passagem de Vogel pelo FC Porto e no futebol português, o jogo merece ser revivido na memória, através das imagens coevas, pelas gravuras que foram publicadas na revista Stadium, em seu número seguinte ao jogo.


Armando Pinto

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terça-feira, 7 de outubro de 2025

Centro de Treinos do FC Porto no Olival passa a ter o nome de Jorge Costa. Proposta do FC Porto aprovada pela Câmara de Gaia!

 

Justa Homenagem!

- 06/10/2025 – Aprovação da proposta do FC Porto para o Centro de Treinos do Olival ter o nome de Jorge Costa. Assim sendo, o quartel-general do futebol azul e branco vai passar a chamar-se Centro de Treinos e Formação Desportiva Jorge Costa. Esta é a nova designação do complexo onde os atletas do FC Porto trabalham diariamente há mais de duas décadas.

« A proposta que o Clube apresentou à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia foi aprovada em reunião municipal» na segunda-feira 6 de outubro, «e a infraestrutura outrora conhecida como Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia muda de nome, passando a homenagear o saudoso Jorge Costa.

Esta alteração será devidamente assinalada numa cerimónia privada agendada para o próximo dia 14 de outubro - a data do aniversário de Jorge Costa - que contará com a presença da Direção do FC Porto e do executivo da Câmara Municipal de Gaia.

Jorge Costa vestiu a camisola azul e branca em 383 jogos, marcou 25 golos e celebrou a conquista de 21 títulos - três deles europeus e mundiais. Foi o Capitão do FC Porto que mais troféus internacionais ergueu: a Taça UEFA em Sevilha, a Liga dos Campeões em Gelsenkirchen e a Taça Intercontinental em Yokohama.

Terminou a carreira de futebolista em 2006 e, pouco depois, abraçou a de treinador. Em 2024 regressou ao Clube do coração para assumir o cargo de diretor do futebol profissional do FC Porto e foi no exercício dessas funções, em pleno Olival, que faleceu no passado dia 5 de agosto.

O nome de Jorge Costa ficará eternizado no complexo construído pelo município gaiense e utilizado pelo emblema portista desde agosto de 2002.»

Na ocasião do conhecimento deste justo preito ao eterno n.º 2 do FC Porto, aqui se presta também uma homenagem pessoal, com uma imagem que dispensa explicações!

Armando Pinto

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Memória da passagem duma primeira eliminatória das provas europeias pelo segundo ano consecutivo: FC Porto, 1- Stade Français, 0 !

- 06/10/2025 (evocando jogo vitorioso de 06/10/1965 =

A 6 de Outubro de 1965 (ainda em português os meses eram escritos com letra inicial maiúscula), o FC Porto recebia o Stade Français, na 2.ª mão da 1.ª eliminatória da Taça dos Vencedores das Taças (antecessora da Taça UEFA e posterior Liga Europa). Estando então em jogo a passagem à ronda seguinte - 20 dias depois de um empate a zero em Paris, na primeira mão. Flávio Costa, antigo selecionador brasileiro e ao tempo pela segunda vez treinador do FC Porto, apostou numa equipa constituída por Américo, Festa, Almeida, Alípio Vasconcelos, Atraca, Pavão, Custódio Pinto, Jaime, Amaury, Manuel António e Nóbrega. Tendo o FC Porto conseguido vencer por 1-0, através de um golo da autoria de Manuel António. Num resultado final suficiente para ter assegurado a segunda qualificação do Clube em provas oficiais europeias (na linha da primeira, acontecida um ano antes, frente ao Lyon, equipa também de França).

= Foto com uma equipa do FC Porto desse tempo, com 10 dos 11 utilizados - apenas com uma alteração, estando na foto Naftal e não Amaury.

Manuel António era um possante avançado, que não rendeu contudo o que podia com a camisola do FC Porto, nesse tempo ainda sem haver substituições de jogadores de campo (apenas havendo de guarda-redes, por lesão), mas das vezes em que alinhou no onze da equipa principal ainda deixou algo de sua marca de goleador. Tendo mais tarde passado a jogar pela Académica de Coimbra, ao abrigo da lei da época para estudar na Universidade, onde, ao toque da cabra e com a camisola negra da então chamada Briosa, conseguiu marcar muitos mais golos, incluindo um nas Antas, no Porto, 0-Académica, 1… que foi decisivo, no fim de contas, para o FC Porto ter perdido o Campeonato de 1968/69.

Ora, do jogo agora a recordar, desta feita, ilustra-se a lembrança com uma imagem do próprio jogo, em instantâneo fotográfico duma jogada do avançado portista Jaime. Foto constante da “Colecção Ídolos do Desporto”, tal como outras duas do avançado Manuel António, autor do golo da vitória sobre a equipa francesa, em 1965.

Armando Pinto

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