= Artigo que está em espera para incluir um livro, quando houver possibilidades de publicação, sobre o Concelho de Felgueiras. Como tal com mensagem textual incidindo mais nesse âmbito. Porém abrangente a toda a envolvência inerente ao tema e ao personagem.
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Pelo natural sentido de interesse por tudo o que respeite a Felgueiras e à autoestima Felgueirense, interessará perpetuar todos quantos honraram o nome desta terra. Nesse aspeto, alimentando o gene Felgueirista, será de vincar que Felgueiras, além de personagens importantes da história local e da vida nacional, também teve um campeão do desporto dos pedais, nome sonante de décadas atrás, o qual (ainda que lembrado em pelo menos um livro de registo Memorial Histórico... abrangente a Alfozes de Felgueiras) não tem sido incluído na literatura monográfica municipal, nem foi ainda homenageado, por enquanto, na toponímia urbana de Felgueiras e, como tal, esteve algo desconhecido entre conterrâneos.
Efetivamente, Felgueiras deve orgulhar-se de ser natural do concelho o antigo ciclista Artur Coelho, atleta famoso que se alcandorou a lugar de destaque no panorama velocipédico nacional na década de cinquenta, com carreira desportiva de alto nível entre 1955 até 1961.
Com efeito, o ciclismo no passado teve um filho do concelho de Felgueiras entre os seus maiores expoentes, nome que passou desse modo as barreiras da interioridade, tendo sido Artur Coelho na realidade um Ás do pedal, vencendo mesmo provas importantes ao serviço do F. C. Porto, do qual o referido Felgueirense foi exímio ciclista como grande “sprinter”, especialista nas chegadas em pelotão dos finais de etapas e de circuitos, como até de contra-relógios (provas cronometradas). Tendo sido camisola amarela na Volta a Portugal algumas vezes e em mais que uma edição, além de ter vencido provas internacionais e ter feito parte de seleções nacionais participantes na Volta a Espanha.
= Artur Coelho junto com dois grandes nomes do ciclismo português e portista:
Com Carlos Carvalho e Sousa Santos, em pose na Volta que ajudou o colega carvalho a conquistar, corria o ano de 1959.
Com Carlos Carvalho e Sousa Santos, em pose na Volta que ajudou o colega carvalho a conquistar, corria o ano de 1959.
Neto de Roberto da Lixa, como era popularmente conhecido o patriarca da família, e filho de José Luís Coelho, “garagista” muito popular dos tempos românticos da vila de Felgueiras de meio do século XX, em que o ambiente era propício a que toda a gente se sentisse familiar no remanso da então pacata sede concelhia, Artur Coelho, filho mais velho de prole de doze filhos dados à luz por D. Clara Rosa, nasceu aos quatro de Julho de 1934, nos subúrbios da vila dessa era, no então lugar dos Carvalhinhos, de Margaride. Mas passava os dias no centro da vila de Felgueiras, onde seu progenitor possuía uma oficina, vulgo garagem de bicicletas, vindo-lhe daí no seio da própria família a vocação de ciclista.
Dele conta-se que, nesses tempos de sua juventude, conseguiu fazer célebre escalada, a subida antiga para o cemitério de Margaride a pedalar em marcha-atrás, façanha que na época foi muito badalada pela demonstração de tal habilidade em cima da bicicleta: Tendo subido de costas voltadas, ou seja andando às avessas, a íngreme via da encosta desde a então vila até ao cemitério municipal de Felgueiras, naquela empedrada rua a direito, como é vulgarmente referenciada a Rua da Alegria, de ligação antiga para o monte de Santa Quitéria (desde o encontro das Rua de Samoça e Rua Francisco Sarmento Pimentel até à bifurcação da Rua da Saudade e da primeira capela da Santa).
As suas aptidões levaram a que tivesse ingressado na equipa principal do Porto e passado a competir oficialmente ao lado dos nomes mais sonantes que corriam pelas estradas. Apesar da notoriedade atingida como ciclista federado, para que seu nome tivesse ficado mais célebre ainda, faltou-lhe no país uma vitória na classificação geral individual duma grande prova de etapas, como a Volta a Portugal (que, afinal, é a que mais populariza os nomes dos vencedores e os perdura à posteridade). Não tendo, enfim, conseguido essa vitória individual, devido à sua faceta de especialista em percursos rápidos ou provas com menor duração, pois que na Volta e competições desse género trabalhava mais no especto coletivo dos interesses da equipa. Foi essencialmente perito em provas de pista, circuitos (tendo ficado célebre uma espetacular vitória no circuito particular de Vila do Conde, batendo por larga margem “sprinters” famosos desse tempo, como o seu colega de equipa Onofre Tavares e Américo Raposo do Sporting); bem como de Grandes Prémios, provas disputadas em séries de alguns dias, mas especialmente em “fugas” de etapas longas, nas quais muitas vezes se distanciou do grosso da coluna do pelotão.
As suas aptidões levaram a que tivesse ingressado na equipa principal do Porto e passado a competir oficialmente ao lado dos nomes mais sonantes que corriam pelas estradas. Apesar da notoriedade atingida como ciclista federado, para que seu nome tivesse ficado mais célebre ainda, faltou-lhe no país uma vitória na classificação geral individual duma grande prova de etapas, como a Volta a Portugal (que, afinal, é a que mais populariza os nomes dos vencedores e os perdura à posteridade). Não tendo, enfim, conseguido essa vitória individual, devido à sua faceta de especialista em percursos rápidos ou provas com menor duração, pois que na Volta e competições desse género trabalhava mais no especto coletivo dos interesses da equipa. Foi essencialmente perito em provas de pista, circuitos (tendo ficado célebre uma espetacular vitória no circuito particular de Vila do Conde, batendo por larga margem “sprinters” famosos desse tempo, como o seu colega de equipa Onofre Tavares e Américo Raposo do Sporting); bem como de Grandes Prémios, provas disputadas em séries de alguns dias, mas especialmente em “fugas” de etapas longas, nas quais muitas vezes se distanciou do grosso da coluna do pelotão.
Contudo, superando o facto, teve brilhante palmarés a nível internacional, com destaque para importante vitória na Volta a São Paulo, prova mais conhecida por “9 de Julho” daquela cidade do Brasil, em que Artur Coelho, envergando a camisola azul e branca do F. C. Porto e ostentando o dístico de Portugal ao peito, foi no fim levado em ombros por multidão de compatriotas e brasileiros radiantes – a que se reporta a imagem junta, captando a apoteose do triunfo, vitoriado como foi no final dessa corrida (com a curiosidade da foto conter autografada dedicatória aos Felgueirenses).
= Artur Coelho (com a camisola do F.C.Porto e ostentando dístico de Portugal), no final da clássica 9 de Julho-Volta a São Paulo, a receber apoteose popular, vitoriado em ombros, como vencedor da grande prova brasileira, corria o ano de 1957 – em cuja foto consta legenda autografada, com uma dedicatória personalizada.=
Participou então em muitas provas do calendário de ciclismo nacional e além-fronteiras, das quais se salientaram prestações brilhantes nalgumas Voltas a Portugal, como noutras provas federadas nacionais e “clássicas” internacionais. Será bom recordar fases marcantes do seu currículo:
Logo no ano do seu aparecimento, em 1955, incluiu a equipa do FCP que venceu coletivamente a clássica Porto-Lisboa, na “classificação por equipas” (prova a nível individual vencida também por um atleta das Antas, Sousa Santos) e, depois, na sua “Volta” de estreia, também em 1955, Coelho teve vitória em célebre etapa Tomar-Figueira da 18ª edição da “Volta” (em tempo do célebre duelo entre Alves Barbosa, do Sangalhos, e Ribeiro da Silva, do Académico, com os Portistas Dias dos Santos e Moreira de Sá como diretos adversários e todos eles alternadamente vencedores de edições da maior prova nacional), obtendo Artur Coelho, nessa Volta/55 ainda dois terceiros lugares noutras duas etapas, na segunda entre Porto e Vila do Conde e na sétima entre Viseu e Porto, alcançando por fim, na classificação geral final o 4º lugar (atrás do vencedor Ribeiro da Silva, do Académico, e dos 2º e 3º, respetivamente, Sousa Santos do Porto e Alves Barbosa do Sangalhos), tal qual ainda foi 4º na classificação especial do Prémio da Montanha. Além de se ter sagrado vencedor coletivamente, pois que o conjunto do F. C. Porto venceu na classificação por equipas, como venceu a Taça A Bola.
= Artur Coelho na equipa do F. C. Porto que alinhou na Volta a Portugal de 1955, em cuja participação ajudou ao triunfo coletivo da formação azul e branca. Entre companheiros de fila famosos, entre os quais se pode rever Carlos Carvalho (grande trepador em provas de montanha e vencedor de uma “Volta”) e o famoso “sprinter” Onofre Tavares, mais Sousa Santos (vencedor no mesmo ano da “clássica” Porto-Lisboa), Emídio Pinto, etc.=
No ano seguinte, alcançou também a quarta posição no Campeonato Nacional de Fundo e, na “Volta” de 1956 foi Artur Coelho o primeiro dono da camisola amarela, mediante vitória no circuito portuense da etapa inicial (na pista do Estádio do Lima), envergando aquele símbolo da liderança logo à partida do Porto. Posição de primeiro classificado que manteve até à 3ª etapa, tendo nos correspondentes percursos, das ligações em que envergonhou o “maiot” amarelo, sido quinto na chegada à meta. E, nessa 19ª edição da Volta, Artur Coelho teve mesmo um ativo papel, posicionando-se sempre entre os melhores, tanto aconteceu por duas vezes em que fez o 2º lugar noutras duas etapas, mais um 3º lugar em quatro etapas, foi 4º numa outra e 5º por duas vezes em igual número de etapas (numa das quais de contra-relógio), terminando essa Volta na 9ª posição geral. Ainda em 1956, foi selecionado para a equipa de portugueses que, em género de seleção de “sprinters”, esteve em Lisboa na inauguração da pista de ciclismo do Estádio Alvalade (juntamente com o colega de equipa Onofre Tavares, do F C Porto, mais Alves Barbosa e Simões Louro, do Sangalhos, Américo Raposo e Pedro Polainas, do Sporting), participando em festivo festival alusivo, à compita com equipas de outros países.
Aumentando a pedalada, obteve depois a brilhante vitória no Brasil, em 1957, na clássica chamada “9 de Julho” de São Paulo, a Volta ao Estado de São Paulo, terminada vitoriosamente a 11 de Julho de 1957. Tal como, no mesmo ano, em França, conquistou honroso 2º lugar, a 6 segundos do triunfador, no “Paris-Evreux”. Tendo assim dado nas vistas, no mesmo ano integrou a seleção nacional que participou na Volta a Espanha de 1957 (formando equipa com Ribeiro da Silva, Alves Barbosa, Agostinho Ferreira, João Marcelino, Manuel Graça, José Firmino, Carlos Carvalho, Sousa Santos e Joaquim Carvalho, tendo apenas chegado ao fim os referidos três primeiros). E, nessa época de 1957 foi ainda o triunfador do Circuito dos Campeões, disputado na Figueira da Foz. Depois, em 1958 foi vencedor da Volta ao Porto (prova que então era famosa, e noutros anos mais recentes teve denominação de Grande Prémio do Porto, com edições desde 1926 até 1994, por ora). Ano esse de 1958 que foi até deveras frutuoso, perante vitórias sucessivas, sendo vencedor do Circuito de Garcia, do Circuito de Grândola e do Grande Prémio Vilar. Como voltou a participar na Volta a Espanha, integrado na seleção portuguesa que alinhou em 1958 na importante prova do calendário internacional (sendo a equipa portuguesa composta nesse ano por Alves Barbosa, Carlos Carvalho, Antonino Baptista, o trio que concluiu essa travessia, mais Sousa Cardoso, Emídio Pinto, Artur Coelho, José Firmino, Sousa Santos, Joaquim Carvalho e Henriques da Silva). Tal como em 1959, repetiu vitória na seguinte edição anual do Grande Prémio Vilar (à frente de Alves Barbosa, a quem superou depois de duelo renhido, tendo vencido duas etapas, às quais o bairradino respondeu com quatro, entre as nove etapas da prova, porém triunfando Artur Coelho pelo melhor tempo na geral final). Ombreava então Artur Coelho com os melhores, continuando nos lugares cimeiros durante a mesma época, mediante um 2º lugar no Grande Prémio Cidla de 59. Ao passo que, na Volta a Portugal desse ano 1959, somou saborosas vitórias em duas etapas (enquanto contribuía no trabalho de equipa, estando seu colega José Sousa Cardoso em posição de camisola amarela), tendo Artur Coelho triunfado na meta da etapa Estremoz-Castelo Branco e na de contra-relógio individual entre Covilhã-Guarda, obtendo ainda por duas vezes o 3º lugar noutras tantas etapas e o 2º posto numa; com a curiosidade de nessa etapa saída de Pedras Salgadas e chegada a Braga, durante o correspondente percurso com passagem por Felgueiras e Vizela, Coelho ter “forçado” para se mostrar na terra onde nascera, vila de Felgueiras, e também na de Vizela onde então já residia – tendo nessa escapada a companhia do colega de equipa Carlos Carvalho, o qual através do esforço conjunto verificado na mesma etapa conquistou tempo suficiente de vantagem aos demais, acabando por C. Carvalho ser vencedor dessa tirada e, depois no final também da “Volta”, que o F. C. Porto venceu igualmente na classificação coletiva.
Mantendo a pedalada ainda em bom ritmo, em 1960 Artur Coelho venceu uma etapa do Grande Prémio Vilar, enquanto na Volta/60 conseguiu ser 4º à segunda etapa, tendo depois servido mais a equipa, ajudando Sousa Cardoso a manter a amarela de primeiro desde a 5ª até à 15ª etapas, chegando ao final esse sorridente ciclista azul e branco, colega de Coelho, como destacado vencedor. Por fim, em final de trajeto, Artur Coelho deu bem um ar de sua graça na Volta a Portugal de 1961, vencendo uma etapa, ao segundo dia de corrida, na etapa disputada em circuito à volta de Espinho, nessa Volta de que foi vencedor final seu colega de equipa Mário Silva (e primeira em que o também Felgueirense Joaquim Costa alinhou, como o Vizelense Ernesto Coelho). Além da colaboração referida, durante essas vistosas participações, Artur Coelho teve também sua quota-parte no trabalho de equipa contributivo para outros triunfos individuais de colegas, bem como coletivos do F. C. Porto alcançados nas classificações de equipas nas Voltas de 1955, 58 e 59, tendo ao longo da carreira por companheiros, entre outros, diversos ciclistas famosos como Sousa Cardoso, Sousa Santos, Emídio Pinto, Azevedo Maia, Agostinho Brás, Alberto Cerqueira, Onofre Tavares, Joaquim Carvalho, Mário Sá, Carlos Santos, Mário Silva, José Pacheco, Ernesto Coelho, etc.
= Artur Coelho a chegar primeiro à meta, vitoriado pela multidão assistente, como vencedor…=
Como recordação especial guardou a bicicleta que usou, a qual de momento ainda existe na família, como relíquia sentimental, tendo estado muito tempo guardada pelo irmão Joaquim (dono da atual Garagem Coelho, em Vizela) e depois ficado para o filho Óscar Coelho, residente no Porto.
Nesse tempo foi tal a projeção alcançada por Artur Coelho nos jornais e rádio (já que a sua carreira abarcou tempos em que não havia ainda TV em Portugal e depois atingiu os primeiros passos da televisão portuguesa), que o seu nome se tornou algo lendário, tornado ídolo de muita gente e mais ainda na terra de que era oriundo. Facto que no concelho natal teve repercussão, sendo responsável por muito do entusiasmo surgido pelas corridas de ciclismo na região, com a organização de populares competições ciclistas realizadas em festas tradicionais, através de circuitos percorridos em dias de feira de Felgueiras, pela Feira de Maio, e festas anuais como nos 23 de S. Jorge de Várzea, no S. João da Longra, no Espírito Santo de Barrosas e na Senhora da Aparecida, entre outras. O cartel que Artur Coelho granjeou teve ainda consequência de ter havido uma equipa de ciclismo da Metalúrgica da Longra, nos finais da década de cinquenta, a qual esteve inscrita na FNAT participando em provas de desporto corporativo e competiu em circuitos locais. Assim como, de permeio, a admiração que o povo teve pelo conterrâneo famoso teve alguma influência sequencial em um outro ciclista Felgueirense, Joaquim Costa, passados anos, já no princípio dos anos sessenta, ter participado também na Volta a Portugal em bicicleta, ao serviço do Académico do Porto, tendo esse Joaquim Luís Costa seu nome nos jornais durante as Voltas de 1961 e 62, em que alinhou.
Artur Coelho explorara, de permeio, por conta própria o negócio da garagem de bicicletas que fora do pai, na vila de Felgueiras, onde a sua fama ajudava a que esse estabelecimento tivesse boa afluência, para venda de material ciclista e consertos de bicicletas ou como reunião de amigos e conhecidos, funcionando como que ponto de encontro de tertúlia de entusiastas do desporto dos pedais e de adeptos do F. C. Porto. Casa essa situada quase em frente de uma então conhecida Tasca do Pilo, loja de vinhos ao tempo existente ao lado da fonte do mesmo nome, da qual o famoso ciclista era cliente apreciado. O pai, com a ajuda do filho mais velho, Joaquim, tinha entretanto aberto outra casa de consertos de bicicletas em Vizela, com a particularidade de nela também haver serviço público de aluguer desses veículos, mantendo-se durante mais de um ano ainda a residir em Felgueiras, pelo que eles iam e vinham, de bicicleta, no trajeto Felgueiras-Vizela-Felgueiras que Artur Coelho acompanhava quando lhe era possível ajudar. Mais tarde passou toda a família a viver em Vizela, por mor de nas Caldas de Vizela ter ficado em definitivo o ramo comercial familiar. Por fim, visando melhoria de vida, Artur Coelho emigrou para França, de onde retornava anualmente para períodos de férias, aproveitando então para assistir na região a finais de etapas da prova-rainha estival do seu desporto e rever amigos que acompanhavam de perto a Volta a Portugal, fixando raízes ao criar uma empresa imobiliária. Tendo entretanto falecido em terra gaulesa a 17 de Fevereiro de 1983 – motivo de ter tido homenagens noticiosas nos maiores jornais franceses da especialidade aquando do seu desaparecimento, inclusive no famoso “L’Equipe” que lhe tributou merecido destaque de grande vedeta, que foi na verdade, glória do F. C. Porto e do desporto português, para orgulho de Felgueiras, berço natal, e honra de Vizela, sua segunda terra.
A mudança de Artur Coelho para Vizela, ainda novo (mas já quando era ciclista do Porto há alguns anos), originou que em Felgueiras, com o decorrer do tempo, aquele ilustre Felgueirense tivesse ficado algo esquecido, pois tal como diz o povo quem não é visto não é lembrado. No entanto ele tinha orgulho em ser natural desta terra, passando por Felgueiras sempre que podia, em visita aos amigos e mesmo a familiares que por cá deixou, pois que embora a família ficasse em maioria a viver na cidade do sopé de S. Bento das Pêras, onde granjeou posição estável, continuou com ramificações em Felgueiras, quer na sede do concelho como na Lixa.
= Excerto de crónica, do autor, com foto da coleção do autor também, publicada no Semanário de Felgueiras de 23 de Fevereiro de 2001.=
O facto da ausência física provocou assim que sobre sua figura houvesse certo desconhecimento das gerações que o não chegaram a conhecer pessoalmente ou a ouvir dele falar contemporaneamente, como aconteceu com o autor destas linhas que, sabendo da sua existência pelo que dele ouviu dizer (especialmente como grande ídolo do F. C. do Porto) e tendo conhecimento da sua proveniência Felgueirense, teve dificuldades em certificar-se da naturalidade como em obter outros dados precisos quando começou a escrever visando redescoberta conterrânea de tal perfil - conforme espalhados textos escritos quase no escuro, em especial no jornal Notícias de Felgueiras, artigos esses elaborados ainda nos primeiros anos da década de oitenta, mas mesmo assim enviados para a imprensa concelhia onde tiveram lugar os iniciais passos da tentativa de fazer justiça, neste como noutros casos similares. Ideia que foi avançando e, após tempos de curiosidade amassada em pesquisas, qual aproximação do fim em vista, mais tarde foi então dado à estampa estudo levado a público no Semanário de Felgueiras, onde foi publicado artigo que despoletou toda uma série de situações proporcionadoras de melhor divulgação. Enquanto constantes pesquisas, através de livros e jornais, foram possibilitando, ao longo de anos, obtenção de dados que estavam praticamente esquecidos do conhecimento geral.
= Artur Coelho, numa fisionomia de seus últimos tempos, segundo reportagem inserta no nº de 09-3-2001 do jornal Notícias de Vizela, fazendo referências e transcrições sobre artigo, do autor, anteriormente com lugar no Semanário de Felgueiras em Fevereiro anterior…=
Por tudo e mais alguma coisa a que a recordação faz jus, justifica-se plenamente, pela notoriedade atingida a nível nacional e sobretudo internacional, que como preito a este expoente personagem do desporto Felgueirense haja, finalmente, atribuição do nome de Artur Coelho a uma rua da cidade-sede do concelho de Felgueiras...!
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Em Vizela, entretanto, houve lembrança mas ainda também não chegou oportunidade da devida homenagem toponímica (segundo informes à época destes escritos), na terra que abraçou e de que, afinal, foi um grande embaixador, contribuindo inclusive para o ingresso de Ernesto Coelho, ciclista Vizelense, na formação do F. C. Porto (em cuja equipa principal o mesmo participou desde 1961 e ajudou sobremaneira na Volta a Portugal de 1964 ao triunfo coletivo e à vitória individual de um ciclista da equipa, nesse ano o portista Joaquim Leão).
A proposta toponímica, do nome de Artur Coelho para uma rua de Vizela, nasceu de comunhão de opinião publicamente expressa, através do então vereador municipal de Vizela Manuel Campelos, destacado ativista no processo de autonomia de sua terra, o qual afirmou planear propor em reunião da Comissão Administrativa do novel concelho a atribuição do nome de Artur Coelho para uma artéria daquela cidade-sede do jovem município, vizinho de Felgueiras, segundo revelação inserta no jornal Notícias de Vizela do dia nove de Março de 2001.
Serviu de mote, para a causa, recorde-se, uma peça inserida na rubrica “Curiosidades Felgueirenses” de colaboração habitual do autor destas linhas no jornal Semanário de Felgueiras, dedicada na ocasião à evocação do Felgueirense em apreço – num reavivar de memória, vincando ideia de que o recordado conterrâneo deveria figurar na toponímia da cidade de Felgueiras, a propósito de apresentação do respetivo currículo. Conforme foi então registado em desenvolvida reportagem da lavra de Manuel Marques, Diretor-adjunto do referido semanário Vizelense, transcrevendo passagens e até fotografia de tal artigo publicado anteriormente no aludido periódico Felgueirense a 23 de Fevereiro. Esteve inclusive uma rua destinada ao caso - segundo informação transmitida por aquele publicista Vizelense – a qual, para o efeito, terá sido a antiga Travessa Latino Coelho (que confina com a Rua Latino Coelho), onde o antigo ciclista residiu em Vizela. Mas, conforme informação prestada depois pela Câmara Municipal de Vizela (por ofício 002-07-CT, de 16/03/2007), por ora «a proposta apresentada não reuniu consenso» ainda...
Serviu de mote, para a causa, recorde-se, uma peça inserida na rubrica “Curiosidades Felgueirenses” de colaboração habitual do autor destas linhas no jornal Semanário de Felgueiras, dedicada na ocasião à evocação do Felgueirense em apreço – num reavivar de memória, vincando ideia de que o recordado conterrâneo deveria figurar na toponímia da cidade de Felgueiras, a propósito de apresentação do respetivo currículo. Conforme foi então registado em desenvolvida reportagem da lavra de Manuel Marques, Diretor-adjunto do referido semanário Vizelense, transcrevendo passagens e até fotografia de tal artigo publicado anteriormente no aludido periódico Felgueirense a 23 de Fevereiro. Esteve inclusive uma rua destinada ao caso - segundo informação transmitida por aquele publicista Vizelense – a qual, para o efeito, terá sido a antiga Travessa Latino Coelho (que confina com a Rua Latino Coelho), onde o antigo ciclista residiu em Vizela. Mas, conforme informação prestada depois pela Câmara Municipal de Vizela (por ofício 002-07-CT, de 16/03/2007), por ora «a proposta apresentada não reuniu consenso» ainda...
E em Felgueiras, sua terra-mãe, quando haverá uma artéria para essa finalidade, entre os novos arruamentos? Enquanto, também neste caso, continua a faltar sentido de gratidão e reconhecimento!?
Entretanto, outras ocorrências têm servido para reavivar a memória deste valoroso desportista do passado. Assim, ainda em Vizela, já no ano de 2008, numa iniciativa da Associação Cultural e Desportiva Os Vizelenses, aconteceu que a realização da anual corrida de cicloturismo organizada por aquela coletividade, ao quarto ano da respetiva edição de tal prova, teve denominação de “Prémio Artur Coelho”, em homenagem ao célebre ciclista, quão recordado antigo habitante vizelense…
Como outros acontecimentos mais poderão ocorrer no porvir…
Enquanto nada aconteceu ainda em Felgueiras... Onde, além de diversas provas de ciclismo de prestígio nacional e internacional, houve já três etapas da Volta a Portugal aqui finalizadas, em espaçados outros tantos anos, por ora; e inclusive em 2008 finalizou a mesma Volta com a etapa final de consagração a acabar no alto de Santa Quitéria. Pois em Felgueiras, além de corridas de cicloturismo também, através de coletividades do sector e do poder instituído, foram-se então perdendo soberanas oportunidades de homenagear devidamente esse filho e conterrâneo que foi Artur Coelho e, primordialmente, de justificar a ligação efetiva de Felgueiras ao mundo do ciclismo e à visibilidade que proporciona…
Enquanto nada aconteceu ainda em Felgueiras... Onde, além de diversas provas de ciclismo de prestígio nacional e internacional, houve já três etapas da Volta a Portugal aqui finalizadas, em espaçados outros tantos anos, por ora; e inclusive em 2008 finalizou a mesma Volta com a etapa final de consagração a acabar no alto de Santa Quitéria. Pois em Felgueiras, além de corridas de cicloturismo também, através de coletividades do sector e do poder instituído, foram-se então perdendo soberanas oportunidades de homenagear devidamente esse filho e conterrâneo que foi Artur Coelho e, primordialmente, de justificar a ligação efetiva de Felgueiras ao mundo do ciclismo e à visibilidade que proporciona…
= Respigo das páginas da revista "Mundo Azul", nº 7, Ano 1, Setembro 09. =
Por fim, ou por enquanto, depois disso tudo, ainda houve oportunidade de o fazer relembrar através de crónica que escrevemos, sobre o mesmo conterrâneo, na revista Mundo Azul, no número de Setembro de 2009 dessa publicação do Conselho Cultural do F. C. Porto.
(Material ainda em espera para incluir um livro sobre curiosidades, personalidades e factos do concelho de Felgueiras, entretanto concluído mas ainda a aguardar possibilidades de publicação…)
Armando Pinto
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