No repositório memorial do património físico do F. C. Porto
têm lugar entusiasta as taças e demais maravilhas que tocam bem no íntimo dos
adeptos Portistas, pelo orgulho que transmitem de conquistas e honrarias.
Entre o elevado número de tais testemunhos sentimentais
estão naturalmente as Taças dos Campeões Europeus de futebol e hóquei em
patins, as Taças Intercontinentais do Mundial de Clubes de futebol, a
Supertaça Europeia, Taças de Campeões Nacionais e restantes troféus de Portugal
e doutras vitórias internacionais em futebol e nas modalidades, além de quanto mais há extensivo, dentro desses parâmetros honrosos, etc. e tal. E outras existências,
de tudo o que permite quantificação da grandiosidade desportiva e social ao
longo dos já quase atuais 120 anos de vida da nossa grande coletividade. No meio de
cuja qualidade há alguns exemplares de particular arrecadação afetiva: Como uma
taça que foi oferecida através de campanha do jornal O Comércio do Porto, a
assinalar o duplo triunfo alcançado no Campeonato Nacional de futebol da 1ª
Divisão em 1977/78 e 1978/79. Numa iniciativa daquele então
prestigiado e histórico periódico, por via de subscrição pública levada a cabo
com esse fim. Ação essa realizada de modo a perpetuar esse feito, visto depois
de longo período de abstinência em títulos de futebol senior, se ter verificado
o Bi-campeonato numa assentada, digna de nota.
Essa realidade também nos tocou sobremaneira, por o autor
destas linhas haver contribuído, logo nos começos desse
movimento, como recordamos por recorte alusivo, levado a efeito logo a partir de
Junho desse ano de 1979, «para dotar o bicampeão nacional de um símbolo valioso
e significativo» alusivo ao facto.
Ora, havendo decorrido essa campanha durante uns tempos, e
após angariada soma suficiente, a taça não foi logo entregue, em tempo
oportuno, por de permeio se ter intrometido os acontecimentos que levaram ao
Verão Quente das Antas em 1980, por afastamento dos principais obreiros dos títulos
em apreço e situações entretanto acumuladas. Verificando-se determinadas posições, como se nota por um artigo
então publicado por um dos mais destacados elementos, nesse tempo, do Comércio
do Porto, o jornalista Correia de Brito, que escreveu recado propositado em
peça publicada na revista dos 75 anos do FCP (quando eram comemorados os
aniversários do clube pela conta do ano fictício de 1906 e data inventada de 2
de Agosto) – conforme passagem que respigamos, a propósito exemplificativo.
Até que, depois, essa valiosa taça foi solenemente depositada
em mãos da Direção presidida ao tempo pelo Dr. Américo Sá (depois de oficial
ato protocolar de entrega ao capitão da equipa principal, Rodolfo, durante
cerimonial antecedente ao jogo comemorativo das então bodas de diamante), em
Agosto de 1981.
Por sentirmos que também ali temos parte, ainda que ínfima,
mas sentida, recordamos essa dotação. Qual orgulho de havermos igualmente
contribuído para aquela Taça de Ouro do F. C. Porto, toda em ouro de lei, que ficou no
antigo museu das Antas.
Armando Pinto
=== Clicar sobre as digitalizações, para ampliar ===
Essa taça esteve no museu até ao encerramento / mudança do estádio?
ResponderEliminarEssa não conhecia... Mas é sintomático. Naquela altura, um bi-campeonato dava direito a taça, agora ganhamos tanto, até já fomos penta e há muito pessoal insatisfeito.
ResponderEliminarCurioso e revelador do que é o novo portismo.
Abraço