Tomamos conhecimento por estes dias, através de notícia do Jornal Oeste Online (em artigo de setembro passado, agora chegado a nossos olhos graças a um amigo também adepto do ciclismo), que Onofre Tavares, histórico ciclista e técnico de ciclismo do FC Porto, foi reconhecido e está honrado com um espaço a ele dedicado no Museu do Ciclismo, sito nas Caldas da Rainha.
Reza assim essa notícia:
«Inauguração do núcleo expositivo dedicado a Onofre Tavares
no Museu do Ciclismo
O ciclista e mais tarde treinador da equipa de ciclismo do
FC Porto, Onofre Tavares, foi homenageado na passada quarta-feira, dia 28 de
agosto, no Museu de Ciclismo, com apresentação de um núcleo dedicado à sua
carreira, na Exposição Permanente do 1º andar do museu.
[+] Fotos - O ciclista Onofre Tavares, Mário Lino e o
vereador do desporto, Pedro Raposo junto à exposição
Entre 1943 e 1957, o ciclista “somou vitórias e colecionou
títulos”, que o “conduziram à fama e tornaram-no num dos mais sólidos ídolos da
sua geração”. Representou a camisola do Porto e do Benfica, onde assumiu o
estatuto de “Rei do sprint” e somou 10 vitórias em igual número de etapas da
Volta a Portugal.
Por tudo isso, o Museu do Ciclismo com ajuda do sobrinho do
ciclista, Manuel Lopes, que já costumava acompanhar o tio nas provas de estrada
nos anos 50, decidiram homenagear o ciclista pelos seus dotes de sprinter, que
o ajudaram a conquistar o prémio de Campeão Regional e Nacional de Fundo e de
Campeão Nacional de Velocidade, por quatro vezes.
Segundo o diretor do Museu do Ciclismo, “a ideia era
homenagear Onofre Tavares, naquela que também é a sua casa”, explicou
adiantando que esta “simbólica homenagem” também serviu para celebrar os seus
92 anos, a sua carreira de ciclista e tudo o que fez para contribuir para esta
instituição.
Presente também estiveram outros ex-ciclistas como é o caso
de Manuel Fernandes, que referiu que, foi “graças à força de vontade do
sobrinho do ciclista Onofre Tavares, que teve o cuidado de ir buscar memórias,
que estavam em casa, como é o caso das camisolas que estão aqui expostas e eu
sugeri que fossem colocadas aqui no Museu do Ciclismo”. Além do equipamento, o
núcleo de exposição conta com diversos painéis informativos e fotografias
relativas à carreira do antigo ciclista.
Após apresentação do núcleo foi cantado os parabéns ao
antigo ciclista. »
O facto, que se aplaude e regista com louvor, faz vir à ideia como espaços assim deveriam também ter lugar no Museu do FC Porto, por quanto é pena que material que pertenceu a grandes nomes do ecletismo portista se percam ou fragmentem por outros lados. Não no caso vertente, pois no Museu do Ciclismo está e ficará muito bem preservado o que foi e lembra da carreira de Onofre Tavares, mas noutros possíveis exemplos.
Recorde-se que Onofre Tavares foi ciclista do FC Porto durante longo tempo, apenas com um breve interregno pelo meio provocado pela "tropa" que o levou para Lisboa (e como tal esteve episodicamente no Benfica, devido ao serviço militar, mas curiosamente sem grandes vitórias fora de seu ambiente). Tendo no FC Porto sido um dos mais vitoriosos ciclistas - conforme seu curriculo vitae já registado em artigo neste blogue.
A propósito, é uma honra saber que um ciclista com o casrisma de Onofre Tavares, senhor que cativa simptias mesmo entre antigos adversários e adeptos atuais de outros emblemas, é uma referência do FC Porto, como alguém especial do ciclismo portista.
Relembre-se ainda que Onofre Tavares recebeu em 2018 a Roseta de Diamante de sócio do FC Porto, em sessão de entrega das respetivass rosetas aos sócios com 75 anos de filiação clubista, conforme foi então registado na página oficial do FC Porto:
«Atleta, treinador e sócio há 75 anos: a história de Onofre
Tavares
Entre os agraciados com a Roseta de Diamante há pessoas cuja
ligação ao FC Porto foi muito para além da bancada. Domingos Barros foi atleta
de Basquetebol e Fernando Domingues representou o clube no Andebol. Mas a
ligação mais prolongada será mesmo a de Onofre Tavares (foto abaixo).
Ciclista e, mais tarde, treinador da equipa de ciclismo do
FC Porto, fez-se acompanhar pelo sobrinho Manuel Lopes que já costumava levar
para as provas de estrada nos anos 50.
“Viajava com ele e com a equipa do FC Porto. Como deve
compreender, para um menino muito pequeno aquilo era um espetáculo. Fui uma vez
com a equipa a Lisboa quando eles foram correr ao estádio de Alvalade na pista,
num festival internacional em que aquilo estava lotado e onde estiveram as
principais vedetas mundiais da altura. Ele ganhou algumas das provas”, recorda
Manuel.
Onofre Tavares (na foto nos tempos de ciclista),
natural de Gulpilhares, começou por ser portista, depois sócio e, por fim,
atleta. “Naquela altura havia muita gente que vinha de lá para cá e eu comecei
a vir também. Cheguei a vir à Constituição e às Antas, claro. Era muito amigo
do Pedroto e principalmente do Hernâni”, conta.
Sobre a vida como atleta relembro os encontros na
Constituição. “Era de lá que partíamos para dar a nossa volta. É um gosto ver
que ainda hoje temos uma equipa de ciclismo”, assume. Treinou atletas como
Sousa Cardoso, Mário Sá, Sousa Santos, Pacheco ou Peixoto Alves e ainda hoje
está atento às duas rodas.
Manuel Lopes conta que seu tio Onofre esteve em Braga, na chegada da
etapa da Volta a Portugal (em 2018). “Esteve a falar com o Nuno Ribeiro. E
também foi ver a final do Grande Prémio Jornal de Notícias que o António
Carvalho ganhou”, acrescenta.»
Armando Pinto
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