Há 43 anos, já na madrugada da terça-feira dia 18 de julho de 1978,
ao faltarem 5 minutos para as 4 da manhã, nascia o meu filho, o meu primeiro
rebento. Após a minha esposa ter sido internada ao final da tarde da
segunda-feira, no Hospital da Misericórdia de Lousada, do concelho vizinho ao
meu, tendo eu ido com ela e lá ficado a acompanhá-la em quarto particular,
após recomendação dum médico meu amigo, lá de Lousada, com quem eu trabalhava
como assistente administrativo no “Posto Médico” em que ele era médico de
família (embora ainda o nome usual da categoria entre utentes não fosse esse). Aliás
o parto foi então em Lousada precisamente por confiar muito nesse médico, o Dr.
Afonso (sem acrescentar o seu apelido familiar, pois não sei se ele gostará, bastando
dizer que foi um histórico jogador de futebol do Lousada e era e é Portista). Tendo
a escolha hospitalar recaído assim por através dele eu ter sabido que o serviço
era muito competente. Juntando o útil ao agradável, por Lousada ser terra de que sempre gostei muito, desde que lá andei a estudar no Externato Eça de
Queirós. Coisas que se adiantam aqui para explicar algo que depois aconteceu
numa notícia amiga.
Ao tempo eu era colaborador do jornal O Porto. E para o hospital,
para me entreter até que houvesse novidade, levei alguns jornais e também o
jornal O Porto saído a público nessa semana, que inclusive continha um
artigozito meu. Ora, por via disso, chegada depois a notícia à redação do
jornal, que era quinzenal, volvido algum tempo saiu a público n’ O Porto uma
notazinha contendo essa referência, com apresentação de felicitações e de permeio formulando
votos de mil venturas ao novo portista, além de indicação de ter nascido no
hospital de Felgueiras (naturalmente por dedução do concelho da minha naturalidade ou por terem visto na inscrição de sócio do FCP ter ficado registado civilmente como natural da minha terra, também; e daí a explicação anterior). Acertando porém em cheio no resto, obviamente, mais no facto de ser
mais um Portista, que passados dias foi feito sócio do clube (logo que me pude
deslocar ao Porto, pois na época era tudo ainda muito diferente, sendo preciso
mandar foto e assinar a papelada, etc, e tal, o que não permitia mais
celeridade a quem residia algo distante). Passando então a existir um Portista que ficava a ter os
dois nomes próprios relacionados com dois personagens que eu admirava e com
quem mantinha alguns contactos do mundo azul e branco.
Passaram-se já 43 anos, que nesta data serão festejados
felizmente em família. Enquanto para aqui recordo a curiosidade difundida nesse
verão de 1978, com transporte da noticiazinha, publicada então cerca de um mês
depois (no jornal de 23-8-78, à página 8), mais o cabeçalho do jornal da semana correspondente,
que esteve comigo no hospital da maternidade em que meu filho nasceu.
Armando Pinto
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