Mais uma Volta a Portugal em bicicleta, da competição de
elites, está para andar pelas estradas nacionais. Embora sem a longa duração de
tempos idos, por imposição dos organismos internacionais de gestão normativa da
modalidade, e sem poder passar por todo o irregular retângulo do país à falta
de apoios oficias, apenas passando pelas zonas em cujos inícios e finais de
etapas há autarquias locais que assumem interesse de parceria e patrocínio.
Com a Volta a Portugal à porta, ressurge o clima de antigamente,
por mais que o verão até pareça diferente de anos recuados, já sem o calor
intenso do tempo estival dos tempos da Volta ser o maior atrativo de Agosto. Quão
nos tempos em que o luar de agosto dava ao de janeiro de rosto, a pontos de muita gente passar tempo às portas das casas pelas horas da fresca noturna na calha
de se ter que falar da Volta a Portugal. Mas também noutras horas mesmo pela
manhã. Como acontecia aqui com o autor destas linhas de lembranças… (puxando
agora a mim próprio) quando eu, manhã cedo, com outros amigos, ia ajudar à
missa de Rande, naquele tempo em que eu e mais uns dois ou três de minha roda
juvenil íamos acolitar nas missas diárias o saudoso padre João, pároco de S.
Tiago de Rande, a minha terra, em pleno território felgueirense… e então eu, com
o sentido no que se passara na etapa do dia anterior e ansiando que corresse
como eu desejava a seguinte etapa do dia, na Volta a Portugal, estava e ficava absorto, ali
junto ao altar e diante das pessoas, completamente distraído, absorvido em meus
pensamentos. E assim (enquanto, entre os fieis assistentes e não só, havia quem
pensasse que eu estava a meditar profundamente, parado em reflexão – como me apercebi
mais tarde), eu de cabeça no ar, estava mas era a pensar como seria bom se fosse o
Mário Silva, ou o Joaquim Leão, o Ernesto Coelho, José Azevedo, ou outros quaisquer dos
corredores do Porto a ganharem e algum dos que eu gostava passassem para a frente…
Pois a Volta a Portugal aí está, prestes a voltar realmente a ocupar os pensamentos e desejos. Agora com a equipa W52-FC Porto e os nossos Joni Brandão, João Rodrigues, Rui Vinhas, Amaro Antunes, José Neves, Ricardo Mestre, Daniel Mestre, Ricardo Vilela, Samuel Caldeira (ou quem quer que alinhe à partida com a camisola azul e branca do FC Porto) no cume das espirais de incenso, elevado nos desejos de continuidade portista.
Imagens: Ao cimo - junção de páginas e gravuras de arquivo do autor; de seguida, da vitória de Sousa Cardoso na Volta a Portugal de 1960 - foto colorida por Eduardo Lopes, que circula na Internet; depois, da vitória de Mário Silva, na Volta de 1961 – do arquivo de Rogério Cardoso, filho do grande homem do ciclismo portista dos nos 50/60 Franklim Cardoso; mais da Volta de Joaquim Leão, em 1964 - imagem de páginas do FC Porto; ainda de fase em que José Azevedo Silva andou com a camisola amarela na Volta a Portugal de 1969 - imagem de exposição de seus trofeus e recordações, enviada por sua filha, Dr.ª Alexandra Azevedo. As mais recentes (ao fundo) são fotos da página W52-FC Porto.
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Post Scriptum: Já depois deste artigo escrito e publicado, ficou-se a saber a constituição da equipa W52-FC Porto que vai alinhar na Volta a Portugal/ 2021:
- Em quem se depositam assim e então nossas esparanças e mesmo grande fé!
ARMANDO PINTO
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