Um jogo inesquecível: 26 de Setembro de 1965, tarde de domingo
pardo, com ambiente chuvoso e cinzento no aspeto ambiental e na sensibilidade
pessoal. Acabadas as férias grandes e remoído de saudades do que teria de deixar, entretanto. Na véspera do autor deste blogue sair pela primeira vez da terra natal, para longe, pois que na segunda-feira imediata era dia de pegar na mala pesadona de cartão
com traves de pau, para, ainda rapazinho de voz fina e delgado corpito, iniciar estudos num estabelecimento de ensino interno… Para
trás ficava o tempo feliz de brincadeiras nos sítios conhecidos e todo o
ambiente de camaradagem de escola primária, catequese, etc. e tal. Largando casa, pais, irmãos e avó da casa, mais amigos e conhecidos. Então, com
semblante interior também remoído, valeu o jogo dessa tarde, ouvido pela rádio,
sentado junto à cama de minha avozinha, que me vira crescer desde seu leito,
pois ficara paralítica há muito. E, tal como me embalou com um baraço preso a
meu berço, me puxava sempre a si, pela vida adiante. Gostando eu de ouvir histórias
que ela me contava, encantado ali à sua beira. Como ela ficou aí encantada de me
ver feliz, por o Porto marcar um golo ao Benfica de Eusébio, Coluna, Germano, Costa
Pereira, etc. e depois outro…
Foi esse o jogo em que Pavão se estreou na equipa principal
do FC Porto, entrado após passagem dos juniores para sénior. Um jogo em que o
relatador se fartou de relatar grandes defesas do Américo. Daquelas como no filme se
pode ver algumas, sobretudo uma mais vistosa e decisiva, entre o que a câmara televisiva fixou. Assim como só aparece imagem de um dos golos, apontados por Naftal e Nóbrega.
Havendo jogos com marca, esse foi um de marca especial,
pelos contornos pessoais, e também pelo que se passava no panorama do sistema
desportivo português.
Nesse tempo, apesar de entretanto não terem sido conseguidos campeonatos, ou seja, não tendo sido possível ganhar o campeonato durante esses anos, como se sabe, mesmo assim o FC Porto ia fazendo frente aos rivais e era temido nos confrontos diretos. Apenas que depois as manobras de bastidores faziam o resto… Assim, por exemplo, foram-se sucedendo algumas boas vitórias sobre o clube do regime, como foi o bom exemplo desta agora a recordar:  a vitória por 2-0 sobre Eusébio e C.ª no jogo da estreia de Pavão, a 26 de Setembro de 1965. Vindo a talhe desta referência o registo da pose da equipa que alinhou no encontro.
(Foto da equipa do FC Porto do jogo de estreia de Pavão, a contar para a 3.ª jornada do Campeonato Nacional de 1965/66. No Estádio das Antas, a 26/9/1965. Com o resultado obtido através de golos de Naftal e Nóbrega. Em cima da esquerda para a direita - Atraca, Pavão, Alípio Vasconcelos, Alberto Festa, João Almeida e Américo; em baixo pela mesma ordem - Jaime Silva, Naftal, Manuel António, Custódio Pinto e Nóbrega.)
Passados tantos anos e com tantas voltas pela vida fora, não
mais esquece esse jogo. Que se pode recordar (ao cimo), com a devida vénia, através do
filme publicado no blogue Filhos do Dragão, graças ao louvável trabalho dos amigos
correligionários Paulo Bizarro e Pedro Cardona.
Armando Pinto 
((( Clicar, ao cimo, sobre a seta central para acesso ao vídeo. No qual, clicando também no sinal  quadrado junto à palavra "YouTube", se pode ver em formato grande. No final, clicando sobre o mesmo sinal, em baixo à direita, é reposto o modo original)))

Estive neste jogo, então com 17 anos. Foi o primeiro jogo que vi do Benfica. Foi uma grande desilusão, aínda por cima com uma grande molhadela, pois choveu muito nessa tarde.
ResponderEliminarO golo do Naftal foi fenomenal
Eu gostei bem. O FC Porto venceu por 2-0 e os golos foram marcados por Naftal e Nóbrega.
EliminarNesse ano foi 2-0. Na época anterior é que foi 1-0 com 1 golo de Naftal. Entre os jogos que o FC Porto venceu ao Benfica com Eusébio em campo, contrariando o que o Eusébio andou a mentir em várias entrevistas anos depois.
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