A 2 de Outubro de 1971 disputou-se em Coimbra a Finalíssima
do Campeonato Nacional de Juvenis de Hóquei em Patins, no encerramento da época
dessa temporada para os jovens hoquistas de tal escalão. Com o FC Porto a fazer
uma exibição de gala, em atuação não expressa no resultado perante uma arbitragem vergonhosamente
tendenciosa, que roubou momentaneamente a alegria que essa vitória devia
proporcionar aos que seriam justos vencedores. Contudo, como o FC Porto se
sentiu prejudicado, embora não podendo ir contra a palavra dos intervenientes
desonestos, mas como havia um desleixo administrativo, tendo o adversário
alinhado com um jogador mal inscrito, o clube reclamou, protestando oficialmente. Ora
pelos regulamentos essa irregularidade fazia com que a culpa redundasse em derrota
da equipa infratora. Então, apesar de grande demora e relutância federativa,
acabou por ser dada razão ao FC Porto, pois não havia volta a dar.... Assim o
título foi homologado, sendo o FC Porto oficialmente reconhecido como Campeão
Nacional de Juvenis de 1970/71 e os hoquistas da equipa de Juvenis do FC Porto
puderam ser agraciados como campeões nacionais.
Tinha o FC Porto uma equipa jovem de se lhe tirar o chapéu,
melhor dizendo o boné de adepto. Tendo dado gosto acompanhar toda essa
campanha, “torcendo” para que esses então jovens valores fossem campeões e
assim os entusiastas do hóquei patinado portista tivessem finalmente uma grande
alegria, através desse escalão da modalidade.
Ao tempo brilhava na mesma formação João Paulo Barbot, que era
autêntico maestro do conjunto, sendo como tal o lider e capitão de equipa. Com um
estatuto que fazia com que por vezes treinasse e sobretudo convivesse muito com
os seniores, inclusive. Como testemunha uma foto em que posou ao lado de José Castro,
em ocasião que o guarda-redes da equipa senior do FC Porto vestia a camisola da
seleção nacional.
O Hóquei em Patins do FC Porto (surgido definitivamente a meio da década de cinquenta, mas que apenas em finais dos
anos sessentas atingira posição de relevo no panorama do hóquei nacional), além
dos títulos regionais entretanto ganhos e do Metropolitano de 1969 conquistado,
não tinha conseguido ainda até esses tempos qualquer título nacional em
seniores, nem noutros escalões, apenas havendo sido vice-campeão. Até que
finalmente em 1971 veio para as Antas o título Nacional de Juvenis, o primeiro
da história do Hóquei em Patins do FC Porto.
= Imagem oficial da equipa dos Campeões Nacionais de 1971 - foto original oferecida ao autor pelo amigo João Paulo Barbot, como ficou escrito no verso da fotografia.
Ora, para isso tudo contribuiu que a equipa juvenil do FC Porto
tinha feito uma época excelente e chegada a fase final do Campeonato Nacional, continuou a dar boa conta. Aí, ao fim de seis jogos do calendário da fase decisiva, com o FC Porto e a Juventude Salesiana de
Lisboa em igualdade no cimo da classificação, foi preciso recorrer a uma
finalíssima, esticada ainda com prolongamento. Tendo só então, no tempo extra e
sem poder mais competir com a arbitragem, os juvenis portistas acabaram por ter de sair tristes,
sentindo-se injustiçados. Porém vitoriados pelo público, perante sentimento geral que deviam
ter sido vencedores em rinque. Título esse mais tarde devolvido, afinal, após
reclamação. Tendo sido por fim retificado e ratificado, com a decisão final que
resultou em correção e atribuição validada.
Daí o que que ficou registado nos apontamentos de arquivo pessoal dum portista ainda jovem (como era ao tempo o autor deste blogue), apaixonado entusiasta do hóquei portista, apoiante à distância física da distância geográfica até à área da Invicta:
Conquistado finalmente o direito de receberem as faixas, os
Campeões do FC Porto foram fotografados dentro do pavilhão de treinos das Antas
(mais tarde chamado de Pavilhão Afonso Pinto de Magalhães), com faixas ostentando as cores do clube; e depois já com as faixas listadas de verde e vermelho de campeões nacionais, mesmo no centro do relvado
do estádio mítico do FC Porto, diante da histórica bancada central das Antas.
Eis essa pose histórica:
Eis essa pose histórica:
= Foto dos Campeões. Em pose à posteridade, na qual, ladeando os jovens triunfantes, ficaram também os dirigentes da secção, de um lado (esquerdo da imagem) Sampaio Mota e, do outro, Fernando Barbot (pai); estando ao centro o treinador Manuel Correia de Brito (e o chefe de secção e o treinador tendo ao lado também filhos seus, os hoquistas João Paulo Barbot e Fernando Correia de Brito, respetivamente).
Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens )))
Obrigado por mais esta partilha e lição de história desportiva. Se não fossem blogs como este muitas histórias ficavam no esquecimento, porque nos jornais e televisões do Estado e empresas de TVs com sedes em Lisboa só o que é dos lados mouriscos tem lugar. Sem esconder que mesmo os chefes do F C do Porto não se preocupam em transmitir à generalidade coisas destas.
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