Faleceu o SENINHO, inesquecível futebolista o FC Porto e que
depois nos Estados Unidos da América chegou a ser colega de Pelé no Cosmos,
onde foi um dos ídolos também.
Sucumbiu assim aos efeitos de doença, após internamento hospitalar,
aos 71 anos, completados dias antes, o Seninho do Porto, Arsénio Rodrigues
Jardim, mas mais conhecido por seu nome do mundo do futebol. Nascido a 01/07/1949
e falecido na madrugada de sábado 04/07/2020.
Como refere o meu amigo portista Paulo Jorge Oliveira, que foi seu vizinho e era, além de grande admirador, seu amigo também, ele «tinha sido diagnosticado há 5 anos com uma fibrose pulmonar e nestes últimos dias teve que ser internado. Não resistiu à doença. Perdeu-se um grande ser humano, pai, marido, amigo, vizinho etc. etc. Um grande valor histórico do FC Porto como jogador, brilhante que pelas suas arrancadas, pela sua velocidade, era chamado o “Expresso do Norte” e “Fórmula 1”).»
Ora, Seninho, avançado luso-angolano que veio para o FC
Porto em 1969, conquistou em Portugal uma Taça de Portugal, na época de 1976/77
e um Campeonato Nacional, o célebre de 1977/78, pelo FC Porto, antes de ter
sido transferido para representar o New York Cosmos, onde foi campeão 3 vezes em três épocas,
assim como ainda uma outra vez pelo Chicago Sting, que representou na sua última
época nos Estados Unidos.
Pois Seninho faz parte da História do F C Porto e tem lugar especial nas recordações Portistas. Tendo sido protagonista duma das mais mediáticas mudanças acontecidas, como foi a ida de Seninho para os Estados Unidos da América.
Seninho fora um dos célebres componentes da formação azul e branca que em 1977/78 conquistou finalmente o título nacional que há muito fugia ao F C Porto, depois de na época anterior também ter participado em vitoriosa campanha na Taça de Portugal.
Após ter festejado a grande alegria de ser Campeão Nacional, em 1978 rumou até terras americanas, para o Cosmos de Nova Iorque, por tentadora oferta que o levou a ganhar uma avultada remuneração, à época.
Após ter festejado a grande alegria de ser Campeão Nacional, em 1978 rumou até terras americanas, para o Cosmos de Nova Iorque, por tentadora oferta que o levou a ganhar uma avultada remuneração, à época.
Dessa realidade, recordamos o que publicou a revista Selecções Desportivas em sua edição de Dezembro de 1978.
Depois meteu-se o serviço militar obrigatório, do tempo, e Séninho foi para África novamente, mas no quadro ambiental da guerra do Ultramar. Aí teve oportunidade de continuar a jogar futebol, felizmente, e assim foi ídolo da massa adepta do FC Moxico, Filial do FC Porto. Onde ele, o Chico, e outros, foram campeões e deram grandes alegrias à comunidade continental, por assim dizer. Dando-se o caso até de, passados anos, após a independência angolana e retorno forçado de tantos portugueses desalojados, umas minhas primas, de quem gostava muito, terem ficado admiradas quando se aperceberam que eu apreciava muito o Séninho, que elas conheceram lá nos seus tempos do Moxico. Assim como mais tarde jogou em Felgueiras um dos colegas de Séninho do FC Moxico, o Valença, que era de Fafe mas pertenceu à equipa do FC Felgueiras que em 1982 subiu de divisão, e lembro-me de o ouvir contar peripécias desses tempos. Tudo coisas que fui armazenando na caixa da memória pessoal, como tudo o que guardo no coração portista.
(Foto que faz parte de diversos livros referentes a essa época de ouro de 1977/1978 e publicações de 1979/80. Tendo Séninho recebido sua faixa de campeão individualmente, numa das visitas ao Porto durante a estada já nos Estados Unidos da América, jogando no Cosmos de Nova York.)
Ora, Séninho é aquele nome que ainda nos ocorre no subconsciente do que ficou retido dos relatos do Amaro no Quadrante Norte, pelas transmissões do “Norte Reunidos”, dos golos marcados ao Manchester United e daquela sua entrada no último jogo do Campeonato de 1978 a servir de gazua furadora, quão foi chave mestra de abrir caminho aos golos que culminaram no título alcançado.
Como tal, quando foi dedicado ao Séninho um livro daqueles livrinhos de bolso da coleção Ídolos, depressa adquiri um que depois guardei, como quem abraça algo nosso, ficando esse documento a fazer parte da minha biblioteca de estimação, fruto da recolha possível de acervo documental portista.
Jogou 7 épocas no FC Porto, durante dez anos em que pertenceu aos quadros do grande clube azul e branco das Antas, de permeio com interrupção por ter sido chamado para comissão militar na guerra do Ultramar no FC Porto. Sendo como foi espécie duma arma secreta na tática portista, entrando em jogo quando a equipa precisava de velocidade para dar volta a resultados, Seninho fez 150 jogos oficiais com a sagrada camisola alvi-anil identificativa das duas listas tradicionais do clube dragão.
Continuando assim Séninho como algo especial em nossas afeições, sentimos este desaparecimento, mas não como um adeus, pois permanecerá sempre na memória portista e será uma constante presença memorial.
Continuando assim Séninho como algo especial em nossas afeições, sentimos este desaparecimento, mas não como um adeus, pois permanecerá sempre na memória portista e será uma constante presença memorial.
Seninho fica sepultado no cemítério da Lapa, no Porto – no mesmo campo santo onde também se encontra Hernâni, o senhor General do futebol portista e português; e ainda jazem grandes personagens como o grande escritor Camilo Castelo Branco, o célebre musicólogo e mestre de música sacra Padre Luís Rodrigues, o mais admirado Reitor da Lapa, mais o escritor Ramalho Ortigão, o poeta Soares de Passos, o polítivo do Sinédrio Ferreira Borges, pintor Silva Porto, arquiteto Marques da Silva, e tantos e tantos mais.
Descanse em paz, Seninho.
Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens )))
Sem comentários:
Enviar um comentário