A 16 de novembro de 2003, num domingo de soalheira tarde de verão de São Martinho, cedo começada em ambiente festivo, resultante do aglomerado e entusiasmo da grande multidão portista que encheu por completo toda a zona das Antas e a nova área urbana do Dragão, foi ao final do dia solenemente aberto ao público o novo estádio do Dragão, decorrendo então belo cerimonial de inauguração já com aragem fria de noite outonal, mas com os corações bem quentes de fervor clubista.
Faz agora em 2021 já 18 anos disso, quando
também eu ali estive de pele eriçada pelo frio de regelar o corpo à mistura com
apaixonada visão e sentimental vivência de tão importante momento da vida do meu
clube do coração.
De tudo isso e o que entretanto já faz parte da história do
nosso estádio do Dragão, para não me perder em expansão, de tanto que haveria
para descrever, o melhor é seguir o que fica registado nos meios oficiais do
clube, para constar assim mesmo.
Assim sendo, regista-se o que é referido na newsletter Dragões Diário: «O mais bem-sucedido estádio português está de parabéns. A 16 de novembro de 2003 era inaugurado o Estádio do Dragão, digno sucessor das saudosas Antas que é palco dos sonhos de todos os portistas há exatamente 18 anos. Num serão de domingo que reuniu mais de 51 mil adeptos azuis e brancos, o FC Porto recebia o Barcelona num jogo que marcou a estreia de dois históricos do futebol: o Dragão e Lionel Messi.
Tiago deu o pontapé de saída, Bruno Moraes desferiu o primeiro remate, Vítor Baía fez a primeira defesa e Derlei assinou o primeiro golo. Hugo Almeida fez o segundo e carimbou a vitória dos portuenses frente aos catalães por 2-0. Devido a questões relacionadas com o recém-instalado tapete verde, o anfiteatro da Invicta só viria a acolher o primeiro jogo oficial em fevereiro do ano seguinte, bem a tempo de ver o FC Porto sagrar-se campeão nacional, da Europa e do mundo. Desde então, só o Camp Nou, a Allianz Arena e o Parque do Príncipes festejaram mais conquistas.»
E na página oficial do clube, fcporto.pt: «Estádio do Dragão
foi inaugurado a 16 de novembro de 2003 - O Estádio do Dragão atinge a
maioridade esta terça-feira. A 16 de novembro de 2003, o FC Porto mudava-se de
armas e bagagens para o novíssimo anfiteatro azul e branco e a aura vitoriosa
trazida das Antas manteve-se intacta no reduto a que os portistas chamam casa
há 18 anos.
Desde essa data marcante na história do clube, o FC Porto
conquistou 26 títulos e fez do Dragão o mais bem-sucedido recinto nacional no
ativo. No panorama europeu, só o Camp Nou (Barcelona), a Allianz Arena (Bayern
Munique) e o Parque dos Príncipes (Paris Saint-Germain) festejaram mais
conquistas do que a fortaleza da Invicta.
Entre os números e nomes incontornáveis do Dragão sobressaem
os de Sérgio Conceição, Helton, Jackson Martínez, Alex Telles ou Pepe, mas há
tantas figuras do futebol com uma ligação umbilical ao novo estádio do FC
Porto… Que o diga Lionel Messi, que fez a estreia como sénior na noite da
inauguração e regressou - dez anos e quatro Bolas de Ouro depois - ao palco dos
sonhos de todos os portistas para o jogo de despedida de Deco.
À data do 18.º aniversário de um anfiteatro onde já moram títulos como a Liga dos Campeões, a Taça Intercontinental, a Liga Europa, a Liga Portuguesa, a Taça de Portugal e a Supertaça Cândido de Oliveira, Sérgio Conceição (111 jogos) e Helton (159) são o treinador e o jogador que mais vezes pisaram o relvado do Dragão.
Com 49 golos, Jackson Martínez mantém-se como o grande
artilheiro do estádio - um registo que se encontra longe de estar ameaçado e
que nem sequer pôde contar com o auxílio do melhor fornecedor, Alex Telles (41
assistências). Porque o assunto são remates certeiros, o mais tardio continua a
ser pertença do lateral esquerdo goleador, aos 117 minutos do embate contra a
Roma em 2019, e o mais rápido a Hulk, logo ao segundo 45 da receção ao CSKA
Moscovo em 2011.
Maniche foi o autor do primeiro golo oficial da história do
Dragão - 83 dias depois da inauguração do estádio - e, em outubro de 2020, Pepe
tornou-se o atleta mais velho a marcar com a camisola azul e branca na nova
casa (37 anos, 7 meses e 7 dias). Dos 934 tentos que as bancadas festejaram,
455 foram marcados com o pé direito, 262 de pé esquerdo, 198 de cabeça e 19 com
outras partes do corpo, entre os quais oito de calcanhar. Tal como era tradição
nas Antas, a baliza Sul (497 golos) continua a ser talismã para o FC Porto.
Hoje mais do que nunca, os olhos dos portistas brilham quando
contemplam a imponente obra na zona Oriental da cidade do Porto. Quanto à
vontade de regressar a casa, essa pode ser saciada já no próximo sábado (20 de
novembro, 20h15), quando o FC Porto receber o Feirense na terceira eliminatória
da Taça de Portugal.
Para ficar a par de todas as estatísticas dos 18 anos de Estádio do Dragão só tem de consultar a recém-publicada edição 420 da Revista Dragões.»
Aumentando o pecúlio, o ainda muito jovem mas já adulto estádio novo do FC Porto teve também a visita presencial de atletas campeões das diversas modalidades do clube a receberem apóteoses de reconhecimento, em voltas de honra ao recinto para mostrarem ao público taças de grandes vitórias. Tal como no seu interior acolhe o também novo museu portista, o Museu FC Porto by BMG, onde constam já esses trofeus e haverá espaço para todos um dia também – como se anseia ainda ter em exposição pública permanente tudo o que mostre a grandeza azul e branca, desde as taças das até agora 18 vitórias coletivas na Volta a Portugal em bicicleta, bem como os trofeus de torneios antigos e campeonatos das diversas modalidades, os torneios de futebol internacional Ibérico de Juniores, o de Limoges, mais os de seniores Luis Otero, Corpus Christi, mais a grande taça do Prémio Somelos-Helanca conquistado por Américo, entre diversos exemplos de tanta e tanta coisa mais.
Acresce a tudo isso, recorde-se ainda, que também o estádio
do Dragão já foi palco de grandes eventos internacionais, com destaque a nível
europeu para uma fase final da Liga dos Campeões e local vitorioso da Seleção A
portuguesa na conquista da Liga das Nações, além de nestes 18 anos de vida, o
Dragão ter vivido e celebrado a conquista de 10 campeonatos nacionais do FC
Porto, mais as conquistas dos triunfos internacionais, bem como se viveram-se nas bancadas momentos inesquecíveis: desde os 5-0
aplicados ao Benfica, a 7 de novembro de 2010, ao golo de Kelvin ao rival de
Lisboa, aos 90+2’ (o célebre e emotivo minuto 92), que resultou numa das
celebrações mais épicas de que há memória na família portista. Palco da última
final da Liga dos Campeões, entre o vencedor Chelsea e o oponente finalista Manchester
City, mais sítio de decisivas conquistas da seleção nacional de Portugal, o
Dragão atinge hoje a maioridade, na esperançosa expectativa de no final desta
temporada de 2021/22 ali ser festejado mais um título nacional pelo FC Porto.
Nesta data, para assinalar tão inesquecível efeméride, ilustramos
o tema com algumas imagens de recordações alusivas do mesmo dia da inauguração e
adereços dos mais variados formatos e meios relativos à ocasião, através de
fotografias captando objetos, livros, revistas e jornais, quão aqui fica a demonstrar
visualmente toda essa envolvência, por quanto no aspeto mais íntimo perdura o
que só o coração sabe melhor enquanto vai pulsando.
Armando Pinto
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