Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Efeméride da vitória de Joaquim Leite na “clássica” Porto-Lisboa de ciclismo em 1970 !

O FC Porto, que no ciclismo conquistara adeptos pelo país além nos anos 50 e 60, através do grande entusiasmo provocado pelos ciclistas com as camisolas das duas listas azuis, salientes sobre o branco resplandecente no dorso, quão durante anos o ciclismo do FC Porto vencia a maior parte das corridas e dava cartas nas grandes clássicas, bem como era normalmente favorito com seus campeões das bicicletas na Volta a Portugal, passou depois por alguns anos de penumbra. Sem grandes vitórias, nem muito boas classificações entre as posições cimeiras, a partir de meio da década de 60. Até que chegados os anos setentas voltou a raiar alguma esperança, diante do surgimento de novos valores como Gabriel Azevedo, Luís Pacheco, Joaquim Leite, Custódio Gomes, que se juntavam a uns Mário Silva, Joaquim Leão, Cosme Oliveira, José Azevedo, etc. E então em 1970 surgiu uma grande vitória, finalmente, conseguida por meio de brilhante corrida de Joaquim Leite, no Porto-Lisboa, a 10 de junho de 1970.

Calha, assim bem, na passagem do dia de Portugal, recordar essa vitória inesquecível, agora que o ciclismo anda na mó de baixo a partir dos acontecimentos de 2022. Deixando de se justificar, por enquanto, a existência do ciclismo no FC Porto, enquanto não estiver completamente limpo o caso despoletado com a equipa W52-FC Porto, por via do que terão interpretado alguns ciclistas e o então seu diretor-técnico responsável. Sem contudo ter havido qualquer culpa do patrocinador principal e consequente patrão da equipa, como se tem visto pelo desenrolar do julgamento oficial. Apenas se notando e lamentando que a anterior direção do clube se não tenha expressado devidamente na ocasião, visto nas vitórias Pinto da Costa sempre ter aparecido nas etapas e nos pódios, mas depois se afastou de tudo, silenciosamente.  

Contudo, como o ciclismo é uma modalidade de grandes pergaminhos na Vida do FC Porto, e pelos anos 30 e 40, sobretudo, foi grande no pedal da captação de adeptos para os grandes clubes portugueses, o desporto das bicicletas tem sempre lugar de afeto no gosto desportivo nacional. Ora, enquanto isso, desejando-se que passe depressa esta fase em que pouca gente se tem interessado pelo ciclismo, e inclusive a vida dos ciclistas no ativo tem sido de fraco reconhecimento, recorda-se a grande vitória do FC Porto por meio de Joaquim Leite, em 1970.

~~~ ***** ~~~

Estava-se então na Primavera de 1970. Ressurgindo por esse tempo em maior destaque o ciclismo portista, ao correr do 10 de junho de 1970, com a empolgante chegada da clássica Porto-Lisboa, a então existente corrida mais antiga do calendário do ciclismo português. Tendo aí o ciclista Joaquim Leite conquistado a grande vitória do ciclismo portista desses tempos e também o seu grandioso triunfo, correndo então com a camisola do FC Porto. Sendo essa vitória tão entusiasmante que mereceu lugar de destaque na 1ª página do jornal O Porto, em seu número de publicação seguinte. 

Depois de anos de entusiasmo do mundo portista pelo ciclismo, sobretudo desde finais da década de quarenta, mais seguinte grande superioridade do ciclismo do FC Porto pela década de cinquenta e acentuadamente até meio dos anos sessentas, o FC Porto teve depois períodos de menor fulgor. Com outras fases em que os ciclistas do FC Porto iam por vezes conseguindo suplantar os adversários de modo mais evidente. Então, ombreando com os concorrentes, as vitórias, embora mais espaçadamente, foram surgindo. E como o que é mais difícil e raro se torna mais apreciado, sempre que havia alguma vitória dos corredores das camisolas azuis e brancas era tal facto sobremaneira admirado. Foi assim o que se passou em 1970, no dia de Portugal. Em pleno Feriado Nacional do Dia de Camões e Dia da Raça, a 10 de Junho de 1970: Na estirada da clássica corrida nacional Porto-Lisboa, Joaquim Leite, do FC Porto, entrou no antigo estádio de Alvalade a toda a velocidade de campeão, vencendo essa grande prova.

Disputara-se então a 40.ª edição da clássica Porto-Lisboa, percorrida na distância de 330 km, em quase dez horas de corrida. Tendo Joaquim Leite vencido categoricamente, com o tempo total de 9 horas, 49 minutos e 20 segundos. Verificando-se assim a respetiva

Classificação:
1º-Joaquim Leite (FC Porto), 9 h 49 m 20 s;
2º- António Pereira (Coelima), m. t.;
3º- Manuel Mendes (Sporting), m. t.;
4º - Lino Santos (Sangalhos), m.t...

Classificaram-se ainda de seguida mais 39 corredores (entre os quais ficaram para trás grandes nomes como Firmino Bernardino, Leonel Miranda, Fernando Mendes, Hubert Niel, Joaquim Leão, José Azevedo, etc.), terminando 43, com apenas duas desistências em tão longo percurso.


Desse inesquecível dia, em que de ouvido colado ao rádio cá o autor destas linhas ouviu alvoroçado o relato da chegada e sentiu uma grande alegria com essa vitória, foi guardado no arquivo pessoal uma devida memorização, que agora aqui se recorda. Ainda sentindo o júbilo que aí Joaquim Leite dera ao então jovem portista… que guardou essa alegria, entre outras, nos arcanos da memória portista – conforme se dá para ler de recorte da crónica que à época foi publicada no interior do jornal O Porto.


Armando Pinto

((( Clicar sobre as imagens )))

Sem comentários:

Enviar um comentário