Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Futebol e ciclismo… em apreço portista.


O futebol, considerado desporto-rei, e o ciclismo, modalidade que entusiasma na passagem perto das pessoas, por assim dizer, são distintas formas de atração desportiva e especialmente complementos de interação clubista. Reinando o jogo da bola durante o ano, no decurso dos campeonatos nacionais e provas internacionais, até que o ciclismo, que se vai revezando em interesse ao longo do calendário, tem ponto alto no defeso do futebol, ao correr da Volta a Portugal.

Estando-se em tempo propício, no ano do regresso do FC Porto ao desporto dos pedais e vitória portista na prova rainha do ciclismo português, vem a propósito trazer aqui uma curiosidade relacionada, como espaço vocacionado a casos históricos de afeição portista.

Como adepto do FC Porto, escrevendo no caso pessoal, mas em geral entre boa parte dos apoiantes, o futebol e o ciclismo sempre foram modalidades queridas dentro do apreço clubista. No decurso do desenvolvimento patente pela evolução visível da passagem de pequenos campos de futebol ao estádio com pistas de ciclismo e atletismo, pelos idos anos cinquentas, sessentas até à década de setenta, sobretudo, e a entrar pelos anos oitentas quando voltaram as boas razões. Sendo que outras modalidades nunca tiveram tanta expressão dentro do clube, no sentido de forte aposta, ao passo que o futebol e ciclismo eram forças motrizes do desenvolvimento clubista. Aparecendo depois, já em finais dos anos sessentas, o crescimento do hóquei em patins no FC Porto, também, passando a cativar o entusiasmo portista a partir de então. Havendo aí particular predileção pelas modalidades em apreço. Além do basquetebol no apogeu da era de Flash Dover e a espaços o andebol. Embora haja quem queira separar as coisas, mas factos são factos. Tanto que quando o FC Porto deixou de ter ciclismo, esta modalidade ficou de lado nas atenções, a pontos que durante anos em grande maioria os adeptos nem sabiam os nomes dos ciclistas do pelotão, a não ser os mais badalados na comunicação social naturalmente. Ao passo que na atualidade, com a presença clubista, são conhecidos nomes e até as fisionomias dos ciclistas aplaudidos ao longo das corridas, como se viu na Volta a Portugal de modo especial.


Como enquadramento, será de recordar, para contextualizar, que tempos houve em que essa importância do ciclismo no âmbito clubista incluía a própria organização de provas à responsabilidade dos clubes, sabendo-se por exemplo que os três grandes chegaram a ter parte na organização de algumas edições da Volta a Portugal em bicicleta e inclusive existiram, entre as corridas oficiais do calendário velocipédico, alguns Grandes Prémios com os nomes dos clubes, como organizadores que eram, respetivamente. Sendo então os próprios clubes anfitriões a tratarem de toda a logística, obviamente.

Posto isto, vem o assunto que dá mote a esta memorização, na pertinência do tema. Tratando-se dum facto sugestivo e sintomático, ocorrido em plena década de sessenta, num tempo áureo dessa interessante cumplicidade entre futebol e ciclismo. Qual foi, na chegada de uma etapa então ganha pelo ciclista do FC Porto Ernesto Coelho, numa das edições do Grande Prémio do FC Porto, com a meta instalada na pista do estádio das Antas, o juiz de chegada (pessoa que sinaliza o corte da meta com a bandeira correspondente) ter sido um nome importante do futebol portista, em sintonia com a envolvência azul e branca no acontecimento – o famoso guarda-redes Américo, como referência maior do futebol do mesmo clube, nesse tempo.


Desta curiosa preciosidade memorial  se dá conta a preceito, através de recorte do antigo jornal O Norte Desportivo (com a imagem original, quer legendada, como de permeio em fragmentos para ajuste de visualização). Vendo-se o possante Ernesto Coelho a erguer o braço em sinal de vitória, na chegada à meta diante da bancada central vibrante de  público, enquanto Américo estava muito atento ao sprint vitorioso do colega de clube.

Armando Pinto
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