Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Efeméride da sintomática vitória por 3-0 sobre o Sporting no arranque para o Título Nacional de 1977/78!

A 23 de outubro de 1977, um bom domingo de outono, estava um dia de sol aberto, nessa tarde soalheira (curiosamente como hoje, aqui, onde e quando são escritas estas anotações recordatórias), quando em pleno estádio das Antas o FC Porto recebia o Sporting para mais um jogo do Campeonato Nacional de futebol maior, em maré de forte esperança pela prova que a equipa portista estava a demonstrar.

Por acaso nesse dia não fui às Antas. Estando casado ainda de fresco, aproveitei para dar um passeio numa caminhada serena, a usufruir da amena temperatura e ambiente panorâmico de cores, na roupagem da natureza outonal. Muito bem acompanhado em tudo. Mas levava comigo um transístor (pequeno rádio portátil como se usava e que ainda tenho guardado), enquanto com ele ligado fui acompanhando o relato do jogo. E logo para ficar mais bem-disposto, ainda, cedo o Porto começou a ganhar!

Então o FC Porto continuou a boa caminhada que em campo ia sucedendo, para finalmente podermos chegar ao título nacional há tantos anos esperado e assim acabar com o sentido jejum que durava a passar de 18 anos, indo já em 19. E o Porto venceu o Sporting, por 3-0, nessa tarde, concludentemente, com uma perna às costas, por assim dizer. Ia o campeonato na sexta jornada «do mais épico dos campeonatos». Tendo Octávio Machado feito o primeiro e segundo golos, só precisando de pouco mais que um quarto de hora de jogo para abrir o resultado e outro tanto para bisar, bem como depois Duda fechou o resultado no início da segunda parte. Derrotando o Sporting que até tinha uma frente de ataque composta por Manuel Fernandes e Jordão, cuja dupla afinal nunca causou calafrios nessa tarde a Fonseca, Gabriel, Freitas, Simões, Murça e Rodolfo - os pupilos de Pedroto na retaguarda. Ficava assim mais perto o objetivo, juntando-se mais espirais de fé na obtenção do título que escapava há quase duas décadas de anos. E, mais tarde, já na transição da Primavera para o Verão, viria a ser conquistado esse Campeonato pela diferença de 15 golos, pois que o Benfica somou os mesmos 51 pontos, menos 25 golos marcados e dez sofridos. Numa conta em que Fernando Gomes teve saliência, sagrando-se então pela segunda vez o melhor marcador da prova.

Ilustrando isso tudo, evoca-se a recordação através de respigos de duas publicações da época, cujas capas se intercalam entre a narrativa e imagens das crónicas respetivas.

Foi então, felizmente, essa uma boa época, em suma, quer pessoal como portísticamente. Então não é que, nessa temporada, além de finalmente ter visto e sentido finalmente o FC Porto ser Campeão Nacional de futebol, também de seguida, já no Verão, em 1978, veio a nascer o meu filho! E curiosamente – soube muito mais tarde, mas felizmente bem a tempo de tudo – ainda em 1977 e dias antes desse Porto-Sporting, nascera também o que veio a ser e é o atual Mui Digno Presidente do FC Porto!

Armando Pinto

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