Gabriel Mendes foi por meados dos anos 70 até inícios da
década de 80 um dos jogadores titulares da equipa principal de futebol do FC
Porto. Então habitualmente detentor da camisola n.º 2 da equipa azul e branca das
Antas, quando as equipas alinhavam com camisolas numeradas de 1 a 11 e os
suplentes com os números seguintes. Tendo, depois de haver passado pelos Juvenis e Juniores, bem como de seguida em sénior ter tido um ano de experiência fora do clube por
empréstimo, ficou por fim no plantel superior do FC Porto para a época de
1974/75. E depois durante 9 épocas vestiu essa camisola n.º 2 com tantas
tradições, desde históricos como Virgílio, Festa e outros consagrados defesas salientes do futebol portista. Isso
após se ter estreado na equipa principal do FC Porto em Outubro, ao correr dos
inícios do outono de 1974. Primeiro, no dia 2, logo em jogo a contar para as
competições europeias, contra o Wolverhampton, na 2.ª mão da 1ª eliminatória da
Taça UEFA de 1974/75, em Inglaterra; e seguidamente dias depois em Portugal e no Campeonato
Nacional em jogo vitorioso com o Olhanense, por 4-1.
O jogo de estreia de Gabriel, em Inglaterra, para a Taça
UEFA, teve de assinalável, além do resultado desfavorável da ocasião mas suficiente
para a ultrapassagem da eliminatória, o facto de ter sido arbitrado por Adolf
Prokop, da RDA, numa arbitragem que pouco ou nada diferiu duma outra anos
depois acontecida também contra o FC Porto, passados dez anos, como veio a
ocorrer na final da Taça das Taças de 1984, com o mesmo árbitro… Porém sem a
mesma influência final, na Inglaterra em 1974, terminado em 3-1 a favor dos
ingleses, mas cuja diferença mesmo assim deu para passar à eliminatória
seguinte, ante a vitória anterior do FC Porto por 4-1 no estádio das Antas. Curiosamente
o mesmo resultado, a favor do FC Porto, ocorrido dias depois em Portugal e no
Campeonato Nacional, quando Gabriel entrou em campo pela primeira vez no relvado das Antas com a camisola azul e branca vestida e acabou
com a vitória portista sobre o Olhanense por 4-1.
No decurso do tempo, ao longo de quase uma década de anos, Gabriel
tornou-se um jogador admirado, como defesa lateral direito e polivalente
assistente do ataque, num vai vem constante de área a área. Naturalmente com
uma história para contar, como ele próprio referiu numa entrevista ao jornal “Golo”
em dezembro de 1980 (e da qual se retira a parte recordatória, visto a
restante ser sobre a temporada e jogos da mesma época).
Gabriel, que se iniciara nos torneios de pavilhão do
Académico, e então era goleador no futebol de salão (como era chamado
antigamente o atual Futsal), passou nas camadas jovens do FC Porto a jogar em
posição recuada. Mas com uma evolução atraente, de modo que chegou à equipa
principal do FC Porto e se manteve entre os melhores anos a fio. A ponto de haver
merecido ter sido biografado com um pequeno livro que lhe foi dedicado pela coleção
Ídolos, com um número desse género de livro de bolso, publicado em maio de 1978.
Algo que não foram muitos os futebolistas do FC Porto e ter-se podido gabar
dessa curiosidade ilustrativa.
Ora, Gabriel teve então um percurso na carreira futebolística que o faz estar entre os bons valores que vestiram a camisola do FC Porto e da Seleção Nacional. Como se pode recordar, deitando olhos ao seu currículo, algo assinalável também. Conforme consta do blogue "Estrelas do FCP", deveras completo e como tal se respiga, com a devida vénia.
« Gabriel Azevedo Mendes nasceu no dia 30 de Maio de 1954
em Miragaia no Porto.
Corria o ano de 1969 quando Gabriel entrou para as
escolas de formação do Futebol Clube do Porto. Percorreu todos os escalões
jovens até que no final da época de 1972/73 passou a sénior.
Em 1973/74 rumou ao SC Espinho, por empréstimo dos
portistas, onde jogou uma temporada, tendo-se sagrado Campeão Nacional da 2.ª
Divisão.
Na época de 1974/75 voltou aos Dragões e integrou o
plantel principal comandado por Aimoré Moreira.
A sua estreia com a camisola dos Dragões aconteceu no dia
2 de Outubro de 1974 no Estádio Molineux Ground, em Inglaterra onde os
portistas defrontaram o Wolverhampton Wanderers FC, numa partida a contar
para a 2.ª mão da 1.ª eliminatória da Taça UEFA.
Conquistou a Taça de Portugal em 1976/77 e sagrou-se
Bi-Campeão Nacional em 1977/78 e 1978/79. Ainda venceu duas Supertaças Cândido
de Oliveira e uma Taça Associação de Futebol do Porto.
Na época de 1982/83 perdeu a titularidade para o jovem
João Pinto e apenas realizou 8 jogos. No final dessa temporada optou por deixar
o F.C. Porto.
De Dragão ao peito, Gabriel jogou durante 9 temporadas.
Conquistou 6 Títulos. Disputou 250 jogos oficiais e marcou 6 golos.
Em 1983/84 transferiu-se para o Sporting CP, clube que
representou por quatro épocas, no entanto sem nunca conhecer o sucesso que viveu
nas Antas, tendo apenas vencido uma Taça Associação de Futebol de Lisboa, em
1984/85.
Em 1987/88 ingressou no SC Covilhã. Disputou nove
partidas e no final do campeonato colocou um ponto final na carreira.
Gabriel vestiu também a camisola da Seleção Nacional por 20 vezes, estreando-se com a camisola das Quinas no dia 30 de Março de 1977 num jogo contra a Suíça. »
Gabriel acabou assim, depois de vários anos de passagem pelo
FC Porto, por ter ido continuar e acabar a carreira por outras paragens. Pelo meio
tendo estado no período de "trocas e baldrocas" de transferências entre Sporting
e FC Porto, desde os casos de Jaime Pacheco e António Sousa levados pelo
Sporting, com resposta de retaliação pelo FC Porto através da vinda de Paulo Futre para as Antas, já no
tempo da presidência de Pinto da Costa; em que também depois se deu até o regresso
dos mesmos Pacheco e Sousa. De permeio com a ida de Gabriel para o Sporting, tal como Romeu, seguindo-se mais tarde ainda o caso de Fernando Gomes “Bi-Bota d’ Ouro” ter ido também para Alvalade, após o episódio que levou à sua saída do FC Porto, também na
presidência de Pinto da Costa. Culminando mais tarde nas trocas oficiais de Rui
Jorge e Bino terem ido para o Sporting, em permutas efetuadas por Peixe e pelo guarda-redes
Costinha, ainda também no mesmo tempo presidencial.
Quanto à carreira futebolística de Gabriel, ficou assim:
FC PORTO (Camadas Jovens) – em 1969-1973, com 1 título de Campeão Nacional de Juvenis; Sp. Espinho (por empréstimo, na passagem a sénior) – 1973-74, com 1 título de Campeão Nacional da 2.ª Divisão; FC PORTO (plantel sénior) – 1974-1983, com 2 títulos de Campeão Nacional da 1ª Divisão, 1 Taça de Portugal, 2 Supertaças Cândido de Oliveira e 1 Taça Associação de Futebol do Porto; Sporting – 1983-1987, com 1 Taça Associação de Futebol de Lisboa ; Sp. Covilhã –1987-88.
Teve 20 Internacionalizações pela Seleção A; 1 Internacionalização
pela seleção B e 2 Internacionalizações pela Seleção de Olímpicos.
Gabriel esteve em 2016, como convidado, presente no Encontro de Portistas “Dia do Clube”, realizado em Rio Tinto, integrado num painel de antigos futebolistas, junto com o eterno guarda-redes Américo e o antigo defesa Eduardo Luís campeão de Viena, sendo entrevistados por José Correia. Numa boa hora em que todos eles transportaram ao balneário de seus tempos, com boas energias, algumas constatações interpretadas do que deveria voltar acima na vivência do mundo portista por esses anos em equação – então em 2016.
Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens )))
O Gabriel no Porto tem pecado por nas poucas entrevista que deu não ter aproveitado para dar ideia melhor de gostar mais do Porto, pois dá ideia a muita gente que gosta mais de outros clubes. Segundo se fala de conversas no seu táxi e cafés.
ResponderEliminarÉ benfiquista. Ele próprio o referiu quando disse que só lhe faltou jogar no clube do coração.
ResponderEliminarNão deixou de ser um bom jogador numa época difícil.