Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

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Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

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quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Sampaio Mota: Histórico Dirigente do Hóquei em Patins do FC Porto


Alfredo Sampaio Motta, um grande diretor do hóquei em patins do FC Porto de tempos em que a modalidade começou a singrar no seio do clube Dragão, faleceu recentemente. Notícia esta, das sempre tristes novidades que por vezes chegam, que contudo proporciona que seja lembrado, afinal, em homenagem ao que representou no hóquei patinado portista como dinâmico dirigente.

= Sampaio Motta, como diretor do hóquei em patins portista na presidência de Pinto de Magalhães, presente à cerimónia de homenagem a Cristiano, após a sua brilhante participação na conquista do Europeu de 1971.

Natural de Lousada, vila cativante do distrito do Porto, Alfredo Eduardo Sampaio Motta, conforme seu nome completo, residiu e laborou durante muitos anos na área da cidade do Porto, tendo tido habitação em Gaia e instalações profissionais de sua firma de despachante alfandegário na zona histórica do Porto. Enquanto seus momentos apaixonantes da vida social os vivia no mundo do Futebol Clube do Porto, passando nas Antas horas a fio no serviço desportivo em prol do hóquei em patins azul e branco. Onde entrou em funções diretivas ao tempo ainda da gerência do presidente Afonso Pinto de Magalhães, como um dos braços direitos dos diretores Pinto da Costa, Arlindo Sousa e Aires Miranda, continuando de seguida com Américo Sá, já como Seccionista.

= Sampaio Mota (de frente e de costas, nas fotos) presente no jantar de celebração do Título Metropolitano de 1969.

Sampaio Mota (que assinava por Motta) foi então um Diretor marcante, cujo labor na liderança da modalidade dentro do clube entusiasmava praticantes e acompanhantes da secção. Tal como era pessoa muito afável, de atenção afetuosa.


Com Sampaio Mota ao leme da Secção o hóquei portista teve uma ascensão evidente, além de ter passado a reger-se por uma organização cuidada. Exemplo disso é o facto de haver então comunicações atempadas com toda a gente ligada ao setor, sobremaneira na planificação interna. Havendo a partir daí um Plano de marcação de Treinos e informação de Jogos, com antecedência devida à organização derivada, incluindo locais e horários. Como se vê por um exemplo de Plano de treinos para dois meses, de que se junta imagem (cópia dum original guardado por Fernando Barbot). Documento esse de 1972, assinado pelo treinador dessa época, António Henriques, mais pelo Seccionista Sampaio Motta.


Faz parte das memórias do autor destas linhas, então jovem adepto portista, a boa sensação que então se notava e sentia por quanto ele vivia o hóquei portista. Como pude constatar pessoalmente, in loco, duma vez que em Maio de 1972 ele me proporcionou um fim de semana em cheio, como convidado para conviver com a equipa principal antes e depois de um jogo importante, em tarde e noite de sábado... 



...assim como na manhã de domingo aos jogos das equipas das categorias jovens, inclusive sentado na mesa dos cronometristas (e para o efeito com credenciais).


Entretanto Sampaio Mota foi um dos dirigentes agraciados com reconhecimento oficial do clube aquando da inauguração do Pavilhão Gimnodesportivo de Jogos das Antas, em Gratidão pela relevante ação tendente à concretização da respetiva construção.


Além de diretor, no hóquei em patins do FC Porto, como grande conhecedor de tudo o que respeitava ao hóquei...

 = Sampaio Motta como diretor junto duma sua equipa do FC Porto, no caso da Equipa B  do FCP vencedora do Regional da categoria (Reservas e Equipas da II Divisão).

... Também Sampaio Motta chegou a ser treinador, tendo orientado o Clube Desportivo do Candal (clube onde juntaria diversos jogadores formados no F. C. do Porto). O Candal subiria depois de divisão nessa mesma época de 1976/1977, havendo ainda participado na Taça de Portugal até aos oitavos de final. Passando depois a treinar o Paço do Rei, levando-o também a subir à 1.ª Divisão, até que de seguida regressou ainda à Secção de Hóquei em Patins do F. C. do Porto como dirigente, para promover a grande revolução que deu a supremacia do hóquei nacional ao F. C. do Porto.  


Alfredo Sampaio Motta foi também dirigente do FAOJ - Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis, nos anos setentas, por nomeação oficial. Tendo essa instituição governamental, existente a partir de 1977 para apoio à cultura popular associativa, conseguido criar diversas valências em instituições regionais (de que foi exemplo, por intermédio do autor destas linhas, a criação da biblioteca do Centro Cultural e Recreativo da Longra, do concelho de Felgueiras, mais tarde incorporada no acervo da Casa do Povo da Longra). 

Sampaio Motta regressou ainda ao FC Porto como Chefe de Secção, já com Ilídio Pinto como diretor, tendo sido então que se deu a transformação maior do hóquei portista, com o regresso de Zé Fernandes (que havia saído para a Académica de Espinho anos antes). E junto veio também o Vitor Hugo. Além de ser quando se  deu o ingresso de Alves e João Brito passou a treinador, tudo isso na fase de expansão  do hóquei do FC Porto. 

Sampaio Motta por fim foi para Angola e daí passou a residir em Moçambique, onde esteve os últimos anos de sua vida e em cujo país lusófono acabou por falecer com 74 anos, no passado dia 5 de junho (de 2019, portanto).

Desaparecido fisicamente, Sampaio Motta permanece na memória portista como um Senhor do Hóquei em Patins do FC Porto.

Descanse em paz!
Armando Pinto

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