Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

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terça-feira, 16 de junho de 2020

Taça à vista: Dimensão da conquista da Taça de Portugal de 1968 em vitrina própria no Museu do FC Porto


Se há vitórias que são daquelas em que «não há derrotas quando é firme o passo», por quanto foi possível concretizar a máxima de «ninguém fala em perder, ninguém recua…» (como está no poema Aleluia), uma dessas foi a da Taça de Portugal conquistada pelo FC Porto a 16 de junho de 1968. De forma que, pela envolvência e magnitude, conseguida que foi em tempo do sistema BSB (ao jeito como cantava Zé Afonso quão do regime comiam tudo e não deixavam nada…) a vitória da Taça-1968 está perpetuada de modo especial no museu do FC Porto com uma vitrina dedicada a esse grande feito dos anos sessentas.



Na dita vitrine, entre objetos alusivos diversos, está a mesma guarnecida com o livro oficial dessa final, que pertenceu à coleção particular do autor destas linhas. Sendo essa uma das minhas coroas de glória portista, a bem dizer, perante essa doação ao museu do FC Porto.


Desse exemplar impresso para a ocasião e distribuído aquando da final a 16 de junho de 1968, recolhe-se de seu interior, para esta lembrança, algumas passagens das páginas mais significativas: 


É da história toda a envolvência dessa grande vitória, cuja data de 16 de Junho de 1968, da final dessa vitoriosa jornada, ficou nos anais da História Gloriosa do FC Porto. E puxando ao caso pessoal, nessas eras em que o ciclismo ia compensando o deserto de títulos do futebol sénior no mundo azul e branco, foi na verdade essa obtenção da Taça de Portugal a vitória que conheci em futebol nos meus tempos juvenis de Portismo, qual lança metida na áfrica do regime, após anos de espera por algo desde a infância até à puberdade. Tendo sido também a vitória do tempo dos meus grandes ídolos de infância, com Américo a cotar-se com um dos grandes heróis, em autêntica tarde de glória.





A Taça em apreço está naturalmente entre os trofeus de maior impacto, na ampla rodoma das vitórias nacionais de futebol pelo FC Porto. Tendo oficialmente sido entregue à Direção do FC Porto na semana seguinte à vitória do Jamor, em cerimónia antecedente ao jogo do Torneio da Cidade do Porto realizado no âmbito da festa da cidade, nesse mês e ano. Momentos a que se reportam as imagens, da entrega do capitão Pinto ao presidente Pinto de Magalhães; e pose fotográfica dos finalistas vencedores, com treinadores e dirigente da secção, junto à taça.


Ora, no significado de tal dimensão, como noutros anos aqui se tem evocado essa grande alegria através de artigos expressivos, desta vez direciona-se a lembrança alusiva diante da memória expressa no Museu FC Porto by BMG. Recordando visitas dos três sobreviventes dessa final, efetuadas ao mesmo espaço-repositório da memória do clube. 

= Taça ao alto!

Essa foi então uma boa oportunidade de Rolando e Valdemar terem inclusive voltado a pegar na taça e Américo estado diante dela, na proximidade da estátua com que está imortalizado no cimo do autocarro da vitória. 


= O guarda-redes Américo, uma das lendas do clube imortalizado por uma estátua no Museu FC Porto. Américo estreou-se na equipa principal do FC Porto em 1952/53 e foi dono das balizas do FC Porto desde 1961/62 até 1968/69. 

Desses três vencedores da Taça ainda vivos, o mais recente visionamento público de um deles foi no recente ato eleitoral do FC Porto, em que, tal como apareceu nas imagens duma das reportagens do Porto Canal, esteve presente a votar Valdemar Pacheco – o popular "Tacinhas", como carinhosamente é chamado na massa associativa de seu tempo, precisamente porque marcou o golo de livre direto que fez a reviravolta na final da Taça de Portugal em 1968.


O caso faz vir à ideia que, enquanto é tempo e na proximidade de mais uma final da Taça, em que o FC Porto volta a ser finalista esta época de 2019/2020, seria interessante haver uma visita conjunta ao museu portista destes três sobreviventes da Taça de 1968, mais Carlos Duarte (vencedor das Taças de 1956 e 1958), sendo eles, como são presentemente, os mais antigos vencedores de Taças de Portugal ganhas pelo FC Porto, que felizmente restam ainda vivos.

Armando Pinto
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domingo, 16 de junho de 2019

Na efeméride da Inesquecível Taça de 1968: Recordando três vencedores ainda sobreviventes – Américo, Valdemar e Rolando !


A Taça de Portugal da época de 1967/1968 conquistada pelo FC Porto foi algo especial. Tão importante, nos acontecimentos grandes da vida portista no período futebolístico do regime BSB, que a sua memorização é das poucas conquistas de antes do 25 de Abril com lugar em vitrinas do atual Museu do FC Porto.


É da história toda a envolvência dessa grande vitória, cuja data de 16 de Junho de 1968, da final dessa vitoriosa jornada, ficou nos anais da História Gloriosa do FC Porto. E puxando ao caso pessoal, nessas eras em que o ciclismo ia compensando o deserto de títulos do futebol sénior no mundo azul e branco, foi na verdade essa obtenção da Taça de Portugal a vitória que conheci em futebol nos meus tempos juvenis de Portismo, qual lança metida na áfrica do regime, após anos de espera por algo desde a infância até à puberdade. Tendo sido também a vitória do tempo dos meus grandes ídolos de infância, com Américo a cotar-se com um dos grandes heróis, em autêntica tarde de glória.


Ora, como sobre esta Taça de 1968 já aqui publicamos diversas recordações, havendo a mesma merecido outras evocações, desta feita, na pertinência da passagem da respetiva efeméride, fazemos um justo tributo memorial a três sobreviventes, dos que jogaram na final, estando ainda vivos felizmente três antigos jogadores desse naipe de grandes vencedores – Américo, Rolando e Valdemar.


Américo Lopes, aquele valoroso guarda-redes Américo que o famoso Di Stefano disse publicamente que foi um dos melhores guarda-redes que viu jogar… mais Rolando, Rolando Gonçalves, o louro do Porto que tanto entusiasmava ver jogar de pernas arqueadas a dominar e distribuir jogo… e Valdemar Pacheco, o do pontapé canhão do livre que deu o empate que viria a tornar possível a reviravolta no resultado (quando o Porto estava a perder desde os primeiros minutos, até Valdemar ter disparado aquela bola de grande distância, que só parou no fundo da redes da baliza). Para depois Nóbrega, o já falecido Francisco Nóbrega, ter marcado o golo da vitória na conclusão dum canto apontado pelo brasileiro Djalma também já falecido, e por fim, na apoteose, Custódio Pinto, o capitão desse tempo e entretanto igualmente falecido, ter beijado a taça; e, enquanto tudo ainda parecia um sonho, a ter levantado bem alto, agarrando-a com a força de milhares de adeptos que então a viam em mãos do Porto, além de quem à distância parecia também estar a ver aquilo perante o que se ouvia pelo relato radiofónico (já que a RTP, única televisão desse tempo, contrariamente aos anos em que na final estiveram clubes de Lisboa e sobretudo não estivera o Porto, nesse ano preferiu transmitir uma tourada)!

Contou aí que o FC Porto venceu, triunfando sobre o Vitória de Setúbal por 2-1. Perdendo o Setúbal a segunda das suas  quatro finais consecutivas em que esteve presente no Jamor. 


Na amplitude do que foi essa vitória, recorda-se ainda toda a campanha que levou a essa final, e toda a galeria memorável correspondente ao sucedido, através de apontamentos ao tempo coligidos por um jovem de cerca de 13 anos… conforme se pode rever pelas anotações manuscritas, em letra pessoal, nesse tempo.


Foi pois uma grande alegria conseguida, finalmente, a ocorrida a 16 de Junho de 1968. Ficando associados a essa final vitoriosa os onze que alinharam: Américo, Atraca, Valdemar, Rolando, Bernardo da Velha, Pavão, Eduardo Gomes, Jaime Silva, Custódio Pinto, Djalma e Nóbrega. Recordando-se aqui todos, agora na presença ainda viva de Américo, Valdemar e Rolando, os sobreviventes, por ora.


Nunca será demasiado recordar estes e outros nomes eternos da vida do FC Porto. Embora isso da eternidade seja relativa e mesmo a posteridade não seja muito longa na memória habitual. Bastando ver como hoje grandes nomes como Pinga, Valdemar Mota, Soares dos Reis, Araújo, Hernâni, Virgílio e uns quantos mais já vão sendo pouco recordados, dos grandes vultos do passado, por exemplo. E doutras gerações poucos saberem também do valor duns Américo, Valdemar e José Rolando. Assim como daqui a anos gerações mais novas dirão que nos melhores porventura não caberão alguns dos nomes dos campeões europeus e mundiais de 1987 e 2004, vencedores da Supertaça Europeia, como da Taça Uefa e Liga Europa, sabe-se lá.


Pois a Taça de 1968, sensivelmente quase a meio do século XX, foi algo que para o tempo, mediante as muito piores condições em que o FC Porto competia perante os rivais de Lisboa, foi algo como uma competição internacional de épocas posteriores. O que dirá muito, a quem também sentiu e viveu o áureo período final do século XX e início do século XXI.


Honra então a Américo, Rolando e Valdemar, personificando nesses ídolos de sempre toda a geração portista que jogou e lutou pelo FC Porto nos anos da grande vigília. Tendo a Taça de 68 compensado muito todo esse muito tempo de demorada espera. E a Taça foi finalmente nossa, ali na alegre tarde desse domingo 16 de Junho de 1968. Precisamente num domingo, em Junho de 1968, como no dia da passagem desta efeméride ao correr de 2019. Quando sabemos estarem vivos, dos que nos deram tamanha alegria, Américo, Valdemar e Rolando. Para eles: um abraço de parabéns e agradecimento portista!


Armando Pinto
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