Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

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quarta-feira, 17 de abril de 2019

Recordando uma grande vitória sobre o Real Madrid na década de cinquenta, do século XX…


A 17 de abril de 1955, ou seja há 64 anos (na conta atual de 2019) «o FC Porto disputou um encontro particular com o Real Madrid, campeão espanhol que nos cinco anos seguintes venceria as primeiras cinco edições da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Nas Antas, o Real de Di Stéfano até se adiantou logo no primeiro minuto, mas uma exibição brilhante da equipa treinada por Fernando Vaz resultou numa vitória por 5-2, com golos de Hernâni, Virgílio, Vieira, Manuel Romeu e Monteiro da Costa.»

Facto assim  bem lembrado na newsletter “Dragões Diário” nesta data, como efeméride do dia.


Naquele tempo, in illo tempore, o caso proporcionou ocasião de se terem reencontrado dois famosos futebolistas argentinos ao tempo a atuar na Península Ibérica, o portista Porcel em Portugal e o madridista Di Stefano em Espanha. 


Tal caso, precisamente em dia coincidente com a disputa da 2ª mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões de 2019, com o poderoso representante de Inglaterra e perante a desvantagem do FC Porto  diante do cenário de dois golos que o Liverpool obteve em casa, graças ao favorecimento da arbitragem que ignorou um penalti contra os ingleses e perdoou o que seria para expulsão do melhor jogador da cidade dos Beatles… mostra à saciedade como as “coisas” são, nestes casos. Tanto que em 1955 o FC Porto bateu o Real Madrid copiosamente em jogo sem conter interesses de poderio económico-futebolístico do sistema internacional, revelando um Real Madrid ao alcance duma grande equipa portuguesa como o FC Porto… Mas depois disso foi o que se tem visto, só a equipa do sistema português conseguiu alguma coisa no tempo do salazarismo, apenas. Enquanto no panorama europeu, passada essa fase, então basta fazer as contas, como diria um outro político português…!

Então, no longínquo Abril de 1955, o FC Porto conseguiu trazer a Portugal o já nesse tempo famoso Real Madrid, tendo para o efeito se deslocado a Espanha uma delegação portista composta pelo presidente Dr. Cesário Bonito, mais por Afonso Pinto de Magalhães e Dr. Correia da Silva, os quais, conforme foi registado no órgão oficial do clube, « tiveram pleno êxito na sua missão a Madrid».

= Pose fotográfica do trio que levou o convite ao clube madrileno. Conforme fixou à posteridade o jornal O Porto =


Ora, o jogo resultou numa concludente vitória do FC Porto por 5-2, sem ser por menos que uma goleada,  sobre o campeão espanhol dessa era.


De permeio, essa visita proporcionou um vasto programa social, de boas vindas e atos de cortesia a tão respeitável embaixada do país vizinho.


Posto isto, resta recordar e evocar essa tal façanha do FC Porto a meio dos anos cinquentas, na era da geração célebre portista desse lustro cinquentão, de boa memória. Ou não houvesse por ali gente como Hernâni, Barrigana, Virgílio, Monteiro da Costa, Perdigão, Pedroto, etc. etc. mais o argentino Porcel – alguns dos quais estão perpetuados em foto histórica, constante duma “separata” dessa época, a assinalar a boa campanha de jogos particulares de nível internacional, nesse tempo (pois os jogos oficiais das provas europeias só começariam a partir do ano seguinte).


Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens, para ampliar )))

Obs.: A imagem cimeira de ilustração deste artigo reporta a uma gravura (separata da antiga revista Mundo de Aventuras) da coleção particular do autor destas linhas. As restantes imagens foram em tempos cedidas pelo amigo e grande Portista Fernando Machado (sobre reportagem respetiva do jornal O Porto de 19 de Abril de 1955).

A. P. 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

António Araújo: Um Símbolo do F. C. Porto de meio do século XX…


Sempre houve figuras salientes na vida do F. C. Porto que, no decurso da História Portista, atingiram um plano de tal forma representativo que, em associação emblemática, foram considerados como bandeiras do clube. Tal o caso, nos primeiros anos de maior implantação clubista, de uns Valdemar Mota, Siska e Pinga, a que se seguiu um… Araújo. António Araújo, grande futebolista do F C Porto de meio do século XX, autêntico ídolo dos campos de futebol na década dos anos 40... Antes, portanto, do aparecimento de Hernâni, Américo e outros imediatos, até Gomes e Cª… de sucessores. 

Tanto assim foi que Araújo está oficialmente considerado uma das "Lendas do F. C. Porto", segundo a homenagem que foi proporcionada ao mais alto nível aquando da inauguração do pavilhão Dragão Caixa, ficando assinalado com um círculo alusivo, também, no passeio da fama implantado no espaço fronteiro à entrada do mesmo atual pavilhão gimnodesportivo portista.


Como tal, é na literatura azul referido a propósito: «António Araújo - Um avançado de grandes potencialidades, que se sagrou melhor marcador do campeonato em 1947/48, apontando 38 golos. Pela seleção marcou 6 golos em 9 partidas. A seleção portuguesa da altura era designada com algum sarcasmo por «Sport Lisboa e Araújo». O maior momento de glória de Araújo foi na 1ª vitória oficial frente à Espanha, em 1947. Portugal venceu por 4-1, com os dois primeiros golos apontados pelo António Araújo.»


A sua biografia ficou superiormente resumida no trabalho de Rodrigues Teles, aqui acima postada, em resenha sobre a galeria dos Internacionais do F C Porto, dos quais ele foi o 17º cronologicamente a ter atingido os galões na lista de futebolistas azuis e brancos que chegaram à Seleção A portuguesa. 


Dessa fama era ilustrativa a associação interligada que a seu tempo lhe era atribuída, como demonstra uma capa da revista Stadium, que em 1946 legendava precisamente o seu nome em conexão com o do clube. Em número de cuja edição, de 23 de Outubro de 1946, são ainda as imagens que colocamos no fim (vendo-se Araújo assistindo a uma cabeçada do colega Correia Dias e ele mesmo a vencer a oposição dum adversário), nuns clichés visuais  duma jornada a contar para o Campeonato Regional do Porto (prova que antecedia as competições a nível nacional e apurava os primeiros da Associação para o campeonato português). Jogo esse, acrescente-se, em que a equipa principal do F. C. Porto derrotou o Salgueiros por 5-2, com 4 golos de Araújo, na disputa da 2ª volta daquela competição portuense - depois de na anterior rodada o clube Portista ter vergado os Salgueiristas copiosamente por 18-0, com 7 golos de Araújo…


A carreira de Araújo foi célebre, como atestam as diversas descrições que tem merecido e consta de livros e variadas edições publicadas. 

Armando Pinto 
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