Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Curiosidades d’ O Porto…


O F. C. Porto não é nem nunca foi um clube só de futebol. Aliás, em tempos de menor fase de resultados das equipas principais de futebol Portista, até se dizia que o Porto não tinha só futebol, mas sim era um clube com cerca de vinte modalidades… Isso quando o ecletismo era maior. Agora que o futebol está a passar também por um período de enfraquecimento, pelo menos para o que estávamos habituados nas eras mais ou menos recentes, ainda se pode dizer algo do género, embora com menos modalidades desportivas.

Posto isto, como preâmbulo, temos mote para direcionar atenções a uma das nossas modalidades de pavilhão, umas das meninas de nossos olhos, como é o hóquei em patins.

Ora o hóquei patinado azul e branco, apesar de também viver uma época ainda não totalmente vitoriosa, caminha para alcançar o topo do campeonato vigente, além de já estar apurado para a fase seguinte da Liga dos Campeões Europeus. Assim, indo brevemente o F C Porto defrontar o Valongo, atual comandante da principal prova portuguesa (e que ainda este passado fim de semana derrotou o Benfica), aproxima-se jogo grande, num horizonte importante, para podermos de novo  alcançar o 1º lugar. Facto esse, a propósito de tal possibilidade ser diante do histórico rival nortenho Valonguense, que nos remete para recordações ternas e inesquecíveis, de há já quarenta e tal anos…

Pois então, graças às possibilidades que se vão abrindo com contactos e amizades derivadas da Internet, através da blogosfera e redes sociais, chegou-nos agora às mãos um exemplar do antigo jornal O Porto, como se sabe o órgão oficial do F C Porto durante muitos anos. Número aquele que naturalmente já havíamos tido no tempo próprio, mas, porque nessa ocasião recortamos uma parte de especial interesse pessoal, só agora voltamos a rever totalmente nesta nova oportunidade, passados tantos anos. E, lá está, relata um jogo do F C Porto diante do Valongo, conquanto que dessa vez tenha sido na terra da ardósia, enquanto desta feita será no Porto, em pleno Dragão Caixa.

In illo tempore… a equipa sénior de futebol do F C Porto também ia fazendo bons resultados, mas sem conseguir ganhar campeonatos. No ciclismo, modalidade que seguíamos apaixonadamente por causa das camisolas azuis e brancas andarem pelas estradas, as nossas esperanças eram para as corridas de Joaquim Andrade... E estava-se ainda em período de guerra colonial e poderio político-social e capitalista lisboeta. Motivando que diversos hoquistas da equipa principal do F C Porto tivessem rumado a paragens de além-mar, para prestação do serviço militar obrigatório em comissão nas diversas frentes da guerrilha do ultramar português. Ao passo que o campeonato nacional do Continente era chamado Metropolitano, sendo depois os dois melhores classificados da Metrópole apurados para uma fase final com os campeões das províncias luso-africanas. Por isso, pelas paragens quentes do além andavam uns Zé Fernandes, Castro, Hernâni Martins. Tendo a nossa equipa ficado ainda com valores como, especialmente, o Cristiano, e também os Ricardo, Brito, Leite, e ainda Jorge Câmara, Augusto, Júlio e Zé Manuel, entre outros.


Por conseguinte, perante essas realidades e diante dum panorama em que o autor era ainda um jovem entusiasta… atente-se no que nas páginas do jornal O Porto ficou registado, em seu número de 25 de Maio de 1972…


Armando Pinto


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quinta-feira, 30 de maio de 2013

1ª Taça dos Campeões Europeus do F C Porto no Hóquei em 1986… e enquadramento histórico da modalidade no clube alvi-anil!

 

Decorreu muito tempo já, mas ainda estão bem presentes na memória as iniciais conquistas que deram maior visibilidade europeia e mundial ao F C Porto, a começar na Taça dos Campeões Europeus de futebol alcançada em 1987 numa célebre valsa de bola em Viena, na Áustria, em pleno centro do mapa-mundi, por assim dizer. Porém essa não foi a primeira Taça dos Campeões Europeus conquistada pelo F C Porto, pois a pioneira, com esse nome, aconteceu um ano antes, por meio do hóquei em patins, graças a uma brilhante campanha culminada numa inesquecível jogatana em Itália, desse desporto jogado com aléu sobre patins.

   

O hóquei em patins há muito era um desporto com inúmeros adeptos em Portugal, além naturalmente de diversos países onde esteve e se tem enraizado. Contudo até meados da década de sessenta, do século XX, estava demasiadamente concentrado a Sul do país, por via extensiva das políticas da nação. A Norte, por volta de década dos anos 40, começaram a aparecer algumas equipas, porém de clubes de menor expressão regional e nacional, visto o F C do Porto, por exemplo, nessas eras ter passado sobre os patins ainda a tentear-se tenuamente (como descrevemos e desenvolvemos documentalmente em anterior artigo, sobre a história hoquista do F C Porto), e apenas começou a patinar com mais equilíbrio só a partir dos anos 50, precisamente por outros clubes fazerem força para essa presença, ao tempo de Litos Gomes de Almeida, Acúrcio Carrelo, etc….

   
 = Equipa do tempo de Acúrcio (último à direita, em baixo, na foto) - que acumulava como guarda-redes internacional de futebol e como avançado no hóquei patinado, O qual foi o 1º Hoquista internacional do F C Porto na seleção portuguesa da modalidade.= 

… Até que, por fim, a meio dos anos sessentas passou o F C Porto a andar, melhor patinar, já com interesse. Perpassavam tempos em que a modalidade despertava atenções mais pelos relatos radiofónicos dos jogos da seleção nacional, levando as crianças a procurar imitar os hoquistas por meio de troços de couves ou cajatos de guarda-chuvas, assim mesmo, ou seja, usando os caules curvados nas pontas das couves das hortas, após se cortar a ramagem das folhas da mesma hortaliça, e à falta de melhor também as hastes e respetivos terminais das pegas dos guarda-chuvas, que eram então maneados a fazer de stiques. A não ser, como nalguns casos, que mão amiga, de algum artífice, fizesse um “stick” artesanal, parecido com os estiques modelados que os hoquistas a sério empunhavam a jogar.

   

Deu-se, entretanto, a meio da década de 60 o caso de num jogo para o campeonato nacional de hóquei o F C Porto ter vencido o Benfica, por volta de 1965. Ora os simpatizantes Portistas, pouco habituados a isso, rejubilaram e começou a haver alguma atenção, reforçada com a evolução do jovem Cristiano, um valor que começou a despontar no rinque da Constituição, ao lado de Alexandre Magalhães, Joaquim Leite e outros mais velhos, conhecidos dos adeptos que acompanhavam as equipas do clube nos próprios locais de jogo, mas também dos Portistas de outras paragens, através dos comentários semanalmente saídos no jornal O Porto, como aos domingos à noite e às quintas-feiras se conseguia ler n' O Norte Desportivo e, mais ao ouvido, pela alocução radiofónica quase rouquelha que emanava dum quadrante de rádio. Daí começando Cristiano a ser mais admirado, então como nome que ouvíamos com eloquência em relatos de rádio, pela difusão duma estação radiofónica portuense de que começamos a ter conhecimento, pese os soluços da fraca frequência com que chegava ao longe, através dos Emissores do Norte Reunidos…

   

Depois tudo se começou a transformar, quase a par com a queda de Salazar da cadeira e primeiros sintomas da primavera marcelista, enquanto, paulatinamente, também o hóquei se conseguiu ir impondo mais a Norte. Veio finalmente em 1968/69 um título nacional-continental, o chamado Metropolitano (que dava direito ao campeão continental português disputar o Nacional com as equipas campeãs das províncias do Ultramar)...

   
 = Equipa de hóquei em patins do F C Porto da conquista do Campeonato Metropolitano. Em cima, a partir da esquerda: Alexandre Magalhães, Hernâni Martins, Cristiano e José Ricardo; em baixo – Joel, Castro, Brito e Rui Caetano. = 

Desde aí o clube passou a andar na disputa das fases finais do Nacional, primeiro com as equipas ultramarinas e, a partir de 1974, com as do território português. Contudo vendo-se quase sempre o título maior fugir, algumas vezes por uma unha negra, como soe dizer-se, e outras por artes useiras e vezeiras do desporto luso. Passaram, assim, pelo serviço ao hóquei patinado alvi-anil homens como Pinto da Costa, Sampaio Mota e outros, na chefia da secção, e técnicos como Laurentino Soares, Correia de Brito, António Henriques, etc. etc. e especialmente, empunhando o stick pelos pavilhões, suaram a malha colada ao dorso, com a sagrada camisola das duas listas azuis à Porto bem junto ao corpo, tantos e bons valores, como Cristiano, Magalhães, Vitorino, Branco, Hernâni Martins, Brito, Fernandes, Leite, Ricardo, irmãos Barbot, António Júlio, Chalupa, Jorge Câmara, Campos, Augusto, etc. etc. sem que o tão desejado título viesse para as Antas. Até que em 1982, já sob comando diretivo do sr. Ilídio Pinto e com Vitor Hugo, Bruno, António Alves, Domingos Guimarães, Vale, Fanã, David Reis, Castro e Cª foi conquistada uma prova importante, e para mais a nível internacional, a Taça das Taças, seguindo-se depois outras e o primeiro campeonato nacional em 1983... 

   

Então sim, com uma equipa onde pontificava o jovem valor Vitor Hugo, aliando à experiência e natural valia dos outros, além  duma estrutura de retaguarda mais forte, foi elevado o nível com a obtenção da Taça dos Campeões Europeus, em 1986, sob o comando técnico de Cristiano e participação daqueles e outros dos mais jovens, juntando-se também nomes como Domingos Carvalho, Carlos Realista e Tó Neves.

E a partir de então foi todo um fartote, que nunca farta de mais, crescendo o lote de campeões, numa galeria extensa e valiosa, passando por Franklim, Castanheira, Almas, etc. etc. até Pedro e Paulo Alves, Allende, Felix, Filipe Santos, etc. etc. e tantos e tantos mais, como é da história.

   
= Filipe Santos - um dos históricos capitães do hóquei Portista ! =

Ora então, assim aí está, já no próximo fim de semana, a possibilidade de se juntar algo mais, com a Liga dos Campeões Europeus a disputar no Dragão Caixa, ao terminar desta época de 2012/2013.

Perante tudo isso, calha bem recordar a primeira Taça dos Campeões Europeus conquistada pelo F C Porto, corria o verão de 1986, quando vivemos então tamanha alegria e tivemos a ditosa possibilidade de guardar intimamente a consagração dessa inesquecível proeza dos hoquistas do F C Porto.

   
= Imagens dos dois jogos da final de 1986, a duas mãos: fases do jogo no Porto e do decisivo em Novara.=

 
 

Como tal, e por tanto que nos lembra e queremos sempre preservar na Memória Coletiva Portista, juntamos aqui e agora alguns testemunhos impressos, por via de notas de reportagem jornalística, no caso recortados da Gazeta dos Desportos, e algumas páginas coevas da revista Dragões, de 1986. Sem necessidade de mais descrições, que as que foram impregnadas no papel dessas publicações, cujas edições falam por si.

   

Agora, temos à mão a Taça dos Campeões Europeus na fase final deste ano. Têm a palavra Reinaldo Ventura e companheiros nos stiques, luvas, joelheias, patins, viseiras, cotoveleiras e demais apetrechos dos equipamentos e acessórios, sentindo bem a camisola azul e branca. Especialmente com cabeça confiante, mentalidade ganhadora, vontade férrea, valor desportivo e entusiasmante amor clubista ao hóquei Portista, de Edo Bosch, Nelson Filipe Magalhães, Pedro Moreira, Jorge Silva, Ricardo Barreiros, Hélder Nunes, Vitor Hugo, Reinaldo Ventura, Tiago Losna e Ricardo Oliveira "Caio", mais o Tó Neves no banco com visão, saber e psicologia empolgante. Enquanto o povo anónimo Portista vive mais isso, quer nas bancadas do Dragão Caixa, como através da transmissão por imagens à distância, agora a cores na televisão, por meio do Porto Canal.

Neste período entusiasmante, com a conquista do título de Campeões Nacionais obtido pelos hoquistas do Dragão, feito esse recente que tão bem completou as proezas do futebol, andebol, boxe, natação e bilhar, onde o F C Porto venceu a eito os títulos nacionais este ano, há ainda mais uma prova para conquistar, agora esta dos melhores do hóquei europeu, para maior esplendor, qual apoteose, no mundo vitorioso azul e branco.

   

 Vamos a isso, ok !!! 

Armando Pinto 

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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Recordando a 1ª Vitória Internacional da Era de Pinto da Costa na presidência do F C Porto…!

 

Está a chegar a ocasião de mais um grande acontecimento com lugar no Porto: A "final four" da Liga Europeia de hóquei em patins, que se realiza no pavilhão gimnodesportivo Dragão Caixa. Evento este ano com organização oficial a cargo do F C Porto, em reconhecimento do bom trabalho que a secção de hóquei patinado portista vem desenvolvendo. Cuja fase final ocorre este próximo fim de semana, incluindo as melhores equipas europeias de momento, num programa que irá começar no sábado, 1 de Junho, com um FC Barcelona-Benfica (15 h 00), seguindo-se no outro encontro de meia final o FC Porto Império Bonança-Valdagno (18 h 00), até que no Domingo, 2 de Junho, haverá a Final, para atribuição do título correspondente. 

   

Esta Liga dos Campeões da Europa de hóquei é uma prova há muito ansiada no seio do F C Porto, por já ter passado muito tempo desde a mais recente conquista da mesma, conseguida anteriormente pelo F C Porto, em duas ocasiões, há muitos anos já. 

Ora, associando-se esta modalidade à grande mística clubista, por o hóquei em patins ser uma das meninas dos olhos Portistas, calha a preceito uma curiosa e agradável recordação, na atualidade da reeleição de Pinto da Costa como Presidente do F C Porto. Pois foi, com efeito, no hóquei sobre patins que o Executivo de Jorge Nuno Pinto da Costa obteve o primeiro triunfo, em 1982, então através da Taça das Taças da Europa de hóquei em patins. Feito que no hóquei Portista se veio a repetir no ano imediato, diante do Benfica, e depois, sim, em 1986, ao cabo da época desportiva de 1985/86, se alcançou a primeira Taça dos Campeões Europeus, perante o Hockey Novara, de Itália, a que se seguiria a Supertaça Europeia em 1986/87, após isso ainda outra Taça dos Campeões em 1989/90, contra espanhóis  e mais duas Taças CERS em 1993/94 e 95/96, a nível internacional. Etc. e tal...!

   

Assim sendo, pese a importância da primeira Taça dos Campeões (que também recordaremos aqui proximamente), como não há amor quanto o primeiro damos primazia, nestas recordações, à pioneira obtenção duma prova europeia dentro do clube, por sinal no hóquei em patins e meses volvidos da entrada de Pinto da Costa na presidência diretiva do F C Porto, tal o cometimento da conquista da Taça das Taças  da Europa.

   

A final, disputada a duas mãos, teve como contendores o F C Porto e o Sporting, ambos a atravessar bom momento e os sportinguistas a passarem nesses ares por período áureo de sua atividade hoquista. Porém no primeiro embate, disputado no pavilhão gimnodesportivo das Antas, logo o F C Porto ganhou vantagem suficiente para depois ter ido a Alvalade arrebatar o trofeu. Isso tudo numa epopeia de que falam velhas páginas de jornais que temos guardados, e por meio de suas descrições e imagens deixamos falar a história dos acontecimentos. Estava-se em pleno verão de 1982, ao começo de Agosto, como se pode constatar nas reportagens que para aqui recortamos, quer do jornal O Porto, como do jornal Gazeta dos Desportos.


Feito tal, até então inédito, que levou a uma receção apoteótica, na chegada à gare de Campanhã, na Invicta. Aparecendo na imagem, que documenta esse emotivo regresso triunfante, o presidente Pinto da Costa de cachecol à Porto, rodeado por adeptos e tendo a seu lado os antigos dirigentes de hóquei srs. Fernando Barbot (pai) e Dinis Brites, entre uma mole humana a dar largas de satisfação coletiva.

   

Então, assim foi obtida, com Jorge Nuno Pinto da Costa como Presidente da Direcção do F C Porto, a primeira retumbante vitória da longa série que tem vindo a ser colecionada ao longo dos 31 anos entretanto ultrapassados. E já nessa era, como hoje, se entoava nas multidões euforicamente coloridas de azul e Branco: Pinto da Costa, olé, Pinto da Costa, olé, olé…!

   

Armando Pinto 

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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

João Brito: Guardião hoquista do F. C. Porto e nome do hóquei em patins português


Na oportunidade do hóquei em patins estar na crista da onda, com a atualidade do clássico Benfica / F. C. Porto que se disputa no pavilhão da Luz, em Lisboa (sob suspeição de mais favorecimento caseiro ao clube do regime, na linha do que aconteceu a época passada …!), trazemos agora à tona das memorações Portistas um tema relacionado: Recordando-se, desta feita, um dos valores do passado na modalidade dentro do F. C. Porto – o antigo guarda-redes internacional João de Brito.

Brito começara por se posicionar diante das balizas do F. C. Porto no final da década de cinquenta, do século XX, mais precisamente em 1958. Nesse tempo (como enquadramento), refira-se que era entusiasta um jovem que mais tarde foi figura lendária da modalidade, Cristiano Trindade Pereira. Através duma descrição do qual, a propósito, se pode ter ideia do ambiente dessas eras e da composição da equipa portista, em época de reformulação do hóquei no F. C. Porto... Assim, atente-se nas recordações de Cristiano:



Ora, retomando patinadela para a frente, na linha de anteriores recordações hoquistas, em nosso espaço da blogosfera - tal como já lembramos casos de Cristiano, irmãos Barbot, Castro, Zé Fernandes, Leite, Ricardo, etc. - desta vez damos lugar a uma evocação sobre Brito, o referido João Brito, guardião da equipa que conquistou o Campeonato Metropolitano para o F. C. Porto, em 1969, e durante diversas épocas mais representou o F. C. Porto, antes na defesa da baliza e depois como treinador. Havendo sido sob sua orientação que o F. C. Porto venceu a sua primeira taça europeia, pois foi com João Brito a treinador que a equipa sénior de hóquei em patins do F. C. Porto conquistou a Taças das Taças da Europa em 1982.


Como praticante Brito alcançou estatuto de figurar no lote dos melhores hoquistas, como comprova o facto de ter vestido a camisola da seleção portuguesa, num tempo em que o hóquei português era sobretudo sulista. Curiosamente, chegado que foi à seleção como segundo jogador do norte (como ao tempo estava reservado por norma e apenas para os hoquistas da área da Associação do Porto - sendo o outro nesse ano Júlio Rendeiro, ao tempo defesa do Infante de Sagres, e tendo então cabido a Brito a função de guarda-redes suplente da seleção). 

Nessa condição Brito incluiu a seleção que brilhantemente alcançou título vitorioso no Campeonato do Mundo disputado em 1968 no Porto, sagrando-se ele aí também campeão mundial. Um feito, da seleção A de hóquei patinado, que levou inclusive à edição duma publicação da Agência Portuguesa de Revistas, através dum pequeno livro escrito por Amadeu José de Freitas, sob título “Selecção – Orgulho de Portugal” – do qual se respiga uma parte referente à participação de João Brito.


Repare-se que, então como agora também acontece (em casos bem recentes…), Brito era ainda referido como sendo do Académico, quando já se comprometera novamente com o F. C. Porto. 

João de Brito principiou aliás a sua carreira no Futebol Clube do Porto em 1958, havendo de permeio se transferido para o Académico do Porto em 1962, para depois voltar ao F. C. Porto em 1968, ano em que assinou o regresso, passando a defender de novo a equipa da Constituição e das Antas a partir da nova época iniciada em Fevereiro de 1969. Sendo assim já nessa condição que foi chamado a representar Portugal no Campeonato do Mundo realizado no pavilhão dos Desportos do Palácio de Cristal, no Porto.

Com efeito, entretanto Brito integrara a Seleção Nacional que conquistou para Portugal o Mundial da modalidade em 1968, prova disputada na cidade Invicta, fazendo parte de valioso lote que incluía nomes deveras famosos desse tempo – como se dá conta no recorte colocado aqui de seguida.

= Quadro de resultados da seleção portuguesa campeã de 1968. Na foto a equipa da seleção nacional: a partir da esquerda – em cima – Fernando Adrião, Casimiro, Salema, Júlio Rendeiro, Jorge Vicente e Solipa; em baixo – Livramento, Brito, Vitor Domingos e Leonel. = 

Voltou depois Brito também à seleção por algumas vezes mais, embora episodicamente, como se vê por imagem da seleção portuguesa que em 1969 participou nos Jogos Luso-Brasileiros. Na qual constam (vendo-se, a partir da esquerda): em cima – Jorge Vicente, Solipa, Campos, Garrancho e Livramento; em baixo – Cristiano, Brito, Vitor Domingos e Rendeiro.


Fixado por fim na formação Portista, Brito teve comparticipação ativa na fase de afirmação do F. C. Porto na modalidade, ao lado de Cristiano, Magalhães, Leite, Ricardo, Hernâni, Castro, Fernandes, Barbot, Jorge Câmara, Augusto, Campos, Vale, etc. etc. 

Dando especial atenção à fase de atleta, fixamos imagem duma das formações que compôs quando ao serviço do F. C. Porto se salientou enquanto guarda-redes principal.

= Equipa principal de hóquei do F C Porto na época de 1970/71: (a partir da esquerda) em cima – Hernâni Martins, António Júlio, Cristiano e Ricardo; em baixo – Fernando Barbot, Zé Manel, Brito e Soares Pereira.= 

Armando Pinto 
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domingo, 23 de dezembro de 2012

Encontro com Amigos do Hóquei do F. C. Porto


Na proximidade do Natal, qual reencontro que sempre paira nos corações abertos ao espírito natalício, estivemos no nosso pavilhão Dragão Caixa a assistir à vitória do F. C. Porto em hóquei em patins (por 9-2!) diante do Turquel, este sábado passado. Um encontro que teve a particularidade de havermos então estado na companhia de dois amigos e por sinal dois grandes valores da história do Hóquei do F. C. Porto, o famoso Cristiano, nosso ídolo do Hóquei Portista de outrora e seu contemporâneo colega hoquista Fernando Barbot - cujos nomes e carreiras estão devidamente referenciados em diversos artigos deste (Memória Portista) e do nosso anterior blogue ("Lôngara"), dentro da temática memorial do nosso hóquei patinado. Facto e ocasião, que tivemos agora, dignos de registo pessoal, dentro do espírito Portista.


Armando Pinto

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Recordações Pessoais Portistas


Alguns bens de estimação, entre recordações pessoais e adereços de ligação afetiva, como adepto Portista. Com especial incidência em lembranças relacionadas com modalidades amadoras, especialmente o Hóquei em Patins e Atletismo do F. C. Porto, tal como um objeto da inauguração do Dragão Caixa, por exemplo. Cujas imagens dispensam muito fraseado, além de que são algo que temos gosto em possuir, mas gostávamos de ter muito mais...






Armando Pinto 
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terça-feira, 9 de outubro de 2012

João Paulo Barbot – Um Valor do Hóquei Portista d’ outrora…!


O Hóquei em Patins do F. C. Porto foi sempre uma modalidade das meninas de nossos olhos, entre o ecletismo azul e branco capaz de despertar mais entusiasmo ao adepto que, fisicamente longe do mundo das Antas, já acompanhava a par e passo tudo o que pulsasse Portismo. Como o autor destas linhas ia podendo vivenciar toda essa envolvência, qual ardência consumida sem queimar nem apagar… 

Ora, o hóquei em patins do FCP, apesar de ter esperado anos por um título nacional de seniores, teve  muito antes disso um título nacional nas camadas jovens, o que muito orgulhou todo o universo interligado à respetiva secção. Tal foi o caso do Campeonato Nacional de Juvenis conquistado em 1971. Com uma equipa onde evoluíam alguns jovens promissores e pontificava, como capitão e uma das principais figuras do conjunto, o habilidoso João Paulo Barbot - um autêntico hoquista puro sangue, no sentido de destaque, como valor que se adivinhava com grande futuro à sua frente. 

Assim sendo, bem como aqui já evocamos o historial, mais internacionais e campeões do hóquei Portista, chega a vez de algo mais.


João Paulo, jovem que se distinguia ainda por um caraterístico sinal na cara, era o mais novo de três irmãos hoquistas, o Fernando (que foi internacional júnior, ao lado de Cristiano, Castro, Júlio, Zé Fernandes, etc.) e o Luís Barbot (cuja fisionomia se parecia com o também hoquista Hernâni, pela barba no queixo de ambos, exibida quase a par por chegarem a ser colegas de equipa). Dinastia essa detentora de carreiras prometedoras nos rinques do hóquei, nessas eras. Acrescendo o pormenor de estarem ligados à modalidade também por vínculos familiares, sendo filhos do sr. Fernando Barbot, antigo dirigente da Associação de Patinagem do Porto e da secção de Hóquei em Patins do F. C. Porto. 

Colega e amigo de muitos rapazes das camadas jovens do hóquei patinado Portista de então, João Paulo Barbot comandava, por assim dizer, as hostes azuis e brancas sobre patins que se completavam com jovens valores como Carlos Reis, Rui, Maia, Álvaro, Aureliano, Brito, Fernando, Cardoso, Delmar, Correia de Brito filho, Elídio (assim escrito, mesmo) e outros (tendo ainda alinhado também com o Reis mais novo, David, que já patinava nessas épocas), ao tempo orientados por Manuel Correia de Brito, treinador que acumulava com função de jornalista d’ O Comércio do Porto e fora antigo hoquista internacional (pelo Académico do Porto). Sem esquecer que a secção do Hóquei em Patins do F. C. Porto estava nessa era superiormente dirigida pelo sr. Alfredo Sampaio Mota, dirigente que marcou tal importante fase de afirmação da modalidade no seio da coletividade detentora do nome da Invicta.


Chegamos a ter o João Paulo como amigo (inclusive esteve como convidado na boda do casamento do autor, tal como o seu irmão Fernando e o comum amigo Jorge Câmara). Depois, intrometeram-se determinadas ocorrências, num período de transição da formação da equipa do F. C. Porto, perante entrada de diversos elementos provindos de outras paragens. Tal qual já acontecera até noutro setor, ao nível da seleção da Associação de Patinagem do Porto, por exemplo. E o certo é que quando chegou o tempo de ascensão no hóquei, o João Paulo Barbot enveredou pelos estudos; e a partir daí perdemos-lhe o rasto e o contacto. Mas ficou sempre nas memórias pessoais como um grande valor, que poderia ter atingido plano elevado. Conforme ficou registado nas notas dos apontamentos do autor, então também nos verdes anos… mas muito azuis, em idade e fervor. 

Como lembrança desse nome de prestígio dentro do Hóquei em Patins do F. C. Porto, deixamos aqui uma simples recordação (por meio de recurso a recortes do antigo jornal O Porto), relembrando um episódio ocorrido na já referida chamada à selecção da Associação, como mero exemplo. De como sempre aconteceram peripécias estranhas com atletas do F. C. Porto em participações representativas. Do que sente também quem é boa gente… Pois sempre damos valor ao que tem valor.


Armando Pinto 
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Nota: Sobre tema relacionado, confira-se anterior artigo em

A. P.