Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

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quarta-feira, 4 de junho de 2014

SANFINS: Evocação dum sobrevivente da célebre vitória sobre o Arsenal de Londres


De vez em quando surge uma agradável surpresa de podermos lembrar nomes que ajudaram a escrever  parcelas importantes da História do F C Porto, entre atletas outrora famosos e hoje ainda recordados como valores  integrantes de galerias dos eternos ases portistas.  Tal o que se verificou um dia destes, quando se soube que esteve em visita ao Museu do F C Porto um antigo futebolista, daqueles de quem se sabe o nome, pelo conhecimento histórico, e se vislumbra a fisionomia coeva com sua camisola à Porto vestida – Sanfins, um dos heróis da vitória diante do Arsenal.


Então, na página informática oficial do F C Porto foi descrita essa interessante ocorrência, passada na terça-feira passada:

HERÓI DA TAÇA ARSENAL VISITOU MUSEU

​«Sanfins, o único elemento ainda vivo da equipa que venceu a Taça Arsenal, a 6 de Maio de 1948, visitou esta terça-feira o Museu FC Porto by BMG, que considerou “fantástico”. O presidente Jorge Nuno Pinto da Costa foi o anfitrião da antiga glória portista, liderando a visita ao espaço.»

- Aqui convirá acrescentar, para repor a verdade, que há outro sobrevivente ainda dessa jornada gloriosa,  felizmente, segundo foi posteriormente referido na blogosfera portista. Estando de momento ainda vivo o Joaquim Machado, também antigo futebolista do F C Porto e integrante do lote que atuou naquele jogo épico com o Arsenal.

Voltando a Sanfins e à descrição da página oficial do FCP:

​«Já depois de posar para a fotografia ao lado das estátuas de Barrigana e Pinga, de quem foi companheiro de equipa, Sanfins, atualmente com 92 anos, mergulhou na história do FC Porto e aproveitou a presença de Jorge Nuno Pinto da Costa para recordar episódios do passado, dos quais se destaca a conquista da Taça Arsenal.
Sanfins estreou-se com a camisola do FC Porto na época de 1946/47, com um triunfo sobre o Benfica (3-2). Na temporada seguinte (1947/48), apontou dois golos no primeiro jogo que realizou na Taça de Portugal, contribuindo assim para uma vitória “gorda” sobre o União de Coimbra (9-0).
No tal dia 6 de Maio de 1948, Sanfins rendeu Catolino durante a vitória sobre o Arsenal de Londres, por 3-2, no Estádio do Lima, com golos de Araújo e Correia Dias (dois). O conjunto londrino, naquela altura, era tão-somente campeão de Inglaterra e considerado a mais poderosa equipa do mundo.
A expressão universal da proeza portista resultou na criação de um troféu denominado Taça Arsenal, com 250 quilos, 130 dos quais de prata maciça. Exposta no Museu FC Porto by BMG, a Taça Arsenal é uma obra-prima de Marinho Brito e Albano França e foi concebida na Ourivesaria Aliança, no Porto.


Ora, Sanfins, o último resistente da vitória histórica sobre o Arsenal, a 6 de Maio de 1948, visitou o Museu Futebol Clube do Porto by BMG e identificou os companheiros de equipa Pinga e Barrigana retratados em esculturas.»

Na oportunidade de revermos, desta forma, este simpático personagem da História do F C Porto, recordamos, a propósito, uma entrevista dada por ele à revista "Stadium", na correspondente edição de 16 de Fevereiro de 1949 – onde, além da descrição de sua carreira e curiosidades relacionadas, é louvado o seu valor e correcção, como se pode constatar.


Armando Pinto

(((CLICAR sobre as imagens e recortes digitalizados )))

sábado, 1 de setembro de 2012

Memórias de Peito Ilustre Portista, na calha do Olhanense-F. C. Porto e da permanência de Hulk e Moutinho!


É já hoje que o F.C. PORTO entra em cena frente ao Olhanense, numa aguardada récita ao começo da noite deste sábado primeiro de Setembro. 

Tem esse jogo de futebol disputado no Algarve mais atrativo por estar em campo o Campeão Nacional. Mas também por na equipa Portista continuarem Hulk e João Moutinho, dois apreciados valores que os adversários tanto gostavam de ver sem a camisola azul e branca. Entre os futebolistas Dragões que vão continuar juntos a espalhar magia no campeonato nacional e a defenderem os símbolos do Clube Invicto.


Louvemos estes nossos representantes, que quiseram manter-se com a camisola do F. C. Porto, como homens dignos sucessores de nossos ilustres das gerações antecedentes, dos nossos maiores, de sempre.


Com tais sucessos bem presentes, na calha de mais uma ida ao extremo sul do país para defrontar o Olhanense, vem a talhe um avivar de memória sobre as deslocações até ao reduto do clube rubro-negro algarvio, tomando um jogo como exemplo, dentre os possíveis.


Nesta devoção de evocar tão grande e variada riqueza como é a Memória do F. C. Porto, vem ao caso, então, um jogo disputado ao começo do Outono de 1948, em cuja tarde domingueira de bola (outros tempos…) o F. C. Porto triunfou à justa, com dois golos marcados contra um sofrido. Curiosamente numa volta dada ao marcador, após os anfitriões terem estado a vencer desde o meio da 1ª parte, ripostando os homens das camisolas listadas de azul e branco, através de um golo de Sanfins ao começo da 2ª parte e outro de Araújo quase ao expirar da contenda. Valendo, para o caso, o bom desempenho desses e dos restantes intérpretes da simbologia alvi-anil. Dos quais, para constar, há que referir que por motivos particulares (...) se verificaram algumas mexidas na constituição da linha apresentada, na ocasião. Como foi o caso dum castigo federativo pouco ou nada justo que levou a alterações no setor defensivo, mas nem isso obstou a um bom resultado.

No entanto, para se aquilatar de certas situações que por vezes levam a confusões, repare-se no que foi publicado na revista Stadium, onde, numa página de “mosaicos nortenhos”, era “gozada” determinada troca de apelidos, conforme foi publicado então na comunicação… como se pode ver no recorte que respigamos, para aqui.


Da mesma publicação da Stadium, de 13 de Outubro de 1948, além deste retalho de reportagem, ficam (mais acima) as imagens de ilustração de tal contenda, cujos clichés exprimem algo da realidade desse tempo de antanho eternamente presente, como tudo o que fica sempre que o Porto ganha! 

Armando Pinto 
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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Na proximidade do F. C. Porto-Guimarães e incertezas atuais: Rapsódia temporal, em memória de nomes e factos… Portistas.


Tal qual o semblante do tempo por estes dias, nem fazendo sol nem vindo chuva, também na indefinição do panorama desportivo paira alguma incerteza perante a duração do período das transferências, no aperto gerado pela extensão do mercado futebolístico. Enquanto isso, nesta época em que nem se pode sequer fazer ideia dumas coisas nem doutras, das possibilidades naturais, cingimo-nos a umas quantas rememorações, para atalhar ao constante labor a que aqui nos propomos, em prol desta causa azul, focando o que vai ou está na alma perene Portista. 

Nisto, porque nem só o que é (ou está) conta atualmente, vamos atrás a anteriores situações, ante as alterações verificadas. Como nos primórdios da civilização, aproximada à era de Cristo, tudo que reluzia não era ainda ouro, na medida em que não havia medalhas para heróis e o feito de Fidípides, em 490 a.C. estava longe de se imaginar que originasse a prova mais clássica das Olimpíadas - quando correu de Maratona a Atenas para anunciar aos Atenienses a vitória do seu exército sobre os Persas; e a arfar, pelo cansaço, desfaleceu… Também em tempos mais de agora, embora noutras eras dos nossos tempos, se estaria longe de supor a evolução do futebol português, de forma que chegasse Agosto ao fim com tudo ainda a cambalear…


Então, para não se andar às voltas com o que possa ou não ser à medida de nossos anseios na atualidade, do ambiente do futebol azul e branco, entretanto (que é o que nos interessa), ficamos por uma vista de olhos por alguns jogos do F. C. Porto de outros tempos. Em cuja oportunidade, diante da proximidade do F. C. Porto-Vitória de Guimarães a ter lugar no Estádio do Dragão, neste último sábado de Agosto, lembramos temas relacionados. 

Nesse sentido, damos uma olhadela por um jogo disputado no Porto pelos mesmos contendores, muitos anos antes. Retrocedendo a 1946, para recordarmos um emocionante desafio realizado já no Inverno desse ano, em Dezembro, entre o F. C. Porto e o Guimarães, para o campeonato de 1946/47 e concluído num resultado tangencial de 3-2. Sendo os golos Portistas apontados por Araújo (2) e Correia Dias. De cujo desenrolar vemos algumas imagens publicadas na revista Stadium, em sua edição de 1 de Janeiro de 1947. 

Posto isso, para variar e ir mais além, fazemos uma ronda por outros tempos, mais, numa rapsódia de jogos de diferentes anos. Sendo a partir daqui da frente para trás, ou então de modo baralhado, para melhor diversificação. E, para não incidir atenções só em adversários atuais, vamos deter apontamentos sobre jogos com equipas de menor nomeada, mas que costumavam e fazem sempre a vida difícil aos maiores; tal como, também, outras que já não militam hoje no escalão superior do futebol português, nalguns casos até fazendo recordar clubes cuja passagem pelas divisões superiores até é muito longínqua no tempo. Bem como outras de escalões inferiores, mas que na Taça de Portugal já defrontaram o F. C. Porto.


Para não recuar muito de rajada, para já, começamos esta sequência por certo jogo com um clube dos que tanto têm estado junto dos grandes como intervalam em presenças na divisão secundária imediata. Lembrando, por isso, um desafio com o Belenenses, corria o Outono da época de 1979/80 - terminado com uma concludente vitória da equipa do F. C. Porto, que (por o adversário equipar de azul), nesse jogo jogou com a então camisola alternativa das Antas, branca como foi tradicional durante longos anos. Mostrando-se aqui fotos dos golos, três, em cima o primeiro (correspondente à imagem do cabeçalho deste artigo) e os outros seguintes, conforme dá para ver na fixação anexa, de gravuras d' O Porto, em seu número de 28 de Novembro de 1979, sob legendagem de seguimento documentado: «…em cima, Duda oportuno, abre o activo; (depois) Albertino atira e Costa encerra».


De seguida, recuando muito mais na cronologia, este percurso retrospetivo demanda remotas paragens do campo da Constituição, para reconstituir memória duma receção ao Atlético, o clube de Alcântara que nessa vinda à Invicta, em Outubro de 1950, levou que contar, derrotado sem apelo nem agravo também por 3-0, através de dois golos de Vital e um de Monteiro da Costa. Podendo vislumbrar-se algumas cenas dessa peça por meio de algumas imagens da revista Stadium, que, em seu número de 26 de Outubro seguinte, deu conta do embate à maneira duma publicação sulista, como se pode constatar…


Passando a uma outra oportunidade, continuamos esta viagem no tempo por uma eliminatória da segunda prova de maior importância de sempre no calendário luso, incidindo outra vista de olhos, agora por um prélio disputado para a Taça de Portugal, no campo do Almada, ainda antes de expirar a década de quarenta, desenrolado que foi em Abril de 1949. Numa tarde de futebol que levou grande moldura humana ao terreno da outra banda do Tejo, resultando numa vitória tangencial do F. C. Porto que, apesar de ter estado a perder, acabou por dar a volta ao marcador com golos de Carlos Vieira e Gastão. Ilustra-se essa saborosa vitória por 1-2 mediante gravuras que vieram publicadas na revista Stadium de 20 de Abril de 1949, vendo-se alguns jogadores desse tempo, como Diogenes, Fandiño, Sanfins, Carvalho e alguns outros.


Mais para trás ainda, também do ano de 1949 mas em Fevereiro, pelas páginas que conseguimos ter da mesma referida revista Stadium, visualizamos alguns lances de um Porto-Covilhã, em jogo para o Campeonato que findou com um dilatado 4-1 no marcador a favor das hostes azuis e brancas. Numa tarde de bola que, além de um golo de Gastão a ajudar à festa, ficou marcada por três golaços de Vital (o marcador do primeiro golo do F. C. Porto no estádio das Antas, recorde-se, e pai do igualmente atacante que, anos mais tarde, na década de oitenta, também representou o F. C. Porto). 

Na pertinência, e a propósito também da indicação explicativa quanto à hereditariedade referente aos dois Vitais, pai e filho, pode-se acrescentar ainda que o Gastão referido, que então marcou um golo e atuava no F. C. Porto nesses idos de finais dos anos quarentas, não era o mesmo Gastão, brasileiro, que alinhou com a camisola azul e branca depois na década de cinquenta e foi campeão pelo F. C. Porto inclusivamente. Do primeiro Gastão, luso-africano, por sinal, apareceu na mesma publicação da Stadium, na respetiva edição de 16 de Fevereiro de 1949, uma caixa a louvar a sua abnegada atitude, na ocasião…

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Até que, nesta deambulação memorial, paramos mais nos confins da memória, recuando a 1948, para possibilitar uma visão dum outro prélio entre o F. C. Porto e o Guimarães, este para o campeonato de 1947/48. E para alternar geograficamente no tempo, recordamos, para o efeito, um confronto havido em Guimarães, quando o campo da Amorosa estava em pleno como casa dos vitorianos. Onde, dessa vez, o F. C. Porto venceu por três golos sem resposta, apontados por António Araújo (2) e Sanfins. Vencendo e convencendo, sem apelo nem agravo, tal o resultado. Ficou dele para a história as imagens existentes, insertas na Stadium de 14 de Janeiro de 1948, aí sem mais delongas nem parangonas.


Armando Pinto 
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