A 25 de Setembro de 1955, pela tarde desse domingo, houve
estreia diante do público das Antas, de um jogador de futebol vindo do Brasil rotulado de goleador. Então, nessa
jornada de futebol domingueiro, uma verdadeira multidão acorreu ao estádio das
Antas para assistir ao primeiro jogo de Jaburu em jogos do Campeonato Nacional a alinhar pelo FC Porto. Surgia assim o "flecha negra", corpulento
avançado que então se mostrava aos adeptos em sua própria casa, jogando pela primeira vez no terreno do FC Porto,
em jogo contra o Belenenses. A partida terminou empatada a um golo, mas em
todos os semblantes ficava a esperança de poder ser um dianteiro capaz de
satisfazer os anseios portistas. Como foi. Tanto que nessa época, com ele, o FC
Porto foi campeão nacional.
Hoje temos o Zé Luís, cabo verdiano que em boa hora veio para o Porto e neste início de época de 2019/20 tem sido certeiro a marcar golos – inclusive havendo iniciado a contagem da recente grande vitória em casa do Benfica, naquele jogo que foi autêntico baile no já tradicional nosso salão de festas. Como antes tivemos alguns outros artistas da arte goleadora futebolística, ao longo dos tempos. Entre os quais figurou em tempos idos o portentoso avançado de que falam crónicas e se ouvem e lêm memórias: o célebre Jaburu.
Jaburu depressa ganhou fama nacional, a pontos de ser à época até requisitado para fazer publicidade vestido com a camisola do FC Porto, como é conhecida uma imagem comercial dele a publicitar uma marca de café.
Pois vem a propósito recordar agora Jaburu, quando faz anos que ele se estreou com a camisola do FC Porto. Antes tivera uma sessão, género jogo amigável, em partida com o Salgueiros, a que acorreu imensa mole de gente para o ver, também. Mas a sério, em jogo oficial foi então no encontro que o FC Porto teve para a segunda jornada do Campeonato Nacional. Na passagem de tal efeméride, apraz recordar como foi, a talhe da data em que ocorreu o seu primeiro jogo oficial, mostrando-se aos sócios e adeptos portistas garboso com a camisola das duas listas azuis, em bonito padrão listado de azul e branco com golas brancas. Tendo sido, com efeito, a 25 de Setembro, corria o ano de 1955 que «uma verdadeira multidão acorreu às Antas para assistir à estreia de Jaburu, o "flecha negra", contra o Belenenses. A partida terminou empatada a um golo.»
O FC Porto iniciara o campeonato dessa época uma jornada antes, mas Jaburu não jogou então, ainda. Apesar de constar no "Almanaque do FC Porto 1893-2011", de Rui Miguel Tovar (com indicação de Produto Oficial FC Porto) que teria jogado, o facto é que não. Conforme vem explícito no livro que lhe foi dedicado em 1956 na coleção "Ìdolos do Desporto".
...«Finalmente, a 25 de Setembro (Jaburu) faz a sua estreia em Portugal...»
Estreou-se enfim Jaburu à 2ª Jornada do Campeonato de 1955/56. Subsistindo então o mesmo resultado (em pontuação) da 1ª jonada quando na semana anterior o FC Porto averbou um empate na Guarda, contra o Sporting da Covilhã. E assim só à 3ª jornada Jaburu começou a sua veia goleadora, ajudando o FC Porto a vencer no terreno da CUF, contribuindo para isso logo com o primeiro golo do jogo, a desbloquear o resultado depois engrossado em 4-0, com que aí o FC Porto venceu. Mas Jaburu não terminou o jogo, tendo sido expulso, em mais uma manobra das do sistema reinol.
Disso tudo se pode ler a descrição que foi publicada ainda à época dos acontecimentos, no livro "Jaburu A «Flecha Negra»". da "Colecção Ídolos do Desporto", com data de Maio de 1956:
O FC Porto iniciara o campeonato dessa época uma jornada antes, mas Jaburu não jogou então, ainda. Apesar de constar no "Almanaque do FC Porto 1893-2011", de Rui Miguel Tovar (com indicação de Produto Oficial FC Porto) que teria jogado, o facto é que não. Conforme vem explícito no livro que lhe foi dedicado em 1956 na coleção "Ìdolos do Desporto".
...«Finalmente, a 25 de Setembro (Jaburu) faz a sua estreia em Portugal...»
= FC Porto-Belenenses: Jaburu a "dar que fazer" à defensiva do clube da Cruz de Cristo!
Estreou-se enfim Jaburu à 2ª Jornada do Campeonato de 1955/56. Subsistindo então o mesmo resultado (em pontuação) da 1ª jonada quando na semana anterior o FC Porto averbou um empate na Guarda, contra o Sporting da Covilhã. E assim só à 3ª jornada Jaburu começou a sua veia goleadora, ajudando o FC Porto a vencer no terreno da CUF, contribuindo para isso logo com o primeiro golo do jogo, a desbloquear o resultado depois engrossado em 4-0, com que aí o FC Porto venceu. Mas Jaburu não terminou o jogo, tendo sido expulso, em mais uma manobra das do sistema reinol.
Disso tudo se pode ler a descrição que foi publicada ainda à época dos acontecimentos, no livro "Jaburu A «Flecha Negra»". da "Colecção Ídolos do Desporto", com data de Maio de 1956:
Depois foi todo um entusiasmo grande em torno da admiração pelos golos de Jaburu a resultar na vitória do Campeonato sob o comando de Yustrich. E tudo mais.
Jaburu, nome de ave pernalta (de pernas altas) do espaço brasileiro, é o cognome com que ficou conhecido esse artilheiro alto e de pernas longas que dava pelo nome de Jorge de Sousa Matos, mas tinha como nome de artista da bola o de Jaburu. Avançado-centro, à boa maneira do futebol de tempos românticos, que teve papel importante na conquista do Campeonato Nacional de 1955/56, cujo decisivo encontro se desenrolou em Lisboa, no terreno do Benfica, onde se registou um empate que permitiu definir o 1º lugar da prova e, assim, fez com que a receção no Porto se revestisse de efusivo banho de multidão.
= Jaburu em duas Equipas do FC Porto, rerpresentadas em coleções de cromos tradicionais, em anos diferentes.
Quanto à sua presença em momentos históricos do F C Porto e sobre sua fama, naquele tempo, deixamos alguns trechos ilustrativos, de literatura alusiva ao F C Porto.
= Sequência de imagens de Jaburu (ouvindo instruções do seu treinador Yustrich, e em ação no meio de defesas contrários), constantes da revista Sport Ilustrado, da coleção do amigo Paulo Jorge Oliveira.
Complementando esta narrativa, e toda a envolvência da passagem de Jaburu por Portugal e sobretudo pelo FC Porto, respigamos com a devida vénia a sua biografia, constante no blogue "Estrelas do FCP", por Paulo Moreira:
Jorge de Sousa Mattos (Jaburu), nasceu no dia 19 de Abril de 1933 no Rio de Janeiro.
No Brasil representou o Olaria A.C., Fluminense F.C. e o América F.C.
Ingressou no Futebol Clube do Porto na época de 1955/56 onde encontrou Dorival Yustrich como treinador.
(...)
(No Campeonato Nacional e Taça da época de 1955/56) Jaburu formou a dupla do ataque portista com António Teixeira, e dos 99 golos marcados pelos Dragões 29 foram de sua autoria. No final do campeonato o F.C. Porto sagrou-se Campeão Nacional. Os portistas venceram também a Taça de Portugal ao vencer na final o S.C. União Torreense por 2-0.
Na temporada de 1956/57 conquistou a Taça Associação de Futebol do Porto e foi um dos jogadores titulares na equipa portista que se estreou nas competições europeias ao defrontar os espanhois do Athletic Club Bilbao na 1ª eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Em 1957/58 voltou a repetir a vitória na Taça de Portugal, com o F.C. Porto a vencer o S.L. Benfica por 1-0 na final disputada na Estádio do Jamor e também na Taça Associação de Futebol do Porto.
Na época de 1958/59 rumou a Espanha para jogar pelo R.C. Celta de Vigo onde foi vítima de uma doença grave. Regressou a Portugal na temporada seguinte onde teve uma passagem pelo Leixões S.C. tendo voltado a conquistar a Taça de Portugal da temporada de 1960/61. No final da época de 1962/63 deixou o clube de Matosinhos e voltou ao Brasil onde acabaria por falecer.
Palmarés
1 Campeonato Nacional da 1ª Divisão (Portugal)
3 Taças de Portugal
2 Taças Associação de Futebol do Porto
Nota: Os 29 golos referidos nesta biografia referem-se ao total nas duas provas nacionais, Campeonato e Taça de Portugal. Enquanto nas publicações acima colocadas está referenciada a marca de 22 golos marcados apenas no Campeonato Nacional.
Obs.: As imagens com marca AP são do arquivo pessoal do autor, mais as digitalizadas do livrinho mencionado; enquanto outras foram enviadas por Paulo Jorge Oliveira, conforme estão assinaladas; as restantes são transplantadas, com a devida vénia, do blogue "Dragaodoporto".
Armando Pinto
Armando Pinto
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