Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

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terça-feira, 15 de novembro de 2022

Curiosidade cénico-desportiva: Revista Porto-Benfica (1950) – um espetáculo de Revista à Portuguesa sobre o clássico Porto-Benfica intemporal !

 

O Porto-Benfica é e será sempre um Porto-Benfica. Algo icónico, de ter em si os olhos e ouvidos de multidões. Tal é o clássico Porto-Benfica, nos encontros tradicionais em que se defrontam as equipas de futebol dos clubes portugueses com mais provas ganhas a nível nacional e internacional.

Muito se sabe dos contornos sociais e desportivos que envolvem a realização dos grandes jogos desportivos, sobretudo do futebol profissional. E como a bola pula e avança nos círculos em torno dos grandes clássicos do panorama futebolístico ao mais alto nível, despertando entusiasmos, atenções e paixões. Num mundo que gira à volta desse fenómeno, desde tempos que se perdem na penumbra das memórias dos inícios do século XX, a partir que começou a haver os confrontos entre as equipas com mais adeptos pelo país além. Tal qual acontece há muitos e muitos anos com os históricos encontros entre o Futebol Clube do Porto e o Sport Lisboa e Benfica, o chamado clássico Porto-Benfica. A ponto de já ter havido até um espetáculo teatral no âmbito da chamada Revista à Portuguesa, com grande sucesso a partir da cidade do Porto, indo depois em “tournée” pelo país profundo, ao longo da província, como se dizia de ir em digressão através do mapa português, fazendo viagem com um itinerário definido e naturais paragens, para realização de espetáculos em diversos sítios, sucessivamente. Indo assim esse espetáculo de seguida pelo interior do distrito do Porto e continuando por outros locais de províncias várias, conforme os contratos solicitados e angariados. Quão sucedeu no Natal de 1950, quando então chegou a Felgueiras e foi ao palco da sala do Teatro Fonseca Moreira, na então vila cabeça do concelho de Felgueiras.

Ora, assim em dezembro de 1950, no ambiente do próprio dia maior do sortilégio natalício, ali teve lugar, na casa do Teatro de Felgueiras, em dois espetáculos, à tarde e à noite, para poder acolher o público entusiasta que acorreu a ver e ouvir com os próprios olhos e ouvidos essa peça revisteira de grande sucesso popular. Com um naipe de artistas e tudo o mais em moldes do “retumbante êxito” que estava a ser – conforme se pode ver pelo cartaz, devidamente aprovado pelas autoridades competentes, à maneira da época (como consta no Arquivo Municipal de Felgueiras, de onde foi requerida cópia paga na Biblioteca Municipal para a coleção pessoal). Estando ali, no cartaz-edital, impresso todo o cardápio correspondente, para saciar a curiosidade em dia de barriga cheia.

Armando Pinto

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quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Entrevista de Adriano Quintanilha no Porto Canal, ao programa “Vencedores como sempre”

Vi e ouvi bem atentamente a entrevista de Adriano Quintanilha transmitida no Porto Canal esta quarta-feira, 13 de outubro de 2021, do ano de começo da saída das restrições da pandemia. Com admiração por esse amigo conterrâneo do concelho de Felgueiras e figura pública ligada ao FC Porto, clube que para mim sempre foi algo especial. Tal como me lembro de sua presença aquando da apresentação do meu até agora mais recente livro, precisamente no último dia (a 7 de março de 2020) antes do surgimento das medidas restritivas da pandemia Covid. Daí que, a mim, a entrevista além de confirmar ideias, mais proporciona um motivo de prolongamento à admiração por esse senhor. Que eu em tempos idos conhecia de longos anos apenas de vista, mas ficara a prezar quando pelos anos de transição 70 / 80 o vi a comandar a equipa do Várzea então participante numa corrida de atletismo na Longra, passando pelo acompanhamento ao futebol de Felgueiras quando ele foi presidente do histórico FC Felgueiras, bem como quando criou a equipa de ciclismo W52 Quintanilha-Felgueiras, até que depois o fiquei a conhecer melhor e pessoalmente desde a apresentação do meu livro sobre as ligações ciclísticas felgueirenses. Revelando a entrevista um Adriano Quintanilha em corpo de grande vulto, enquanto o programa ganhou contornos de forte audiência, tal o impacto de imediato assomado nas redes sociais e meios de comunicação.

Vi no computador o anúncio e depois pela televisão a entrevista, e tenho de aqui registar por ser algo que quero mesmo realçar, porque como tenho por lema gosto de valorizar o que tem valor.


No meu livro “Ciclistas de Felgueiras” falo (por escrito) dum tio meu na minha ligação antiga ao ciclismo. Livro esse em que Adriano Quintanilha também foi e está incluído, como homem do ciclismo, contando que além dos corredores se podem considerar ciclistas não são só os que correm em cima das bicicletas, mas também os que fizerem mover tudo o que rodeia esse mundo encantador. E a propósito do que o amigo senhor Quintanilha diz agora sobre sua conversão portista (algo que muito me toca cá dentro!), leva-me a recordar a terna memória de um outro meu tio, irmão do anteriormente aludido. Como adiante vou contar, enquanto por ora tenho de seguir pelo princípio, sobre a entrevista recolhida por Rui Cerqueira e dada por Adriano Teixeira de Sousa “Quintanilha”, presidente da W52-FC Porto, para o programa “Vencedores como sempre” do Porto Canal – “Programa de entrevista aos Campeões do FC Porto nas diversas modalidades”.

Pois então, em mais uma das grandes entrevistas conduzidas por Rui Cerqueira, feitas com grandes senhores do mundo dragoniano, desta vez coube ser com o homem forte do ciclismo azul e branco, o obreiro da equipa que tornou possível o projeto W52-FC Porto. Dando a conhecer a todo o universo portista o personagem envolto na figura de Quintanilha, através de conversa proporcionadora de alguns pormenores de sua vivência. Ressaltando desde logo a sua confissão de já se sentir dragão, ele que era sportinguista assumido anteriormente, mas que ao inteirar-se do que é o Futebol Clube do Porto interioriza já o sentimento de gostar de algo assim, como é o FC Porto, o clube Dragão. Onde ficou a saber o que é isso de sentir Portismo. E passou a gostar de ser da mesma equipa. Como referiu alto e bom som:

«Ser parceiro do FC Porto é uma grande responsabilidade. O FC Porto está habituado a vitórias, habituado a ganhar e eu sou uma das pessoas que não gosto de perder em nada, também gosto de ganhar, logo acho que se juntou a fome à vontade de comer… Então somos uma parceria que não gostamos de perder.»

Como elemento de cúpula da equipa W52-FC Porto e por inerência homem do clube, embrenhou-se também e bem na mística à Porto. Nuno Pinto da Costa já havia adiantado numa das conversas do recente programa “Ironias do Destino” que o senhor Quintanilha, como ele também se lhe referiu, embora fosse anteriormente sportinguista, antes de se unir na parceria com o FC Porto (após não ter sido bem tratado pelo Sporting nos contactos então havidos), já era agora mais portista que outra coisa. E Adriano Quintanilha confirma, diante das câmaras e microfones do Porto Canal, perante o entrevistador e naturalmente portista sorridente de satisfação, como chega aos olhos e ouvidos portistas pelo ecrã televisivo:

«Hoje eu considero-me um grande dragão. Hoje sofro quando vejo a Porto a jogar, porque eu quero que o Porto ganhe, eu quero que o Porto faça os melhores negócios do mundo, eu quero que o Porto passe por cima das outras equipas todas. E eu senti isso quando o Sporting veio para o ciclismo: quando o Sporting chega ao ciclismo eu não queria que o Sporting ganhasse uma única etapa, sequer uma meta volante, não deixava o Sporting ganhar nada, não queria que o Sporting ganhasse nada…. Aí é que senti que neste momento sou um dragão, sou mais um dragão»!

Não sendo muito usual as mudanças de simpatias de clubes, é caso que apraz muito registar este. E transporta-me nas asas do pensamento, num voo do tempo até há muito tempo, a tempos em que o tal meu tio, que referi, tentou que alguém mudasse de clube. Esse meu tio, irmão do apaixonado pelo ciclismo aludido no livro, era portista de gema e gostava de andar muito comigo, e eu com ele, por sentirmos muita afinidade em diversos aspetos. A ponto de quando ele não sabia ainda o resultado do Porto, nos jogos da bola que ele ouvia pelo seu rádio azul a pilhas, mas quando por qualquer motivo não tinha podido estar de ouvido alerta, mal me via ele sabia pela minha cara se tínhamos ganho ou não. Pois esse meu tio, o meu tio Zé Moreira da Longra, uma vez tentou que uma pessoa de nossa família, que se deixara influenciar por outros, passasse também para o Porto, se tornasse portista. E chegou a fazer um acordo de papel assinado, comprometendo-se a pagar-lhe uma merenda, para o efeito. Só que da outra banda depois da barriga cheia a promessa ficou por cumprir… para desgosto desse meu tio, que acabou por dizer que os adeptos dos outros clubes não tinham palavra, em nada que se parecesse com os portistas.

Ora, o caso de Adriano Quintanilha é mesmo de aplaudir. Aliás eu, pelas conversas que tenho podido ter com ele, sei que é homem de palavra. E mais, é pessoa que inspira confiança. Gerando admiração em quem o fica a conhecer, porque incute seriedade. Qualidades essas aliadas e complementadas pelo seu elevado quociente de inteligência, dotado de espírito de iniciativa e liderança, dum modo que o faz um empresário de sucesso e cidadão respeitado. Autêntico Doutor Honoris Causa da vida. Bem como Felgueirense que até tem num restaurante do concelho de Felgueiras (no Caffé-Caffé, da Refontoura) um espaço que lhe é dedicado, a sala “Comendador Adriano Quintanilha”.


Em suma, como era sabido mas com a entrevista em apreço foi vincado, com a chegada de Adriano Quintanilha ao ciclismo a modalidade depressa progrediu e o ciclismo com o regresso do FC Porto às estradas ganhou outro ser. Tanto que Quintanilha reforça que a melhor coisa que lhe aconteceu foi a parceria com o FC Porto, na constituição do conjunto W52-FC Porto. E na verdade, pese a anterior fama de homem dos Ferraris e de grande empresário, que em tempos antigos inclusive lhe granjeou mesmo até figura alvo de simpatias femininas, foi com o ciclismo e com a sua entrada no FC Porto que ganhou maior visibilidade, simpatias gerais e amizades sinceras. 

Assim, a entrevista transmitida no Porto Canal neste princípio de outono de 2021, é mais um momento alto do programa “Vencedores como sempre”. Que até revelou algumas curiosidades, como a esperança de possível boa sentença no caso Alarcón, inocente mas a precisar de ser mesmo inocentado oficialmente; e no prolongamento futuro do vínculo da W52 com o FC Porto. E sobretudo revelando o homem sincero e aberto que é Adriano Quintanilha, amigo de seu amigo. Também “grande amigo” – como ele me trata a cumprimentar sempre que nos encontramos e eu tenho gosto de o considerar.


Armando Pinto

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quarta-feira, 31 de julho de 2019

Volta a Portugal de 2019 nas atenções particulares e coletivas...


Aí está a Volta a Portugal em bicicleta. Iniciada esta quarta-feira em Viseu, no último dia de julho, para terminar dia 11 de agosto na cidade do Porto, ao atravessar o rio Douro entre Gaia e a Invicta, com apoteose na avenida dos Aliados. Voltando assim o Porto a ter a Volta a Portugal, trinta anos depois.

Também esta Volta a Portugal tem motivos de regozijo e atenção particular do autor deste blogue. Como tal, merece especial registo em espaço de memória como é o blogue pessoal "Longra Histórico-Literária", do qual se transpõe para este espaço de Memória Portista o que anotamos:

- Felgueiras, terra com alguns pergaminhos no ciclismo desportivo, recebe no dia 9 de agosto a 8ª etapa da Volta a Portugal em Bicicleta de 2019.


Nesse dia, os ciclistas partem de Viana do Castelo às 13 h 20 e chegam a Felgueiras, ao monte de Santa Quitéria, às 17 h 24. Estando a meta de final da etapa instalada no cimo desse planalto talismã do concelho de Felgueiras, cuja subida é considerada como contagem de 3ª categoria oficialmente na pontuação para o Prémio da Montanha, entre as classificações da prova, além de naturalmente a chegada contar para as classificações individuais e coletivas, em bom modo seletivo.


Esta é a 81ª edição da maior prova de ciclismo de Portugal, que este ano decorre de 31 de julho a 11 de agosto, com a participação de 140 ciclistas, em representação de 20 equipas, sendo 9 delas portuguesas. A RTP, canal televisivo estatal que acompanha direta e diariamente a corrida, fará no mesmo dia, sexta-feira 9, um programa em direto do concelho de Felgueiras.

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A Volta a Portugal em bicicleta de 2019, na sua 81ª edição em que se perfaz a conta de 92 anos desde a primeira realizada em 1927, andando assim pelas estradas do país por estes dias de calor, também no entusiasmo que a caravana do ciclismo transporta em tão tradicional prova, passa desta feita mais pelo norte e centro de Portugal, além de parte do sul até Lisboa, onde há maior entusiasmo e também houve Câmaras Municipais que apostaram em colaborar para esse fim. Como acontece em Felgueiras, associando-se o município felgueirense a esse acontecimento desportivo nacional de atração popular. Tanto que, entre as etapas de seu percurso, há passagem da caravana voltista por terras de Felgueiras e sobretudo vai haver um final de etapa no coração da capital desta mesma terra do pão de ló e calçado, também. O que apraz aqui registar, como região que é de históricas ligações ao ciclismo, no passado, e boas ligações atuais, sendo Felgueiras o concelho natal do autor destas linhas, seguidor desde há muito do ciclismo portista, e... de Adriano Quintanilha, grande entusiasta do ciclismo, como personagem empreendedor de diversos projetos resultantes em equipas que engrossaram o pelotão nacional ao longo de anos, quão importante figura que teve papel decisivo no regresso do ciclismo ao FC Porto e como tal no reavivar do entusiasmo atualmente à vista por esta modalidade  de heróis dos pedais.


Com efeito, a região do Vale do Sousa será uma das zonas que por estes dias (quando se escreve isto) terá os ciclistas da Volta a Portugal a correrem entre a verdejante paisagem destas paragens idílicas sob o céu bem azul. O que sucede à 8ª Etapa, no dia 9, após partida no alto Minho em Viana do Castelo, em direção à cidade de Felgueiras, para findar na subida do monte de Santa Quitéria.

Decorre assim aqui em terras de Felgueiras importante chegada duma etapa, onde o ciclismo teve tradições efetivas (como está historiado pelo autor destas linhas, em diversas publicações), com saliência para o ciclista Artur Coelho, natural de Felgueiras. 


O qual, correndo pelo FC Porto, participou em Voltas a Portugal entre 1955 a 1961, a prova-rainha em que ele por diversas vezes foi camisola amarela e ganhou algumas etapas, além de se ter salientado com vitórias noutras corridas como em Grandes Prémios e ter representado a Seleção Nacional em duas participações na Volta a Espanha, bem como e especialmente por haver vencido a clássica 9 de Julho de São Paulo, no Brasil, em 1957, além de ter corrido em França, etc. e tal.

= Troféu da Vitória de Artur Coelho no Brasil, em exposição no Museu do FC Porto =

Nas afinidades de Felgueiras ao ciclismo também consta nos anais das corridas nacionais o protagonismo felgueirense havido com Joaquim Costa, valoroso ciclista que correu na Volta a Portugal em 1961 e 1962, tal como em 1964 coube vez a Albino Mendes (conforme de ambos também já aludimos em anteriores artigos), assim como merece saliência ter existido, em finais dos anos setentas, a equipa Zala, representativa da fábrica de calçado Zala, na qual se incluiu como treinador e ciclista Fernando Mendes, formação que correu a Volta a Portugal de 1979, e que chegou a ter pelo menos um felgueirense no plantel, de nome Miguel Magalhães;

= Joaquim Luís Costa, ciclista que representou a equipa então existente do Académico do Porto

...tal como lembra ainda ter havido a equipa W52-Quintanilha-Felgueiras, com sede em Felgueiras e que ostentava camisola com as cores municipais com o símbolo do concelho de Felgueiras. Grupo que em 1993 alinhou nas provas do calendário velocipédico português e teve ação interessante na Volta a Portugal.


= Jornal O Jogo de 31-7-1993, apresentação das equipas para a 55ª Volta a Portugal =


Havendo depois, anos volvidos, uma outra equipa da firma felgueirense W52, também, que até saiu vencedora das Voltas de 2014 e 2015, esta que, embora com sede oficial de Sobrado-Valongo, incluiu nome patrocinador dos vinhos da também empresa felgueirense Quinta da Lixa. Equipa por fim substituída pela entrada do FC Porto nessa parceria, ficando como W52-FCPorto, com Adriano Quintanilha na cabeça, através de acordo firmado com o FC Porto, representado por elementos próprios, como um diretor mais o presidente do clube no topo orgânico e de modo particular pela representatividade que o grande clube azul e branco representa nacional e internacionalmente.

=  Revista Dragões, de Janeiro de 2016 =

Ora, o ciclismo sempre foi um desporto de heróis e, embora a modernidade tecnológica haja alterado certas panorâmicas do interesse público, continua a haver um lugar especial para certos casos que mexem com as sensibilidades, entre exemplos como é ainda o ciclismo de competição de alto nível. O que se revela em todos os que nos interessamos de algum modo por esta modalidade desportiva ao longo dos tempos e temos sempre presentes na ideia os nossos ídolos de infância e juventude, desde tempos em que, quando começamos a seguir as notícias da "Volta", havia “aqueles” ciclistas de que gostavamos (ah Sousa Cardoso, Mário Silva, Joaquim Leão, Ernesto Coelho, Gabriel Azevedo,  José Azevedo, Luís Pacheco, Joaquim Leite, Custódio Gomes, etc!) e a nossa equipa nos fazia ficarmos presos aos relatos radiofónicos das etapas e pelo tardio da noite à espera das imagens do Diário da Volta na televisão, que era de um só canal e “bibó velho”…


Pois então, desta vez e mais uma vez passará e inclusivamente pára na nossa terra a caravana do ciclismo poruguês, depois de em anos passados também já ter tido metas de chegada: Primeiro em  etapas do Grande Prémio de Minho para profissionais que, em anos diferentes, teve metas finais na cidade de Felgueiras e no monte de Santa Quitéria; e depois na Volta a Portugal em Bicicleta houve chegadas na Volta de 1992, à etapa Mondim de Basto-Felgueiras da 54ª edição da Grandíssima Portuguesa, ganha então na cidade do pão de ló pelo italiano David Bramatti, da equipa Lampre; bem como na Volta de 2006, ao correr da etapa Gondomar-Felgueiras, passando pela Longra com meta de aproximação à chegada, enquanto a meta final dessa 5ª etapa estava instalada no alto de Santa Quitéria, onde triunfou o galego Gustavo César Veloso, da equipa espanhola Kaiku (o que leva a que Felgueiras esteja associada à primeira vitória em Portugal e primeira camisola amarela deste ciclista que mais tarde venceu a Volta já por duas vezes e atualmente é dos mais destacáveis nos dias decorrentes… em que é chefe de fila da W52-FC Porto); tal como em 2008 o monte de Santa Quitéria acolheu um outro final de etapa, importante ainda por ter sido no encerramento triunfal dessa edição da Volta, em contra-relógio vindo de Penafiel, com passagem pela Longra e chegada ao cimo dessa “rampa” de  8,4 % de inclinação média, em que triunfou o também espanhol Hector Guerra, da equipa portuguesa Liberty Seguros (tendo no pódio oficial, na alameda daquele mesmo alto da Santa, sido festejada a vitória, como vencedor da Volta, de  David Blanco, do Clube de Ciclismo de Tavira-Palmeiras Resort).

= Boletim “O Felgueiras”, nº 2 de Junho de 1987 do órgão oficial do FC Felgueiras, ao tempo que Adriano Sousa fazia parte como um dos diretores =

No meio disto, apareceu de há anos a esta parte o felgueirense Adriano Quintanilha, mais conhecido desde que patrocinou, ao longo dos anos, diversificados projetos desportivos, a partir do apoio a uma dupla de automobilistas de ralis (Nuno Pinheiro e Dr. Miguel Mota, este o autor da proposta textual para a elevação da vila de Felgueiras a cidade, entrada oficialmente e aprovada na Assembleia da República; os quais vieram a falecer num desastre automóvel fora do âmbito de provas), depois com sua participação em diversas funções no clube de futebol representivo de Felgueiras, e por fim entrado no mundo do ciclismo, nomeadamente através duma equipa que correu com o nome de Felgueiras na Volta a Portugal, até uma das recentes em que teve parceria com a marca de vinhos Quinta da Lixa. Isso já depois de entretanto ter sido membro da Direção e inclusive presidente do Futebol Clube de Felgueiras (como se recorda aqui, por recortes jornalísticos). Até que o mesmo empresário, dono da empresa W52, passou a ser parceiro do FC Porto através da respetiva equipa de ciclismo.

=  Suplemento do jornal O Jogo de 22-6-1988 dedicado ao FC Felgueiras, de que Adriano Sousa era o presidente em que o povo de Felgueiras depositava confiança numa ansiada subida  à divisão imediata à que o clube estava (então na antiga II Divisão Nacional-Zona Norte) =

Adriano Quintanilha, entretanto já se tornara famoso por levar para as etapas da Volta a Portugal parte da sua coleção de carros desportivos, com os quais por vezes acompanha a prova. Fê-lo inicialmente ao serviço da equipa Quintanilha-Moda Jovem-Paços de Ferreira, tendo de imediato logo no ano seguinte continuado com a equipa W52-Quintanilha-Felgueiras, que se manteria na modalidade também em 1993. O regresso da W52 ao pelotão deu-se em 1995 com o apoio ao Clube de Ciclismo de Paredes, ao serviço de quem, nesse ano, Cândido Barbosa se estreou como profissional. Depois veio a ligação à formação de Sobrado e a Nuno Ribeiro, um portista que, depois da experiência com a equipa W52-Quinta da Lixa, se arreigou ao FC Porto com a equipa W52-FC Porto-Porto Canal, em 2016, atualmente com nome oficial de W52-FC Porto.


Recorde-se que, no ano de 2016, Quintanilha subiu mesmo ao palco da cerimónia dos Dragões de Ouro, recebendo a distinção relativa ao ‘Projeto do Ano’ do distinto galardão oficial do clube, devido à prestação da equipa ‘W52-FC Porto-Porto Canal’.

=  Revista Dragões de Novembro de 2016 =

A ligação com o FC Porto começou assim em 2015, embora sem ser Portista assumido e aliás até de permeio ter diversos contactos públicos com o Benfica, segundo por vezes surge na comunicação social, e em jovem haver tido simpatia pelo Sporting, clube com o qual, até, em 2015 chegou a ter um pré-acordo para patrocinar a equipa de ciclismo dos 'leões', algo que foi quebrado e acabou por ser selado por fim com o FC Porto em finais do mesmo ano de 2015; pois, segundo Adriano Sousa referiu publicamente «a única pessoa que apareceu e apresentou um projeto viável foi o senhor Pinto da Costa e o acordo tem viabilidade, no mínimo, para cinco anos». E essa parceria vai durando pelo tempo adiante e com sucesso, tendo o FC Porto sido o grande dominador do panorama ciclista português e especialmente triunfador das Voltas a Portugal desde então.

= Equipa W52-FC Porto para a Volta a Portugal de 2019, com Adriano Sousa "Quintanilha".

Pois bem, com tudo isso e o resto, é pois a equipa de ciclismo do FC Porto um caso à parte dentro do interesse portista de adeptos seguidores, mesmo que à distância física, sendo nesse aspeto já como que familiares os nomes e caras dos ciclista que envergam o equipamento azul e branco portista.

Entretanto, aí está então o ciclismo de élite com a Volta a Portugal percorrendo parte do país profundo, dentro do que parece ser possível à Corrida Grandíssima Portuguesa, que em tempos percorria mais o país de lés as lés e ultimamente nem tanto, mediante certas condicionantes dependentes de apoios das autarquias, patrocinadores e apreciadores da passagem da "Volta".

Diante de tudo isto, vem a talhe uma rememoração mais detalhada sobre as ligações de Felgueiras também à Volta a Portugal em bicicleta.


Ora, na atualidade da realização da Volta a Portugal em bicicleta, prova desportiva de atração popular, perante o facto de Felgueiras ser meta de chegada para a antepenúltima etapa da mesma grande prova, no dia 9 de agosto; merece tal ocorrência uma rememoração pública sobre as ligações de Felgueiras ao ciclismo competitivo e particularmente em haver inclusive tradições na Volta a Portugal, quer em passagens, como em chegadas e partidas de etapas, na antiga vila e atual cidade sede do concelho felgueirense, do distrito do Porto e província do Douro Litoral – como aliás o autor destas linhas já procurou recordar anteriormente em diversos artigos escritos no Semanário de Felgueiras.


- Aí vêm eles (i bem’ eles – na fala popular) ouvia-se de repente, cortando espera ansiosa; e um movimento de cabeças, a par de imediato bruaá, dava movimento a clamor da multidão expetante. E logo se inclinavam os dorsos, para melhor ver os corredores, pondo olhos e sentidos à direção em que os ciclistas vinham. Era assim na espera e por fim passagem repentina dos ciclistas da Volta a Portugal em bicicleta, a grande corrida nacional que levava o povo à rua para ver os ciclistas. Coisa que em Felgueiras, por tempos passados, se revelava algo social, num misto de festa popular com momentos de contemplação, pelo deslumbramento de ver, ainda que num repente, os homens dos nomes ouvidos na rádio, mais caras vislumbradas nos jornais. Como ficou na tradição oral um ano em que Fernando Moreira, ao tempo grande ídolo dos adeptos da modalidade, venceu a meta volante instalada no centro da então vila de Felgueiras, em etapa vinda da Póvoa em direção ao Porto, no ano em que venceu a Volta, em 1948 – facto perpetuado com alusiva foto que veio na revista lisboeta Stadium. Pois, durante muitos anos a caravana voltista passou em Felgueiras, mas não parava. Quer na sede do concelho, como noutras localidades concelhias. Até que lá veio tempo em que parou mesmo e de permeio a terra felgariana teve direito a ver de perto os ciclistas antes de iniciarem novo percurso, rumo à glorificação triunfante.

O ciclismo é um desporto tornado espetáculo apreciado até por gente que nem costuma andar de bicicleta, sendo antes fenómeno de apreço ao esforço e destreza, na vertente de valorização da heroicidade. Porque o ciclismo competitivo é uma máquina de heróis que em cima das máquinas de rodas dão asas aos anseios de vitórias conseguidas pelos músculos. Valorizando como tal atenção a que Felgueiras não foge à regra, com gosto de ver. Conforme tradição enraizada, desde tempos de admiração por antigos ídolos dos pedais, como no tempo do nortenho Fernando Moreira, até à existência de conterrâneos salientes sobre as bicicletas de corrida, como foram Artur Coelho, que em diversos anos chegou a andar com a camisola amarela da Volta, mais Joaquim Costa, Albino Mendes e Miguel Magalhães. Nas afinidades ao ciclismo, constando protagonismo felgueirense através daqueles conterrâneos que participaram entre os concorrentes (conforme já aludimos em anteriores artigos), mais acréscimo de ter existido a equipa Zala e mais tarde a equipa W52-Quintanilha-Felgueiras, com sede em Felgueiras e que ostentava camisola com as cores municipais com o símbolo do concelho. Enquanto este ano volta a ser realidade o facto da cidade de Felgueiras ser ponto de partida duma etapa da Volta a Portugal, por sinal de início à tirada mais apreciada da edição atual, voltando assim a ser ponto de referência, depois de em anos recuados já ter sido local de relacionamento com a mesma Grandíssima.


Com efeito, Felgueiras foi já sítio de finais de etapas algumas vezes e dessas coincidindo numa a meta final com o próprio fim da Volta; assim como teve entretanto também anteriormente um início de etapa, cuja experiência se irá repetir agora em agosto. Fazendo parte da história da ligação felgueirense com a popular Volta que em 1992 terminou na cidade de Felgueiras a etapa Mondim-Felgueiras; assim como em 2006, em meta instalada no cimo do monte de Santa Quitéria, terminou a então etapa que ligou Gondomar a Felgueiras; tal como em 2008 a 70.ª Volta a Portugal acabou com um contrarrelógio de Penafiel até ao Monte de Santa Quitéria; ao passo que na volta de 2009 teve largada de Felgueiras a 5ª etapa, de ligação entre Felgueiras-Fafe. Festivo início reeditado ainda no ano passado, em 2018, então no penúltimo dia da competição, abrindo alas à sempre difícil etapa para a Senhora da Graça.

Eis pois como é de fixar assim justa memoração, na apropriação afetiva a tal vera ligação desta região a que a natureza dotou de vivas cores. Vestindo Felgueiras condizente camisola multicolor de festiva ocasião.

A propósito, e por fim, calha recordar a vitória da anterior chegada da Volta a Felgueiras, quando em 2006 Gustavo César Veloso foi o triunfador da epata terminado no alto de Santa Quitéria.

Veloso desde aí ficou na retina, como ciclista de raça, que conhecemos obviamente apenas de o ver em cima da bicicleta, e ele a nós nem assim (nem assado), mas que há muito tem a admiração do autor destas linhas… desde que nesse Agosto de 2006 o vi vencer a etapa na seletiva subida do Monte de Santa Quitéria, no alto de Felgueiras, estava ele ainda nos seus primeiros anos de corridas em Portugal. Curiosamente, então que o FC Porto estava ausente do ciclismo, recordo, eu pensei para comigo como seria bom o FC Porto voltar a ter equipa de ciclistas e entre eles estar esse Gustavo César, como ao tempo era referido. E não é que, passados cerca de dez anos, o F C Porto voltou a ter ciclismo, desde 2016, e a partir de então esse mesmo Gustavo Veloso corre com a camisola do FC Porto?!


Ora, desse momento interessante, recorda-se essa vitória, que na ocasião deu a camisola amarela a Veloso, na Volta de 2006 (em que no fim triunfou David Blanco, da equipa Comunidad Valenciana). Podendo isso dar para lembrar que Veloso representava a equipa Kaiku, uma das formações que integrou ao longo da sua carreira, com saliência para uma importante vitória numa etapa da Volta à Espanha, e especialmente como ele planeava o seu próprio percurso, ao tempo – sem contar então fixar-se no ciclismo português, que em boa hora veio abrilhantar, sendo um dos Notáveis da Volta a Portugal e já um dos nomes célebres do ciclismo do FC Porto.


Gustavo César Veloso ciclista espanhol, nascido a 29 de janeiro de 1980 em Vilagarcía de Arousa (Galiza), é honrosamente um cidadão ibérico querido do Porto e de Portugal, um dos heróis das estradas com a camisola azul e branca do FC Porto. Assim como a seus colegas de equipa  dos quais a algum poderá ficar bem a camisola amarela de faixa central estampada com as cores portistas e letras da W52-FC Porto.


Armando Pinto

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terça-feira, 8 de agosto de 2017

Correndo Portugal: Andanças da Volta / 2017 pelo Vale do Sousa, com partida de etapa em Lousada e passagem em Felgueiras, terra de tradições ciclísticas e… de Adriano Quintanilha, “parceiro” honroso do ciclismo do FC Porto


A Volta a Portugal em bicicleta de 2017, na sua 79ª edição em que se perfaz a conta de 90 anos da primeira realizada em 1927, anda pelas estradas do país nestes inícios de agosto quente também no entusiasmo que a caravana do ciclismo português transporta em tão tradicional prova. E, entre as etapas de seu percurso, uma há de passagem por terras de Felgueiras, também, o que apraz aqui registar, como região que é de históricas ligações ao ciclismo, no passado, e boas ligações atuais, sendo Felgueiras o concelho natal do autor destas linhas e... de Adriano Quintanilha, grande entusiasta do ciclismo, como personagem empreendedor de diversos projetos resultantes em equipas que engrossaram o pelotão nacional ao longo de anos, quão importante figura que teve papel decisivo no regresso do ciclismo ao FC Porto e como tal no reavivar do entusiasmo atualmente à vista por esta modalidade  de heróis dos pedais.


Com efeito, a região do Vale do Sousa será uma das zonas que por estes dias (quando se escreve isto, nos inícios de agosto de 2017) terá os ciclistas da Volta a Portugal a correrem entre a verdejante paisagem destas paragens idílicas sob o céu bem azul. O que sucede à 7ª Etapa, no dia 12, após partida em Lousada, com passagem pela vila da Longra, em direção à cidade de Felgueiras e depois à Lixa, também, naturalmente correndo assim aqui em terras de Felgueiras, onde o ciclismo teve tradições efetivas (como está historiado pelo autor destas linhas, em diversas publicações), com saliência para o ciclista Artur Coelho, natural de Felgueiras, que, correndo pelo FC Porto, participou em Voltas a Portugal entre 1955 a 1961, a prova-rainha em que ele por diversas vezes foi camisola amarela e ganhou algumas etapas, além de se ter salientado com vitórias noutras corridas como em Grandes Prémios e ter representado a Seleção Nacional em duas participações na Volta a Espanha, bem como e especialmente por haver vencido a clássica 9 de Julho de São Paulo, no Brasil, em 1957, além de ter corrido em França, etc. e tal.

= Troféu da Vitória de Artur Coelho no Brasil, em exposição no Museu do FC Porto =

Nas afinidades de Felgueiras ao ciclismo também consta nos anais das corridas nacionais o protagonismo felgueirense havido com Joaquim Costa, valoroso ciclista que correu na Volta a Portugal em 1961 e 1962, tal como em 1964 coube vez a Albino Mendes (conforme de ambos também já aludimos em anteriores artigos), assim como merece saliência ter existido, em finais dos anos setentas, a equipa Zala, representativa da fábrica de calçado Zala, na qual se incluiu como treinador e ciclista Fernando Mendes, formação que correu a Volta a Portugal de 1979, e que chegou a ter pelo menos um felgueirense no plantel, de nome Miguel Magalhães; 


«««« = Joaquim Luís Costa, ciclista que representou a equipa então existente do Académico do Porto =

...tal como lembra ainda ter havido a equipa W52-Quintanilha-Felgueiras, com sede em Felgueiras e que ostentava camisola com as cores municipais com o símbolo do concelho de Felgueiras. Grupo que em 1993 alinhou nas provas do calendário velocipédico português e teve ação interessante na Volta a Portugal.

= Jornal O Jogo de 31-7-1993, apresentação das equipas para a 55ª Volta a Portugal =

Havendo depois, anos volvidos, uma outra equipa da firma felgueirense W52, também, que até saiu vencedora das Voltas de 2014 e 2015, esta que, embora com sede oficial de Sobrado-Valongo, incluiu nome patrocinador dos vinhos da também empresa felgueirense Quinta da Lixa. Equipa por fim substituída pela entrada do FC Porto nessa parceria, ficando como W52-FCPorto, com Adriano Quintanilha na cabeça, através de acordo firmado com o FC Porto, representado por elementos próprios, como um diretor mais o presidente do clube no topo orgânico e de modo particular pela representatividade que o grande clube azul e branco representa nacional e internacionalmente.

=  Revista Dragões, de Janeiro de 2016 =

Ora, o ciclismo sempre foi um desporto de heróis e, embora a modernidade tecnológica haja alterado certas panorâmicas do interesse público, continua a haver um lugar especial para certos casos que mexem com as sensibilidades, entre exemplos como é ainda o ciclismo de competição de alto nível. O que se revela em todos os que nos interessamos de algum modo por esta modalidade desportiva ao longo dos tempos e temos sempre presentes na ideia os nossos ídolos de infância e juventude, desde tempos em que, quando começamos a seguir as notícias da "Volta", havia “aqueles” ciclistas de que gostavamos (ah Sousa Cardoso, Mário Silva, Joaquim Leão, Ernesto Coelho, Gabriel Azevedo, etc!) e a nossa equipa nos fazia ficarmos presos aos relatos radiofónicos das etapas e pelo tardio da noite à espera das imagens do Diário da Volta na televisão, que era de um só canal e “bibó velho”…


Pois então, à falta de melhor, o ciclismo mais uma vez passará fugazmente na nossa terra, ao menos, depois de em anos passados já ter tido metas de chegada, primeiro em  etapas do Grande Prémio de Minho para profissionais que, em anos diferentes, teve metas finais na cidade de Felgueiras e no monte de Santa Quitéria; e depois a Volta a Portugal em Bicicleta teve chegadas na Volta de 1992, à etapa Mondim de Basto-Felgueiras da 54ª edição da Grandíssima Portuguesa, ganha então na cidade do pão de ló pelo italiano David Bramatti, da equipa Lampre; bem como na Volta de 2006, ao correr da etapa Gondomar-Felgueiras, passando na Longra com meta de aproximação à chegada, enquanto a meta final dessa 5ª etapa esteve instalada no alto de Santa Quitéria, onde triunfou o galego Gustavo César Veloso, da equipa espanhola Kaiku (o que leva a que Felgueiras esteja associada à primeira vitória em Portugal e primeira camisola amarela deste ciclista que mais tarde venceu a Volta já por duas vezes e atualmente é dos mais destacáveis nos dias decorrentes… em que é chefe de fila da W52-FC Porto); tal como em 2008 o monte de Santa Quitéria acolheu um final de etapa, mais importante ainda por ter sido no último dia, ao encerramento triunfal dessa edição da Volta, em contra-relógio vindo de Penafiel, com passagem pela Longra e chegada ao cimo dessa “rampa” de  8,4 % de inclinação média, em que triunfou o também espanhol Hector Guerra, da equipa portuguesa Liberty Seguros (tendo no pódio oficial, na alameda daquele mesmo alto da Santa, sido festejada a vitória, como vencedor da Volta, de  David Blanco, do Clube de Ciclismo de Tavira-Palmeiras Resort).

= Boletim “O Felgueiras”, nº 2 de Junho de 1987 do órgão oficial do FC Felgueiras, ao tempo que Adriano Sousa fazia parte como um dos diretores =

No meio disto, apareceu de há anos a esta parte o felgueirense Adriano Quintanilha, mais conhecido desde que patrocinou, ao longo dos anos, diversificados projetos desportivos, a partir do apoio a uma dupla de automobilistas de ralis (Nuno Pinheiro e Dr. Miguel Mota, este o autor da proposta textual para a elevação da vila de Felgueiras a cidade, entrada oficialmente e aprovada na Assembleia da República; os quais vieram a falecer num desastre automóvel fora do âmbito de provas), depois com sua participação em diversas funções no clube de futebol representivo de Felgueiras, e por fim entrado no mundo do ciclismo, nomeadamente através duma equipa que correu com o nome de Felgueiras na Volta a Portugal, até uma das recentes em que teve parceria com a marca de vinhos Quinta da Lixa. Isso já depois de entretanto ter sido membro da Direção e inclusive presidente do Futebol Clube de Felgueiras (como se recorda aqui, por recortes jornalísticos). Até que o mesmo empresário, dono da empresa W52, passou a ser parceiro do FC Porto através da respetiva equipa de ciclismo.

=  Suplemento do jornal O Jogo de 22-6-1988 dedicado ao FC Felgueiras, de que Adriano Sousa era o presidente em que o povo de Felgueiras depositava confiança numa ansiada subida  à divisão imediata à que o clube estava (então na antiga II Divisão Nacional-Zona Norte) =

Adriano Quintanilha, entretanto já se tornara famoso por levar para as etapas da Volta a Portugal parte da sua coleção de carros desportivos, com os quais por vezes acompanha a prova. Fê-lo inicialmente ao serviço da equipa Quintanilha-Moda Jovem-Paços de Ferreira, tendo de imediato logo no ano seguinte continuado com a equipa W52-Quintanilha-Felgueiras, que se manteria na modalidade também em 1993. O regresso da W52 ao pelotão deu-se em 1995 com o apoio ao Clube de Ciclismo de Paredes, ao serviço de quem, nesse ano, Cândido Barbosa se estreou como profissional. Depois veio a ligação à formação de Sobrado e a Nuno Ribeiro, um portista que, depois da experiência com a equipa W52-Quinta da Lixa, se arreigou ao FC Porto com a equipa W52-FC Porto-Porto Canal, em 2016, atualmente com nome oficial de W52-FC Porto-Mestre da Cor a correr em 2017.


Recorde-se que, no ano passado, Quintanilha subiu mesmo ao palco da cerimónia dos Dragões de Ouro, recebendo a distinção relativa ao ‘Projeto do Ano’ do distinto galardão oficial do clube, devido à prestação da equipa ‘W52-FC Porto-Porto Canal’.

=  Revista Dragões de Novembro de 2016 =

A ligação com o FC Porto começou assim em 2015, embora sem ser Portista assumido e aliás até de permeio ter diversos contactos públicos com o Benfica, segundo por vezes surge na comunicação social, e em jovem haver tido simpatia pelo Sporting, clube com o qual, até, em 2015 chegou a ter um pré-acordo para patrocinar a equipa de ciclismo dos 'leões', algo que foi quebrado e acabou por ser selado por fim com o FC Porto em finais do mesmo ano de 2015; pois, segundo Adriano Sousa referiu  publicamente «a única pessoa que apareceu e apresentou um projeto viável foi o senhor Pinto da Costa e o acordo tem viabilidade, no mínimo, para cinco anos».


Pois bem, com tudo isso e o resto, é pois a equipa de ciclismo do FC Porto um caso à parte dentro do interesse portista de adeptos seguidores, mesmo que à distância física, sendo nesse aspeto já como que familiares os nomes e caras de Raúl Alarcón, Gustavo Veloso, Rui Vinhas, Ricardo Mestre, António Carvalho, Joaquim Silva, Samuel Caldeira, Amaro Antunes, João Rodrigues, Tiago Ferreira, Daniel Freitas, Jacobo Ucha, Ángel Sanchez Rebollido e Juan Ignacio Pérez, mais Nuno Ribeiro, Maximino Pereira, Helder Alves, Miguel Vinhas, Nelson Lobo, Celestino Pinho, Alexandre Patrício, Fernando Maia, Elias Barros, etc.

Enquanto isto, aí está então o ciclismo de élite com a Volta a Portugal percorrendo parte do país profundo, dentro do que parece ser possível à Corrida Grandíssima Portuguesa, que em tempos percorria mais o país de lés as lés e ultimamente nem tanto, mediante certas condicionantes dependentes de apoios das autarquias, patrocinadores e apreciadores da passagem da "Volta".


Armando Pinto
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Nota: = Artigo para aqui partilhado do Blogue "Longra Histórico-Literária", também do autor deste "Memória Portista".
A.P.